Fidel diz que México escondeu gripe para não assustar Obama
Fidel Castro acusa o México de não ter alertado a tempo sobre a epidemia da gripe H1N1 para não frustrar a visita ao país do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em Abril.
Fidel, afastado do poder desde que ficou doente há quase três anos, escreveu numa coluna publicada na noite de segunda-feira na internet, defendendo que, agora, países como Cuba - que confirmou o seu primeiro caso do vírus H1N1 num estudante mexicano - estão a sofrer as consequências.
Cuba suspendeu há duas semanas os voos com partida e chegada do México, irritando as autoridades mexicanas. O presidente Felipe Calderón disse que ponderava cancelar uma visita à ilha programada para este ano.
«As autoridades mexicanas não informaram ao mundo a presença da gripe, esperando a visita de Obama. Agora, ameaçam suspender a [visita] do presidente Calderón», escreveu Fidel, de 82 anos, na página oficial do governo cubadebate.cu.
«Neste momento, nós e dezenas de outros países pagamos o preço e ainda nos acusam de medidas lesivas ao México», acrescentou.
A visita de Calderón a Cuba é considerada como um sinal de que os dois vizinhos superaram o conflito diplomático que quase provocou uma ruptura das relações sob o Governo do mexicano Vicente Fox.
A epidemia de gripe teve o seu epicentro no México, onde causou a morte de pelo menos 56 pessoas.
Segundo a comunicação social, os primeiros casos de identificação do vírus H1N1 coincidiram aproximadamente com a visita de Obama à Cidade do México, em meados de Abril.
O México criticou na semana passada a Argentina, Cuba, Equador e Peru por cancelar os seus voos para o país.
«Agora consideram-nos injustos, sem fundamentos técnicos, e um país hostil em relação ao povo do México» , acrescentou Fidel num texto intitulado 'O que passou na minha mente'.
SOL