La Alamedilha - um aldeia de fala portuguesa em Salamanca

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foxtrotvictor

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« Responder #15 em: Março 14, 2008, 07:47:49 pm »
Citação de: "quintanova"
Agora terras portuguesas onde se fala castelhano, conheço:

Miranda do Douro
Rio de Onor (?)
Barrancos


Castelhano em Miranda do Douro? Olhe que está enganado. Na minha terra fala-se a língua mirandesa. Aconselho-o a dar uma vista de olhos na Lei 07/99. Os únicos que falam castelhano são os turistas espanhóis de fim-de-semana que vão pelos recuerdos.
 

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Lancero

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« Responder #16 em: Março 14, 2008, 08:16:31 pm »
E em Rio de Onor todos falam quer o português quer o castelhano - pelo menos foi o que me disseram quando lá estive.
Mas o boi comunitário está do lado português
"Portugal civilizou a Ásia, a África e a América. Falta civilizar a Europa"

Respeito
 

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manuel liste

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« Responder #17 em: Março 14, 2008, 09:37:48 pm »
Citação de: "quintanova"
Caro Manuel Liste,

Tendo estudado o caso Galego, posso dizer-lhe que o muitas vezes referido "Estado Central" impos desde o século XVI o castelhano, chegando ciclicamente a proibir o uso dos 'dialectos' locais (hoje línguas espanholas consagradas em Lei).

No século XX, passou-se de uma proibição estreita sob Franco, para a melhor forma de suprimir as 'outras' línguas espanholas, a pressão económica.

Ao questionar-se os pais galegos, eles indicam que evitam falar o Galego com os seus filhos (auto proibem-se, logo) porque sabem que só o Castelhano lhes permitirá qualquer espécie de futuro. Nem Franco poderia desejar melhor.

Já em Democracia, o PP do Fraga tomava uma atitude de desrespeito e total desprezo pela língua espanhola (o Galego).

Assim, o Galego, como todas as outras línguas espanholas, excepto o Castelhano, sofrem vítimas e reféns de si mesmas e da colonização cultural castelhana que durou anos e anos, muitas vezes acompanhada da colonização física (Olivença é um bom exemplo).

Como toda a regra tem uma excepção, a língua espanhola (o Catalão), baseada num zona de forte poderio económico, mantém-se forte e desafiante, ainda que tenha sido também ela (a Catalunha) fortemente colonizada por vagas de pobres da zona central de Espanha.

Concluindo, a língua do sábio Alfonso X (que escrevia a sua poesia apenas em galaico-português, diga-se de passagem) tem hoje atrás de si um espectro ao mesmo tempo de brilhantia como de genocidio cultural, servido hoje em dia pela dita Mundialização.

Assim, é natural que cada vez menos se fale as línguas originais em cada lado da fronteira. A língua é um luxo a que as minorias oprimidas não se podem dar ao luxo.


Me aburre discutir sobre asuntos de España con ustedes, sólo quise decir que en Goian no se habla portugués y punto. Aquí nunca se ha hablado lusitano, sólo gallego y castellano.

Si alguien dice lo contrario demuestra lo poco que conoce Galicia
 

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quintanova

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« Responder #18 em: Março 14, 2008, 10:20:59 pm »
Eu quando falo de Castelhano falo da família linguística Leonês-Castelhana, e não do Castelhano padrão. E quando falo do Português, falo da família linguística Galego-Portuguesa.
Desta forma, também achei estranho a colocação de uma terra galega, dado que na Galiza predomina (nível rural e pessoas idosas) uma língua do Galego-Português. Mas coloquei, dada a fonte.

Entre outras coisas, o elemento mais distinto entre as duas famílias é a queda do /n/ intervocálico (ex: arena vs. areia).

