Quanto à desculpa de "e se a NATO pedir um navio a Portugal", não existe. A NATO, a pedir, pedirá submarinos, escoltas de superfície e reabastecedores, muito antes de um navio anfíbio.
Desde a década de 1990, que aquilo que os estrategas da NATO mais pedem são navios com capacidade de transporte.
Os submarinos seriam a última coisa a ser pedida, já que eles foram comprados contra a opinião de vários países europeus, que achavam e ainda acham que a marinha de Portugal desperdiçou dinheiro nos submarinos...
A NATO está numa situação em que pedirá o que houver, e se nós disponibilizarmos os NPO desarmados, até isso eles vão aceitar por falta de melhor.
Mas isso não altera o fato de que, um país que não tem nada de realmente importante para contribuir para a defesa comum, acaba por ser colocado de lado.
O que já está aliás a acontecer e o governo portugues tem consciencia disso.
Éssa é uma das razões para sermos proporcionalmente o país da Europa Ocidental que mais ajuda dá à Ucrânia proporcionalmente, com o envio de quase dez por cento de todos os nossos tanques.
O navio de Transporte de Petroleo, AOR que como já aqui referi, é apenas o resultado de uma necessidade operacional decorrente da II guerra mundia (O Bérrio substituiu o Sam Brás porque era uma substituição direta) hoje, não serve para nada, ou seria um absoluto desperdicio de dinheiro.
Podemos sempre alegar que para os problemas humanitários, podemos comprar um qualquer navio em segunda mão convertido (sem calcular o custo da conversão), para os problemas de transporte podemos comprar um ferrie civil, para os problemas de combustivel podemos comprar um AOR...
Um barquinho, para cada coisa
O problema, é que qualquer destes meios acabaria sendo tão caro como um LPD e pior, teriam que ser vários cascos.
Que maravilha de ideia, para uma marinha onde o principal problema, é não haver lugar para promover mais capitães de fragata ...
<sarcasm>
Venham muitos e pequenininhos, mas classificados como fragatas, ou se possível como couraçados...
Não vai faltar emprego para os oficiais barrigudos ... 
O que é isso do Meganavio, que custa metade do custo dos outros todos ?
Ui.. mega ...

<end sarcasm>
Tu estás preso na mentalidade de 1990. Essa mentalidade é diferente da de hoje, onde a própria USN já começa a dar menos importância aos LPDs, para ter meios mais pequenos, baratos, fáceis de usar e discretos. O próprio nível de ameaças mudou de tal forma que, um LPD, tem que estar a 100 km da costa para sobreviver, porque qualquer paíszinho arranja drones com alcance nas altas dezenas e km ou até uma centena. Além de que, nos anos 90, a falta de pessoal nas fileiras de muitos países da NATO, não existia, algo que hoje mudou.
O que se conclui é que, um LPD é um navio obsoleto para cenários de primeira linha. O navio pura e simplesmente não sobrevive no TO moderno, para executar a sua missão de desembarque anfíbio. Para o conseguir fazer, é preciso uma capacidade de combate praticamente avassaladora perante o adversário. Esta capacidade avassaladora, só é possível com recurso a escoltas modernas (com capacidades AAW, ASW e ASuW igualmente modernas), submarinos modernos, capacidade de desminagem, capacidade de atacar alvos em terra, capacidade SEAD, meios aéreos de transporte (helicópteros), de combate (caças) e AAR (para abastecer estes caças, já que não temos PA). Isto apenas para que o navio chegue lá inteiro, desembarque material e tropas, e volte para casa, depois ainda falta o resto.
Isto diz-nos que, um LPD, se não tiver apoio avassalador de terceiros (ou se o cenário não for permissivo para um desembarque anfíbio), não passará de um navio logístico de retaguarda, e nisso, até um simples RO-RO faz a missão. Acresce ainda uma questão: para fins logísticos longe da linha da frente (por exemplo, transportar material de Portugal para França ou Itália ou Grécia), pode-se recorrer ao aluguer de navios civis (muitos deles com mais capacidade de transporte que um LPD) para esse fim. O mesmo não podes dizer para navios de guerra (como fragatas e submarinos).
Essa noção de que o LPD é barato, tem de terminar, porque é uma falácia. Um Galícia em 1997 custava 132 milhões. Na nossa LPM, quando se começou a incluir verba para o LPD, sempre esteve orçamentado em 300 milhões (até à presente LPM em que dão 150). Agora também vimos que um LPD feito na Indonésia, já custa 400 milhões. Conclui-se portanto que um LPD militar baratucho é um mito.
Quanto ao AOR, este faz claramente falta, porque é o único meio capaz de manter uma força naval no mar durante mais tempo, sem ter que andar constantemente a viajar para o porto (a força naval) para se abastecer tanto de combustível, comida, água e munições. São mais baratos que um LPD e têm menor guarnição (o Maud norueguês opera com 48). Os Wave, que são muito maiores mas que se chegou a falar para (um deles) substituir o Bérrio, requerem 80 pessoas (pouco mais de metade de um Rotterdam).
Dito isto, uma MGP com 1 Maud, 2 XO e 3 fragatas modernas (aos quais se juntaria o resto, como os NPOs e por aí fora), teria capacidade logística suficiente para as nossas capacidades. Com o acréscimo que se mantinha uma MGP com 5 unidades combatentes de superfície.
A NATO não precisa de meios logísticos. A NATO precisa de
tudo. Precisa de AORs, de submarinos, de LHDs, PAs, armas nucleares, caças, tanques, tudo. No meio disto tudo, a MGP ter um LPD é praticamente irrelevante, principalmente quando teria que ser o resto da NATO a garantir a defesa deste mesmo navio e o seu abastecimento em alto-mar, já que o país que o opera não tem nenhuma destas capacidades.
O que já está aliás a acontecer e o governo portugues tem consciencia disso.
Éssa é uma das razões para sermos proporcionalmente o país da Europa Ocidental que mais ajuda dá à Ucrânia proporcionalmente, com o envio de quase dez por cento de todos os nossos tanques.
O Governo não tem consciência de nada. Sabem que não querem investir nas FA, portanto sai mais barato despachar o pouco que temos. Daí que somos dos poucos países a dar material que não será reposto tão cedo (senão mesmo nunca).
Quanto à proporcionalidade, isso é treta. Por um lado porque só se aplica a um dos meios em específico, e tem mais a ver com as nossas limitações (números reduzidos, devíamos ter pelo menos 55 Leos), do que vontade de comparticipar mais que os outros. Por outro lado, imaginemos que dávamos 100% dos nossos M114, logo, proporcionalmente, doamos mais que os americanos, que não dão aos ucranianos 100% dos seus M777.
Não faz sentido este comparativo.
Outros países doaram a totalidade (ou quase) das suas baterias AA (S-300 entre outros). Só isto vale mais do que todo o equipamento que doámos desde o início do conflito, somado. Estes países aproveitaram foi para garantir que este equipamento seria substituído, já nós...