Nova Lei das Armas

  • 114 Respostas
  • 62317 Visualizações
*

Luso

  • Investigador
  • *****
  • 8711
  • Recebeu: 1858 vez(es)
  • Enviou: 816 vez(es)
  • +1078/-10468
(sem assunto)
« Responder #45 em: Setembro 12, 2006, 07:39:57 pm »
A rapaziada de Aveiro é tramada... c34x
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

*

lecavo

  • 252
  • +1/-0
(sem assunto)
« Responder #46 em: Setembro 12, 2006, 10:13:02 pm »
Viva!

Citação de: "Luso"
A rapaziada de Aveiro é tramada... c34x



Explica-te!
Um abraço.

--Lecavo
 

*

ricardonunes

  • Investigador
  • *****
  • 5326
  • Recebeu: 531 vez(es)
  • Enviou: 106 vez(es)
  • +593/-9222
(sem assunto)
« Responder #47 em: Setembro 12, 2006, 10:39:30 pm »
Uma questão para o Sr. lecavo.
Adquiri um livro que compila a legislação que saiu, mais legislação complementar e jurisprudência.
No dito livro existe uma nota ao artigo 44º (armas eléctricas, aerossóis de defesa e outras armas de letalidade reduzida), que diz que dentro do conjunto das armas eléctricas se pode incluir os bastões eléctricos.
A minha questão é (e pelo que sei) este tipo de arma anteriormente, e se não estou em erro foi retirado de serviço dado á sua perigosidade, estava destinado somente ás forças policias?
Não será este tipo de bastão mais perigoso que uma "moca de Rio Maior"?
Potius mori quam foedari
 

*

lecavo

  • 252
  • +1/-0
(sem assunto)
« Responder #48 em: Setembro 12, 2006, 11:40:31 pm »
Viva!

Artº 2, alínea n) – “arma eléctrica” todo o sistema portátil alimentado por fonte energética e destinado unicamente a produzir descarga eléctrica momentaneamente neutralizante da capacidade motora humana.

Artº 3º, nº.7 - São armas da classe E:
   - Os aerossóis de defesa com gás cujo principio activo seja a capsaicina ou oleoresina de capsicum (gás pimenta)
   - As armas eléctricas até 200 000 v (duzentos mil volts), com mecanismo de segurança.
   - As armas de fogo e suas munições , de produção industrial, unicamente aptas a disparar balas não metálicas, concebidas de origem para eliminar qualquer possibilidade de agressão letal e que tenham merecido homologação por parte da DN da PSP.

Se ler a ultima parte do nº. 1 do Artº 44º diz o seguinte: “…aplicando-se, com as devidas adaptações, as limitações defenidas no Artº 42 (que fala do uso das armas de fogo). Ou seja, o legislador tem perfeita consciência da perigosidade desse tipo de armas, daí que tenha de certa forma associado o seu uso efectivo ao uso efectivo das armas de fogo, devendo o seu utilizador proceder das mesmas cautelas que teria se estivesse a usar uma arma de fogo.  

Neste momento, que eu saiba, ainda nenhuma arma eléctrica está ou esteve ao serviço das forças da lei (pelo menos de forma disseminada por todo o dispositivo a nível territorial) em Portugal. Fala-se na adopção da Taser, mas nada está ainda decidido.

Por ultimo. Óh pessoal tenham lá calma, eu não trabalho no serviço das armas e explosivos. Esses é que são os técnicos da burocracia deste “negócio”, como dizem os brasileiros. Com boa vontade vai se dando uma ajuda ao pessoal aqui do forum, mas a ponto de me pedirem opinião sobre jurisprudência!!!!!!
Um abraço.

--Lecavo
 

*

ricardonunes

  • Investigador
  • *****
  • 5326
  • Recebeu: 531 vez(es)
  • Enviou: 106 vez(es)
  • +593/-9222
(sem assunto)
« Responder #49 em: Setembro 13, 2006, 12:22:45 am »
Quando coloquei a minha questão não queria que se pusesse a recitar jurisprudência :G-Ok:
O que queria transmitir é que com a nova lei algumas armas que eram de acesso restrito a forças policiais passaram a ser de acesso comum (aqueles que por lei as possam adquirir), pois quem queria e quer ter uma arma ilegal não vai cumprir a lei :lol:
E ai é que a lei peca, é muito restritiva para quem quer ter uma arma legal e muito branda para quem as quer adquirir ilegalmente.
Potius mori quam foedari
 

*

lecavo

  • 252
  • +1/-0
(sem assunto)
« Responder #50 em: Setembro 13, 2006, 02:31:24 am »
Viva!

