Este navio pouco mais é do que um cargeiro.
Entre novo e usado, não me parece demasiado arriscado irmos por aqui e, pelos valores e prazos que se fala, fica justificado.
O resto é outra história...
Eu não tenho opinião nem boa ou má sobre a origem da construção dos navios, mas acho piada que até na construção de navios o pessoal é um bocado preconceituoso, só lembro ao pessoal de uma certa fragata de um Estaleiro Espanhol que afundou após uma colisão. Acho que a origem do estaleiro não tem muito a ver.
PS: O NRP D. João II (aka Bimby) também vai ser construída na Roménia.
Se calhar quando a origem do navio é turca, e quando o outro se lembrou de atirar a ideia de uma forte ligação com a indústria daquele país, convém relembrar que é a Turquia de Erdogan que estamos a falar, país este que poderá de um momento para o outro lembrar-se de entrar em guerra com outro membro da NATO.
Uma compra ocasional aqui e ali é uma coisa. Outra é criar uma forte dependência deste país em termos de equipamento militar, sabendo das variáveis geopolíticas em causa.
Outra crítica, refere-se aos orçamentos disponíveis, que só permitem a entrada de candidatos com produtos baratuchos. No caso dos ST5, tal como no dos Pandur, também houve críticas, não pelos fabricantes, mas pela forma como se escolhe sempre o mais barato que há, e não se escolhe com base em critérios e capacidades do meio a adquirir.
Calma pessoal, olhem que tanto fel na vossa vida só faz é mal.
Sim, a Marinha vai ter de novo pelo menos um Navio Reabastecedor, sim, foi na Marinha do Almirante Gouveia e Melo que se assinou para a construção de 6 NPO, e pelo menos um reabastecedor e foi com ele que o governo mostrou abertura para a aquisição de mais 2 submarinos e de NPC.
Estes são os factos.
Nas últimas décadas lembram-se de algum CEMA que tenha conseguido tantos novos meios para a Armada?
Desses, quantos navios de guerra? 0? Fantástico!
O CEMA conseguiu assinar os programas mais fáceis, que qualquer CEMA conseguiria desde que tenha o devido "apoio" do Governo. Há 1 década e meia, tiveste a compra de 2 submarinos e 2 fragatas em segunda-mão (2 programas muito mais difíceis de avançar neste país).
Chupar o CEMA porque conseguiu assinar o contrato para navios que já deviam estar contratualizados há mais de 10 anos, e que os CEMAs anteriores não conseguiram assinar por questões económicas e/ou políticas, é absurdo.
Se este CEMA tivesse conseguido a compra de novas fragatas, ou pelo menos fragatas decentes em segunda-mão, fazia sentido bater palmas. Agora por 6 NPOs que já eram espectáveis, 1 PNM com 70% de financiamento UE, e 2 "mini-AORs" baratuchos, está muito longe do que a Marinha precisa e do que os CEMAs dos outros países conseguem.
E os AOR vão ter casco duplo, ou para ficar mais baratinho e se poderem comprar dois isso agora já não interessa para nada?
Tanto quanto sei isso é quase uma obrigação para novos navios e acho que existe restrições de navegação em certas zonas a navios de casco simples, não sei se depois isso se aplica a navios militares.
De qualquer forma acho que não é por aí, como dizia alguém o Aço num navio é o componente mais barato.
Aço barato ou não, o que nós sabemos é que o orçamento não chegava nem sequer para uma proposta turca. Alguma coisa teve de ceder, ou o custo unitário dos navios terá que ser maior do que o CEMA dizia.
Se algo cedeu, a pergunta é: o quê?
Se o orçamento aumentou, e não houve aumento do investimento na LPM, a pergunta é: de onde vem o dinheiro/que programa ficou coxo à pala disso?
Eu não acredito que no concurso não tenha entrado um único concorrente porque o dinheiro não dava, e que de um dia para o outro o dinheiro já dá, e já há vencedor.
Eu acho boa ideia até o material turco para projetos tipo OPV, fragatas Vasco da Gama e reabastecedores, tudo material para ser usado em baixa intensidade. O pior é se depois as futuras compras de material para guerra vai para o msm caminho
O material turco pode ser bom, pelo menos em certas áreas e tendo em conta o seu preço. O problema, é que tem poucas provas dadas, e a sua escolha pode muito bem ser feita apenas com base no preço, e não em critérios e exigências importantes.
Podemos imaginar se o mesmo raciocínio fosse feito para a substituição dos F-16. Se o Kaan turco fosse 20% mais barato que o F-35, seguindo esta mesma lógica, optávamos por um avião menos capaz, só por causa do preço.
No caso dos AOR, tanta conversa da outra personagem sobre o "retorno para a economia" no que respeita a programas da FAP, mas quando chega à Marinha, é cagar nisso.
PS: isso da baixa intensidade é tanga. Só funciona em tempos de paz duradoura. Neste momento estamos mais perto de conflito à larga escala do que da paz duradoura, logo as VdG e até os NPOs, já não serão navios estritamente para baixa intensidade, e caso rebente uma guerra serão forçosamente usados para combater qualquer ameaça que surja.
Um país com poucos navios, não se pode dar ao luxo de ter esta divisão clara entre meios de baixa e alta intensidade, quando até os de "alta intensidade" são poucos e fraquinhos.