Corrupção em Portugal

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Silva Neto

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« Responder #360 em: Abril 25, 2009, 07:40:58 am »
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Polícia inglesa terá provas de levantamento de dinheiro no Freeport

00h30m


A Polícia inglesa tem provas sobre o levantamento de dinheiro alegadamente destinado ao pagamento de subornos referidos num DVD, no âmbito do caso Freeport.

Segundo noticiou, ontem, a estação televisiva TVI, Charles Smith explica, na gravação, que o Freeport fez três pagamentos em parcelas de 50 mil libras à empresa Smith & Pedro, alegando tratar-se de subornos entregues a um primo do primeiro-ministro José Sócrates.

Sendo assim, a Serious Fraud Office, o departamento britânico que investiga o caso, já estará na posse de provas sobre o levantamento desse dinheiro. Charles Smith, sócio da consultora Smith & Pedro, contratada para tratar do licenciamento do "outlet" de Alcochete, acusa José Manuel Marques, o antigo vice-presidente do Instituto da Conservação da Natureza (ICN), e um dos principais suspeitos da Polícia inglesa, de ter recebido dinheiro durante o processo de licenciamento do Freeport de Alcochete. Durante um largo período, terá, alegadamente, recebido mil euros por mês, para se manter "satisfeito", segundo explicou Smith. O escocês fala, ainda, de uma guerra pessoal entre o antigo vice-presidente do ICN e José Sócrates, o que justificaria esses pagamentos. Ainda de acordo com a TVI, todo este relato consta do processo que está a ser investigado pelas autoridades inglesas.

"O senhor Charles Smith nunca me pagou", assegurou José Manuel Marques, à TVI, rejeitando a ideia de que tinha de receber pagamentos para se manter satisfeito. Honorina Silvestre, ex-consultora na área do ambiente da Câmara Municipal de Alcochete, que teria servido, supostamente, de elo de ligação com a autarquia, recusou-se a prestar declarações, quando foi confrontada por aquela estação televisiva sobre o caso.


http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Naciona ... id=1212163
 

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Luso

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« Responder #361 em: Abril 25, 2009, 11:25:22 am »
Criticando as ordens profissionais e sindicatos, JLRC?
Já não prestam?
Ou só servem quando interessa para combater os "inimigos de classe"?
É tudo igual.
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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JLRC

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« Responder #362 em: Abril 25, 2009, 01:42:33 pm »
Citação de: "Luso"
Criticando as ordens profissionais e sindicatos, JLRC?
Já não prestam?
Ou só servem quando interessa para combater os "inimigos de classe"?
É tudo igual.


Não estou a criticar nem a apoiar ninguém. Simplesmente penso que se devem dar as notícias com isenção, mostrando as posições antagónicas e não apenas um dos lados como o Luso (e não só) tanto gosta de fazer. Quanto às ordens, alguém tem dúvidas sobre o papel nefasto que algumas ordens têm? A dos médicos, por exemplo.
 

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Lancero

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« Responder #363 em: Abril 26, 2009, 08:01:41 pm »
Estava a ver se alguém colocava a manchete do Expresso desta semana, para não ser acusado de spinning  :mrgreen:
Lá vou ter de ser eu.

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Charles Smith diz que mentiu sobre Sócrates

Ouvido em Inglaterra pela polícia e por advogados declarou sempre que não entregou dinheiro ao PM
Entre Janeiro e Julho de 2007 o antigo consultor do Freeport foi inquirido em quatro ocasiões. Em todas confessou ter inventado que José Sócrates tinha recebido um suborno através de um primo. Uma equipa de advogados veio três vezes a Portugal ouvir Charles Smith e produziu um relatório de 330 páginas em que foram esmiuçadas todas as alegações contidas no célebre DVD. O relatório conclui ainda não ter havido levantamentos de dinheiro vivo da Smith&Pedro, ao contrário do que está registado na gravação. As conclusões foram entregues à polícia de Londres, que também confrontou o consultor com a transcrição completa da conversa. Mais uma vez negou o envolvimento de Sócrates. Ao desmentir ter subornado o primeiro-ministro, Smith assume a calúnia mas livra-se de uma possível acusação de corrupção activa.


