Olivença

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emarques

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« Responder #240 em: Fevereiro 28, 2005, 11:13:42 pm »
Era a maneira de haver pelo menos uma cervejeira espanhola a fazer cerveja que prestasse... :mrgreen:
Ai que eco que há aqui!
Que eco é?
É o eco que há cá.
Há cá eco, é?!
Há cá eco, há.
 

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Nautilus

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« Responder #241 em: Abril 02, 2005, 12:12:26 am »
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Grupo dos Amigos de Olivença
www.olivenca.org

Divulgação 03-2005

EXPRESSO, 25-03-2005

Mónica Contreras

«CONTRA OLIVENZA»
 
Um grupo de portugueses mantém vivo o lema 'Olivença é nossa', apesar da
indiferença de quem lá vive.

Ramón Rocha: O alcaide não tem dúvidas sobre a soberania espanhola
«Acusam-nos de sermos lunáticos, tontos, mas esquecem que o fundador do
Grupo de Amigos de Olivença (GAO) era oliventino», desabafa Paulo
Fernandes, futuro licenciado em gestão, de 29 anos, um dos 700 sócios do
Grupo. António Marques, da direcção do GAO, mostra-se siderado com o número
de portugueses que desconhecem a questão de Olivença. «Mas todos conhecem o
problema de Gibraltar, que opõe espanhóis e ingleses há 300 anos», lamenta.
«Tudo isto é anedótico», contesta, por seu lado, um oliventino de gema,
Gregório Torres Gallego, que, na espiral de publicações sobre o tema
surgidos de um lado e do outro da fronteira, se viu forçado a estudá-lo e a
editar mais uma Historia de Olivenza.
Quem entra em Olivença através de Elvas, pela ponte nova da Ajuda -
inaugurada em 2000 e construída apenas com dinheiros portugueses - não
percebe que continua, segundo a posição oficial portuguesa, em terras lusas.
Mesmo antes de se confrontar com a placa azul onde se lê «Espanha», logo no
fim da ponte que atravessa o Guadiana, o visitante recebe as boas-vindas
das operadoras espanholas de telemóveis. Chega ao centro da cidade e
respira-se Espanha, apesar da proximidade da fronteira. O pessoal dos cafés
e os empregados dos restaurantes, onde se servem as típicas tapas do país
vizinho, as crianças que brincam nas ruas, as mulheres que trocam dois
dedos de conversa a caminho de casa, os homens que se juntam na praça
principal para passar o tempo - todos falam castelhano. Os toldos das lojas
e o anúncio das «fiestas» apresentam-se na língua de Cervantes. E até as
ruas têm nomes castelhanos. «Isto foi tudo castelhanizado. O apelido Vieira
passou a Viera, o Gonçalves a Gonzales, e por aí fora», frisa Carlos Luna,
do GAO. «A mudança de toponímia foi um dos instrumentos para apagar o
passado», acusa.
«Temos duas mães»
Mas uma visita pelo «casco viejo» (a zona antiga) revela uma vontade de
manter viva a História. Em declarações ao EXPRESSO, o alcaide de Olivenza
diz que foram gastos milhões na recuperação dos monumentos herdados dos
portugueses. «Temos duas mães, duas culturas. Por isso, tanto as crianças
como os universitários aprendem o português. Não renegamos o passado», diz,
peremptório Ramón Rocha Maqueda, à frente dos destinos de Olivenza desde
1979.
«Temos quase cem portugueses a viver e trabalhar no concelho». O alcaide
anuncia o número com vaidade, depois de um telefonema para a secretária, a
quem pergunta: «Além do teu marido, quantos portugueses temos aqui?»
O autarca não tem dúvidas sobre a soberania espanhola de Olivença. E, para
as reforçar, anuncia: «Até ao final do ano, terminaremos as obras de
recuperação na metade (espanhola) da ponte velha. Os portugueses, se
quiserem, que deixem a sua parte com está, em ruínas».
«A restauração da ponte significa que foi recuperado entre os dois lados do
Guadiana algo que estava rasgado», defende Gregório Torres Gallego, para
quem a questão de Olivença não tem sentido - entre outros motivos, porque
Portugal, desde meados do séc. XIX, nunca fez nada para reivindicar a
devolução da cidade. Esta tese, que pode ser sintetizada no ditado «quem
cala, consente», é também defendida na obra La cuestión de Olivenza a la
luz del derecho internacional publico, editada o ano passado, por Carlos
Fernández Liesa, um catedrático de Direito Internacional.
«Eles não podem restaurar a ponte porque é património nacional», frisa
Carlos Luna, um descendente de bascos e de oliventinos, que sente todas as
iniciativas espanholas como tentativas para apagar a presença portuguesa em
Olivença. Dá-se, por isso, ao trabalho de produzir constantemente
instrumentos de divulgação da cultura e história portuguesas. Isto porque,
alega, as crianças da margem esquerda do Guadiana aprendem que Olivença
ficou sob tutela espanhola devido ao dote de uma princesa ou em troca de
Campo Maior. O próprio alcaide afirma que, depois da invasão do Alentejo,
Espanha devolveu «o que não interessava» e ficou com Olivença.
Cerca de 400 oliventinos, numa população de 11 mil habitantes, já ouviram
os originais de Zeca Afonso, Vitorino, António Barroso e Delfins. Tudo
graças a Carlos Luna, que, pela calada da noite e quase como que numa
actividade clandestina, oferece aos jovens de Olivença cassetes em
português, com música ou com a história de Olivença. «As pessoas têm medo
de ser vistas connosco», diz. As cassetes reproduzem também a voz de Luna,
lendo textos de iniciação ao espanhol traduzidos para português.
«Muy pesados»
Mas será que o interesse pelas raízes históricas pode ir além da mera
curiosidade? Afinal, os oliventinos têm, bem perto de casa, hospitais,
escolas, uma universidade, comércio. Ganham salários mínimos superiores ao
português e pagam a gasolina mais barata do que em Portugal.
«Achamos possível o regresso de Olivença a Portugal. Propomos uma
administração conjunta de 30 a 40 anos, seguida de um referendo, e em que
fique estabelecido que a população não perde regalias», defendem os Amigos
de Olivença. Até lá, é provável que repitam manobras como a do Verão
passado, no início da «Vuelta» em bicicleta em Olivença. Mal souberam da
iniciativa, os «amigos» portugueses (ou «inimigos», como gosta de os
classificar o alcaide) de Olivença, rumaram em direcção ao ponto de partida
e distribuíram bandeiras portuguesas e panfletos, com frases do género:
«Por que não começar a Vuelta no País Basco ou na Catalunha?» A Guardia
Civil foi chamada a intervir e a manter sob a sua alçada os «subversivos».
«Son muy pesados», descreve um oliventino, quando lhe vêm à memória as
«estocadas» dos Amigos de Olivença. «Chatos», em português.

