Sobre a extinção dos comandos no inicio dos anos 90;
Por diversas vezes tenho lido que o Regimento tinha dois batalhões mais um de serviços.
Pelo que sei isso não corresponde á verdade, essa organização funcionou mas no inicio da decada de 90 o regimento tinha;
Além do comando e dos serviços
1 batalhão de intrução de comandos a duas companhias
1 batalhão de comandos com duas companhias, a 121 e 124, a 122 estava desactivada em reserva
Existiam também como força operacional elementos com o curso de Patrulhas de longo raio de acção, por exemplo o curso de 90 terminou com 17 oficiais e sargentos comandos.
1 CICA - Centro de instrução de condutores auto
Na prática o regimento tinha um batalão a duas companhias operacionais.
As razões da extinção dos comandos sempre foram polémicas.
Na minha opinião existem dois factores com uma grande influência, o primeiro foram as diversas mortes durante a instrução e o segundo a enorme rivalidade existente entre os comandos e o resto do exercito.
Esta rivalidade era real e ambas as partes eram culpadas pois alimentavam a situação.
Quanto ás tropas para quedistas
As tropas paraquedistas surgem na força aerea fruto da dificuldade do exercito para lidar com corpos ditos especiais.
A separação entre tropas ditas especiais e tropas ditas normais foi sempre dificil.
O CIOE só foi criado no fim da decada de 50, depois dos paras e muito por causa das lições tiradas pelos oficiais que tinham tirado os cursos de contra guerrilha, como por exemplo na Argélia junto das tropas Francesas.
Enquanto os paras estiveram na força aerea era tudo deles.
Quando foram transferidos para o exercito passaram a sentir na pele o mesmo que os comandos tinham sentido, rivalidade...........
Diga-se também com culpas para ambos os lados, o último argumento de quem expôs a situação foi a cor da boina do actual CEME.
Sobre uma possivel extinção, não acredito nem quero acreditar que o nosso país se de a esse luxo. A extinção dos comandos deve servir de lição.
Tanto os comandos, as OE's como os paras são tropas de escola, de qualidade e que devem ser mantidos.
Penso que o sistema de recrutamento só de voluntários está a fazer danos em todo o lado e as tropas para quedistas não são excepção, é algo de novo neste corpo mas estou certo que irá ser superado com mestria.
Na minha opinião o que falta é uma cultura de respeito e coordenação entre as diversas forças.
Essa separação de tropas especiais e normais já não faz sentido.
Quando esta denominação ganhou força as forças armadas eram muito maiores, em 74 tinham mais de 200 mil homens.
Com um exercito de +- 20 mil homens todos têm de ser bons no que fazem, todos têm de ser especiais.
Vivemos num mundo que está sempre em movimento, sendo a Instituição militar parte de este mundo tem também de se adaptar ás novas realidades.