Tem também um pormenor curioso. As primeiras informações sobre o DVD (ou dito, não me recordo bem) chegaram a Portugal em Maio de 2007.
Agora digo eu, que mais aconteceu com os denominadores comuns Portugal e Inglaterra nesse mês? Uma mão lavou a outra?
"Portugal civilizou a Ásia, a África e a América. Falta civilizar a Europa"

Respeito
 

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FoxTroop

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« Responder #364 em: Abril 26, 2009, 11:20:56 pm »
Caro Lancero. Não esqueça o resto do ditado- e as duas lavam a cara

Sabia que sobre essa questão também os "suspeitos" não usam, nem se conhece, cartões bancários?  Mas já que queres saber de cartões bancários temos aqui um DVD novinho em folha   :D   :D
 

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PedroM

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« Responder #365 em: Abril 26, 2009, 11:49:27 pm »
Este fim de semana foram só notícias que não interessam, como esta aqui:
http://economico.sapo.pt/noticias/investigacao-ao-freeport-acredita-que-smith-ficou-com-as-luvas_8952.html

E ainda esta:

UMA NOTÍCIA QUE A ESPOSA DO SENHOR MONIZ NÃO LEU



«Entre Janeiro e Julho de 2007, Charles Smith foi interrogado quatro vezes por investigadores ingleses sobre o conteúdo do DVD gravado em Março de 2006 em que surge numa conversa a admitir que subornou José Sócrates. E das quatro vezes, segundo apurou o Expresso, o sócio da Smith&Pedro declarou que mentiu sobre o assunto, explicando os contornos que o levaram a inventar um enredo de corrupção envolvendo o então ministro do Ambiente e actual primeiro-ministro português. O escocês queria que o Freeport pagasse o que lhe devia.

O antigo consultor do Freeport, contratado para garantir a aprovação do projecto de outlet em Alcochete, começou por ser confrontado com a transcrição completa do DVD (que tem ao todo 29 minutos) quando no início de 2007 uma equipa de advogados do grupo inglês veio a Portugal interrogá-lo. Essa equipa questionou-o mais duas vezes ao longo dos meses seguintes, antes de produzir um relatório de 330 páginas totalmente dedicado a verificar se o que lá vem dito corresponderia à verdade, tendo ouvido também todos os funcionários ingleses envolvidos no projecto de Alcochete e vasculhado um a um os pagamentos, facturas e movimentações de dinheiro do Freeport e da Smith&Pedro em Portugal.

O extenso e exaustivo relatório da Dechert, a firma de advogados do Freeport, foi feito já depois de Sean Collidge ter sido afastado das funções de presidente do grupo (por indícios de desvio de dinheiro, má conduta e abuso de posição) e foi incluído na inquirição que a polícia de Londres fez a Charles Smith a 17 de Julho de 2007 durante mais de quatro horas.

A transcrição completa do DVD foi o último de dez documentos com que o escocês foi confrontado nesse dia pela polícia em Londres, tendo o actual arguido no processo português reafirmado o que dissera aos advogados.

De acordo com documentos que constam da investigação em Inglaterra, a história do vídeo com Charles Smith começou na verdade um ano antes de ele ter sido filmado em segredo (a 7 de Março de 2006) por um administrador inglês, Alan Perkins.

A viagem ao Mónaco O sócio da Smith&Pedro viajara até ao Mónaco no dia 27 de Janeiro de 2006 para ir ao encontro de Sean Collidge, que ainda não sabia que estava a dois meses de ser afastado do Freeport e que decidira transferir a sede da administração de Londres para Monte Carlo. Na reunião que teve com o presidente do grupo — em que estavam presentes os administradores Alan Perkins e Gary Russell — Charles Smith confrontou Collidge com a investigação aberta em Fevereiro de 2005 em Portugal por suspeitas de corrupção e que o facto de ter havido buscas no Freeport e na Smith&Pedro em Alcochete poderia pôr ambas as empresas numa situação fiscal delicada.

