Caro forista Instrutor:
Garanto-lhe que não há aqui ninguém que não tenha consciência da exiguidade de verbas, com que tem sido contemplada pelo(s) nosso(s) Governo(s) o reequipamento das Forças Armadas. A começar por mim próprio.
Porém, em termos hipotéticos, temos de reconhecer que as eventuais ameaças contra o nosso País podem surgir de onde menos se espera.
Não nos podemos limitar a conceber cenários como aqueles que já aconteceram na Guiné, por exemplo. Finda a Guerra Fria, os focos de eventual perigo multiplicaram-se em todos os sentidos.
Sendo este um Forum de discussão de ideias, parece-me legítimo defender posições, mesmo que ideais, que apontem para um fortalecimento da defesa do nosso País, neste caso concreto da nossa Armada.
Foi nesta ordem de ideias que avancei com algo que considero necessário: a dimensão de defesa aérea, com navios modernos a ela dedicados. Não os devemos ter "porque sim", mas porque qualquer Armada que se preze os tem ou virá a tê-los brevemente. Faz parte dos sistemas navais dos dias actuais.
Reconheço extremamente difícil fazer aceitar em Portugal ideias como esta, dados os enormes problemas financeiros, económicos e políticos com que temos de lidar. Mas, precisamente porque este é um Forum, acho que podemos travar lutas aqui. Não participei na luta pela arma submarina na nossa Armada, mas tenho pena, pois a minha posição também é a favor. Poderá esta ser agora uma luta inglória, mas continuo a defender a necessidade e o cabimento de pelo menos dois navios de defesa aérea na nossa Marinha. Até poderia ser que fragatas, como a Meko A-200 AAW, não fossem tão caras como as outras que o meu caro nomeou...
No entanto, conformando-me, minimamente embora, com o presente número de cinco fragatas, gostaria que pelo menos as duas BD fossem equipadas com o ESSM, para acrescentar alguma capacidade anti-aérea à nossa Armada.
Aqui defendo então uma posição completamente diferente de alguns colegas nossos foristas, por achar que, em termos de ambição, são demasiado minimalistas. Mas não se trata de querer afrontá-los ou ofendê-los! Longe de mim, que devo, isso sim, fazer um esforço para respeitar e considerar toda a gente. Sem se cumprir regras, não é possível o diálogo...
Por estas razões, peço a todos me seja relevado por vezes um certo entusiasmo excessivo na defesa das minhas ideias!