28 de Maio 1926

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LM

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« Responder #15 em: Dezembro 27, 2007, 11:25:50 pm »
Sintra, o meu forte aplauso ao seu texto.

E a minha admiração pela paciencia em explicar o que devia ser evidente.

A memória é curta - "Fariseus de luva branca", já o meu bisavó os chamava.

Será que não é evidente que muitos dos problemas que hoje temos têm origem nesse "periodo abençoado"? Que até os excessos revolucionários são resultado do regime podre que nos fizeram aguentar...?!

Que na parte final da Republica, antes do "milagre" 28 Maio de 1926, a contas publicas (o já famoso défice) estvam no bom caminho, que o grande descalabro foi provocado pelos militares no poder (que chamaram um professor de finanças de Coimbra para limpar a porcaria por eles aumentada...)? Que a ditadura terminou com um dos planos dos governos anteriores de apostar na educação universal? Que Portugal teriamos hoje?
Quidquid latine dictum sit, altum videtur
 

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Rui Monteiro

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« Responder #16 em: Dezembro 28, 2007, 10:10:32 am »
Citação de: "LM"
Sintra, o meu forte aplauso ao seu texto.

E a minha admiração pela paciencia em explicar o que devia ser evidente.

A memória é curta - "Fariseus de luva branca", já o meu bisavó os chamava.

Será que não é evidente que muitos dos problemas que hoje temos têm origem nesse "periodo abençoado"? Que até os excessos revolucionários são resultado do regime podre que nos fizeram aguentar...?!

Que na parte final da Republica, antes do "milagre" 28 Maio de 1926, a contas publicas (o já famoso défice) estvam no bom caminho, que o grande descalabro foi provocado pelos militares no poder (que chamaram um professor de finanças de Coimbra para limpar a porcaria por eles aumentada...)? Que a ditadura terminou com um dos planos dos governos anteriores de apostar na educação universal? Que Portugal teriamos hoje?


Claro que o vosso "período abençoado" foi muito pedagógico, mataram um Presidente Sidónio País. Tiveram um Presidente provavelmente Pedófilo, Teixeira Gomes ( basta ler a obra dele ).
Já para não falar dos milhares de hectares de floresta destruídos para a cultivar. Hoje temos Eucaliptos lololol
Mas tudo é normal quando uma minoria tenta impor-se através da ditadura. O Povo nunca votou e nem pediu a republica e por isso até 1926 Paiva Couceiro e outros não ficaram calados.

O maior período de Democracia em Portugal não foi em Republica foi na Monarquia Constitucional de 1822 a 1910. E João Franco ditador nunca foi, antes de D.Carlos ser assassinado tinham sido convocadas eleições livres e os Partidos nunca foram ilegalizados.

Se a 1ª Republica tivesse vingado ... mais tarde ou mais cedo havia uma revolução.
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Mueda

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« Responder #17 em: Janeiro 02, 2008, 05:10:38 pm »
Assumindo como verdade absoluta :

Das virtudes divinas desse movimento não ideológico e que continha o apoio de 100% da população portuguesa porque não se convocaram eleições de imediato ? E porque Portugal não fantasticamente domina o mundo no sentido no sentido do engrandecimento da raça humana ?

Já agora sabia que para além desses salvadores da pátria também outros apresentaram o modelo comunista (URSS,China,Cuba,Coreia do Norte,etc,etc), o fascista ou o nacional socialista com as caracteristicas de um dogma perfeito e que também aboliram o multipartidarismo em nome da unidade e do desenvolvimento da pátria ?

E que por acaso esse também é o modelo mais comum em Africa ?

As coisas perfeitamente .... nem sei o que dizer ... que alguns colocam aqui !

Mueda
 

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Rui Monteiro

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« Responder #18 em: Janeiro 02, 2008, 05:24:58 pm »
Caro Mueda

Não sei de onde é que desencantou os 100% de apoio da população porque se tal fosse verdade em 1919 Paiva Couceiro não tinha restaurado a Monarquia do Minho até ao Vouga durante 25 dias.
Podia ter 100% dos anormais dos carbonários que não representavam a população. Curiosamente o que esperava depois do Regicídio de 1908 ? as eleições estavam marcadas para Abril de 1908 ! Se não houve eleições foi por culpa dos sanguinários dos republicanos que falharam a revolução em 28 de Janeiro e num acto de desespero mataram o Rei.