Seja como for, apenas referi alguns conhecimentos fundados que eu tenho sobre a realidade linguística espanhola, com base, diga-se, em fontes espanholas e na própria legislação do Reino de espanha (que chama a todas as línguas de Espanha, línguas espanholas).
Assim, considero-me perfeitamente autorizado a denominar o Galego ou o Catalão de Espanhol, tanto quanto o faço ao Castelhano.

O passado já lá vai, mas quem o esquece, estará condenado a repeti-lo.

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quintanova

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« Responder #19 em: Março 14, 2008, 10:25:04 pm »
Citação de: "foxtrotvictor"
Castelhano em Miranda do Douro? Olhe que está enganado. Na minha terra fala-se a língua mirandesa. Aconselho-o a dar uma vista de olhos na Lei 07/99. Os únicos que falam castelhano são os turistas espanhóis de fim-de-semana que vão pelos recuerdos.


Caro FV,

Não nego isso, mas o Mirandês é uma língua da família Leonesa-Castelhana.
Talvez tenha utilizado o termo castelhano de forma redutora.

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quintanova

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« Responder #20 em: Março 14, 2008, 10:30:52 pm »
Citação de: "manuel liste"
Me aburre discutir sobre asuntos de España con ustedes, sólo quise decir que en Goian no se habla portugués y punto. Aquí nunca se ha hablado lusitano, sólo gallego y castellano.
Si alguien dice lo contrario demuestra lo poco que conoce Galicia


Então haverá um grupo de galegos instruídos que não conhecem a Galiza - o Movimento de Defesa da Língua. Toda a dissenção começa por ser interna.

O facto permanece que o Galego, enquanto língua, sempre se manteve, até há muito pouco tempo, uma língua de resistência, levada à literatura por poucos, mantida como um dialecto rural sem consequência.

A História fala por si.

Eu pergunto-me: a língua Galega não foi proibida publicamente durante todo o século XX, com as breves excepções da república e o pós-1978?

A mim não me interessa a política espanhola per se, mas sim as práticas sociolinguísticas, das quais sou estudioso há algum tempo.

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manuel liste

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« Responder #21 em: Março 14, 2008, 10:34:05 pm »
Citação de: "quintanova"
Eu quando falo de Castelhano falo da família linguística Leonês-Castelhana, e não do Castelhano padrão. E quando falo do Português, falo da família linguística Galego-Portuguesa.
Desta forma, também achei estranho a colocação de uma terra galega, dado que na Galiza predomina (nível rural e pessoas idosas) uma língua do Galego-Português. Mas coloquei, dada a fonte.

Entre outras coisas, o elemento mais distinto entre as duas famílias é a queda do /n/ intervocálico (ex: arena vs. areia).

Seja como for, apenas referi alguns conhecimentos fundados que eu tenho sobre a realidade linguística espanhola, com base, diga-se, em fontes espanholas e na própria legislação do Reino de espanha (que chama a todas as línguas de Espanha, línguas espanholas).
Assim, considero-me perfeitamente autorizado a denominar o Galego ou o Catalão de Espanhol, tanto quanto o faço ao Castelhano.

O passado já lá vai, mas quem o esquece, estará condenado a repeti-lo.


No existe la familia lingüística leonesa-castellana, todo eso se lo está inventando

En gallego se dice "area"  :roll:
 

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papatango

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« Responder #22 em: Março 14, 2008, 10:39:21 pm »
Citação de: "Manuel Liste"
Me aburre discutir sobre asuntos de España con ustedes, sólo quise decir que en Goian no se habla portugués y punto. Aquí nunca se ha hablado lusitano, sólo gallego y castellano.
Alguém disse que se falou lusitano na Galiza ?
Aliás, nem sequer temos a certeza sobre exactamente em que lingua falavam os lusitanos. Sabemos evidentemente que em Galaico-Português não era, como é óbvio.


Citação de: "quintanova"
Não nego isso, mas o Mirandês é uma língua da família Leonesa-Castelhana.
Talvez tenha utilizado o termo castelhano de forma redutora.


