Apetece-me gritar bem alto, FO...

  • 3620 Respostas
  • 664940 Visualizações
*

HSMW

  • Moderador Global
  • *****
  • 12948
  • Recebeu: 3325 vez(es)
  • Enviou: 7946 vez(es)
  • +1202/-1980
    • http://youtube.com/HSMW
Re: Apetece-me gritar bem alto, FO...
« Responder #1800 em: Dezembro 01, 2014, 11:52:57 pm »

Nunca esquecido!
https://www.youtube.com/user/HSMW/videos

"Tudo pela Nação, nada contra a Nação."
 
Os seguintes utilizadores agradeceram esta mensagem: Cabeça de Martelo, PereiraMarques

*

P44

  • Investigador
  • *****
  • 20845
  • Recebeu: 7016 vez(es)
  • Enviou: 8024 vez(es)
  • +8125/-12994
Re: Apetece-me gritar bem alto, FO...
« Responder #1801 em: Dezembro 11, 2014, 06:31:35 am »
http://economico.sapo.pt/noticias/banco ... 07857.html


Economia/Política
Ontem 14:40
Banco de Portugal desvenda mistério da queda do desemprego
Margarida Peixoto
Ontem 14:40


Os peritos do banco central conseguiram descobrir o que justifica um aumento do emprego na economia portuguesa acima do que seria de esperar.

Os peritos do Banco de Portugal conseguiram descobrir o que justifica um aumento do emprego na economia portuguesa acima do que seria de esperar dado o actual ritmo de recuperação da actividade: a resposta está nos estágios apoiados pelo Estado.

Através de dados da Segurança Social, os economistas do Banco de Portugal conseguiram isolar o efeito destas políticas activas de emprego no ritmo de criação de emprego privado. Em vez da taxa de crescimento homólogo registada no terceiro trimestre ser 2,5%, se o efeito destes estágios profissionais for retirado, a melhoria cai para apenas 1,6%. Este valor passa a ser mais concordante com o ritmo de crescimento registado ao longo deste ano (0,9%).

A resposta surge no Boletim Económico de Inverno do supervisor da banca, apresentado hoje, que prevê a continuação do crescimento gradual do emprego para o próximo ano.

Tal como o Diário Económico já noticiou, a dúvida tem vindo a intrigar vários economistas - desde peritos dos departamentos de research dos bancos privados, aos técnicos do próprio Ministério das Finanças, além da equipa do Banco de Portugal. É que os dados que têm sido revelados pelo Instituto Nacional de Estatística, através do Inquérito ao Emprego (que tem por base uma estimativa por amostragem), apontam para um aumento homólogo de 6% do emprego por conta de outrem no terceiro trimestre.

Por enquanto, será cedo para saber se estes estágios profissionais se vão converter em empregos com algum tipo de vínculo, ou sequer qual teria sido o comportamento das empresas caso estas políticas públicas não estivessem disponíveis. Contudo, ajuda a compreender melhor a evolução do mercado de trabalho e a moderar o grau de dinamismo que lhe é atribuído.

Conteúdo publicado no Económico à Uma. Subscreva aqui.

 
http://economico.sapo.pt/noticias/banco ... 07857.html
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

*

Get_It

  • Investigador
  • *****
  • 2621
  • Recebeu: 713 vez(es)
  • Enviou: 498 vez(es)
  • +873/-833
Re: Apetece-me gritar bem alto, FO...
« Responder #1802 em: Dezembro 11, 2014, 05:04:30 pm »
Citar
Por enquanto, será cedo para saber se estes estágios profissionais se vão converter em empregos com algum tipo de vínculo, ou sequer qual teria sido o comportamento das empresas caso estas políticas públicas não estivessem disponíveis.
Isto deve ser mas é anedota. Aos anos que existem estágios profissionais e continuamos com bastante desempregados. Já me fartei até de ver empresas a serem criadas para meterem estagiários e empregados subsidiados pelo IEFP só para depois no final do período máximo a empresa ser fechada e outra aberta no seu lugar para começar o ciclo todo de novo. Em algumas áreas/indústrias até pode ser que alguns estágios profissionais depois origem à continuação da pessoa na empresa, mas isso acaba por ser uma gota no oceano.