Aliás para lhe ser sincero não existem muitos republicanos convictos, os que existem são por ignorância porque no geral o Povo está farto, preferem mudar de canal e verem a novela ou o futebol do que estar a aturar o discurso do presidente que só fala fala mas não faz nada para poder ser eleito uma segunda vez.

É a política que temos
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Mueda

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« Responder #19 em: Janeiro 02, 2008, 05:40:36 pm »
Caro Rui Monteiro,

Ou eu não me expliquei bem ou você não percebeu bem.


Um pouco fora do topico:

Os monárquicos podem procurar apresentar a Monarquia como a panaceia fulminante para todos os desafios da Nação contudo nem daqui a 1000 anos tal resultará porque esses desafios carecem de soluções concretas e crediveis mas nunca os militantes dessa causa souberam no Portugal Pós 25 de Abril o fazer.

MUEDA
 

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Rui Monteiro

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« Responder #20 em: Janeiro 03, 2008, 01:29:13 pm »
Meu caro Mueda

A partir do momento em que há uma orquestra de gente a gozar com a figura publica de D.Duarte ( Herman Josés e imprensa ) não há muito espaço de manobra a não ser não ligar. Especialmente quando durante os primeiros 20 anos a esquerda apontava o dedo aos monárquicos dizendo que eram de direita. Posso lhe dizer que há monárquicos em praticamente todos os quadrantes políticos.
Mas é normal quando o vencedor está no poder, e neste caso os republicanos.

Quanto a soluções que os Monárquicos podem dar, eles estão a da-las através do Instituto da Democracia Portuguesa :

http://www.democraciaportuguesa.org/

Várias personalidades da sociedade têm aderido, militares, ex-governantes e académicos. Não só monárquicos mas também republicanos.
O plano actual é de debate do Ordenamento do Território, uma questão chave para Portugal. Tem um exemplo, a Ota.
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Rui Monteiro

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« Responder #21 em: Janeiro 03, 2008, 01:34:15 pm »
Citação de: "Mueda"
Assumindo como verdade absoluta :

Das virtudes divinas desse movimento não ideológico e que continha o apoio de 100% da população portuguesa porque não se convocaram eleições de imediato ? E porque Portugal não fantasticamente domina o mundo no sentido no sentido do engrandecimento da raça humana ?

Já agora sabia que para além desses salvadores da pátria também outros apresentaram o modelo comunista (URSS,China,Cuba,Coreia do Norte,etc,etc), o fascista ou o nacional socialista com as caracteristicas de um dogma perfeito e que também aboliram o multipartidarismo em nome da unidade e do desenvolvimento da pátria ?

E que por acaso esse também é o modelo mais comum em Africa ?

As coisas perfeitamente .... nem sei o que dizer ... que alguns colocam aqui !

Mueda


Os Vendedores de Feira
Nuno Pombo * (Dez-2007)

Estamos já em contagem decrescente para a faustosa comemoração da implantação da República. A avaliar pelo calibre do presidente da respectiva comissão de festas, teremos cerimónias, se não dignas, criativas, prenhes de um oportuno e já bastamente ensaiado revisionismo. Para esse peditório, pelo menos eu, não contribuo.

Uma clique instalada, dona das verdades iluminadas com que se querem ver alumiadas as veredas do poder, insiste em dourar a pílula da República, ignorando (ou escamoteando) o que foi a sua instauração e o que resultou dessa fatídica sublevação. Como é evidente, não estarão isentos de reparo, mesmo à luz da época, os tempos de governação na Monarquia. Reparos que com maior justiça teriam por destinatários os governantes e parlamentares e não tanto a acção régia. Contudo, pretender alicerçar todo um edifício político, que agora se quer com pompa evocar, numa sucessão falaciosa de erros e de mentiras não me parece um bom princípio. Mas isso, para a trupe do costume, é de somenos, e lá vão, do alto de duvidosas cátedras assinalando (sem acerto) os desvarios monárquicos e sublinhando (sem fundamento) as virtudes republicanas.