O QUE DIZ A HISTÓRIA
Apesar das pretensões portuguesas sobre Olivença, a verdade é que o reino
de Espanha assentou arraiais nesta vila raiana em 1801 e nunca mais saiu.
Olivença tornou-se portuguesa de facto e 'de jure' em 1297, através do
Tratado de Alcanizes celebrado entre D. Dinis, de Portugal, e Fernando IV,
de Castela. Sob os reinados portugueses, tornou-se uma praça contra o
inimigo espanhol, com a fortificação templária e a torre de 40 metros sobre
o castelo. Em 1509, começa a construção da ponte sobre o Guadiana (hoje em
ruínas) e mais tarde são erigidas a igreja da Madalena e a Misericórdia.
Em 1801, durante a invasão do Alentejo pelas tropas espanholas apoiadas
pelos franceses, Olivença e outra vilas rendem-se. Nesse ano, Portugal
vê-se obrigado a assinar um acordo com Napoleão Bonaparte e Carlos IV, de
Espanha, a que se dá o nome de Tratado de Badajoz, e no qual Portugal perde
para os espanhóis «a praça de Olivença, o seu território e os povos desde o
Guadiana», que passa a constituir a fronteira entre os dois países. O
artigo IV tem, no entanto, uma ressalva que sustenta as pretensões lusas: o
acordo tornar-se-ia nulo se um dos seus pontos fosse violado. E foi. Em
1807, franceses e espanhóis invadem Portugal, obrigando a Família Real a
refugiar-se no Brasil.
Em 1808, no Brasil, o Príncipe Regente D. João publica um manifesto
considerando sem efeito o Tratado de Badajoz. Na perspectiva portuguesa,
fica claro que o famoso artigo 105º obriga os espanhóis a devolverem
Olivença. Os espanhóis fazem uma leitura diferente e do dito artigo dizem
que é uma declaração de intenções.

