Por outro lado fosse os Comandos a "comer" os Paras, eles teriam de fazer muitas alterações tanto da sua estrutura/organização, como no curso em si.
Uma coisa é óbvia, tanto nos EUA, como no RU, como no Brasil, como em inúmeros países tens as unidades de Infantaria Ligeira de Assalto (Paraquedistas, Aeromoveis, Montanha), tens as unidades de Operações Especiais e depois tens as unidades de Operações Directas para apoiar as mesmas (Comandos/Rangers).
Nos países onde não há essas unidades de Operações Directas para apoiar as Operações Especiais, os Páras acabam por ficar com essa função, como na Bélgica e na França.
Confesso que julgava que haveria mais "opiniões" sobre a nossa organização de tropas elite... tópico capaz de levantar paixões - dificil ver um ex-Comando (ou até alguém que o Pai o tenha sido...) a defender a sua extinção; mas como não o fui e o meu Pai era de uma unidade de Cavalaria vou arriscar e a ver se não digo asneira
Começar por referir outras forças de elite:
Fuzileiros - defendo que devem existir, nos moldes atuais (força ligeira, à imagem dos "Royal Marines Commandos" / "Korps Mariniers", sem Pandur no máximo com ST5).
Centro de Tropas de Operações Especiais - defendo que devem existir, nos moldes atuais.
Mas os Comandos e os Paraquedistas, na minha opinião, são o resultado das nossas condições históricas muito especificas e não vejo vantagem (face às desvantagens) de existirem as 2 em simultâneo...
Em outros países os paraquedistas nasceram de tropas organizadas ao nível divisão / brigada, para lançamento de unidades relativamente grandes; ou continuam assim (EUA) e têm uma outra unidade "Comando" (os Rangers) ou foram diminuindo de tamanho (RU, França) mas não existe unidade "Comando" (que são os paraquedistas); em Portugal os PQ nasceram antes dos Comandos, em um ramo diferente mas com a sua passagem para o exercito não vejo necessidade de 2 unidades totalmente separadas - até porque, infelizmente, no papel só temos 2 BPara a 2 companhias atiradores (mais unidades de apoio) e 2 CCmds?
Simplesmente, no nosso caso, os paraquedistas e os comandos estão demasiado próximos em capacidade, "élan", treino para termos a desvantagem de 2 estruturas em separado. Mesmo tentando reforçar as características operacionais de cada um (Paraquedistas excel a nível batalhão, capazes de combinar meios de apoio - 105mm, morteiros pesados, capacidade AC, etc vs Comandos excel a nível companhia, tropa mais ligeira, de choque) não vejo assim tanta diferença.
Não estou a ver como mas talvez (se não houvesse Comandos) haver uma companhia (+) dos paraquedistas que fosse o nosso "Special Forces Support Group", com um curso especialização "Comando" dado no CTOE...? Isso se considerarem que é assim uma formação tão diferente.
Outro assunto é tanta unidade de elite para tão pouca unidade regular... mas isso é outra coisa.