Uma dessas putativas virtudes é a democracia. Não sei por que bulas, mas o certo é que se anda a espalhar com engenhosa habilidade a insinuação de que foi com a República que se institui o sufrágio universal. Até os escritores da moda e os vendedores de feira são vítimas dessa precipitação. Não fora a sageza de um historiador convertido em crítico literário e talvez só meia dúzia de informados tivesse dado pelo abuso. Vasco Pulido Valente, neste aspecto insuspeito, denuncia com a veemência que se lhe conhece: “A República notoriamente não instituiu o sufrágio universal. A lei eleitoral de 1911 deixava votar os maiores de 21 anos que soubessem ler e escrever ou que fossem chefes de família há mais de um ano. Infelizmente, na «eleição» de 1911 não se votou, por pressão do Partido Republicano, em quase metade dos círculos. Pior ainda, nos círculos em que se votou, bandos de terroristas «fiscalizaram» o acto. Na eleição seguinte, em 1913, o Partido Democrático restringiu o voto a maiores de 21 anos, do sexo masculino [ai que diriam, hoje, os fundamentalistas da igualdade de género!] e letrados: um corpo eleitoral mais pequeno que o da Monarquia.” Tudo visto e ponderado, nos primeiros tempos, a República não passou de “uma ditadura do Partido Democrático”, superiormente orquestrado pela sinistra batuta do Dr. Afonso Costa.

Pretender demonstrar que em Monarquia se vivia sob opressão e que em República se respirava liberdade é tarefa impossível, por ser uma rotunda mentira. A actividade política conhecia antes do 5 de Outubro uma liberdade de opinião, de organização e de acção que só (bem) depois de 1976 se recuperou. E de 1910 a 1976, que eu saiba, estávamos em República. Não havia um Rei para nos amordaçar. Nem Rei, nem roque.

* Nota: o texto publicado é da exclusiva responsabilidade do autor.

Texto publicado no Diário Digital a 21-Dez-2007
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Mueda

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« Responder #22 em: Janeiro 03, 2008, 02:03:56 pm »
Caro Rui Monteiro,

Como certamente saberá os cidadãos que professam o ideal monárquico encontram-se tudo menos unidos. É quase como dizer que se existem 3 monárquicos existem 3 diferentes correntes.

MUEDA
 

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Rui Monteiro

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« Responder #23 em: Janeiro 03, 2008, 02:18:41 pm »
Sabe caro Mueda

Quando um partido está no poder toda a gente adere a ele, quando sai derrotado toda a gente sai dele. Quem disse isto foi D.Duarte, muitos monárquicos estão virados para outros lados porque obtêm mais dividendos assim.
A Causa Monarquia como está não alimenta a pança como alguns partidos no nosso país. Eu sou fiel a D.Duarte, posso dizer que estou do lado dele. É certo que há mais gente  que não concorda talvez porque gostavam também de ter o poleiro e serem reis.

Sobre o IDP, pode ler a seguinte notícia do Diário de Notícias

http://causamonarquica.wordpress.com/2007/12/03/adversarios-da-ota-fundam-instituto/
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balburdio

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« Responder #24 em: Janeiro 03, 2008, 05:21:26 pm »
Citação de: "LM"
Sintra, o meu forte aplauso ao seu texto.

E a minha admiração pela paciencia em explicar o que devia ser evidente.

A memória é curta - "Fariseus de luva branca", já o meu bisavó os chamava.

Será que não é evidente que muitos dos problemas que hoje temos têm origem nesse "periodo abençoado"? Que até os excessos revolucionários são resultado do regime podre que nos fizeram aguentar...?!

