Estás a brincar certamente :shock: Olha, que eu saiba e na área à qual estou ligado, o critério principal na filtragem de candidatos é a experiencia, mais do que qualquer outra coisa. Depois vem a formação técnica e só depois poderá entrar o nível de ecolaridade, mesmo para aqueles postos em que o que se está a fazer é passar ferramentas ao executante e pouco mais. Também penso que deverias saber que essa tal lei dos 12 anos de escolaridade não se aplica a mim nem à esmagadora maioria das pessoas deste país visto que, segundo essa mesma lei, só era obrigatório o 6ª Ano. A lei da escolaridade aplica-se conforme a faixa etária do trabalhador.
http://www.net-empregos.com/2291920/ges ... VJXNSv8JOAAplica-se a lei partir da altura que entrou em vigor para as gerações correntes e não anteriores. Portanto se criei um equivoco, não era minha intenção assumi que isso estava subentendido.
Mais uma pérola até porque o teu profundo conhecimento da Finlandia mostra que sabes que até nem se ensina o que tu considera coisas que se eu quiser saber compro um livro. Mas espera lá que até é bom que fales da Finlandia.
Vá alguma cultura geral:
http://www.dn.pt/revistas/nm/interior.a ... id=1966078http://www.salon.com/news/david_sirota/ ... er_finlandhttps://www.youtube.com/watch?v=70AlyhEGWf4 - coloco a versão vídeo que é para nem te cansares muito porque já deu para perceber a alergia a bons exemplos na educação.
Sabes por acaso que no Canadá, na Austrália, na Inglaterra, na Alemanha, nos paises escandinavos, etc, etc e também na Finlandia, país que atiraste para a discussão vindo do nada, existem umas coisas nas empresas chamadas de Apprenticeships?!! :roll:
Sei, tem calma, porque não é do pé para a mão, eles não caem lá de para-quedas. Sabes, há uma coisa nesses vários países antes do estágio (que chamas Apprenticeship) e essa coisa chama-se "Curso Vocacional" que em Portugal é traduzido como curso profissional. Quem quer ser mecânico na Alemanha vai tirar um curso profissional e no final poderá fazer um estágio numa empresa, uma das empresas que recebe desses jovens é a Mercedes (somente a título de exemplo). Esses cursos profissionais têm mais ou menos a mesma duração que aqui, por norma 2 anos teórico-práticos sendo o terceiro dedicado ao estágio e projecto final (cá conhecido por PAP: Prova de Aptidão Profissional).
Em Portugal os cursos profissionais são coisas ligadas a alunos fracos, qualquer professor te poderá explicar a conotação negativa que existe face a esse ensino, isto porque desde o 25 de A se matou as escolas industriais e comerciais pois eram símbolo do fascismo apesar de formarem bons profissionais. Desde então o ensino profissional foi instituído com pouca vontade politica, interessava era garantir estatísticas, não era formar pessoas (caso aberrante das Novas Oportunidades, exemplo claro de falsificação de estatísticas), no entanto no tempo do Socras deu-se mais um pequeno impulso aos cursos profissionais, mas não é o suficiente, ainda hoje qualquer aluno que queira ser mecânico, serralheiro, electricista entre outras profissões intermédias, encontra sérias dificuldades para encontrar um curso profissional (e o pior é que depois de encontrar, os cursos nem certificados são), já se seguir o ensino normal e quiser ser engenheiro civil, eng mecânico ou outros não falta ofertas e sabe-se perfeitamente onde se podem candidatar.
Portanto o ensino nacional tem muito para evoluir e o pior, os erros são conhecidos dos países que outrora seguimos (sistema de ensino português foi importado do francês e adaptado), mas preferimos continuar cegos.
Cruzes credo pá, Então um dos nossos maiores problemas é justamente o facto da maioria das nossas empresas serem PME's e micro-empresas, o que criou um cosmos empresarial incapaz de lidar com capacidades produtivas em escala e tu vens falar de a malta ir criar ainda mais empresas de vão de escada. Qual a percentagem de empresários e de trabalhadores por contra própria nos paises mais avançados?!! Já que falas da Finlandia apita aí um numero!
E em Portugal? E nos paises menos desenvolvidos? Saberás, por acaso, que é justamente à medida que as nações são menos desenvolvidas que vai aumentando a percentagem de empresários e de trabalhadores por conta própria? E sim, cultura geral é muito necessária, é preciso malta com essa capacidade nas empresas porque um grunho somente capaz de mexer botões das máquinas é um robot, por acaso o "empregado" mais imbecil que se apanha nas empresas.
