Boa tarde . Caro Major Alvega tive o cuidado de referir na minha mensagem inicial que não sou especialista na área aeronáutica e que as minhas fontes eram simplesmente a imprensa francesa . Não é preciso frequentar qualquer fórum brasileiro para encontrar críticas às derrapagens financeiras do programa A400 e aos problemas técnicos . A imprensa francesa há muito que os relata . E não estou a falar apenas de jornalistas ou opinadores , mas por exemplo de membros do Senado e do Parlamento franceses . Sim as aterragens em pistas improvisadas foram um dos problemas detectados durante a fase de testes .Foram verificados danos no aparelho . Por isso a mesma imprensa noticiou com satisfação que no Sahel um A400 já realizou sem problemas essa operação numa missão real e não num teste desta vez . Como acontece com muitos projectos o A400 teve os seus problemas de juventude , o que não quer dizer que não venham a ser resolvidos . Segundo a informação disponibilizada pelo Charlie Jaguar a Airbus pensa ter quase tudo resolvido em 2021 .Aguardemos para ver . Agora é um facto que recentemente França e Alemanha tiveram que ir à pressa comprar mais C130 . Quanto às declarações do general da FAP , penso ser evidente para qualquer pessoa , que apenas se podem referir aos resultados dos testes até agora efectuados já que não se trata de uma aeronave em uso há vários anos em missões reais . Ninguém , tanto aqui como no Brasil pode ter neste momento certezas absolutas e definitivas em relação às capacidades do KC390 . Também quanto ao facto de o A400 ser de uma categoria superior , se leu com atenção as minhas palavras ficou claro que não temos divergências nessa matéria .
Caro Lancero , como é evidente o facto de os lançamentos de paraquedistas serem raros hoje em dia não quer dizer que se tenham tornado obsoletos ou inúteis . Por isso é que eu disse que Portugal não podia ter aeronaves com limitações nessa área . É verdade que os Franceses têm feito alguns no Sahel , como o 2 REP em Timbuktu ou o 8 RPIMA no norte do Niger por exemplo . Como na nossa Guerra Colonial , perante um adversário fraco em termos de defesas antiaéreas , essa é uma forma de projectar forças rapidamente e a grandes distâncias , aproveitando o factor surpresa . O meu Pai saltou nas Serra da Canda em 1961 , e essa foi uma operação desse tipo . Regressou à metrópole no final desse ano , e passadas poucas semanas a União Indiana invadiu Goa . Ele diz que estiveram 2,3 dias na zona de Lisboa à espera da ordem para embarcar em aviões até ao Paquistão para daí saltar sobre Goa . A operação não se realizou , mas não é preciso ser um perito em assuntos militares para perceber que o lançamento de uma companhia de caçadores paraquedistas para defender Goa do ataque de quase 40 mil soldados indianos com tanques , artilharia e aviões , para além de ser inútil em termos militares iria ter um número elevadíssimo de baixas . Quando o opositor tem um poder bélico já apreciável , o lançamento de paraquedistas em grande escala é pouco recomendável . Basta ver o que aconteceu aos Alemães na ilha de Creta ou aos Aliados na Normandia ou na operação Market Garden na 2 GM . O número elevadíssimo de baixas é hoje em dia pouco aceitável . Um abraço .