Que na parte final da Republica, antes do "milagre" 28 Maio de 1926, a contas publicas (o já famoso défice) estvam no bom caminho, que o grande descalabro foi provocado pelos militares no poder (que chamaram um professor de finanças de Coimbra para limpar a porcaria por eles aumentada...)? Que a ditadura terminou com um dos planos dos governos anteriores de apostar na educação universal? Que Portugal teriamos hoje?


sim de facto! que protugal teriamos hoje se a revolução jacobina tem levado a melhor?
antes de mais viveriamos provavelmente sob o jugo comunista dada a força que os "democratas"(leia-se comunistas) tinham no regime.
depois o país teria ido à falência com o "saneamento das contas públicas" que consistia basicamente em pedir emprestado uma verba astronómica que nos empenharia até aos dias de hoje, e em lançar impostos que aniquilariam a classe média.

na altura já se vivia um clima de terror, os padres eram persequidos e assassinados, todos os adeptos declarados da monarquia foram perseguidos e muitos exilados.
A população em geral era ameaçada pelas forças armadas controladas pelos jacobinos e principalmente pelos ferrabrazes da carbonária.
a economia era dirigida pelo estado que controlava os bancos, os transportes, os monopólios comerciais, etc.  no fundo algo muito semelhante com o que se passa agora em que o governo mete a sua pandilha no controlo das empresas estatais, paga a peso de ouro.

A tal educação universal consistia basicamente, como aliás tudo o que saiu alguma vez das revoluções jacobinas, em perseguir professores, queimar livros, reescrever a historia e adulterar o conhecimento numa tentativa de instrumentalizar a ciência.
não se construiu uma universidade, mas fecharam-se faculdades e prenderam-se professores (curiosamente foi sidónio pais quem posteriormente concedeu uma amnistia alargada a muitos dos prisioneiros políticos, depois os jacobinos mataram-no), não se fez uma escola mas fecharam tudo o que era a obra educativa da igreja o que deixou populações inteiras entregues ao analfabetismo.
fecharam-se os lares e as obras de caridade da igreja o que deixou populações na miséria mais abjecta.
prenderam-se pensadores e intelectuais, fecharam-se jornais, assassinaram-se opositores políticos, etc, etc
e muito mais teriam feito não fosse o medo que tinham de que o povo se sublevasse (pouco faltou, aconteceu mesmo no norte)
e aquando da monarquia do norte tiveram de comer sapos vivos para se manterem no poder e congregarem apoios para retomarem o poder.
Paiva Couceiro foi um pouco naife, ou talvez por ser uma pessoa de bem não quisese recorrer ao tipo de resistencia que teria sido eficaz. a resistencia de guerrilha interna!
mesmo assim os jacobinos tremiam sempre que o homem passava a fronteira com a sua meia dúzia de maltrapilhos praticamente desarmados.

aliás os jacobinos só se aguentaram nessa altura porque muitos dos opositores temiam que paiva couceiro fosse tentar restaurar o regime "rotativista" que foi o grande causador da queda da monarquia e ao qual a monarquia é em larga medida alheia.

mesmo muitos monárquicos acabaram por apoiar a república por não quererem o regresso desse regime.
curiosamente paiva couceiro pretendia que o rei cumprisse com a carta e que fossem realizadas eleições livres

entretanto as clientelas politicas dos jacobinos foram preenchendo os cargos e lugares da administração pública nacional e local.
e começou o deboche, o esbulho do erário público, a gestão danosa, o conluio, a corrupção, a extorsão pura e simples e todo o tipo de abusos de poder e má conduta institucional.

Fernando Pessoa escreve sobre isso na sua prosa e em cartas.
alude ao estado caótico dos serviços públicos onde os funcionários se dedicavam alegremente a extorquir quem quer que a eles recorresse.
menciona o estado a que tinham chegado as finanças do país a ponto do governo não pagar aos fornecedores à anos.

tambem refere os atrasos no pagamento dos ordenados aos funcionarios publicos e todos os incómodos e obstáculos que tudo isto criava no dia a dia.

parece que ha muita gente que quer tapar o sol com uma peneira, mas nem esses conseguem eslpicar como é que o exército, que derrubou a monarquia e sustentou a causa republicana acabou por a derrubar.

se calhar o descalabro era tanto que o mau cheiro começou a ser insuportavel na caserna.


quanto ao descalabro provocado pelos militares só a rir, os militares mais não fizeram do que avaliar a verdadeira extensão do pesadelo e procurar uma solução, não chegaram a fazer nada, nem bom nem mau, e fizeram bem porque entregaram o problema a quem o soube resolver.

