O problema não é nem nunca foi regionalização.
O problema chama-se descentralização.
A Espanha não é exemplo para Portugal. A Andaluzia, é quase tão grande quanto Portugal, a Catalunha representa 60% de Portugal e um PIB quase tão grande.
Grande parte das regiões que existem na Europa, ou existem por razões historicas e culturais (vide o caso dos cantões suiços) ou então são maiores que Portugal inteiro.
Contam-se pelos dedos das mãos, as regiões europeias que não existem por cauda das circunstâncias históricas.
Nós somos o mais antigo Estado Nação da Europa, e chegámos aqui, exactamente porque nunca entrámos pela via da dissolução do Estado.
A regionalização, poderá bem ser a ginja no topo do bolo.
Um Portugal descaracterizado, irreconhecivel, e com uma bandeirinha vermelha e amarela no topo.
Esse será o resultado inevitável da regionalização. Sempre que nos desunimos estivemos prestes a desaparecer. O que é incrível, é que nos dias de hoje, quando teoricamente deviriamos ter mais gente instruida, continua a haver tanta gente que não se preocupa minimamente com o país e só olha para o umbigo.
Os gobernos regionais serão grandes municipios, com duplicação ou triplicação de custos e de lugares para colocar os boys dos partidos se por acaso as empresas públicas que ainda existem começarem a ter menos intervenção do Estado.
Quando acabarem as "Golden Shares" e as empresas estatais que ainda vão existindo, onde é que os partidos vão colocar as suas clientelas ?
A regionalização é a solução.
É uma forma de garantir que aqueles que transitaram das autarquias para os lugares dourados com pensões de Marajá nas empresas que ainda têm lugares de responsabilidade do Estado, podem ainda assim garantir novamente um lugar ao sol, num qualquer parlamento regional, governo regional ou ministério do governo regional.
Para os caçadores de empregos chorudos, daqueles que dão direito a pensão de 5.000 Euros após quatro anos, a regionalização é uma Mina.
E nós pagamos.
Pedem-nos o voto, para depois nos sacarem o dinheiro.