(Mónica Contreiras)
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www.olivenca.org <http://www.olivenca.org> olivenca@olivenca.org
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« Responder #242 em: Abril 16, 2005, 04:02:43 pm »
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Lisboa, 11 de Abril de 2005

O Grupo dos Amigos de Olivença realiza durante o ano corrente um Ciclo de
Colóquios/Debates subordinado ao tema "Portugal, Olivença e a Dinâmica
Peninsular", no qual participam personalidades reconhecidas da Política e
da Cultura.

No próximo debate, a ter lugar no dia 18 de Abril (2.ª Feira), às 18:30
horas, na Casa do Alentejo, em Lisboa, o Senhor Professor Jorge Miranda
(Professor Catedrático da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa)
falará sobre "A Constituição da República e a Questão de Olivença", sendo
moderador o Jornalista Carlos Albino (Correspondente Diplomático do Diário
de Notícias).
__________________
Rua das Portas de Santo Antão, 58 (Casa do Alentejo) 1150-268 Lisboa
Tlm. 96 743 17 69 - Fax. 21 259 05 77 - www.olivenca.org  -
olivenca@olivenca.org


Oportunidade de tirar duvidas alguém que ainda as possa ter.
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« Responder #243 em: Abril 21, 2005, 07:09:38 pm »
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No âmbito do Ciclo de Conferências «Portugal, Olivença e a Dinâmica
Peninsular», promovido pelo GAO, realizou-se no dia 18 de Abril o
Colóquio/Debate sobre «A Constituição da República e a Questão de
Olivença», com a participação do Professor Jorge Miranda e moderado pelo
Jornalista Carlos Albino.
Expondo o seu entendimento sobre o tema, o Professor Jorge Miranda
sublinhou que, na perspectiva da Lei Fundamental, Olivença está englobada
sem equívocos nos limites de Portugal, aliás de maneira mais clara que em
anteriores formulações constitucionais, apesar de não ser feita uma
referencia explícita ao território.
A assunção de Olivença como parcela de Portugal é, do ponto de vista
normativo, de natureza imperativa. Face a esta imperatividade, a inércia do
Estado em exigir a retrocessão de Olivença, embora podendo não se traduzir
em inconstitucionalidade por omissão, significa uma manifesta e relevante
omissão política.
Os direitos de Portugal não se encontram prescritos, apesar do decurso de
dois séculos de ocupação espanhola, uma vez que sempre as autoridades
portuguesas reiteraram o não-reconhecimento da ocupação.
No caso de Olivença, não releva nem tem aplicação o direito à
autodeterminação dos povos, uma vez que o conceito não pode valer contra a
pertença jurídica do território a Portugal. Naturalmente, ao reintegra-se
Olivença no todo nacional, terão de ser preservados e garantidos os
direitos dos oliventinos, designadamente os resultantes das suas
particulares ligações à cultura espanhola.
Pela actual situação de Olivença, iníqua e desrespeitadora do Direito
Internacional, todos os portugueses - e não só os políticos - têm uma
quota-parte de responsabilidade, em particular aqueles que, nas áreas do
saber e da intervenção pública, têm negligenciado o assunto. Como lembrou o
conferencista, é significativo o desconhecimento da História de Portugal
entre as gerações actuais.

Na ocasião, o Professor Jorge Miranda concedeu uma entrevista à Rádio
Renascença em que sublinhou :
«Nós não conseguimos ainda, em Portugal, criar o mesmo ambiente em relação
a Olivença que existe na Espanha em relação a Gibraltar. Não conseguimos
ainda denunciar, de certa maneira, a hipocrisia espanhola que quer
recuperar Gibraltar, que cedeu por tratado, quando Olivença deveria ter
sido cedida a Portugal - deveria ter sido restituída a Portugal - mas isso
não significa que vamos desistir!».
Rádio Renascença - 18-04-2005 - 22:57
http://www.rr.pt/noticia.asp?idnoticia2889