Cumprimentos,
:snip: :snip: :Tanque:
 

*

Camuflage

  • Investigador
  • *****
  • 1530
  • Recebeu: 208 vez(es)
  • Enviou: 90 vez(es)
  • +271/-1401
Re: Apetece-me gritar bem alto, FO...
« Responder #1803 em: Dezembro 11, 2014, 09:53:40 pm »
Alguém vê a área do ensino preocupada em ligar-se ao mercado de trabalho nacional e formar profissionais que as empresas e a economia realmente precisa? Há anos que as empresas se queixam da falta de profissionais qualificados e não há reacção, alias parece existir um blackout total na imprensa, politica e educação para não se falar no assunto.
Não vale a pena culpar estatísticas ou as instituições que as promovem, o mal há 40 anos que é conhecido na área do emprego, mas ninguém quer fazer nada.
 

*

FoxTroop

  • Investigador
  • *****
  • 1859
  • Recebeu: 680 vez(es)
  • Enviou: 393 vez(es)
  • +374/-8751
Re: Apetece-me gritar bem alto, FO...
« Responder #1804 em: Dezembro 12, 2014, 12:14:37 am »
Citação de: "Get_It"
Isto deve ser mas é anedota. Aos anos que existem estágios profissionais e continuamos com bastante desempregados. Já me fartei até de ver empresas a serem criadas para meterem estagiários e empregados subsidiados pelo IEFP só para depois no final do período máximo a empresa ser fechada e outra aberta no seu lugar para começar o ciclo todo de novo. Em algumas áreas/indústrias até pode ser que alguns estágios profissionais depois origem à continuação da pessoa na empresa, mas isso acaba por ser uma gota no oceano.

E posso acrescentar que actualmente a maioria das empresas não contrata ninguém que não estaja como desempregado e a receber subsidio, para depois poderem receber o apoio estatal (praticamente fica o Estado a pagar o ordenado de um trabalhador no privado). Findo o tempo de apoio a que a empresa tem direito, o posto de trabalho é extinto, voltando o zezinho para o desemprego e logo a empresa cria mais uns quantos posto de trabalho numa categoria ligeiramente diferente (muitas nem a esse trabalho se dão) e vá de ir recrutar mais uns zezinhos ao IEFP a custo quase zero. Eu assisto a isto numa base quase diária, desde a creche dos meus filhos até a empresas para a qual eu presto serviços e posso afirmar aqui que, nesse aspecto, o meu patrão é um dos poucos empresários que eu conheço e que abomina ferozmente essas tacticas e a pouca vergonha a que o nosso governo permite que passe.


Citação de: "Camuflage"
Alguém vê a área do ensino preocupada em ligar-se ao mercado de trabalho nacional e formar profissionais que as empresas e a economia realmente precisa? Há anos que as empresas se queixam da falta de profissionais qualificados e não há reacção, alias parece existir um blackout total na imprensa, politica e educação para não se falar no assunto.
Não vale a pena culpar estatísticas ou as instituições que as promovem, o mal há 40 anos que é conhecido na área do emprego, mas ninguém quer fazer nada

O teu desconhecimento é atroz. É o tipo de presunção roçando a boçalidade "lapalissiana". Numa "convenção" que houve às uns tempos num conhecido auditório e ao qual tive o desprazer de ter sido convidado, encontravam-se, entre outros, os presidentes e dirigntes de várias associações industriais, o presidente da CIP e o secretário de estado do sector. A palestra do senhor da CIP incidiu justamente sobre a mesma linha que a do meu caro, talvez até um pouco mais agressivamente, e perante o desconforto que começou a ser noticiável não só na plateia, mas também nos restante oradores, a intervenção do secretário de estado limitou-se a verificar o óbvio; se a industria sente a falta de profissionais competentes, que pague seguindo as regras da oferta e da procura. Seguindo essa regra os profissionais aparecem, pois os numeros do desemprego sáo inegáveis.