Eu não fui peremptório na minha afirmação quanto a dispositivos eléctricos ao serviço da PSP ou da GNR. Aquilo que disse mantenho. Nunca nenhum dispositivo desta natureza esteve distribuído a todo o efectivo. Mais, nunca, desde há 16 anos a esta parte houve instrução desse equipamento. Nem consta dos manuais de armamento. Se me diz que o GOE ou o CI em particular tinham esse equipamento, o que lhe posso dizer é que é bem possível. No entanto acho pouco plausível. Porque todo o equipamento e armamento em uso na PSP tem de constar do Manual de Armamento. Pode ser que tenha sido usada na GNR e nesse caso não lhe posso dizer se existiu ou não. Mas tb aí me parece que se houve alguma arma eléctrica, tb nunca esteve distribuída por todo o dispositivo a nível nacional. Tenho familiares e amigos na GNR (tb muito apaixonados por armas) e nunca tal veio à baila e olhe que passamos horas a falar sobre a matéria.

Há casos específicos. O GOE tem armas que mais ninguém na PSP tem. Vou lhe dar exemplos: HK G36; FN P90; Desert Eagel em calibre .357Magnum; HK PSG1; FN FiveSeven, etc, etc. Mas nós sabemos que esse armamento existe, porque consta do Manual.

Mas não há como ter um “desaguisado” destes para nos obrigar a fazer pesquisa. Vou indagar acerca do assunto junto do núcleo de instrução aqui do meu departamento. Eles conhecem todo o armamento e equipamento de cor e salteado e de olhos fechados – verdade! Montam e desmontam tudo com os olhos vendados, sabem os nomes técnicos todos, etc. São os gurus da matéria. Amanhã já vou tirar essas dúvidas, bem como uma outra que aqui me assaltou, acerca da percentagem de princípio activo do gás pimenta, já que afirmei que a percentagem era de 0,3% (afirmação de cor – carece de ser confirmada). Embora tenha quase a certeza que é essa a percentagem, mas como há um “quase”, tenho de obter confirmação.
Um abraço.

--Lecavo
 

*

foxtrotvictor

  • Perito
  • **
  • 481
  • Recebeu: 6 vez(es)
  • +5/-1
(sem assunto)
« Responder #51 em: Setembro 13, 2006, 09:05:40 am »
Então vai-se poder ter estas “…que tenham merecido homologação por parte da Direcção Nacional da PSP”
Lei 05 de 2006 Artº3 – 7 c)











e estas
Lei 05 de 2006 Artº3 – 7 b)

100.000 Volts


200.000 Volts


mas estas não.

300.000 Volts


500.000 Volts
 

*

lecavo

  • 252
  • +1/-0
(sem assunto)
« Responder #52 em: Setembro 13, 2006, 10:33:26 am »
Viva!

Corta as duas últimas, têm mais de 200 000 Volts.

A primeira é mesmo uma arma porreira para levar no dia a dia. É muito "fácil" de esconder debaixo do casaco.  :roll:

O seu uso por civis parece-me pouco prático. Tirando o seu uso policial e apenas para controlo de multidões, não vejo que venha a ter grande sucesso comercial. :(
Um abraço.

--Lecavo
 

*

foxtrotvictor

  • Perito
  • **
  • 481
  • Recebeu: 6 vez(es)
  • +5/-1
(sem assunto)
« Responder #53 em: Setembro 13, 2006, 11:27:06 am »
Lecavo, eu antes das de 300.000 Volts e 500.000 escrevi “mas estas não”

Por aquilo que pude ler, tudo abaixo de 500.000 tem pouca eficácia.

Duvido que essa arma Flash Ball seja regulamentada em Portugal, mas em França é.

http://www.eclats-antivols.fr/modules.p ... ay_ref=266

http://www.flash-ball.com/pages-fr/i_fb_compact.htm

Saudações, companheiro.
 

*

lecavo

  • 252
  • +1/-0
(sem assunto)
« Responder #54 em: Setembro 13, 2006, 12:27:55 pm »
Viva!