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dremanu

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« Responder #244 em: Abril 22, 2005, 02:08:25 am »
Citação de: "Nautilus"
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No âmbito do Ciclo de Conferências «Portugal, Olivença e a Dinâmica
Peninsular», promovido pelo GAO, realizou-se no dia 18 de Abril o
Colóquio/Debate sobre «A Constituição da República e a Questão de
Olivença», com a participação do Professor Jorge Miranda e moderado pelo
Jornalista Carlos Albino.
Expondo o seu entendimento sobre o tema, o Professor Jorge Miranda
sublinhou que, na perspectiva da Lei Fundamental, Olivença está englobada
sem equívocos nos limites de Portugal, aliás de maneira mais clara que em
anteriores formulações constitucionais, apesar de não ser feita uma
referencia explícita ao território.
A assunção de Olivença como parcela de Portugal é, do ponto de vista
normativo, de natureza imperativa. Face a esta imperatividade, a inércia do
Estado em exigir a retrocessão de Olivença, embora podendo não se traduzir
em inconstitucionalidade por omissão, significa uma manifesta e relevante
omissão política.
Os direitos de Portugal não se encontram prescritos, apesar do decurso de
dois séculos de ocupação espanhola, uma vez que sempre as autoridades
portuguesas reiteraram o não-reconhecimento da ocupação.
No caso de Olivença, não releva nem tem aplicação o direito à
autodeterminação dos povos, uma vez que o conceito não pode valer contra a
pertença jurídica do território a Portugal. Naturalmente, ao reintegra-se
Olivença no todo nacional, terão de ser preservados e garantidos os
direitos dos oliventinos, designadamente os resultantes das suas
particulares ligações à cultura espanhola.
Pela actual situação de Olivença, iníqua e desrespeitadora do Direito
Internacional, todos os portugueses - e não só os políticos - têm uma
quota-parte de responsabilidade, em particular aqueles que, nas áreas do
saber e da intervenção pública, têm negligenciado o assunto. Como lembrou o
conferencista, é significativo o desconhecimento da História de Portugal
entre as gerações actuais.

Na ocasião, o Professor Jorge Miranda concedeu uma entrevista à Rádio
Renascença em que sublinhou :
«Nós não conseguimos ainda, em Portugal, criar o mesmo ambiente em relação
a Olivença que existe na Espanha em relação a Gibraltar. Não conseguimos
ainda denunciar, de certa maneira, a hipocrisia espanhola que quer
recuperar Gibraltar, que cedeu por tratado, quando Olivença deveria ter
sido cedida a Portugal - deveria ter sido restituída a Portugal - mas isso
não significa que vamos desistir!».
Rádio Renascença - 18-04-2005 - 22:57
http://www.rr.pt/noticia.asp?idnoticia2889

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Até que enfim alguém começou a prestar atenção. Há que dar tempo ao tempo, e "Crer para vencer!", porque mais dia menos dia, a questão de Olivença vai ser relançada na consciência nacional...Pelo menos essa é a minha esperança.  :D
"Esta é a ditosa pátria minha amada."
 

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Nautilus

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« Responder #245 em: Abril 22, 2005, 09:50:40 pm »
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Até que enfim alguém começou a prestar atenção. Há que dar tempo ao tempo, e "Crer para vencer!", porque mais dia menos dia, a questão de Olivença vai ser relançada na consciência nacional...Pelo menos essa é a minha esperança.


E a sua esperança e a de todos nós Portugueses.
E como se costuma dizer Deus o oiça Dreamanu.
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Tiger22

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« Responder #246 em: Maio 07, 2005, 03:05:34 am »
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EXPRESSO
23/04/2005


AS DUAS FACES DE OLIVENÇA
José Frota

Uma investigadora viveu dois anos com os oliventinos e revela o que pensam
de Portugal

Os oliventinos preferem as férias em Portugal, falam português como segunda
língua e rejeitam ser vistos como castelhanos. Mas não querem abandonar
Espanha

