Fusão de páras com comandos, se fazem na prática quase o mesmo como foi discutido atrás não faz sentido existirem em separado só por tradicionalismos, menos uma força, maior concentração de meios, logo maior disposição tanto de meios humanos, materiais e financeiros. Quanto menos se dividir o bolo maiores serão as fatias. Há coisas em Portugal que estão demasiado divididas por capelinhas outras demasiado centralizadas, nesta área estão demasiado divididas.
Por essa lógica de fusão de tudo o que é igual, fundem-se os batalhões PANDUR num único batalhão, uma vez que ambos fazem o mesmo. Ficávamos com 1 F-16 porque os F-16 restantes também fazem o mesmo. Como todas as 5 Fragatas fazem o mesmo, abatiam-se 4 e ficava-se com uma, etc, etc. No fim tínhamos com certeza umas Forças Armadas mais pequenas, mais económicas e com mais orçamento para executar as suas missões e o seu treino.
Há muitos anos que digo que Paraquedistas, comandos e fuzileiros deviam ser só uma unidade.
O problema é que ninguém quer abdicar do que é seu, e depois está tudo dividido e ninguém tem nada na mesma.
Podíamos ter uma unidade brutal com capacidades inigualáveis, assim temos 3 unidades com grandes dificuldades orçamentais [/b]e em que nenhuma tem todos os homens e todo o equipamento que necessita.
Então e se a solução fosse acabar com as dificuldades orçamentais nas unidades operacionais em vez de acabar com essas unidades a pretexto dessas mesmas dificuldades orçamentais? Hum?
Há áreas para racionalizar nas Forças Armadas (FFAA), mas recorrer a pretextos economicistas para fundir/reduzir unidades operacionais parece-me uma opção errada. Concordo, por exemplo, que se racionalizem sistemas e processos de comando e controlo, assim como processos nas áreas do pessoal e logística transversalmente aos 3 ramos, mas não encontro racionalidade para fundir/extinguir Batalhões de Infantaria (Páras + Cmds + Fz) só porque o dinheiro é pouco.
O processo que conduz à decisão sobre qual deve ser o sistema de forças nacional não pode/devia ser guiado por lógicas puramente economicistas, mas sim como sendo o resultado de um estudo/reflexão sobre o que realmente é necessário (pessoal, meios, orçamento) para que as FFAA sejam uma organização credível no papel que desempenha no âmbito da soberania nacional. O problema é que quem governa (e também alguns foristas) não sabe ao certo o que fazer com este grande incómodo na vida deles que são as FFAA. É ingenuidade acreditar que fundir unidades operacionais é a solução para a escassez orçamental. A seguir a um corte haverá sempre um novo corte, assim é o procedimento de quem nos governa, quer seja na Defesa, na Saúde, Educação, etc. Infelizmente a crise não bate à porta de todos ....
