Infelizmente não.
Disse em brincadeira se não vinham também uns F-104 Starfigther juntamente com os Leopard 1A5. 
Sendo este um modelo já ultrapassado a nível de blindagem e poder de fogo, qual o nível de ameaça real para a força blindada brasileira?
E se é viável a utilização de carros de combate mais pesados no território brasileiro?
Muito bem...
Havia dito anteriormente que, de fato, sua afirmativa em relação à obsolescência do Leopard 1A5 do EB, no que se refere à blindagem e à peça de 105 mm, frente a outros Carros de Combate (CC) modernos (posso listar: Challenger 2, M1 Abrams, Merkava Mk-4, T-80U, T-90, T-14 Armata, AMX-56 Leclerc, Type-99, Ariete C1/Mk II, Type-10, Leopard 2A7) em operação em exércitos e forças terrestres ao redor do mundo, é correta.
Mas, primeiramente, é preciso entender que, aparentemente, não há uma 'ameaça' séria ao Leo1A5 do EB no teatro sul-americano, em especial nas cavalarias dos exércitos de países que fazem fronteira com o Brasil.
Entre o Brasil e os Leopard 2A4 (o CC de maior poder de fogo na região) do Chile, há uma Cordilheira dos Andes.
Os T-72 do Exército Venezuelano, a primeira vista, não constituem ameaça porque a zona fronteiriça entre Brasil e Venezuela é dominada pela densa floresta amazônica, isto é, terreno e vegetação inviável ao emprego massivo de CCs. Mesmo assim é preciso ressaltar que o EB mantém próxima à fronteira um esquadrão (12º Esquadrão de Cavalaria Mecanizado - 12º Esqd C Mec) dotado de blindados de reconhecimento Engesa EE-9 Cascavel 6x6, com peças de 90mm.
Mais: recentemente foi realizado um exercício de mobilização de CC M60 à região fronteiriça com a Venezuela. Nossos M60-A3 TTS (peças de 105mm) podem ser inferiores aos T-72 (peça de 125mm e blindagem reativa) venezuelanos, mas eles são oponentes poderosos. Os paquidérmicos M60-A3 TTS contam com sistema computadorizado de controlo de tiro, telémetro a laser, sistema NBC e um sistema térmico de visão que permite o combate noturno chamado Tank Thermal Sight. Além disso, os M60-A3 TTS são operacionais e seguem uma doutrina de emprego consolidada.

O único CC em serviço em Exércitos da região que se apresenta como rival aos CC à disposição da Cavalaria Brasileira é o TAM (peça de 105mm raiado) argentino, especialmente sua versão modernizada por especialistas israelenses, o 2C. Dito isto, e em face dos TAM argentinos concentrados próximos a fronteira do Brasil, o EB também concentra seus Leopard 1A5 na fronteira Sul do Brasil por ser uma região onde a vegetação e terreno (planícies com extensos campos abertos) são favoráveis ao emprego massivo de CC e demais meios mecanizados.

O TAM 2C tem uma capacidade de poder de fogo similar a do Leopard 1A5 brasileiro. Porém ele conta com algumas vantagens, tais como: Inclusão de uma APU, acionamento elétrico para torre e canhão, possibilidade de disparo em movimento a média velocidade e sistema dinâmicos especiais. Além disso, o TAM 2C tem a possibilidade de disparar pelo tubo o míssil LAHAT (LAser Homing ATtack) desenvolvido pela IAI, com capacidade de tiro indireto e certa capacidade contra helicópteros.
Portanto, para o EB, por enquanto, tanto os Leopard 1A5 quanto M60-A3 TTS, ainda 'conseguem' cumprir a missão.
Obviamente, gostaria de ver pelo menos uma centena de Leopard 2 (de preferência a versão A7) no inventário do EB, pelo menos como precaução. E não há restrições para o emprego em território brasileiro de CCs pesados. Presumo que a não efetivação de compra de CCs pesados, tal como o Leopard 2 (peso próximo a 60 tons), por exemplo, se dá pela restrição orçamentária, pela doutrina ainda muito baseada no 1A5-BR e por falta de uma ameaça séria aparente.
As restrições orçamentárias são as maiores inimigas do EB. Aquisição de CCs pesados e novos, por agora, se mostra praticamente impossível.
Aguardemos e torcemos por boa notícias na inspeção de blindados por oficiais do EB na Suíça.