Viva!
Hoje estou particularmente triste com as noticias que nos chegaram do Canadá. Um louco pegou em armas e entrou numa escola aos tiros. Morreu uma jovem, que por coincidência ainda tem sangue luso.
Para quem, como eu, é apaixonado por armas, como outra pessoa qualquer gosta de cavalos ou de carros. Este tipo de ocorrências deixa-me particularmente triste. Já sei que a seguir vem mais uma “carradas” de regras estúpidas, que nada resolvem, porque apenas afectam os utilizadores legais das ditas armas. A comunicação social também não ajuda. Apresenta sempre as armas como uma coisa diabólica, com grandes dissertações acerca da sua perigosidade. Quem conhece alguma coisa do assunto fica aterrado com tanta barbaridade. Na esmagadora maioria das vezes, quem escreve ou fala nos meios de comunicação sobre o assunto, não sabe nada de nada sobre armas. A imprecisão quanto às marcas, aos tipos de armas, aos calibres e a tudo o resto é avassaladora. Mas o que fazer? Que posso eu fazer contra tamanho poder? NADA!
O problema não está nas armas, está em quem está por trás delas. A arma é uma máquina, como um carro ou uma motocicleta. Se for usada segundo as regras estabelecidas para o seu manuseio em segurança, ninguém se vai ferir.
As televisões, ávidas de sangue apresentam estas notícias com uma ênfase incrível. De seguida aproveitam para “descascar” nas armas e seus utilizadores. Metem tudo no mesmo saco, para os media, todos os apaixonados e possuidores de armas são psicopatas assassinos em massa. Mas, por outro lado, aos sábados e domingos à tarde passam filmes cheios de violência e de armas a serem disparadas contra pessoas, em que muitas vezes o protagonista e pretenso bom da fita dispara a torto e a direito, assassinando pessoas, pretensamente as más da dita fita, às dúzias, numa manifestação barata de extrema violência. Não gosto a ver esses filmes. São apenas violência barata. Já algumas vezes telefonei para a SIC, TVI e RTP a insurgir-me contra este tipo de programação. A essa hora estão a assistir a esses disparates milhares de crianças e jovens, ainda sem maturidade para perceber que aquilo não passa de ficção Hollywoodesca. Estes jovens vão crescendo a ver esta utilização das armas. Os pais, desconhecedores da matéria, mas que querem satisfazer as vontades dos filhos (só para não os ouvir chorar ou para não ter de aturar uma birra, já que muitos não conseguem dizer não ao menino – aliás, muitas vezes é o menino que manda lá em casa) compram “armas” de plásticos aos meninos. Depois é velos com o dedo no gatilho a apontar a “arma” a toda a gente e a dizer “pum”, “pum” e “pum” e, como ia dizendo, os pais desconhecedores da matéria não impedem os filhos de ter um comportamento destes.
Depois temos ainda os jogos de computador (pelos visto este louco era um viciado num jogo desses) em que o jogador vai ganhando cada vez mais pontos sempre que mata um polícia, uma velhinha, uma criança, etc. O “Counter Strike” (acho que é assim que se escreve) é um jogo desse genero. Os jogadores passam o jogo a matar pessoas. Acredito que muitas crianças percam a noção da realidade a jogar aquela coisa. Se um jovem tem algum desequilíbrio, seja mental ou até afectivo e passa horas a jogar estes jogos, pode de facto perder a noção da realidade ou até criar uma realidade apenas sua, que o empurra para este tipo de catástrofe.
Estou bastante perturbado com esta situação. Isto não faz sentido nenhum. Que sociedade é a nossa, que produz pessoas assim? Será que a culpa é das armas? Será que a culpa é da lei que regula a posse e utilização das armas? O Canadá até tem uma lei de controlo de armas extremamente apertada!