Um pequeno aparte relativamente a radares.
Quanto à sua utilização em áreas costeiras o que eu disse foi:
Os radares mais modernos estão a ser optimizados para a utilização em áreas terrestres.
Exemplo: Um navio de defesa aérea moderno, poderá ter capacidade para se responsabilizar pela defesa aérea de Lisboa, se estiver fundeado no Tejo, porque os radares são muito mais sofisticados e conseguem identificar mesmo mísseis razantes voando a baixa altitude sobre terra.
Não está em causa quem é em Portugal o responsável ou não pela defesa aérea. Quem quer que seja, pelo menos por enquanto não tem meios para o fazer de forma eficaz.
A realidade é a que é.
Os navios mais modernos e os radares mais recentes têm de facto esta valência de aumentar a sua capacidade de acção sobre áreas em terra.
Isto tem a ver com a natureza expedicionária que os exércitos estão a tomar e a necessidade de os prover com uma defesa aérea eficaz.
Os radares têm assim maior capacidade para identificar alvos quando eles voam perto da costa, para evitar o tipo de acção levada a cabo contra a corveta de Israel HANIT, neste Verão, ou outras acções.
O caso do Tejo, é aliás um bom exemplo. Uma fragata colocada no "Mar da Palha" em algum canal navegável, terá capacidade para identificar alvos aéreos (aviões) e cobrir uma área muito grande, independentemente dos edificios, porque uma aeronave não voa exactamente colada ao chão.
Esta característica é a mais importante no radar SMART-S Mk-II, que é a evolução seguinte do SMART-S instalado na classe Karel Doorman.
Eu não defendo que devamos comprar navios para proceder à defesa aérea de Lisboa, estou apenas a afirmar que as forças expedicionárias vão contar no futuro com radares com essa capacidade, porque esse é um dos quesitos pedidos pelos estrategas militares.
E quem tiver um navio desse tipo, pode de facto utiliza-lo para a defesa aérea contra aeronaves.
Não confundir isto com a defesa aérea contra mísseis, razantes.
Neste caso, um míssil poderá ser "distraído" num ambiente como o do estuário do Tejo.
Mas claro, este é um caso muito específico, porque nem em todos os lados há estuários como o Tejo.
Cumprimentos