Os naturais de Olivença ainda gostam de se rever no espaço português que
lhes é mais familiar, preferindo como destino de férias, por exemplo,
Lisboa, Coimbra, Fátima, Évora e o Algarve. Continuam na sua maioria a
falar português como segunda língua, mas não esquecem o abandono a que
Portugal os votou desde sempre.
Estas são algumas das conclusões da investigadora eborense Ana Paula Fitas,
que durante dois anos viveu em Olivença, tendo-se doutorado no passado dia
11 de Março, na Universidade Nova de Lisboa, com uma tese inédita sobre a
questão oliventina.
«O Estado português nunca procedeu com a veemência e a contundência
necessárias para exigir a restituição do território de Olivença,
sacrificando-o sempre a subjectivos e estranhos critérios de definição do
conceito de interesse nacional», afirma Ana Paula Fitas na sua tese de
doutoramento, que recebeu do júri a classificação máxima de «Muito Bom, com
distinção e louvor».
A investigadora considera que Portugal perdeu uma oportunidade única de
colocar o assunto como prioritário na sua agenda diplomática, quando, em
2001, se abriu um contencioso com Espanha a propósito da reconstrução da
velha ponte da Ajuda. E recorda que em 8 de Junho desse mesmo ano deu
entrada na Assembleia da República uma petição subscrita por 5049 cidadãos
nacionais que solicitavam, entre outros aspectos, que o ministro dos
Negócios Estrangeiros se deslocasse a S. Bento para, em sessão plenária,
explicar a posição do Governo português sobre a questão de Olivença.
Mecanismos dilatórios da mais diversa ordem nunca permitiram que tal se
viesse a concretizar.
«Será que o Estado português considera que Espanha adquiriu o território de
Olivença por 'usocapião' e tenciona protelar indefinidamente uma tomada de
posição pública só para não incorrer no desagrado de Madrid?», interroga-se
a investigadora que entende que qualquer acordo entre os dois países é
preferível à atitude de ignorar a existência deste problema de direito
internacional, com cerca de dois séculos de existência, e se reporta à
delimitação de fronteiras entre os dois países.
Em contraste com a indiferença e o conformismo nacionais, Ana Paula Fitas
refere ainda as reacções espanholas ao relatório da agência americana CIA,
em 2003, que apontava a questão oliventina como um dos potenciais focos de
conflito regionais na Europa. E revela um facto praticamente desconhecido
no nosso país: a expulsão de militante do PSOE do embaixador Máximo Cajal,
na sequência da publicação, nesse mesmo ano, da sua obra Ceuta, Melilla,
Olivenza y Gibraltar - Dónde acaba España? No livro, o diplomata
questionava a legitimidade da soberania espanhola sobre aqueles
territórios. Foi por isso afastado, por se haver considerado que se tratava
de uma tomada de posição pública «politicamente incorrecta», capaz de pôr
em causa a unidade da
Espanha.

RESISTIR A ESPANHA.

O trabalho de Ana Paula Fitas foi realizado no âmbito da especialidade da
cultura portuguesa e intitula-se «Continuidade Cultural e Mudança Social -
Um estudo etnológico comparado entre Juromenha e Olivença». Para o elaborar
viveu dois anos na região, tendo utilizado o método antropológico
participante, o que proporcionou um contacto muito directo e profundo com a
população e com as instituições locais. Tal facto leva-a à formulação de
nova censura a Portugal: «Não há nem nunca houve qualquer política de
salvaguarda do património cultural e etnológico português, lesando-se assim
a população oliventina na preservação da sua memória histórica e
deixando-se que as marcas da sua singularidade regional, das quais tanto se
orgulha, acabem por desaparecer».
Para esta especialista em Estudos Portugueses, o convívio com a população -
composta por cerca de dez mil pessoas - permitiu-lhe perceber a forma de
construção da sua actual identidade. «Ela é portuguesa, do ponto de
vistahistórico; oliventina (singular), na perspectiva cultural; e
politicamente espanhola no contexto regional», esclarece, para acrescentar
depois que «a tentativa de castelhanização das suas gentes e do seu modo de
vida ainda não se impôs».
Até à instauração da democracia espanhola, os oliventinos foram perseguidos
e discriminados socialmente, tendo pago a factura da sua origem portuguesa.
Hoje, como os alentejanos, vivem essencialmente da agricultura. Há trinta
anos eram tão pobres quanto os de Juromenha. Mas, com a criação das
comunidades autónomas, acabaram por dar o salto em frente, muito devendo ao
alcaide Ramón Rocha, que os integrou de pleno direito na região da
Extremadura.
Na opinião de Ana Paula Fitas, as gentes de Olivença sempre resistiram à
mudança social orientada segundo os paradigmas sociais, políticos e
ideológicos do Estado espanhol, a partir do final da administração
portuguesa. «Isto é particularmente evidente na continuidade cultural
portuguesa que se manifesta em grande parte das suas representações
sociais», elucida. Por isso avança com a afirmação de que Olivença é ainda
hoje «uma realidade luso-espanhola».
Ana Paula Fitas conclui que, se «não houver uma intervenção cultural
portuguesa no território, os oliventinos estão expostos à adesão a práticas
e símbolos homogeneizantes que debilitarão as suas reservas de resistência
cultural».
(José Frota)


