Duma certa forma, concordo contigo quando dizes que Portugal não têm
feito nada para dar a conhecer ao mundo o problema de Olivença. Duma
certa forma, porque para já o litígio de Olivença consta no relatório da
CIA, por isso, já é uma boa coisa e um primeiro passo.
Agora, como tu sugeres, devia Portugal fazer de maneira a colocar a
questão na Comissão Europeia e nas Nações Unidas ; penso que será o
próximo passo lógico, mas quando ? Não sei.
Sabes, penso que o principal problema nisto, perante a Portugal, é recuperar
o concelho de Olivença e ficar em bons termos com a Espanha.
Aliás, para responder o que estavas a dizer na tua intervenção anterior,
na zona do concelho de Olivença, não existe fronteira : por isso, a retrocessão
de Olivença não estaria contra a constituição espanhola ... Outra coisa.
Em Gibraltar, todo o pessoal se sente a 110 % inglês e deve haver bem
poucos que se sentem espanhoís ...
O GAO é apoiado, de maneira discreta, pelo o governo, podes ter a
certeza disso. Claro, não posso dar provas do que digo, mas sei que é
assim.
Não temos o mesmo espírito guerreiro que vocês ; não quer dizer isso que
somos cobardes, nada disso, só que não temos este espírito de invasão.
Se leres os livros da historia portuguesa, veras que na altura que tinhamos
um grande império no oriente, muitos portugueses que viviam nessas
zonas, apesar de serem portugueses, não se identificavam com Portugal,
mas sim com a colónia na qual viviam.
Quanto a fechar a fronteira, simplesmente a gente não o pode, porque não
existe, por isso, a maior parte dos mapas de Portugal e de Espanha estão
incorrectos, ao desenhar uma fronteira onde não existe ...
Uma pergunta ? A que vos serve ter o casa na Nações Unidas ? O vosso
problema com Gibraltar também está num impasse ...
Tens que reconhecer que apesar dos vossos esforços para a retrocessão
de Gibraltar, ainda não adiantou a nada ... Se vocês têm direito em Gibraltar,
ainda mais direito temos no terrítorio de Olivença (apesar de o governo
ser silencioso nesse aspecto e de não haver queixa na Nações Unidas ou
na Comissão Europeia).