NaPaOc ‘Amazonas’ em Cape Town: com poucos navios disponíveis, MB continua a empregar seus meios distritais em longas travessias pelo AtlânticoO navio-patrulha oceânico Amazonas (P-120), de 90,5 m de comprimento e 2.600 toneladas de deslocamento, esteve, entre os dias 8 e 12 deste mês, em Cape Town, na África do Sul.
O barco atendeu a um convite da Marinha sul-africana para participar de festividades no Victoria & Alfred Waterfront (V&A Waterfront) – um complexo portuário erguido no século 19 que rivaliza com os mais famosos do mundo, situados em Boston, Baltimore, Vancouver e Toronto – na América do Norte –, em Cardiff, Londres Rotterdam e Barcelona – na Europa – e em Sydney, Melbourne, Singapore e Osaka, na Ásia e Oceania.
Uma das principais unidades do Grupamento Naval do Sudeste, o Amazonas deixou o Rio de Janeiro no fim do mês passado, adotando um rumo geral na direção sudeste, para poder alcançar a cidade de Cape Town, que, em linha reta, dista 6.070 km da capital fluminense. Durante a travessia a tripulação foi submetida a diferentes tipos de treinamento.
Incorporado à Marinha do Brasil em 29 de junho de 2012, no porto inglês de Portsmouth, o navio é dos mais novos da frota brasileira.
Ele e outras duas unidades de sua classe foram construídas pela indústria naval britânica para a Guarda Costeira de Trinidad Tobago, mas em 2011 ficaram repentinamente disponíveis. Uma ação rápida do Comando da Marinha do Brasil – à época a cargo do almirante-de-esquadra Moura Neto – arrematou os três navios.
Flag Officer Fleet – A utilização da classe Amazonas deveria estar relacionada à vigilância das águas jurisdicionais brasileiras, incluindo a proteção das reservas de petróleo e gás da plataforma continental brasileira. Mas a Esquadra enfrenta tantas limitações operacionais – devido à idade avançada das suas fragatas classes Niterói e Greenhalgh – que o Comando de Operações Navais vem lançando mão dos NaPaOcs classe Amazonas, classificados como meios distritais, para comissões que exigem grandes travessias, na África e até no Líbano.
Em Cape Town o comandante do Amazonas, capitão-de-fragata Alessander Felipe Imamura Carneiro, foi recebido pelo contra-almirante Bubele Kitie Mhlana, Flag Officer Fleet – comandante da frota sul-africana –, e parte de seu staff, na Base Naval de Simon’s Town.
Mhlana – um ex-comandante do Esquadrão de Fragatas de sua Força Naval que atendeu a cursos de formação nas Marinhas do Reino Unido e dos Estados Unidos – ganhou dos visitantes brasileiros uma placa de madeira com o brasão do patrulheiro do Brasil. Em 2012 ele já havia sido condecorado pela Marinha brasileira com a Medalha Mérito Tamandaré.
Mais tarde foi a vez de o comandante Imamura e seus oficiais recepcionarem o chefe da frota sul-africana e sua comitiva a bordo do navio brasileiro, onde todos participaram de um almoço.
Programações desse gênero, que preservam a camaradagem e as tradições marítimas entre nações amigas são relativamente comuns, e a Marinha do Brasil faz um esforço por mostrar a bandeira, mesmo estando sob forte regime de contenção de despesas.
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