PORTUGAL DEIXA AVANÇAR OBRAS
Mónica Contreras

O MINISTÉRIO dos Negócios Estrangeiros não deverá tomar qualquer posição
caso os espanhóis concretizem a ameaça de reconstruir a velha ponte da
Ajuda, que durante séculos ligou Portugal a Olivença - apurou o EXPRESSO
junto de fontes do Palácio das Necessidades. O gabinete do ministro Freitas
do Amaral recusou-se a fazer comentários à posição espanhola, que surge à
revelia do parecer do IPPAR (Instituto Português do Património
Arquitectónico) sobre a proposta de restauro apresentada há anos por
Espanha.
O alcaide de Olivença, Ramón Rocha, disse ao EXPRESSO na edição de 25 de
Março que, «até ao final do ano terminaremos as obras de recuperação na
metade (espanhola) da ponte». E disse mais: «Os portugueses, se quiserem,
que deixem a sua parte como está, em ruínas». Só que a velha ponte -
mandada construir em 1509 pelo rei D. Manuel, para ligar as duas margens
portuguesas do Guadiana, e destruída em 1709 pelos espanhóis - foi
classificada em 1967 como monumento nacional. Foi por isso que o Grupo de
Amigos de Olivença (GAO) conseguiu, com uma acção em tribunal, congelar as
obras de restauro iniciadas na margem esquerda do Guadiana. Num acordo de
12 de Janeiro de 2000, foi atribuída aos espanhóis a reconstrução da velha
ponte, enquanto Portugal ficou responsável pelo financiamento e construção
da nova ligação sobre o Guadiana, inaugurada nesse ano. Mas no documento
ficou também escrito que as intervenções na velha ponte teriam de ser
submetidas ao parecer dos respectivos ministérios da Cultura. Portugal,
através do IPPAR, chumbou o projecto. Agora, contactado pelo EXPRESSO sobre
a posição que irá tomar sobre a nova investida espanhola, remete a resposta
para o MNE, por se tratar de «uma questão sensível».
António Marques, do GAO, classifica a posição espanhola como «um gesto de
inimizade» e apela ao Estado para tomar uma posição: «Agora que existem
boas relações entre Portugal e Espanha, é a altura certa para clarificar a
questão de Olivença».
(Mónica Contreras)


Citar
Grupo dos Amigos de Olivença
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DIÁRIO DO SUL
29-Abril-2005
Jornalista LUÍS MANETA

Investigadora Ana Paula Fitas elabora tese sobre Olivença:
"PORTUGAL AFASTOU-SE E NEGLIGENCIOU O TERRITÓRIO OLIVENTINO"

Com a classificação máxima de "Muito Bom, com distinção e louvor", a
investigadora Ana Paula Fitas doutourou-se na Universidade Nova de Lisboa
com uma tese sobre a questão oliventina. "Continuidade Cultural e Mudança
Social - Um Estudo Etnológico Comparado entre Juromenha e Olivença" é o
título de um trabalho que analisa os últimos duzentos anos na vida das duas
povoações.

Diário do Sul - Quais os motivos da escolha deste tema para a tese de
doutoramento?

Ana Paula Fitas - A questão da continuidade cultural é uma questão que do
ponto de vista antropológico é determinante para compreender as sociedades
contemporânes. Por um lado porque a continuidade cultural nos remete para a
construção da identidade histórica, social, e cultural das populações. Por
outro porque todas as sociedades estão sujeitas à mudança, que é um
processo dinâmico da organização social. Nesta sentido trata-se de perceber
como é que se processava a construção social das identidades culturais,
históricas e sociais destas populações e destas regiões.

DS - E desse ponto de vista, este é um território muito particular. De que
modo a questão de Olivença que, pelo menos do lado português continua em
aberto, influenciou a escolha do local para a realização do estudo?

APF - O território composto pelos municípios de Juromenha e Olivença é
óptimo para fazer um estudo deste tipo porque sendo uma área espacialmente
contígua apresentava uma particularidade assaz pertinente para esta
problemática e que se prende com o facto de há 204 anos atrás, portanto em
1801, Olivença ser um município português tal como Juromenha, que também
era município e sede de Concelho. Eram duas localidades em espaço contíguo
e sujeitas ao mesmo tipo de administração política. Passado este tempo há
um processo de diferenciação na forma de organização social das duas
populações uma vez que uma ficou sujeita à administração política
portuguesa, outra à espanhola. Daí ser interessante ver o que é que se
manteve e o que é que mudou nestas duas localidades.

