enquanto alguns se entretêm a dizer mal dos NPO pergunto?
1) com a falta de verbas actual, será que iam comprar substitutos para as Corvetas fora de Portugal?
2) será que não vêem que até é incerto que se vão fazer os restantes 6 NPO, apesar de darem emprego e criarem conhecimento em Portugal?
3) será que não vêem que haver estes já é um milagre, dado o contexto actual de má vontade em relação às despesas militares
4) será que não consegue ver nestes navios a possibilidade de consolidar algum conhecimento de modo a fazer mais tarde outros navios militares?
5) será que não lhe conseguem ver qualidades, se quem os utiliza no dia a dia vê e está contente com eles...
ou é só vontade de deitar abaixo?
como estas questões têm toda razão de ser e como um dos "detractores"(1) do NPO deixo aqui os meus três vinténs em relação a algumas delas:
Se considerarmos que as missões do NPO serão apenas e exclusivamente as inerentes à responsabilidade da autoridade marítima, e se elas se resumissem ao policiamento do espaço marítimo nacional (vulgo andar a mostrar a bandeira) e eventualmente ir escoltar algum barco a precisar de socorro, até o Sines com as metralhadoras nas asas da ponte chegam e sobram. No entanto não deixa de ser ridículo que após construírem um convés de voo não se tenham dado ao trabalho de instalar um radar com capacidade de ajudar ao seguimento/aproximação do helicóptero para pouparem o valor de um VTLB na pior das hipóteses.
E também não acho que seja só falta de dinheiro pelo simples facto que até hoje ainda não consegui porque é que o downgrade dos patrulha Tejo custa/rá 20 milhões de euros..
Visto que para as opções a necessitarem de uma intervenção mais musculada, tipo um passeio à Somália, área costeira do sul do Mediterrâneo ou Golfo da Guiné se prevê ter disponíveis os NPO classe Vasco da Gama

não se justifica artilhar a classe Viana do Castelo. Com um bocado de sorte até passam a ser os VG a transportar o contentor e os mergulhadores para os treinos de combate às minas e para as outras missões de carácter militar em que têm andado empenhados os navios patrulha oceânicos.
Só que existem outras missões(2) que também são da responsabilidade da autoridade marítima para as quais estas embarcações têm pouca ou nenhuma utilidade e para as quais embarcações com outras características muito mais úteis das quais deixo dois exemplos e.....

Como é um design da Rolls Royce tem a vantagem de poder ser fabricado por exemplo em Viana do Castelo.

Este até é usado por uma marinha e não por uma guarda costeira pelo que não era por aí que os parentes caiam na lama.
....que podem executar missões de trabalho marítimo, reboque de emergência, combate à poluição etc... para as quais os VC servem muito pouco ou nada. E para os quais
não existem alternativas em PortugalOs vizinhos do lado após a bronca do Prestige aprenderam e tomaram as devidas precauções enquanto que por cá é como se sabe, embora estivesse prevista uma versão Frankestein do NPO que felizmente nunca teve oportunidade de mostrar a sua incompetência para a função a realizar.(3)
Em termos de custos com a crise que existiu no mercado de serviços às operações petrolíferas offshore com a queda dos preços do petróleo, o que não faltaram foi barcos deste tipo disponíveis com poucos anos de uso e a bom preço, mas suponho que essa hipótese era muito complicada para as cabecinhas deste país mesmo com o preço unitário a não passar dos famigerados 20M € e com a vantagem de poder ter acesso aos fundos da CEE, tal como aconteceu com o Mar Portugal do IPMA
Em conclusão este discurso todo resume-se a que em minha opinião para aquilo que conseguem fazer basta construírem mais duas/três unidades iguais e aproveitem o dinheiro que sobrar para coisa mais úteis.
Por isso é quando o Fórum esteve em baixo e como ocupação de tempos livres me entretive a tentar criar uma versão mais útil do NPO mas convenhamos que o esforço não passou como os os anglo-saxónicos dizem de “put some lipstick on a pig ”.
Na altura também decidi que a partir dali me ia resumir aos factos e deixar-me de poluir o site com opiniões da treta mas acabei de provar que de boas intenções está o inferno cheio.
Cumprimentos,
(1) As minhas duvidas em relação às qualidades das embarcações para as missões a efectuar não têm nada a haver com as sua capacidades de navegação ou com a qualidade de construção. No fim de contas também acho os Ferrari (una bela máquina), mas não era a minha primeira escolha como viatura para montar uma empresa de reboques.
(2) Porque na minha opinião terem lutado tão arduamente pela manutenção da autoridade da marítima no seio da marinha não significa apenas terem um umas cadeiras para um almirante, mais uma dezena ou duas de capitães e uma centena ou mais de outras denominações. Significa a responsabilidade pelas áreas inerentes a essas cadeiras e não me refiro a "coordenar" e soprar para o lado quando os descoordenados sofrerem algum percalço por não haver meios para a tarefa.
(3) Provavelmente também existem algumas alminhas nos sectores pensantes deste País que pensam que se pode aproveitar os meios dos vizinhos e poupar uns cobres, e tenho a certeza que os nuestro hermanos terão todo o prazer em colaborar deste que isso garanta que a embarcação em questão não entre nas águas territoriais deles.
Aliás e apenas para termos oportunidade de testarmos as nossas capacidades até serão capazes de rebocar alguma embarcação em dificuldades que se encontre ali ao pé da ria de Vigo.