HSMW,
Estávamos a falar no geral. E no geral não se inclui nenhum CFS, nenhuma recruta, nem curso nenhum, pois isso não é geral, não é o regular na vida de um militar.
Tendo eu, como a maioria dos portugueses com mais de 25 anos pertencido à instituição, convém ter presente que todos sabemos duas ou três verdades sobre essa nobre e vetusta casa. Para alem disso todos temos um vizinho ou familiar que é militar e vemos, ouvimos e sabemos bem como é o “geral” da vida deles. (como já expliquei num post lá mais para trás fui condutor auto numa unidade ai perto do Entroncamento e sou irmão de um oficial contratado e tio de um soldado voluntário).
Sem dúvida que para manter uma instituição dessa dimensão em funcionamento alguém tem de trabalhar e alguns, sublinho alguns, terão de o fazer arduamente; mas mais uma vez não estamos a falar do geral.
Nem essas pessoas se mantêm geralmente durante toda a vida militar nessas funções.
É sabido e reconhecido que existem cursos puxadinhos e fases de formação muito rigorosas, mas trata-se de períodos excepcionais tanto na vida de quem os recebe como na de quem os ministra. Esses períodos são geralmente de uma duração temporal irrelevante tendo em conta a duração de uma carreira.
Não tenho duvidas nenhumas de que dar formação (especialmente a do tipo recruta e similares) será (para alem de interessante e motivante) muito desgastante e exigente. Deverá ser bom e bonito ter essa experiência no currículo, tanto para oficiais como para sargentos. Mas… e depois? Numa conversa sobre esse assunto com um tenente que comandava interinamente uma companhia ele disse-me a mim e a quem o quis ouvir que estava ali há quinze dias e a única coisa que tinha realmente feito fora assinar algumas dispensas de recolher. O homem, aguardando promoção, até nos confessou que estava com medo de que essa fosse a sua “única” tarefa durante toda a sua estadia no posto de capitão.
A mim não me convencem os que vêm com a conversa das agruras da vida militar…
Cumprimentos.