O Mirandês é na prática o Astur-Leonês.
O Astur-Leonês não é uma lingua da familia do castelhano.

É uma lingua da familia do Latim, tal e qual quanto o castelhano, ou o Galaico-Português.
« Última modificação: Março 14, 2008, 10:42:20 pm por papatango »
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
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manuel liste

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« Responder #23 em: Março 14, 2008, 10:41:21 pm »
Citação de: "quintanova"
Citação de: "manuel liste"
Me aburre discutir sobre asuntos de España con ustedes, sólo quise decir que en Goian no se habla portugués y punto. Aquí nunca se ha hablado lusitano, sólo gallego y castellano.
Si alguien dice lo contrario demuestra lo poco que conoce Galicia

Então haverá um grupo de galegos instruídos que não conhecem a Galiza - o Movimento de Defesa da Língua. Toda a dissenção começa por ser interna.

O facto permanece que o Galego, enquanto língua, sempre se manteve, até há muito pouco tempo, uma língua de resistência, levada à literatura por poucos, mantida como um dialecto rural sem consequência.

A História fala por si.

Eu pergunto-me: a língua Galega não foi proibida publicamente durante todo o século XX, com as breves excepções da república e o pós-1978?

A mim não me interessa a política espanhola per se, mas sim as práticas sociolinguísticas, das quais sou estudioso há algum tempo.


Ah, ya llegamos al pequeño MDL y a sus muy escasos amigos independentistas, cómo no. Eso ya lo he leido antes de otros, de los que tienen la tendencia de ver a los gallegos no como son, sino como les gustaría que fuesen. A ustedes les gustan los "galegos autênticos", no los reales.

Algunos de ustedes parecen fotocopias del mismo forista, sus opiniones son copias de un mal guión.
 

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papatango

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« Responder #24 em: Março 14, 2008, 10:44:36 pm »
Quando não se tem ideias, e não se consegue rebater as ideias dos outros, recorre-se à tentativa de denegrir.

Eu não sei quantas são essas pessoas desse MDL, que pouco conheço. Mas alguns dos argumentos apresentados fazem sentido.

E não deixam de fazer sentido porque as pessoas são poucas, e muito menos porque o Manuel Liste preferia que estivessem caladas...  :roll:
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
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« Responder #25 em: Março 14, 2008, 10:47:06 pm »
No existe nada llamado gallego-portugués, existen dos idiomas distintos llamados gallego y portugués que son más diferentes entre sí que el castellano y el astur-leonés (así se llama realmente).

En Galicia no queremos imperialistas de pacotilla
 

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manuel liste

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« Responder #26 em: Março 14, 2008, 11:00:07 pm »
Citação de: "papatango"
Citação de: "Manuel Liste"
Me aburre discutir sobre asuntos de España con ustedes, sólo quise decir que en Goian no se habla portugués y punto. Aquí nunca se ha hablado lusitano, sólo gallego y castellano.
Alguém disse que se falou lusitano na Galiza ?
Aliás, nem sequer temos a certeza sobre exactamente em que lingua falavam os lusitanos. Sabemos evidentemente que em Galaico-Português não era, como é óbvio.


Lusitano es el idioma en el que escribe usted, idioma llamado portugués. Aquí se habla gallego y punto.

Algunos portugueses se comportan hacia Galicia como unos imperialistas de pacotilla, como con toda España no se atreven se meten con los gallegos en plan paternalista. Pero los gallegos nos comemos a los imperialistas con cachelos, y si no sabe lo que es un cachelo busque la palabra en un diccionario de gallego.