de notar ainda que neste periodo entre a queda da monarquia e o 28 de maio portugal retrocedeu no seu desenvolvimento dezenas de anos, uma geração nas palavras de Fernando Pessoa. Curiosamente uma geração é precisamente o atraso que ainda temos face à Europa.

ora façamos as contas.
no tempo da monarquia portugal estava atrasado mas tinha recuperado muito com a regeneração de fontes pereira de melo se bem que o progresso tivesse estagnado durante o rotativismo. este atraso até nem era muito grande apesar do pais ser relativamente parco de recursos, em algumas coisas nãos estávamos mais que uma década atrás da média europeia
depois, na republica e até ao 28 de maio atrasámos mais uma geração.

durante o estado novo recuperámos muito a princípio, com o plano centenário na educação, as reformas financeiras e sociais, a lei e a ordem (que na altura funcionavam bem melhor que hoje) e o tímido aparecimento da segurança social.
durante a guerra ficámos a marcar passo face ao prodigioso progresso tecnologico que o conflicto provocou.
depois da guerra teriamos umageração de atraso, logo sempre ganhámos alguma coisa com o estado novo.
depois da guerra enquanto evoluímos nas infraestruturas, nas instituições e na administração marcámos passo no plano económico devido ao atraso tecnológico. só nos anos 70 o estado novo parecia estar a obter resultados com os retornos dos investimentos feitos até aí (estradas, rede electrica, telefones, TAP, CP, navegação maritima, grandes companhias ultramarinas, etc.).
Depois veio o 25 de Abril e continuamos com uma geração de atraso.

é verdade que a culpa do atraso tb é do regime pós abril, mas não foi esse regime quem o criou originalmente, foi precisamente a sua querida república!

portugal foi uma potencia global com a monarquia, na república perdeu tudo o que tinha e passou a ser apenas uma memória de sí mesmo.

na monarquia o povo tinha uma voz permanente junto do rei, na república essa voz prega para as orelhas moucas de uma classe política que a pretende representar mas não o faz.

com a monarquia nasceu em portugal a democracia, a constituição, os altos ideais de liberdade e bem público, a liberdade de espressão e o móbil do progresso, a república cristalizou tudo isso na forma de discursos de ocasião, instrumentalização dos meios de comunicação, concluio inter-partidário e clientelismo.

a monarquia garantiu a espanha uma estabilidade governativa que atravessou regimes e lhe trouxe um progresso a par das outras nações europeias, em portugal esta república continua a crescer abaixo da europa.

qual é o problema? é que esta república é filha da outra. e cá temos os herdeiros dos jacobinos a governarem(-se)
 

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Rui Monteiro

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« Responder #25 em: Janeiro 03, 2008, 05:24:59 pm »
Meu caro balburdio

Convido-o a participar no Fórum Democracia Real

http://democracia-real.goo-board.com/

Cumprimentos Monárquicos
Causa Monarquica : http://www.causa-monarquica.tk
Forum Realistas : http://www.realistas.org
Instituto da Democracia Portuguesa : http://www.democraciaportuguesa.org/
 

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PereiraMarques

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« Responder #26 em: Janeiro 03, 2008, 06:40:36 pm »
Citação de: "balburdio"
qual é o problema? é que esta república é filha da outra. e cá temos os herdeiros dos jacobinos a governarem(-se)

Essa afirmação é tão "gratuita" como dizer algo do tipo:
Citar
qual é o problema? é que esta monárquia é filha da outra. e cá temos os herdeiros dos filipes a governarem(-se)


Não quero dizer com isso que a Primeira República não fosse um regime imperfeito, até pouco democrático face ao padrões actuais e (a alguns) da altura. Nem dizer que a Monárquia Constitucional fosse uma Ditadura.

As contradições da Primeira República eram em parte as mesmas da Monárquia Constitucional, falta de uma estrutura social, cultural e, até, económica que permitisse o desenvolvimento de uma "verdadeira" Democracia ou, se preferirem, uma Democracia "avançada".

