E qualquer que seja o avião que se compre, vamos ter sempre formação de tripulações e técnicos pelo vendedor.
Ainda existe uma grande diferença entre enviar pessoal para receber formação pelo vendedor e enviar pessoal para receber formação e treino na USAF. Especialmente quando os andamos a enviar para os EUA para fazer o alguma formação básica, o tirocínio, e a instrução em aeronaves bimotor. Veja-se também a diferença na qualidade dos pilotos, loadmasters, e técnicos formados nos EUA a nível de interoperabilidade com os norte-americanos e outros países que passaram por lá. Esta formação e este treino na USAF também costuma estar inserida nos acordos bilaterais entre Portugal e os EUA, o que permite acesso a outros métodos de pagamento e que sempre ajuda um bocado.
Existem componentes comuns entre o C-295 e o A400M?
Existe pelo menos a nível da instalação eléctrica, aviónicos, sensores e alguns actuadores e servos.
Que outras aeronaves Airbus é que a FAP tem?
Estava-me a referir ao impacto que depois tem a nível de custos com sobresselentes, ao fazer uso da linha de produção civil e das linhas de logística civis.
Vamos partilhar linhas logísticas no estrangeiro? Isso até agora nunca funcionou, cada pais sempre teve que levar a sua própria logística,
Não é esse um dos objectivos da NATO? Partilhar linhas de logística. Ou estamos já a falar de outros cenários?
a única coisa parecida que sei que acontece é na EPAF com os exercícios de F-16, em que já existe um pré-acordo de os vários paises se apoiarem uns aos outros em caso de necessidade, mas um pais tem sempre que levar a sua logística, isto é mais para precaver "azares", levamos uma peça de um tipo, mas durante o exercicio estragam-se duas, já gastamos a nossa que tinhamos em stock mas precisamos de mais uma, em vez do avião estar parado esses dias todos (o que iria comprometer o exercício), um pais aliado que tenha essa tal peça igual no seu inventário pode ceder a peça, a reparação do avião faz-se imediatamente e a peça que vem de Portugal quando chegar é entregue a esse pais aliado para eles recomporem o seu stock.
Também já chegamos a ter técnicos dos nossos F-16 a ajudar a preparação e manutenção de F-16 de outras forças.
Estarmos na "mão" dos outros nunca funcionou bem, pois os outros países vão sempre dar prioridade aos seus meios, só depois aos meios dos outros,
Se for durante um conflito ou qualquer outra operação em que dependam dos nossos meios então não terão outra alternativa senão colaborar e trabalhar em equipa.
agora se me falarem numa linha de abastecimento de peças do fornecedor, ou "internacional" que apoie todas as nações de um modo igual, isso já gostava que existisse.
Sim, relativamente a isso já existem alguns programas da EDA assim.
Mas temos outro aspecto a ter em conta, que é o facto de ao nos estarmos a inserir no sistema de logística e de aquisição dos norte-americanos (ou europeus) teremos acesso a peças mais baratas devido ao volume de encomendas. Não só a nível de aquisição das sobresselentes aos fabricantes mas também a nível dos custos depois relacionados com a logística (armazenamento, transporte, etc.).
Nós ainda não estamos no EATC nem no SAC, o EATC é constituído por meios aéreos de todos os países membros, acho que não existe nenhum pais membro que não tenha meios aéreos lá,
São já vários os países a integrar o EATC, acho mais cedo ou mais tarde também vamos lá parar.
não estou a ver integrarmos o EATC sem os nossos próprios meios aéreos (KC390 ou C-130J), só iamos andar a usar os aviões dos outros? Os outros paises membros iriam aceitar que entrassemos no EATC nessas condições?
Poderíamos contribuir com os C-295M. Se necessário adquiria-se mais alguns C-295M para reforçar a frota e a capacidade de transporte e assim evitava-se estar a comprar uma outra frota de aeronaves, ainda que com maior capacidade, mais cara e com os custos adicionais a nível de infraestrutura, logística, e formação de pessoal para essa nova aeronave.
Iamos ter que pagar o aluguer desses aviões presumo.
Até que ponto não seria mais barato e mais realista dado os sucessivos cortes que temos vindo a sofrer nas forças armadas. (Se houvesse dinheiro já teríamos adquirido C-130J ou A400M e não andávamos para aqui a gastar fundos comunitários neste projecto como se fosse dinheiro nosso.)
O SAC acho que não devemos integrar pois para transporte estratégico pesado já estamos no SALIS em que podemos usar os Antonov, só se isto falhasse é que íamos procurar outra solução para esta capacidade, que poderia ser o SAC.
Iria depender do número de horas e disponibilidade dos meios do SAC comparado com o SALIS. Mas opções acho que não nos faltam.
Cumprimentos,