Es lo que yo digo, que unos se copian los argumentos a los otros y al final parece que te diriges siempre al mismo. Es una pérdida de tiempo..  :roll:
 

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comanche

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« Responder #27 em: Março 14, 2008, 11:35:42 pm »
O MDL tem o apoia do BNG, o terceiro maior partido da Galiza, não são assim tão poucos como algum castelhanizado galego queira fazer crer, veja-se o apoio ás suas iniciativas que receberam no caso das televisões portuguesas na Galiza.

http://gl.wikipedia.org/wiki/Movimento_Defesa_da_L%C3%ADngua

Os séculos escuros, e a castelhanização

http://pt.wikipedia.org/wiki/Literatura_galega_dos_S%C3%A9culos_Escuros
 

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papatango

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« Responder #28 em: Março 14, 2008, 11:43:07 pm »
Citação de: "Manuel Liste"
Lusitano es el idioma en el que escribe usted, idioma llamado portugués. Aquí se habla gallego y punto

Eu acho que já sou um poucochito grandinho para saber que lingua falo. :mrgreen:
Eu falo português, não falo lusitano. Não sabemos que língua se falava na antiga lusitânia pré-romana.

O português não foi inventado pelos portugueses, nasceu como uma lingua oficial e das instituições no século XII/XIV, ou para ser mais preciso durante o reinado de D. Dinis, entre 1279 1325.

A partir daí, a mesmíssima lingua que se falava na Galiza (Galaico-português, ou Galego que você preferir) passou a ser oficial, o que implicou que se tornou a língua da corte, dos saraus e acima de tudo, dos documentos oficiais.

Mesmo depois do século XIV não se nota grande diferença entre as línguas de Portugal e da Galiza, salvo o facto de a língua portuguesa, por ser língua de corte e ter desenvolvido uma «norma» culta se afirmou, enquanto que essa mesma lingua na Galiza definhou e se extinguiu como lingua das pessoas de cultura.

O processo de «Doma e castracion de Galicia» que teve inicio depois da batalha de Toro, determinado por Isabel a "Católica", por seu lado, pode-se apontar-se como o ponto do inicio da decadência do Galaico-português na Galiza.

A partir de aí, as pessoas cultas e com poder na Galiza, passaram por um processo de castelhanização.
Como esse processo não foi levado às massas (que não eram suficientemente cultas para aprender a ler e a escrever), as pessoas cultas passaram a falar e a ler e escrever em castelhano, enquanto que o povo continuava a falar galego.

É por isso que falar galego, passou a ser uma coisa dos pobres e dos deserdados, e um factor de desprestígio.

Em Espanha, a Coroa de Aragão, porque mesmo depois da união dinástica  continuou completamente separada de Castela, preservou a língua culta das cortes de Saragoça, Barcelona ou Valência.
O processo de castelhanização foi posterior, e está ligado a outra derrota militar, mas neste caso já no século XVIII.

A História, mesmo a História das línguas não acabou. Por isso não podemos dizer que é assim e punto.

Não há "Puntos", a não ser na FIAT.

Cumprimentos
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quintanova

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« Responder #29 em: Março 15, 2008, 09:23:32 am »
Citação de: "manuel liste"
No existe nada llamado gallego-portugués, existen dos idiomas distintos llamados gallego y portugués que son más diferentes entre sí que el castellano y el astur-leonés (así se llama realmente).
En Galicia no queremos imperialistas de pacotilla


Como eu lhe disse, eu não sou político, e adopto apenas a perspectiva linguística, na tradição de Leite de Vasconcellos e de Lindley Cintra. Se eles são fotocópias de um qualquer forista não sei.

Quanto à Galicia, tenho a impressão que essa zona geográfica fica a norte da Roménia. Mas não sei, também já ouvi dizer que era o nome castelhano da Galiza.

Que eu saiba, exista a família galego-portuguesa, que se distingue das vizinhas pela queda do /l/ (dor vs. dolor) e do /n/ (areia vs. arena) intervocálico e a utilização de ditongos nasais (sejam ões ou oms).

O Português e o Galego vêm do mesmo tronco comum, apesar da contaminação do castelhano na última, consequência do domínio político e cultural.

Sinceramente, eu não consigo detectar qualquer diferença entre um falante de Galego e um falante de Português de Trás-os-Montes ou do Minho.