DS - No caso de Olivença, duzentos anos depois são perceptíveis alguns
traços do que podemos denominar como "portugalidade"?

APF - Sim, sim...sem dúvida.

DS - Visíveis em que aspectos?

APF - É perfeitamente visível na gastronomia, na música popular, no
folclore, muito influenciado pelos corridinhos e pelas saias. È também
visível nas danças e na religião popular - o tipo de cultos, de
manifestações religiosas, de festividades populares. E na língua,
naturalmente.

DS - De um ponto de vista da língua, em que medida o Português está ainda
presente em Olivença?

APF - A população oliventina fala português como segunda língua. A
população idosa, com mais de 60 anos, fala um português correcto
exactamente como os alentejanos. E dizem, ainda hoje o afirmam, que a fala
deles é o Português. Utilizam a língua espanhola por uma questão de
integração social, de socialização, porque há muita população espanhola que
está ali instalada há diversas gerações e porque a administração política,
institucional e escolar é espanhola. De forma que existe uma adaptação e
uma adopção do espanhol como língua de uso, se assim se pode dizer.

DS - E o Português?

APF - É um Português, diria, alentejano. Porque mesmo em expressões
idiomáticas utilizam expressões como as que são usadas no Alentejo. Quando
falamos em português com um oliventino idoso não encontramos nenhuma
diferença.
A perda do uso da língua ficou a dever-se a questões políticas - o uso do
português foi proibido em meados do século XIX e novamente proibido em
meados do século XX, o que fez com que a língua deixasse de ser usada em
espaço público passando a falar-se quase exclusivamente no espaço
doméstico. Com o processo de escolarização, as gerações mais recentes
acabaram por adoptar a língua espanhola e deixaram de praticar o português.

DS - A Ana Paula Fitas refere que da parte portuguesa, todo esse património
cultural e etnológico de Olivença foi deixado como que ao abandono.

APF - A questão política impediu qualquer aproximação do ponto de vista
físico, social e cultural. Nem o Estado Português nem os portugueses se
mobilizaram para reforçar o património cultural português em Olivença. Do
ponto de vista arquitectónico isso poderia ser difícil uma vez que a
administração é espanhola mas ao nível das actividades culturais e de
divulgação da leitura, por exemplo, esse trabalho nunca foi feito. O Estado
afastou-se e negligenciou completamente aquele território deixando-o
exposto a todos os tipos de influências e de construção social que Espanha
quisesse desenvolver em território oliventino.
"you're either with us, or you're with the terrorists."
 
-George W. Bush-
 

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Nautilus

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« Responder #247 em: Maio 22, 2005, 04:42:27 pm »
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OLIVENÇA: DOIS SÉCULOS DE USURPAÇÃO


               Em 20 de Maio de 1801, passam hoje 204 anos, a «Nobre, Leal
e Notável Vila de Olivença» foi ocupada militarmente pelos exércitos de
Espanha.
               Iniciou-se a colonização e a espanholização de um território
onde, desde sempre, florescera a cultura portuguesa.
               Impediu-se o contacto de Olivença com o resto do país,
escondeu-se aos oliventinos a sua origem, a sua história, a sua cultura,
castelhanizaram-se os nomes, proibiu-se o uso da língua portuguesa.
               O processo de colonização, aculturação e espanholização,
necessariamente apoiado na força e na repressão, encontrando a resistência
surda dos oliventinos, continua ainda nos nossos dias.
               Portugal e a cultura portuguesa defrontam-se com a ocupação
e o sequestro de uma parte de si. A língua portuguesa - a pátria de
Fernando Pessoa! - encontra-se diminuída na sua universalidade. Aqui, à
nossa beira, em Olivença.
               Em contraponto, também hoje, comemora-se o segundo
aniversário da República Democrática de Timor Leste, proclamada em 20 de
Maio de 2002. No outro lado do Mundo.
               Tal como Timor Leste afastou o ocupante estrangeiro e
iniciou a construção do seu próprio Estado, reservando à língua portuguesa
uma particular importância, também Olivença obterá Justiça, resgatando a
sua História e a sua Identidade, reencontrando-se com a Cultura e a Língua
de Camões e de Pessoa!
               Contra o silêncio e a indignidade, um passo por Olivença!
               Lx., 20 de Maio de 2005.