Não há falta de profissionais capazes e bem formados. Não há falta de técnicos competentes; O que há é uma mentalidade tacanha de grande parte do nosso patronato que, especialmente na vasta maioria da industria metalurgica, continua a tentar competir com base em trabalhadores de ~600€ a fazer trabalho de operários de 2000€, não se modernizando, não acompanhando o mercado, com taxas de reparações em construção soldada de ~10% ou mais, enquanto lá fora acima de 2% já alguém começa a ficar nervoso e se chegar a 5% de taxa de reparação, o mais certo é haver quem perca o lugar, a começar pelo responsável da coordenação e a acabar no operário. Isso é transversal a todos os nossos sectores economicos e basta verificar as empresas que estão a sair-se bem da crise para observar o que de diferente elas têm feito a nível de recursos humanos.

Continuem a tentar competir à moda chinesa e depois digam que não há profissionais e técnicos que cheguem ou os que há vão para Holandas e Canadás, onde quem sabe o que anda a fazer é pago de acordo.
 
Os seguintes utilizadores agradeceram esta mensagem: P44, Cabeça de Martelo, Get_It, Edu

*

Get_It

  • Investigador
  • *****
  • 2621
  • Recebeu: 713 vez(es)
  • Enviou: 498 vez(es)
  • +873/-833
Re: Apetece-me gritar bem alto, FO...
« Responder #1805 em: Dezembro 12, 2014, 05:03:58 am »
Citação de: "Camuflage"
Alguém vê a área do ensino preocupada em ligar-se ao mercado de trabalho nacional e formar profissionais que as empresas e a economia realmente precisa?
Também acho que existe um problema com a área do ensino mas não é aí que está o principal problema. Aliás, nem chamemos-lhe «área do ensino» mas sim «indústria do ensino». Um exemplo dos problemas que têm existido com o ensino é o facto de por muitos anos (e ainda hoje) abrirem vagas a mais para cursos no qual as "profissões de saída" estão complemente sobrecarregadas e depois não faltam desempregados ao pontapé por aí fora. E depois, ainda por cima, em algumas áreas profissionais onde há falta de pessoal não abrem vagas suficientes para os cursos necessários e acabam por ter de ir buscar pessoal ao estrangeiro.

As empresas e os empresários que queixem-se o que quiserem mas continuam a ser parte do problema (vide comentário do FoxTroop), a indústria do ensino também não quer saber de se adaptar à realidade (quer seja ensino profissional ou superior), e o governo quer lá saber. No final o governo cria estes esquemas todos e continua tudo na mesma.

Cumprimentos,
:snip: :snip: :Tanque:
 

*

Cabeça de Martelo

  • Investigador
  • *****
  • 23279
  • Recebeu: 4233 vez(es)
  • Enviou: 2997 vez(es)
  • +3083/-4561
Re: Apetece-me gritar bem alto, FO...
« Responder #1806 em: Dezembro 12, 2014, 03:08:09 pm »
Citação de: "FoxTroop"


E posso acrescentar que actualmente a maioria das empresas não contrata ninguém que não estaja como desempregado e a receber subsidio, para depois poderem receber o apoio estatal (praticamente fica o Estado a pagar o ordenado de um trabalhador no privado). Findo o tempo de apoio a que a empresa tem direito, o posto de trabalho é extinto, voltando o zezinho para o desemprego e logo a empresa cria mais uns quantos posto de trabalho numa categoria ligeiramente diferente (muitas nem a esse trabalho se dão) e vá de ir recrutar mais uns zezinhos ao IEFP a custo quase zero. Eu assisto a isto numa base quase diária, desde a creche dos meus filhos até a empresas para a qual eu presto serviços e posso afirmar aqui que, nesse aspecto, o meu patrão é um dos poucos empresários que eu conheço e que abomina ferozmente essas tacticas e a pouca vergonha a que o nosso governo permite que passe.

Afirmativo, conheço várias empresas que arranjam escr...empregados a custo quase zero assim. :evil:


Citação de: "FoxTroop"
O teu desconhecimento é atroz. É o tipo de presunção roçando a boçalidade "lapalissiana". Numa "convenção" que houve às uns tempos num conhecido auditório e ao qual tive o desprazer de ter sido convidado, encontravam-se, entre outros, os presidentes e dirigntes de várias associações industriais, o presidente da CIP e o secretário de estado do sector. A palestra do senhor da CIP incidiu justamente sobre a mesma linha que a do meu caro, talvez até um pouco mais agressivamente, e perante o desconforto que começou a ser noticiável não só na plateia, mas também nos restante oradores, a intervenção do secretário de estado limitou-se a verificar o óbvio; se a industria sente a falta de profissionais competentes, que pague seguindo as regras da oferta e da procura. Seguindo essa regra os profissionais aparecem, pois os numeros do desemprego sáo inegáveis.