O escocês afirmou estar preocupado com a contabilidade, porque o IVA dos contratos entre as duas empresas não tinha sido pago. Smith queria acertar a facturação e obter os valores do IVA, exigindo o pagamento de centenas de milhares de euros, ao mesmo tempo que reclamava uma série de pagamentos em atraso relativos a prémios de execução ( success fees) pelo cumprimento de várias fases de desenvolvimento do outlet de Alcochete. Collidge considerou que esses pagamentos não faziam qualquer sentido, uma vez que os prazos assentes nos contratos não foram respeitados.

Smith contou aos investigadores que teve uma conversa posterior com Alan Perkins, no mesmo dia, no aeroporto de Nice, em que o administrador teria, alegadamente, sugerido ao escocês que arranjasse uma manobra para obter o dinheiro. O que terá levado à história do DVD, em que Smith fala que entregou um suborno de 150 mil euros, ao longo de dois anos, a um primo de José Sócrates, pago em dinheiro vivo, em parcelas de três a quatro mil euros retiradas das contas da Smith&Pedro.

Segundo a Dechert, os levantamentos de dinheiro referidos no vídeo nunca existiram nem houve nenhuma transacção suspeita nos três milhões de euros pagos pela Freeport à Smith&Pedro ao longo de três contratos e de vários anos. A investigação dos advogados concluiu, por isso, que as alegações contidas no DVD não eram verdadeiras. Conclusões que, ironicamente, podem ser uma boa notícia para o escocês: se por um lado servem de constatação de que foi apanhado a mentir, por outro significam que não participou num acto de corrupção, livrando-o de uma pena de prisão.

Pelo contrário, a TVI noticiou ontem que a polícia inglesa terá provas de levantamentos em dinheiro de Smith para pagar subornos.

O relatório da Dechert, de qualquer modo, considerou que as razões dadas por Smith para ter inventado o enredo sobre Sócrates não eram sólidas e careciam, eventualmente, de esclarecimentos adicionais, daí os advogados recomendarem o envio da informação para a polícia, o que veio a acontecer.

Alan Perkins, que acabaria acusado de usar o DVD como forma de chantagem contra a nova administração do Freeport quando negociou a sua saída no final de 2006, admitiu não estar totalmente convencido de que o conteúdo do DVD fosse falso. Há sobretudo uma pergunta simples que fica no ar e que o Ministério Público e a PJ estão proibidos de fazer, por não poderem abordar nas inquirições uma prova considerada ilegal em Portugal: como é que alguém, sabendo que tinha sido aberta em 2005 uma investigação sobre suspeitas de corrupção envolvendo o nome de Sócrates, inventa, um ano depois, uma história precisamente de corrupção com Sócrates? Gary Russell, um dos administradores do Freeport envolvido no outlet de Alcochete, encontrou uma explicação simples quando também foi ouvido: “É um idiota”. » [Expresso assinantes]

http://jumento.blogspot.com/


Que dizer? Há fins de semana assim, com notícias lixadas...
 

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Mike23

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« Responder #366 em: Abril 28, 2009, 12:16:05 pm »
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28 Abril 2009 - 02h12
Inglaterra: Procuradores e coordenadora da PJ no gabinete antifraude

Investigadores do Freeport analisam empresa da mãe de Sócrates

Os dois procuradores e pelo menos a responsável pela Polícia Judiciária de Setúbal chegaram anteontem a Inglaterra e reuniram durante todo o dia de ontem com as autoridades inglesas. O objectivo é cruzar informação, encontrar o rasto às luvas alegadamente pagas no caso Freeport.

Fique a saber mais na edição de hoje do jornal 'Correio da Manhã'.  
« Última modificação: Maio 28, 2009, 06:11:11 pm por Mike23 »
O Novo Portugal! Mais de 3 Milhões de Quilómetros Quadros!