Pois é, tinhas dito “estas não”, mas eu não tinha visto. Tens razão, pede-me desculpa!:lol:

Há que fazer aqui uma ressalva. Julgo que os veterinários sempre usaram estes dispositivos eléctricos (pelo menos um que conheci tinha uma coisa destas). Tenho uma ideia que isso estava previsto na lei (já agora, se alguém poder esclarecer este assunto, a gerência agradecia). Conheci um veterinário que tinha uma coisa dessas. Nunca lhe perguntei se aquilo estava legal ou não, já que para mim fazia todo o sentido o homem tivesse uma coisa daquelas. Vi-o utiliza-la algumas vezes. Os animais afastavam-se logo com um salto. Num ser humano tb deve ter um efeito danado.

Tenho um episódio engraçado com dispositivos eléctricos para animais. Um certo dia, tinha os meus 14 ou 15 anos, andava à pesca com um vizinho. Andávamos a pescar trutas. Andávamos rio a cima, rio abaixo. Ao moço, deu-lhe vontade de urinar. Pousou a cana e afastou-se para junto de umas giestas. Instantes depois ouvi-o gritar os piores impropérios :lol: …… Quando nos encontramos, não deixamos de brincamos com a situação. Ficou-nos na memória (mais a ele do que a mim :P ).
Um abraço.

--Lecavo
 

*

foxtrotvictor

  • Perito
  • **
  • 481
  • Recebeu: 6 vez(es)
  • +5/-1
(sem assunto)
« Responder #55 em: Setembro 13, 2006, 01:05:34 pm »
Eu, quando andei por essas terras de além-mar, sempre tive muito respeito por essas “bélicas”.  Afastava-me delas como o diabo da cruz. Se as vacas mantém aquela margem de segurança por alguma coisa deve ser.

Vamos ver se a arma eléctrica tem nos pilha-galinhas o mesmo efeito que nas vacas. Um mostra-a e eles dão às de vila diogo, que é como quem diz, pernas para que te quero.

Também já estou a prever por aí certos anúncios.
“"Chipa-se" arma eléctrica para 500.000 volts”
 

*

lecavo

  • 252
  • +1/-0
(sem assunto)
« Responder #56 em: Setembro 13, 2006, 05:31:12 pm »
Viva!

No seguimento do post sobre a percentagem de princípio activo de oleoresin Capsaicin, nos frascos de gás pimenta em uso nas polícias em Portugal.

Em Portugal é de 0,3% (zero virgula três por cento).

Cultura geral: Segundo dados do fabricante suíço, a percentagem de princípio activo de oleoresin Capsaicin estabelecido para a Europa é de 0,3%; para a América 0,5% (zero virgula cinco por cento) e de 0,8 (zero virgula oito por cento) para a Ásia.

Estes valores estão definidos internacionalmente, e devem-se a uma série de factores, nomeadamente a morfologia dos indivíduos oriundos destas regiões, bem como aos seus hábitos alimentares. Um mexicano que come habitualmente grandes quantidades de malaguetas, tem uma resistência ligeiramente superior ao de outro que não tem esse hábito alimentar.

Mas isso não quer dizer que o seu efeito fica comprometido. Sendo um produto do contacto (daí dever-se usar um equipamento de jacto), logo que atinja os olhos e as outras mucosas, ocorrem uma série de reacções corporais involuntárias, como fechar os olhos por exemplo. Um indivíduo com os olhos fechados não consegue lutar. Mesmo que seja um pouco mais resistente aos outro efeitos, com os olhos fechados…..acabou-se!

Armas eléctricas na PSP distribuídas a todo o efectivo a nível nacional: Não, não há nem nunca houve. Neste momento mantém-se em avaliação a Taser (está a ser testada pelo GOE).
Um abraço.

--Lecavo
 

*

foxtrotvictor

  • Perito
  • **
  • 481
  • Recebeu: 6 vez(es)
  • +5/-1
(sem assunto)
« Responder #57 em: Setembro 14, 2006, 12:56:17 am »
E se um titular de licença B quiser comprar esta em calibre 38 sp?


E se um titular de licença B1 quiser comprar esta em calibre 6,35 (25 Auto)?


http://www.cobrapistols.com/products/derringers.htm

Como é que ficamos em relação a Lei 05 de 2006, Artº 41, nº2? (“A arma de fogo curta deve ser portada em condições de segurança, sem qualquer munição introduzida na câmara de explosão da mesma, com excepção dos revólveres")
 

*

lecavo

  • 252
  • +1/-0
(sem assunto)
« Responder #58 em: Setembro 14, 2006, 08:56:31 pm »
Viva!