Não há falta de profissionais capazes e bem formados. Não há falta de técnicos competentes; O que há é uma mentalidade tacanha de grande parte do nosso patronato que, especialmente na vasta maioria da industria metalurgica, continua a tentar competir com base em trabalhadores de ~600€ a fazer trabalho de operários de 2000€, não se modernizando, não acompanhando o mercado, com taxas de reparações em construção soldada de ~10% ou mais, enquanto lá fora acima de 2% já alguém começa a ficar nervoso e se chegar a 5% de taxa de reparação, o mais certo é haver quem perca o lugar, a começar pelo responsável da coordenação e a acabar no operário. Isso é transversal a todos os nossos sectores economicos e basta verificar as empresas que estão a sair-se bem da crise para observar o que de diferente elas têm feito a nível de recursos humanos.

Continuem a tentar competir à moda chinesa e depois digam que não há profissionais e técnicos que cheguem ou os que há vão para Holandas e Canadás, onde quem sabe o que anda a fazer é pago de acordo.

Na minha área de trabalho há uns anos atrás havia uma falta brutal de técnicos, hoje em dia são 10 cães a uma osso!
Contra a Esquerda woke e a Direita populista marchar, marchar!...

 

*

Camuflage

  • Investigador
  • *****
  • 1530
  • Recebeu: 208 vez(es)
  • Enviou: 90 vez(es)
  • +271/-1401
Re: Apetece-me gritar bem alto, FO...
« Responder #1807 em: Dezembro 12, 2014, 10:39:12 pm »
Citação de: "Get_It"
Citação de: "Camuflage"
Alguém vê a área do ensino preocupada em ligar-se ao mercado de trabalho nacional e formar profissionais que as empresas e a economia realmente precisa?
Também acho que existe um problema com a área do ensino mas não é aí que está o principal problema. Aliás, nem chamemos-lhe «área do ensino» mas sim «indústria do ensino». Um exemplo dos problemas que têm existido com o ensino é o facto de por muitos anos (e ainda hoje) abrirem vagas a mais para cursos no qual as "profissões de saída" estão complemente sobrecarregadas e depois não faltam desempregados ao pontapé por aí fora. E depois, ainda por cima, em algumas áreas profissionais onde há falta de pessoal não abrem vagas suficientes para os cursos necessários e acabam por ter de ir buscar pessoal ao estrangeiro.

As empresas e os empresários que queixem-se o que quiserem mas continuam a ser parte do problema (vide comentário do FoxTroop), a indústria do ensino também não quer saber de se adaptar à realidade (quer seja ensino profissional ou superior), e o governo quer lá saber. No final o governo cria estes esquemas todos e continua tudo na mesma.

Cumprimentos,

É verdade que há empresas que maltratam os seus funcionários, contudo, as pessoas não estão lá presas, são livres de se irem embora. Surge então a questão de não o fazerem, ora a resposta é óbvia, na maioria das vezes porque não sabem fazer mais nada ou não há oferta para a qual tenham competências, porque se formos ao netempregos está carregado de ofertas de trabalho, o problema é que a maioria das pessoas não sabe de programação, não sabe de serralharia, de soldadura etc e o pior não é o não ter qualificações, o pior é mesmo não haver locais profissionalizantes para áreas que a economia precisa. Logo o que resta às pessoas sem qualificações (até podem ter cursos superiores e doutoramentos, tudo isso é cagativo se o mercado só precisar de trolhas, agricultores ou alfaites, entram na mesma para o campo dos inqualificados) adequadas à economia? Sujeitarem-se ao que há... e ao sujeitarem-se no fundo estão assinar a sua própria sentença, pode correr bem e encontram um emprego de jeito ou corre mal e acabam explorados. No entanto cabe às pessoas a última palavra, sempre, pois existe tribunal do trabalho e funciona, não é perfeito mas é funcional ou então há sempre oportunidade para se despedirem.
Concordo com o que dizes sobre o ensino industrial (não confundir com escolas industriais e comerciais do tempo do outro senhor pois era isto que hoje necessitaríamos) é a triste realidade que temos, qualquer um de nós que queira tirar um curso intermédio está simplesmente lixado dada a fraca oferta e o pior é que são cursos que nem certificação oferecem.
Já vi os "estudiosos da coisa" defenderem que o ensino não pode sujeitar-se às necessidades das empresas e deve ser independente da economia e que as empresas é que têm que dar formação.  :lol:  Por esta lógica mais vale nem ir à escola e aos 16 anos começar "aprender" a trabalhar.
 