 

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« Responder #367 em: Abril 29, 2009, 04:16:40 pm »
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Caso Freeport
"Não omitimos nada ao PR" sobre o caso Freeport, diz SMMP


O presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público (SMMP), João Palma, garantiu, esta quarta-feira, no final de uma audiência com Cavaco Silva que não omitiu nada ao Presidente da República, sem precisar se aludia ao caso Freeport
visao.pt
15:16 Quarta-feira, 29 de Abr de 2009
   
Última actualização há 49 minutos

"Falámos de algumas situações em concreto. Não vou indicar mais nada", declarou João Palma no final do encontro, pedido a 30 de Março com "carácter de urgência", após ter alertado para as alegadas pressões sobre os magistrados titulares da investigação ao caso Freeport.

Após a audiência de hora e meia com Cavaco Silva, João Palma escusou-se a falar sobre processos em concreto, mas enfatizou que o SMMP, tendo "uma atitude responsável, reproduziu ao Presidente da República tudo aquilo que entende dever reproduzir".

O presidente do SMMP referiu também que esta estrutura sindical dará sempre conhecimento daquilo que estiver mal na justiça portuguesa, observando que a nível do Ministério Público há também "questões que têm que ser melhoradas".

"Apesar de integrarmos o sistema de justiça, esta não é uma Justiça com que nos sintamos bem", disse João Palma, que revelou ter transmitido ao Presidente da República a opinião do sindicato "sobre a justiça em Portugal".

João Palma referiu ainda que a audiência com Cavaco Silva serviu para apresentação de cumprimentos por parte da direcção do SMMP recentemente eleita.

O pedido de audiência a Cavaco Silva foi feito dois dias depois de João Palma falar publicamente em alegadas pressões sobre os magistrados que dirigem a investigação deste processo relacionado com o licenciamento do empreendimento comercial Freeport, em Alcochete.

Depois disso, o Conselho Superior do Ministério Público (CSMP) deliberou, por unanimidade, instaurar um "processo de inquérito para esclarecimento de factos e afirmações" relacionados com as invocadas pressões.

O presidente do organismo de cooperação judiciária europeia /Eurojust, Lopes da Mota, foi posteriormente chamado pelo procurador-geral da República, Pinto Monteiro, para esclarecer alegadas pressões sobre os procuradores que dirigem a investigação, Paes Faria e Vítor Guimarães, o que negou.

Também o ministro da Justiça foi envolvido nesta polémica pelo semanário Sol que noticiou que Alberto Costa estaria, em nome do primeiro-ministro, por detrás das alegadas pressões de Lopes da Mota sobre os magistrados titulares do caso Freeport.

Alberto Costa desmentiu a notícia e decidiu processar judicialmente o semanário.

João Palma foi eleito, pela primeira vez, presidente do SMMP no dia 28 de Março, sucedendo a António Cluny.

O processo relativo ao centro comercial Freeport de Alcochete prende-se com alegadas suspeitas de corrupção e tráfico de influências no licenciamento daquele espaço, em 2002, quando o actual primeiro-ministro, José Sócrates, era ministro do Ambiente.

Neste momento, o processo tem dois arguidos: Charles Smith e o seu antigo sócio na empresa de consultoria Manuel Pedro, que serviram de intermediários no negócio do espaço comercial.


http://aeiou.visao.pt/gen.pl?p=stories& ... ies/506525
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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Luso

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« Responder #368 em: Maio 01, 2009, 01:15:12 pm »
Provavelmente será a minha última contribuição para este fórum.

http://www.youtube.com/watch?v=Gw03zdqqP5A
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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Charlie Jaguar

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« Responder #369 em: Maio 01, 2009, 02:09:43 pm »
Citação de: "Luso"
Provavelmente será a minha última contribuição para este fórum.

http://www.youtube.com/watch?v=Gw03zdqqP5A


Não me digas que nos vais fazer o favor de desaparecer dentro de um banco de nevoeiro? :mrgreen:
Saudações Aeronáuticas,
Charlie Jaguar

"(...) Que, havendo por verdade o que dizia,
DE NADA A FORTE GENTE SE TEMIA
"

Luís Vaz de Camões (Os Lusíadas, Canto I - Estrofe 97)
 