               A Direcção


________________

Rua das Portas de S. Antão, 58 (Casa do Alentejo) -  1150-268 Lisboa
www.olivenca.org - olivenca@olivenca.org - Tlm.: 967 431 769 - Fax.: 212
590 577
"Que o país deixe de ter medo!"
Humberto Delgado

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ferrol

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« Responder #248 em: Maio 23, 2005, 11:09:39 am »
Citação de: "Nautilus"
Rua das Portas de S. Antão, 58 (Casa do Alentejo) -  1150-268 Lisboa
www.olivenca.org - olivenca@olivenca.org - Tlm.: 967 431 769 - Fax.: 212
590 577

¿A que distancia está a Rua das Portas de San Antón, 58, Lisboa da praza do Concello de Olivenza?
Tu régere Imperio fluctus, Hispane memento
"Acuérdate España que tú registe el Imperio de los mares”
 

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Nautilus

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« Responder #249 em: Maio 23, 2005, 12:57:27 pm »
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¿A que distancia está a Rua das Portas de San Antón, 58, Lisboa da praza do Concello de Olivenza?


A distancia é menor a que Olivença esta de Madrid.
E convem estar longe da democratica guarda civil.
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Humberto Delgado

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papatango

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« Responder #250 em: Maio 26, 2005, 02:41:24 pm »
E não esquecer, que Lisboa está mais próxima de Olivença, que Madrid está do britânico rochedo de Gibraltar...

Eu diria que a distância, não tem grande siginificado para a questão...

Cumprimentos
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
Contra a Estupidez, não temos defesa
https://shorturl.at/bdusk
 

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Nautilus

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« Responder #251 em: Junho 11, 2005, 02:44:21 pm »
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Divulgação 08-2005

Saiu o Boletim OLIVENÇA-PORTUGAL de Maio/2005, disponível para consulta em:

http://www.olivenca.org/boletins/Bol_GAO_200505.pdf
 
"Que o país deixe de ter medo!"
Humberto Delgado

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Jorge Pereira

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« Responder #252 em: Agosto 26, 2005, 01:32:23 am »
Assisti ontem à noite a uma conferência no Porto do Grupo dos Amigos de Olivença e fiquei impressionado com o número de pessoas que assistiu, as várias faixas etárias, as diferentes profissões, os seus conhecimentos sobre o assunto e a vitalidade e o interesse que está questão suscita entre as pessoas.

Ouvi também relatos de situações vividas naquela vila e fiquei com a nítida impressão que é só uma questão de tempo até a legalidade ser reposta nesta questão.

Não é possível apagar a história e a cultura de um povo, mais tarde ou mais cedo esta virá ao de cima. Estou só a lembrar-me de Timor-Leste.

Sempre que puderem assistam a uma destas reuniões que são realizadas por todo o país. Valem a pena.
Um dos primeiros erros do mundo moderno é presumir, profunda e tacitamente, que as coisas passadas se tornaram impossíveis.

Gilbert Chesterton, in 'O Que Há de Errado com o Mundo'






Cumprimentos
 

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Nautilus

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« Responder #253 em: Agosto 27, 2005, 12:12:00 am »
Tera sido a este serão que assistiu?

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FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO SOCIAL DO PORTO
Uma Casa do Porto
Rua de Bonjóia. 185
4300-082 Porto

SERÕES DA BONJÓIA
Um roteiro de partilha de vivências na Casa e Quinta de Bonjóia
Dia 25 de Agosto de 2005
21h00

Olivença, 1801-2005: Ofensa à História, à Cultura e ao Direito.
«Decorridos dois séculos sobre a ocupação por Espanha do território de
Além-Guadiana. situação não aceite nem reconhecida por Portugal, a Questão
de Olivença continua pertinente e mantém-se actual.  
Suspenso de malabarismos político-diptomáticos, em que a má-consciência
espanhola e a cautela portuguesa se equilibram, aparentemente afastado das
prioridades político-diplomáticas e diminuído na agenda mediática, o
litígio permanece como esqueleto incómodo nos armários das chancelarias
peninsulares.
Para encontrar uma solução para o litígio, que as circunstâncias europeias
e internacionais tornam hoje mais fácil e viável, ao calculismo político e
ao cinismo diplomático deve opor-se a consciência e diligência da cidadania»
"Que o país deixe de ter medo!"
Humberto Delgado

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Nautilus
 

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Manu

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« Responder #254 em: Agosto 29, 2005, 10:34:27 pm »


¿Donde está la bandera Portuguesa?  :lol:  :lol:  :twisted:  8)

Saludos