*

Edu

  • Especialista
  • ****
  • 1166
  • Recebeu: 155 vez(es)
  • Enviou: 12 vez(es)
  • +5/-4
Re: Apetece-me gritar bem alto, FO...
« Responder #1808 em: Dezembro 13, 2014, 12:15:28 pm »
Concordo totalmente com aquilo que o FoxTroop disse.

A culpa da suposta baixa productividade dos trabalhadores portugueses em grande parte por culpa dos patrões senão mesmo totalmente.

Queixam-se da falta de qualificações, então qualifiquem os trabalhadores. Antigamente em Portugal a formação era dada nas empresas, e à conta disso não havia falta de trabalhadores qualificados e de técnicos intermédios. Grandes empresas estrangeiras ligadas à industria e engenharia não relegam a formação dos seus trabalhadores para outros, responsabilizam-se eles próprios para isso pois sabem que só assim encontrarão nos seus trabalhadores as competências necessárias à execução do trabalho.

Tenho um familiar meu que começou a trabalhar ainda antes do 25 de Abril com 13 anos de idade em serralharia e soldadura. Na altura toda a formação e aprendizagem foi feita na empresa onde trabalhou durante 25 anos. Hoje tem já 41 anos de trabalho na área e prevê ainda trabalhar mais pelo menos 9 anos, quando se reformar terá quase 50 anos de descontos. Ganha apenas 650€ por mês. Mas se calhar o patrão ganha com ele 3000 ou 4000€ por mês. É esta a típica mentalidade actual dos empregadores portugueses, querem trabalhadores a dar grande lucro mas pagarem pouco. Depois queixam-se que muitos vão para o estrangeiro.

O patrão português é na minha opinião o verdadeiro culpado da situação actual do país. Quer enriquecer de forma fácil e rápida à custa do trabalho dos outros. Queixa-se dos elevados impostos mas tenta sempre que possível ter o estado a pagar pelos seus trabalhadores.
 
Os seguintes utilizadores agradeceram esta mensagem: P44, Get_It, FoxTroop

*

FoxTroop

  • Investigador
  • *****
  • 1859
  • Recebeu: 680 vez(es)
  • Enviou: 393 vez(es)
  • +374/-8751
Re: Apetece-me gritar bem alto, FO...
« Responder #1809 em: Dezembro 14, 2014, 12:09:05 pm »
Zee ruzzianzz uare comigns!!!! Pripairre zee Panzertruppen, zist zee kriegzeist!!!....  :lol:
 
Os seguintes utilizadores agradeceram esta mensagem: Cabeça de Martelo, HSMW

*

Camuflage

  • Investigador
  • *****
  • 1530
  • Recebeu: 208 vez(es)
  • Enviou: 90 vez(es)
  • +271/-1401
Re: Apetece-me gritar bem alto, FO...
« Responder #1810 em: Dezembro 14, 2014, 12:56:19 pm »
Citação de: "Edu"
Concordo totalmente com aquilo que o FoxTroop disse.

A culpa da suposta baixa productividade dos trabalhadores portugueses em grande parte por culpa dos patrões senão mesmo totalmente.

Queixam-se da falta de qualificações, então qualifiquem os trabalhadores. Antigamente em Portugal a formação era dada nas empresas, e à conta disso não havia falta de trabalhadores qualificados e de técnicos intermédios. Grandes empresas estrangeiras ligadas à industria e engenharia não relegam a formação dos seus trabalhadores para outros, responsabilizam-se eles próprios para isso pois sabem que só assim encontrarão nos seus trabalhadores as competências necessárias à execução do trabalho.