Hoje estou particularmente triste com as noticias que nos chegaram do Canadá. Um louco pegou em armas e entrou numa escola aos tiros. Morreu uma jovem, que por coincidência ainda tem sangue luso.

Para quem, como eu, é apaixonado por armas, como outra pessoa qualquer gosta de cavalos ou de carros. Este tipo de ocorrências deixa-me particularmente triste. Já sei que a seguir vem mais uma “carradas” de regras estúpidas, que nada resolvem, porque apenas afectam os utilizadores legais das ditas armas. A comunicação social também não ajuda. Apresenta sempre as armas como uma coisa diabólica, com grandes dissertações acerca da sua perigosidade. Quem conhece alguma coisa do assunto fica aterrado com tanta barbaridade. Na esmagadora maioria das vezes, quem escreve ou fala nos meios de comunicação sobre o assunto, não sabe nada de nada sobre armas. A imprecisão quanto às marcas, aos tipos de armas, aos calibres e a tudo o resto é avassaladora. Mas o que fazer? Que posso eu fazer contra tamanho poder? NADA!

O problema não está nas armas, está em quem está por trás delas. A arma é uma máquina, como um carro ou uma motocicleta. Se for usada segundo as regras estabelecidas para o seu manuseio em segurança, ninguém se vai ferir.

As televisões, ávidas de sangue apresentam estas notícias com uma ênfase incrível. De seguida aproveitam para “descascar” nas armas e seus utilizadores. Metem tudo no mesmo saco, para os media, todos os apaixonados e possuidores de armas são psicopatas assassinos em massa. Mas, por outro lado, aos sábados e domingos à tarde passam filmes cheios de violência e de armas a serem disparadas contra pessoas, em que muitas vezes o protagonista e pretenso bom da fita dispara a torto e a direito, assassinando pessoas, pretensamente as más da dita fita, às dúzias, numa manifestação barata de extrema violência. Não gosto a ver esses filmes. São apenas violência barata. Já algumas vezes telefonei para a SIC, TVI e RTP a insurgir-me contra este tipo de programação. A essa hora estão a assistir a esses disparates milhares de crianças e jovens, ainda sem maturidade para perceber que aquilo não passa de ficção Hollywoodesca. Estes jovens vão crescendo a ver esta utilização das armas. Os pais, desconhecedores da matéria, mas que querem satisfazer as vontades dos filhos (só para não os ouvir chorar ou para não ter de aturar uma birra, já que muitos não conseguem dizer não ao menino – aliás, muitas vezes é o menino que manda lá em casa) compram “armas” de plásticos aos meninos. Depois é velos com o dedo no gatilho a apontar a “arma” a toda a gente e a dizer “pum”, “pum” e “pum” e, como ia dizendo, os pais desconhecedores da matéria não impedem os filhos de ter um comportamento destes.

Depois temos ainda os jogos de computador (pelos visto este louco era um viciado num jogo desses) em que o jogador vai ganhando cada vez mais pontos sempre que mata um polícia, uma velhinha, uma criança, etc. O “Counter Strike” (acho que é assim que se escreve) é um jogo desse genero. Os jogadores passam o jogo a matar pessoas. Acredito que muitas crianças percam a noção da realidade a jogar aquela coisa. Se um jovem tem algum desequilíbrio, seja mental ou até afectivo e passa horas a jogar estes jogos, pode de facto perder a noção da realidade ou até criar uma realidade apenas sua, que o empurra para este tipo de catástrofe.

Estou bastante perturbado com esta situação. Isto não faz sentido nenhum. Que sociedade é a nossa, que produz pessoas assim? Será que a culpa é das armas? Será que a culpa é da lei que regula a posse e utilização das armas? O Canadá até tem uma lei de controlo de armas extremamente apertada!
Um abraço.

--Lecavo
 

*

foxtrotvictor

  • Perito
  • **
  • 481
  • Recebeu: 6 vez(es)
  • +5/-1
(sem assunto)
« Responder #59 em: Setembro 14, 2006, 09:34:56 pm »
Muito bem, Lecavo. Também lamento muito.

O problema é que não há nada que não seja a prova de idiotas. Isso de o mal não estar nas armas mas sim em quem as empunha é uma grande verdade.