Quanto ao desemprego, a rotação normal entre trabalhos e malta que está a entrar no mercado, assim como a evolução normal de um ciclo económico aponta para taxas aceitaveis de 3 a 5% de desemprego. Acima disso algo vai mal na economia e acima de 10%, segundo os livros, está montada uma bomba relógio social, nem nenhuma economia consegue sustentar isso durante um largo periodo de tempo. Por enquanto a UE vai entretendo a malta com formações inuteis e subsidios para ir empurrando o problema com a barriga, a hóstia virá depois.
Vou-me repetir: em média o empresário português tem o 9º ano, porque haverias de esperar que ele saiba fazer melhor? Se agora a maioria dos alunos já acaba o 12º então deveria saber fazer um pouco melhor, e se tivesse as armas e aptidões adequadas ao mercado de trabalho certamente conseguiria produzir mais quer criando a sua empresa quer sendo empregado por conta de outrem. Por outro lado temos um acesso deficitário ao financiamento, qualquer PME precisa de financiamento, porque cá, fazem-se compras e só se paga a 60/90/120 dias quando não é mais tempo e isto provoca um estagnamento da economia pois não há fluxo suficiente de capital, estão todos à espera de poder vender o produto ao consumidor final para ter $ para pagar então aos fornecedores. Já se for uma grande empresa, tem acesso rápido ao crédito, muito embora desde 2011 a coisa deixou de ser assim pelos motivos óbvios, mas as grandes empresas por cá, continuam com os vícios das pequenas (pagar demasiado tarde) e quem se lixa é o mexilhão.
Tu confundes cultura geral com conhecimento, não é por saberes recitar os Lusíadas que isso vai fazer de ti um gajo excepcional em gestão empresarial, é com conhecimentos adquiridos na escola nessa vertente (gestão, economia, fiscalidade, direito, finanças) e com a experiência de vida.
A UE não entretém com formações e subsídios inúteis, o português (falando no nosso caso) pega nesse $ e inventa cursos (ver primeira página, primeira mensagem deste tópico) para ganhar umas massas, se aplicassem o $ devidamente de certeza que teríamos mais jovens formados em áreas que a economia carece. Portanto se temos $ e nos é dado de borla, não temos que culpar os outros, temos é que o saber aplicar. Aproveitando o caso dos desempregados, significa que na esmagadora maioria já possuem maioridade, portanto já ultrapassaram a parte do ensino obrigatório, qual é agora o maior problema dos desempregados? Ofertas existem e basta ires ao netempregos, é certo que não absorvem todos, mas poderiam servir para dar emprego a muita gente, o que se passa é que as pessoas não têm formação para a oferta em questão e o pior nem é isso, é mesmo a inexistência de centros de formação certificada para adultos, porque fora do mundo universitário há poucas opções para os adultos. Dando um pequeno exemplo em informática tu até podes ser um leigo da coisa, mas agarraste a estudar para as certificações (exemplo: CCNP ou MCAD) e até consegues entrar com mais ou menos dificuldade na área e a tua formação é valorizada e reconhecida cá ou lá fora, já se a pessoa quiser ser mecânico não tem por onde escolher ou se tem não é algo acessível a todos.
Poderia dar o meu exemplo e de outros conhecidos quando passamos pelo desemprego , mas não vou dar porque não creio que valha a pena, a mecânica instituída é anti-patronato e quase que é dado a entender que devíamos era ser todos funcionários públicos do outro tempo.
Justiça e fiscalidade rápida e actuante.... isso é quase um discurso de concorrente para Miss Mundo. Já agora o fim da fome e paz no mundo, mas isso vai para outras discussões e assuntos, a começar pela consciência de Povo e Nação.
Sim porque a justiça e a fiscalização não são problema... os patrões esses malvados e rufias é que são o problema.

Uma última ressalva, não faltam funcionários preguiçosos, encostados que passam o dia a fumar e tratar de problemas pessoais nas empresas, digo-o como alguém que trabalha para terceiros e já passou por várias empresas tanto do nível de PME's como corporações. Reconheço, ao contrário da generalização que fazem do patronato, que há maus patrões, mas há também maus funcionários. No caso dos funcionários que se sintam injustiçados existem ferramentas legais que podem recorrer: tribunal do trabalho e ACT. Tive colegas que tiveram que recorrer a estes mecanismos num passado recente e funcionou na hora.
A empresa não é dos funcionários, eles fazem parte dela, mas não são o líder da mesma, se estão insatisfeitos podem recorrer aos recursos humanos caso existam, tentar dialogar com a entidade patronal ou mesmo abandonar o barco e procurar algo melhor, não são de forma alguma escravos nem obrigados a lá estar.