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TOMSK

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« Responder #370 em: Maio 02, 2009, 02:02:23 am »
Ò Luso, vai partir para Álcacer-Quibir?
Não nos deixe! :shock:
 

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« Responder #371 em: Maio 02, 2009, 10:24:40 am »
Quo Vadis Luso?????  :mrgreen: para enfrentar os líricos????
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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« Responder #372 em: Maio 02, 2009, 11:44:27 am »
Citação de: "MÁRIO CRESPO"
Os bons e os maus

Já há mais jornalistas a contas com a justiça por causa do Freeport do que houve acusados por causa da queda da ponte de Entre-os-Rios. Isto diz muito sobre a escala de valores de quem nos governa.

Chegar aos 35 anos do 25 de Abril com nove jornalistas processados por notícias ou comentários com que o Chefe do Governo não concorda é um péssimo sinal. O Primeiro-ministro chegou ao absurdo de tentar processar um operador de câmara mostrando que, mais do que tudo, o objectivo deste frenesim litigante é intimidar todos os que trabalham na comunicação social independentemente das suas funções, para que não toquem na matéria proibida. Mas pode haver indícios ainda piores. Se os processos contra jornalistas avançarem mais depressa do que as investigações do Freeport, a mensagem será muito clara. O Estado dá o sinal de que a suspeita de haver membros de um governo passíveis de serem corrompidos tem menos importância do que questões de forma referentes a notícias sobre graves indícios de corrupção. Se isso acontecer é a prova de que o Estado, através do governo, foi capturado por uma filosofia ditatorial com métodos de condicionamento da opinião pública mais eficazes do que a censura no Estado Novo porque actua sob um disfarce de respeito pelas liberdades essenciais. Não havendo legislação censória está a tentar estabelecer-se uma clara distinção entre "bons" e "maus" órgãos de informação com advertências de que os "maus" serão punidos com inclemência. O Primeiro-ministro, nas declarações que transmitiu na TV do Estado, fez isso clara e repetidamente. Pródigo em elogios ad hominem a quem não o critica, crucifica quem transmite notícias que lhe são adversas. Estabeleceu, por exemplo, a diferença entre "bons jornalistas", os que ignoram o Freeport, e os "maus jornalistas" ou mesmo apenas só "os maus", os que o têm noticiado. Porque esses "maus" não são sequer jornalistas disse, quando num exercício de absurdo negou ter processado jornalistas e estar a litigar apenas contra os obreiros dos produtos informativos "travestidos" que o estavam a difamar. E foi num crescendo ameaçador que, na TV do Estado, o Chefe do Governo admoestou urbi et orbi que, por mais gritantes que sejam as dúvidas que persistem, colocar-lhe questões sobre o Freeport é "insultuoso", rematando com um ameaçador "Não é assim que me vencem". Portanto, não estamos face a um processo de apuramento de verdade. Estamos face a um combate entre noticiadores e noticiado, com o noticiado arvorando as armas e o poder que julga ter, a vaticinar uma derrota humilhante e sofrida aos noticiadores. Há um elemento que equivale a uma admissão de culpa do Primeiro-Ministro nas tentativas manipulatórias e de condicionamento brutal da opinião pública: a saída extemporânea de Fernanda Câncio de um painel fixo de debate na TVI sobre a actualidade nacional onde o Freeport tem sido discutido com saudável desassombro, apregoa a intolerância ao contraditório.

Assim, com uma intensa e pouco frequente combinação de arrogância, inabilidade e impreparação, com uma chuva de processos, o Primeiro Ministro do décimo sétimo governo constitucional fica indelevelmente colado à imagem da censura em Portugal, 35 anos depois de ela ter sido abolida no 25 de Abril.
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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123go

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« Responder #373 em: Maio 02, 2009, 05:57:05 pm »
Otelo promovido a coronel ganha 49 800 euros

http://www.correiomanha.pt/Noticia.aspx ... 215208CC37

Otelo Saraiva de Carvalho foi esta semana promovido a coronel de Artilharia.