Tenho um familiar meu que começou a trabalhar ainda antes do 25 de Abril com 13 anos de idade em serralharia e soldadura. Na altura toda a formação e aprendizagem foi feita na empresa onde trabalhou durante 25 anos. Hoje tem já 41 anos de trabalho na área e prevê ainda trabalhar mais pelo menos 9 anos, quando se reformar terá quase 50 anos de descontos. Ganha apenas 650€ por mês. Mas se calhar o patrão ganha com ele 3000 ou 4000€ por mês. É esta a típica mentalidade actual dos empregadores portugueses, querem trabalhadores a dar grande lucro mas pagarem pouco. Depois queixam-se que muitos vão para o estrangeiro.

O patrão português é na minha opinião o verdadeiro culpado da situação actual do país. Quer enriquecer de forma fácil e rápida à custa do trabalho dos outros. Queixa-se dos elevados impostos mas tenta sempre que possível ter o estado a pagar pelos seus trabalhadores.

Antigamente as pessoas poucos anos estudavam, em seguida iam para a lavoura ou com sorte iam para a escola industrial/comércio onde se formavam e acabavam logo a trabalhar em empresas, mas lá está o tempo escolar obrigatório era pequeno. Nos dias de hoje com tantos anos de escola perde-se muito tempo aprender cultura geral e pouco tempo aprender coisas úteis é aqui que está o mal.
Quanto ao patronato, grande parte do nosso tecido empresarial é constituído por PME's sendo que os patrões em média possuem o 9º ano e os empregados são cada vez mais qualificados, o problema aqui é o seguinte: os mais qualificados em quê? É que com tanta gente qualificada o que justifica que continuem a trabalhar por conta de outrem e tanto evitem constituir empresa? A resposta também é simples de conhecer, os tais qualificados só possuem qualificações suficientes para exercer a função, para operar e não para ir mais longe, nem calcular o IRS sabem quanto mais constituir e gerir uma empresa, por outro lado há a altura de fugir a ter uma empresa, quer com isto dizer que, em Portugal quem tenta criar uma empresa e falha fica logo rotulado como ladrão ou falhado, o esforço de constituir uma empresa nunca é bem visto, já nos EUA por exemplo é exactamente o oposto, o tipo que constitui uma ou várias empresas mas que faliram é visto como alguém que soube arriscar e tentou. Por fim o acesso ao crédito continua difícil, grandes empresas acedem facilmente, já as PME's têm dificuldades.

Reforço: hoje o ensino requer 12 anos de obrigatoriedade, é tempo suficiente para aprender uma ou mais aptidões, não há nada que justifique que sejam as empresas que devam dar formação profissional. Cabe às empresas dar formação especifica ou quando muito favorecer ciclos de renovação de conhecimentos e actualizações/especializações.
 

*

Edu

  • Especialista
  • ****
  • 1166
  • Recebeu: 155 vez(es)
  • Enviou: 12 vez(es)
  • +5/-4
Re: Apetece-me gritar bem alto, FO...
« Responder #1811 em: Dezembro 15, 2014, 02:01:29 pm »
Citação de: "Camuflage"
Antigamente as pessoas poucos anos estudavam, em seguida iam para a lavoura ou com sorte iam para a escola industrial/comércio onde se formavam e acabavam logo a trabalhar em empresas, mas lá está o tempo escolar obrigatório era pequeno. Nos dias de hoje com tantos anos de escola perde-se muito tempo aprender cultura geral e pouco tempo aprender coisas úteis é aqui que está o mal.

Acho que não haverá ninguém que se possa legitimamente queixar por lhe aparecerem lá na empresa candidatos ao emprego com o 12º ano ao invés do 6º ou 9º ano de escolaridade. Mais conhecimento (ainda que apenas conhecimento geral) não faz de ninguém um pior trabalhador, muito antes pelo contrário.

O problema está que antigamente as empresas não viviam de subsídios. Um patrão que queria ganhar dinheiro de forma sustentada tinha que investir em trabalhadores, dar-lhes formação adequada, e pagar-lhes o justo para que os mesmo não quisessem trocar de empresa. É assim que acontece na Alemanha, no Reino Unido, na França, etc.

Em Portugal infelizmente os empresários vão pelo caminho fácil. Preferem abrir uma empresa que dê lucro rápido, se possível à conta de subsídios, e que quando começa a dar prejuízo acumular dividas até à inevitável falência, deixando muitas vezes os trabalhadores com vários meses de salários em atraso.

