Essa última frase deixou-me logo mal disposto. SE e só SE for exercida a opção de compra do 6º KC, é um autêntico desperdício de dinheiro, e prova claramente que quem gere esta porcaria, é ainda mais incompetente do que imaginava, para não chamar outra coisa. Oxalá não caiam nessa artimanha, a 110 milhões/aeronave, há muito melhores coisas onde gastar o dinheiro.
Calma, como te disse não dou crédito a quem supostamente terá falado nisso. "Falatório" é só isso mesmo, "falatório", e este hipotético negócio o que mais irá promover serão rumores, desinformação e contrainformação até haver alguma coisa em concreto, ou algum alto responsável a dar a cara para confirmar ou negar. Há demasiados interesses em jogo e as RP da FAP não são obrigadas a saber o que corre e ocorre nos meandros políticos, infelizmente cada vez mais a razão para o avanço de aquisições por ajuste directo.

Foram necessários 13 anos para se encomendar o sexto C-130, mas apesar deste hipotético "pacote negocial", digamos assim, poder contemplar muita coisa, duvido seriamente que o Estado deseje avançar a curto/médio prazo para a compra do KC de opção. Há forte pressão brasileira para se avançar com a compra de aparelhos Super Tucano (e não só), porém nada referente a mais um Millennium.
Numa nota mais pessoal: não me choca muito a aquisição de ST para a FAP (e não para a Sky Tech), afinal é uma boa aeronave e já velha conhecida da Força Aérea. Permitirá a transição dos pilotos destinados a aparelhos de asa fixa após o tirocínio no Épsilon, dará de novo meios a uma Esquadra 103 que tão peculiarmente se encontra activa há 3 anos sem os mesmos, e estou convencido que poderá ser uma mais-valia apesar dos possíveis contornos "obscuros" da sua aquisição. A pressão brasileira considero natural, afinal têm interesses em jogo, e a ser verdade que há um acordo tácito desde 2018 ou 19 essa pressão só tem é mesmo de existir. O que me choca é a fragilidade negocial onde constantemente nos encontramos, a falta de espinha dos nossos altos responsáveis, a procura da satisfação de interesses pessoais ou corporativos, sempre a colocar o país num patamar de subserviência.
Por exemplo: a Embraer ameaça que se não comprarmos os seus produtos e/ou não aceitarmos ser a "poster child" do construtor na Europa deslocalizam as suas fábricas para outro país? Ontem já seria tarde! Temos a Airbus, a Boeing, a Lockheed Martin, o trabalho e reconhecimento das OGMA fala por si. Porque haveremos sempre de estar de mão estendida e à mercê de quem tem outros interesses que não sejam necessariamente os nossos? A França quer ver Portugal na RCA e Mali com aeronaves COIN? Mas porque razão temos nós de aceder a este pedido, e adquirir do nosso próprio bolso meios para cumprir essa missão, uma cuja doutrina na FAP se perdeu há mais de 4 décadas? É que reaprender, formar e criar condições para isso leva algum - senão bastante - tempo. Porque não adquire a França os ST para o Armée de l'Air, comprometendo-se Portugal a comprar não 5, mas 10 ou 12 helicópteros médios por exemplo? São estas coisas que não percebo... ou melhor, até percebo bastante bem, mas por vezes gostava de ser ignorante.