O maior impedimento à aceitação generalizada do Ká-Cê não e politico nem económico, mas sim ter sido concebido para servir os requisitos da FAB: capacidade de voar grandes distâncias, sobre terreno amigo e de forma económica, onde paragens frequentes para reabastecimento não são problemáticas (paragem para cachaça), mais uns voos ocasionais às Caraíbas e África, que fica ali mesmo ao lado. Parece que nem vai poder desempenhar a missão Antártica, ao que dizem.
Mais uma vez, vamos optar por um avião de transporte táctico que vai ser empregue em inúmeras missões de carácter estratégico, ao longo da sua vida operacional. Neste cenário, o Juliet seria uma escolha mais acertada devido à sua abundância no seio dos nossos aliados e à sua capacidade de operar em terrenos mais rudimentares. No entanto, se houver o complemento de umas 02, 03, ou mesmo 04 unidades 'mais estratégicas', as coisas seriam totalmente diferentes. Essas unidades podiam ser A400M, ou melhor ainda A330 MRTT. Em alternativa, mais barato mas menos flexível que os A330, seriam uns quantos KC-135R do AMARC; os americanos estão a efectuar um mini MLU aos 135, nomeadamente ao nível de aviónicos para poderem voar nos corredores comerciais. Estima-se que estas células tenham capacidade para operar para além de 2050. Ideal para Portugal, portanto.
Em resumo, KC-390 por si só: má escolha. 06 KC-290 + 02 A400M (ou 02 A330 MRTT): melhor escolha. Talvez a combinação mais económica e flexível, com dois tipos de aparelhos, fosse 06 KC-390 + 04 KC-135R. A manutenção dos KC-135 na Europa podia ser mais uma oportunidade de negócio para as OGMA (França e Turquia ainda usam este aparelho, estando os franceses no processo de substituição por A330 MRTT, que ainda vai demorar uns anitos).
Just my 2 cents.