Noutro país qualquer o patrão via todos os seus bens serem arrestados por forma a pagar as dividas, em Portugal isso não acontece e os patrões safam-se quase sempre mesmo deixando na miséria dezenas ou centenas de pessoas.

Este sim é o mal de Portugal. Não o excesso de estudos, antes fosse...
 
Os seguintes utilizadores agradeceram esta mensagem: Cabeça de Martelo, Get_It, FoxTroop

*

FoxTroop

  • Investigador
  • *****
  • 1859
  • Recebeu: 680 vez(es)
  • Enviou: 393 vez(es)
  • +374/-8751
Re: Apetece-me gritar bem alto, FO...
« Responder #1812 em: Dezembro 19, 2014, 12:03:47 am »
Citação de: "Edu"
Acho que não haverá ninguém que se possa legitimamente queixar por lhe aparecerem lá na empresa candidatos ao emprego com o 12º ano ao invés do 6º ou 9º ano de escolaridade. Mais conhecimento (ainda que apenas conhecimento geral) não faz de ninguém um pior trabalhador, muito antes pelo contrário.

O problema está que antigamente as empresas não viviam de subsídios. Um patrão que queria ganhar dinheiro de forma sustentada tinha que investir em trabalhadores, dar-lhes formação adequada, e pagar-lhes o justo para que os mesmo não quisessem trocar de empresa. É assim que acontece na Alemanha, no Reino Unido, na França, etc.

Em Portugal infelizmente os empresários vão pelo caminho fácil. Preferem abrir uma empresa que dê lucro rápido, se possível à conta de subsídios, e que quando começa a dar prejuízo acumular dividas até à inevitável falência, deixando muitas vezes os trabalhadores com vários meses de salários em atraso.

Noutro país qualquer o patrão via todos os seus bens serem arrestados por forma a pagar as dividas, em Portugal isso não acontece e os patrões safam-se quase sempre mesmo deixando na miséria dezenas ou centenas de pessoas.

Este sim é o mal de Portugal. Não o excesso de estudos, antes fosse...

Com isto o nosso caro Edu "matou a pau" como costumam dizer os brasileiros. O nosso patronato, que tanto fervor mete na iniciativa privada e tão alto fala contra a carga fiscal e a intromissão legislativa na regulação laboral não tem o minimo de pejo em andar a mamar à conta do Estado sempre que pode, usando a mesma Lei que tanto critica. Ou seja, deduzo que na realidade sejam uma especie de capitalistas com estados de alma biploar em que no lucros  vai de iniciativa privada  e sardinha em conserva. Nos prejuizos passam a comunistas adeptos do Estado e das nacionalizações desde pequeninos, e já agora que esse mesmo Estado ajude a arranjar mais uns quantos escravos descartáveis, de preferencia bons profissionais e tarimbados, paga o contribuinte.

Quanto à legislação laboral, é um monstro inutil e ineficaz, cheia de rendilhados e alineas dúbias que permitem a quem tem dinheiro enrolar as situações de modo quase infinito (Camuflage, que nunca tenhas de recorrer ao tal de tribunal de trabalho, que depois quero ver se debitas alardoadas como as que estão acima). Legislação que permite que patrões ofereçam salários muito abaixo do acordado em CCT (experimentem fazer isso na Alemanha) através do próprio portal do IEFP!!!!! e depois "ah e tal que não há profissionais capazes".
 
Os seguintes utilizadores agradeceram esta mensagem: Get_It, Edu

*

Edu

  • Especialista
  • ****
  • 1166
  • Recebeu: 155 vez(es)
  • Enviou: 12 vez(es)
  • +5/-4
Re: Apetece-me gritar bem alto, FO...
« Responder #1813 em: Dezembro 19, 2014, 12:00:29 pm »
Eu concentraria tudo o que foi dito na seguinte afirmação:

Enquanto for possível a um patrão ter uma empresa lucrativa sem que a mesma seja productiva não podemos esperar uma evolução séria do trabalho e da economia em Portugal.
 