A promoção do líder operacional do 25 de Abril, efectuada ao abrigo da lei da reconstituição das carreiras dos militares que tenham sido penalizados por terem participado no período de transição da Revolução de 1974, ocorre sete anos depois de Paulo Portas ter travado essa iniciativa, enquanto ministro da Defesa, por questões relacionadas com o processo que envolveu o grupo terrorista FP-25, no qual Otelo foi indultado e depois amnistiado.

Forças Populares 25 de Abril (FP-25) foram uma organização terrorista de extrema-esquerda que operou em Portugal entre 1980 e 1987.

Parte dos seus militantes procediam das antigas Brigadas Revolucionárias.

Mataram 18 pessoas, em atentados a tiro e a bomba e em confrontos com a polícia durante roubos a bancos e tentativas de fuga.

O julgamento dos seus crimes foi incompleto, por prescrição do processo judicial.

A figura mais conhecida vinculada às FP-25 foi Otelo Saraiva de Carvalho.

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123go

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« Responder #374 em: Maio 02, 2009, 06:03:52 pm »
http://www.youtube.com/watch?v=53dqcGNltpA

Rendimentos dos membros que integram o Conselho de Estado, órgão político de consulta do Presidente da República

http://www.correiomanha.pt/Noticia.aspx ... EDD2D8A21E

CONSELHO DE ESTADO

Jorge Sampaio

Ano 2005

Rendimentos de trab. dep. 132 534,22€

Rend. prediais 5951,16€

Pensões 35 955,08€

Outros rendimentos (venda de imóveis) 260 000,00€

Mário Soares

Ano 2004

Rend. trab. ind. 186 239,13€

Rend. capitais 188 550,92€

Rend. prediais 30 000,00€

Pensões 77 256,90€

Ramalho Eanes

Não é possível ver a declaração de rendimentos

Manuela Ferreira Leite

Ano 2005

Rend. trab. dep. 113 054,97€

Rend. trab ind. 31 125,00€

Rend. de capitais 9,39 €

Pensões 33 838,59€

Marcelo Rebelo de Sousa


Declaração entregue no Tribunal Constitucional a 27 Junho 2006

Rend trab. dep. 47 676,21€

Rend. trab. ind. 284 855,45€

Rend. de capitais 28,84€

Pinto Balsemão

Ano 2004

Rend. Trab. dep. 1 191 636,23€

Rend trab. ind. 250,00€

Rend. capitais 784 999,70€

Rend. prediais 15 293,16€

Mais-valias 88 698,21€

Rui Moura Ramos

Ano 2006

Rend. trab. dep. 106 333,15 €

Outros rendimentos 2370€

Nascimento Rodrigues

Ano 2007

Rend. trab. dep. 44 355,44€

Pensões 74 670,65€

Carlos César

Ano 2007

Rend. trab. dep. 88 086,24€

Alberto João Jardim

Ano 2007

Rend. trab. dep. 88 086,24€

Pensões 44 775,78€

João Lobo Antunes

Ano 2005

Rend. trab. dep. 64 518,62€

Ren. trab. ind. 843 644,44€

Rend. de capitais 3519,14€

José Anacoreta Correia

Ano 2005

Rend. trab. dep. 4483,68€

Rend. trab. ind. 60 000,00€

Pensões 45 490,71€

Almeida Santos


Ano 2004

Rend. trab. dep. 52 424,38€

Rend. trab. ind. 815,68€

Rend. de capitais 5220,89€

Rend. prediais 7333,45€

Pensões 58 479,12€

Jorge Coelho

Ano 2007

Rend. trab. dep. 243 614,82€

Rend. trab. ind. 77 752,32€

Rend. prediais 239,67€

Dias Loureiro

Ano 2005 (cessação de deputado a 27/03/06)

Rend. trab. dep. 290 897,48€

Rend. prediais 672,75€

Jaime Gama

Ano 2004

Rend. trab. dep. 54 493,00€

Rend. prediais 25 974,00€

José Sócrates

Ano 2007

Rend. trab. dep. 101 638,09€

Manuel Alegre

Ano 2005

Rend. trab. dep. 58 632,00 €

Rend. trab. ind. 73 794,00€

Pensões 7482€