Ao "rotativismo" da Monárquia Constitucional sucedeu um "rotativismo" baseado em Partidos não-ideológicos, normalmente com uma lógica de liderança unipessoal (Democrático [Afonso Costa], Unionista [Brito Camacho], Evolucionista [António José de Almeida], etc.).

À débil estrutura económica e social do Portugal do princípio do século XX, juntou-se todos os problemas criados pela I Guerra Mundial, bem como as contradições internas do novo regime parlamentar republicano, extremamente fragmentado e instável.

Face a estas problemáticas, os militares decidem assumir as "rédias do poder" em 28 de Maio de 1926, entregando posteriormente o poder a Oliveira Salazar em 1932/33. Que, se numa primeira fase, conseguiu equilibrar as contas públicas, modernizar a administração pública e até promover, algum, crescimento económic; numa segunda fase, correspondente às décadas de 50, 60 e 70, persistiu em manter uma estrutura económica (e social) arcaíca, aliada a uma "desgastante" Guerra Colonial, cujos reflexos económicos, sociais, culturais e, até, demográficos se fazem sentir até hoje.

Em 25 de Abril de 1974 surge então a perspectiva de se estabelecer uma "verdadeira" Democracia. Contudo, uma vez mais a instabilidade (política, social, mas também económica [nacionalizações, reforma agrária, etc.]) mantêm-se até 25 de Novembro de 1975 e, em menor grau, até meados da década de 80 (revisões constitucionais de 1982 e 1989 e adesão à CEE em 1986).

Neste sentido, 33 anos após o 25 de Abril podemos não ter a almejada Democracia "avançada", mas certamente vivemos o período mais democrático dos últimos 800 anos [não obstante a bicéfalia Sócrates-Cavaco c34x ].  

Deste modo, a minha "tese" será no sentido em o grande desafio consiste em melhorar a Democracia e os niveís de Desenvolvimento Humano em Portugal, nomeadamente se considerar-mos que estes factores se retroalimentam mutuamente.

Não quero com isto dizer que não se possa falar da História, discutir a questão República-Monárquia, ou até apontar os erros e contrariedades da Primeira República. Mas devemos considerar que essa discussão só será "produtiva" se, aprendendo com os erros do passado, conseguirmos melhorar no futuro.

Face aos paradigmas actuais em termos político-constitucionais na Europa. A dicotomia República-Monárquia assenta apenas na questão do estatuto do Chefe de Estado. Neste sentido, face ao facto de um Rei não ter poder executivo, nem legislativo, nem mesmo um poder moderador legalmente constituido, não consigo deslumbrar qualquer benefício material ou objectivo da Monárquia.

Alguns podem falar de um "benefício" simbólico ou "espiritual" da Monárquia...mas sinceramente isso não me "interessa" e acredito que não "interessa" também a muita gente...
 

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Rui Monteiro

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« Responder #27 em: Janeiro 03, 2008, 07:36:26 pm »
Caríssimos

Caso não saibam essa revolução de 1926 foi feita por um General Monárquico, pena é que o regime não o fosse também :) Provavelmente não teríamos 48 anos de Estado Novo a amordaçar os portugueses.
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Rui Monteiro

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« Responder #28 em: Janeiro 03, 2008, 07:37:29 pm »
Caro Balburdio

Gostaria de informar que publiquei o seu post no site Causa Monárquica.

Abraço e obrigado por tão eloquente intervenção.
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Luso

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« Responder #29 em: Janeiro 03, 2008, 09:34:28 pm »
Citação de: "PereiraMarques"
Alguns podem falar de um "benefício" simbólico ou "espiritual" da Monárquia...mas sinceramente isso não me "interessa" e acredito que não "interessa" também a muita gente...


Pereira, é verdade que a temática não interessa a muita gente. Provavelmente à esmagadora maioria. Mas a esmagadora maioria está a borrifar-se para tudo.
Não te quero convencer de nada até por que te tenho como inteligente. Peço-te que dês o benefício da dúvida ao sistema e procures POR TI (e não por mais ninguém) os benefícios da monarquia. Pesquisa por ti, peço-te Pereira, oh garboso - e reles - republicano!
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...