Os seguintes utilizadores agradeceram esta mensagem: P44, Get_It, FoxTroop

*

Camuflage

  • Investigador
  • *****
  • 1530
  • Recebeu: 208 vez(es)
  • Enviou: 90 vez(es)
  • +271/-1401
Re: Apetece-me gritar bem alto, FO...
« Responder #1814 em: Dezembro 20, 2014, 01:38:51 am »
Citação de: "Edu"
Acho que não haverá ninguém que se possa legitimamente queixar por lhe aparecerem lá na empresa candidatos ao emprego com o 12º ano ao invés do 6º ou 9º ano de escolaridade. Mais conhecimento (ainda que apenas conhecimento geral) não faz de ninguém um pior trabalhador, muito antes pelo contrário.

As empresas fixaram o 12º ano por 2 motivos:

1º Para filtrar candidatos pois são imensos sobretudo nas profissões que não requerem conhecimentos aprofundados em nada;
2º Porque a lei actualmente já obriga as pessoas a terem 12 anos de escolaridade.

Eu quero uma escola que me ensine a ser apto para a vida, não quero escolas que sejam repositórios de putos porque os pais estão demasiado ocupados. E o que é uma escola que ensina para a vida? É aquela que nos prepara profissionalmente, que nos ensina a preencher a porra do IRS, a fazer um CV, primeiros socorros, a cozinhar etc. Sim porque naquele ensino de horror que está no top dos rankings de educação (Finlândia) essas aptidões são ensinadas!
Eu se quiser cultura geral vou à internet, biblioteca ou compro livros, não preciso da escola para isso.

Citar
O problema está que antigamente as empresas não viviam de subsídios. Um patrão que queria ganhar dinheiro de forma sustentada tinha que investir em trabalhadores, dar-lhes formação adequada, e pagar-lhes o justo para que os mesmo não quisessem trocar de empresa. É assim que acontece na Alemanha, no Reino Unido, na França, etc.

As empresas devem dar formação em áreas pontuais que respeita a algo muito especializado ou procedimentos internos, não são as empresas que devem dar cursos de mecânico, serralheiro, contabilista etc.

Citar
Em Portugal infelizmente os empresários vão pelo caminho fácil. Preferem abrir uma empresa que dê lucro rápido, se possível à conta de subsídios, e que quando começa a dar prejuízo acumular dividas até à inevitável falência, deixando muitas vezes os trabalhadores com vários meses de salários em atraso.

Noutro país qualquer o patrão via todos os seus bens serem arrestados por forma a pagar as dividas, em Portugal isso não acontece e os patrões safam-se quase sempre mesmo deixando na miséria dezenas ou centenas de pessoas.

Este sim é o mal de Portugal. Não o excesso de estudos, antes fosse...

A maioria dos patrões tem em média o 9º ano, não seria de esperar muito mais e grande parte do tecido empresarial nacional são as PME's. No entanto pergunto: então essa gente com o 12º ano rica em conhecimentos de cultura geral, porque não abre a sua própria empresa? Qualquer um se pode candidatar aos fundos nacionais e comunitários para constituição de empresa, mas a maioria não o faz, quer trabalhar para terceiros! Terceiros que tu e outros tanto criticam, mas criam postos de trabalho.
Esta mentalidade de trabalhar para terceiros demonstra a má preparação das pessoas para o mundo do trabalho, passam 12 anos a serem entretidos e a maioria é incapaz de ser trabalhador por conta própria ou empresário porque simplesmente não é dotado de conhecimentos como: gestão, contabilidade, finanças ou direito, em vez disso sabe tudo sobre os Maias, Lusíadas, equações, matrizes, psicologia, filosofia etc. Ah rica cultura geral, pena não servir para nada nem para encher a barriga!

Em vez de se demonizar os patrões, vamos incitar mais gente a criar empresas, incitar à fiscalização e celeridade da justiça. Se calhar teríamos menos desempregados, por outro lado a malta parece esquecer que o mercado pode não ter capacidade para absorção de toda a  gente (nenhum mercado tem, haverá sempre desemprego).

Citação de: "Edu"
Eu concentraria tudo o que foi dito na seguinte afirmação:

Enquanto for possível a um patrão ter uma empresa lucrativa sem que a mesma seja productiva não podemos esperar uma evolução séria do trabalho e da economia em Portugal.

Não percebo o que significa.
 
Os seguintes utilizadores agradeceram esta mensagem: Get_It