Portugal estuda a compra de Fragatas Karel Doorman à Holanda

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Get_It

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« Responder #270 em: Dezembro 04, 2006, 07:18:41 pm »
Todas as Karel Doorman têm capacidade para um NH-90 NFH, pois a Holanda já tem como objectivo desde à alguns anos atrás, de substituir os seus Lynx pelo NH-90.

Cumprimentos,
:snip: :snip: :Tanque:
 

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Leonidas

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« Responder #271 em: Dezembro 04, 2006, 11:53:27 pm »
Citação de: "L.F.Silva"
Citação de: "Leonidas"

Os NH-90 não podem substituir os EH-101 em nada porque são inferiores. Os NH-90 são um complemento útil e nunca uma substituição, mesmo numa porvável utilização futura no LPD.


Da mesma forma que o NH 90 utilitário não faz nada a bordo de uma fragata, não sendo sequer capaz de ser acomodado no hangar. Apenas a versão naval o pode fazer.

Caro Luís, foi aqui dito que o NH-90 é compatível com as KD. O que o Get_it escreveu confirma aquilo que já anteriormente foi levantado. Penso que se encontra nas páginas iniciais deste tópico ou noutro que, de momento, não sei qual é.

Mesmo assim, se for possível essa utilização acho que se dever fazê-la se se considerar importante do ponto de vista operacional e se o héli for compatível com ambientes mais adversos. Transportar 20 soldados contra 6 ou 7 no lince é já considerável. De salientar também que a versão TTH tem sensores que os lince tugas e provavelmente os dos "tulipeiros" também não devem ter.

Não conheço lá muito bem os «lince» holandeses, mas creio que são inferiores á versão que já possuímos, a Mk.95, mas mesmo assim podem transportar armamento.


Esta aqui só deve servir para a "brincadeira", mas também dá para o efeito.

Citação de: "Paraquedista"
Mas onde esta essa pagina 10 a que se refere Leonidas ?

E o "Lince" mais recente esta a referir-se ao Lynx 300 ?

So vem 1, entao de 3 passamos a 1...  


Caro Paraquedista, ainda bem que faz o reparo, porque me enganei. É a pág. 9 e não a 10, deste tópico. A todos, as minhas desculpas.

Sim, gostaria de saber o valor real da versão 300 e compará-la com a versão naval do NH-90. É claro que parto sempre do principio que o NH-90 á mais caro em tudo, mas aquilo que pretendo saber é se o preço de compra do lynx 300 fica perto do valor de comprar do NH-90 naval.

Penso que seria interessante actualizar o valor dos nossos MK.95.

Já agora se alguém souber de valores para o NH-90 agradecia. Tenho valores para o NH-90, mas só por estimativa, o que vale o que vale. NH-90 naval – 25 milhões de euros? Quente ou frio?

Cumprimentos
 

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typhonman

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« Responder #272 em: Dezembro 05, 2006, 05:03:04 pm »
Podemos adoptar a estratégia que os Canadianos vão ter com os seus S92 que vão operar a bordo dos seus destructores e fragatas, utiliza-los como aeronaves de transporte de fuzileiros/tropas especiais, para além da sua componente Asw.

Os americanos tentam fazer isso com o SH60F SeaHawk, operando misseis hellfire2 e canhões laterais para fazer apoio de fogo.

Quanto ao preço do NH90N penso que se situa nos 4 milhões de contos por unidade. O EH101 ficou por 6 milhões por unidade.
 

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luis filipe silva

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« Responder #273 em: Dezembro 05, 2006, 09:06:20 pm »
Citar
Armada noticia a compra das novas fragatas:
   
 

 
AS FRAGATAS HOLANDESAS DA CLASSE “KAREL DOORMAN” OU M-CLASS
 

Assinatura do contrato
 

No passado dia 1 de Novembro, na cidade de Haia, capital do Reino da Holanda, bem perto do Museu Mauritshuis, onde estão expostas obras dos mestres Rembrant, Rubens, Brueghel e Vermeer, como o ”A lição de anatomia” do Dr. Tulp e “A rapariga com brinco de pérola”, decorreu a cerimónia de assinatura do contrato de aquisição pela República Portuguesa ao Estado Holandês, de duas fragatas da classe “Karel Doorman”, mais conhecidas na gíria naval por M-class frigates.
 

Assinatura do contrato.
 

O Ministro da Defesa Nacional, Professor Doutor Nuno Severiano Teixeira, na presença do Embaixador de Portugal, do Almirante CEMA, do vice-almirante DGAED, do vice-almirante Comandante da Marinha Holandesa, entre outras individualidades, assinou o contrato em representação de Portugal, tendo a parte holandesa sido representada na cerimónia, pelo Secretário de Estado da Defesa, Senhor Cees van der Knaap.

Com a cerimónia de assinatura do contrato, simples na forma, mas cheia de significado e relevância para a Marinha Portuguesa, fica assim viabilizada a substituição das duas últimas fragatas contemporâneas do plano naval da década de 60, sendo o culminar de um processo que nos últimos três anos ficou conhecido pelo programa de substituição das fragatas da classe “Comandante João Belo”.

A aquisição destes excelentes navios representa, sem dúvida, um esforço financeiro para o nosso País; no entanto, em conjunto com as fragatas da classe “Vasco da Gama” (VG), com os futuros submarinos da V esquadrilha e com o navio polivalente logístico, serão nas próximas décadas o núcleo fundamental da esquadra e parte dos seus principais navios combatentes. Cabe-nos a todos nós, em particular aos oficiais, sargentos, praças e civis, directamente ligados à integração destes navios na Marinha, sem esquecer as futuras guarnições, assegurar que este investimento represente um estímulo e um valor acrescentado para a esquadra e para o país.

De acordo com o estipulado no contrato, o primeiro navio arvorará pavilhão português no último trimestre de 2008 e, o segundo, um ano mais tarde, estando prevista a entrada nas águas do Tejo cerca de três meses depois.
 

As FRAGATAS M-CLASS NA RNLN
 

As fragatas da classe “Karel Doorman” ou fragatas M, projectadas nos finais da década de 80 pela Marinha holandesa em estreita colaboração com o estaleiro Royal Schelde e a firma Signaal (actual Thales), o principal fornecedor do sistema de combate, representam a evolução de anteriores fragatas de grande sucesso na Marinha Real Holandesa (RNLN), como as famosas S-class ou “Kortenaer”, que após um período ao serviço na marinha de origem, foram transferidas para outros países, onde continuam ao serviço, mas também das fragatas de defesa de área da classe “Jacob van Heemskerck” ou L-class, entretando vendidas à Armada do Chile.

As fragatas M constituem uma série de 8 navios do tipo multipurpose (ASW, ASuW, AAW)1 projectados para operarem em todos os mares, em particular no Atlântico Norte, tendo entrado ao serviço na RNLN entre 1991 e 1995. Dos 8 navios, destacam-se os HNLMS2 “Van Nes” (1994) e “Van Galen” (1994) a transferir para a nossa Marinha.
 



Fragatas holandesas da classe "Karel Doorman", HNLM's "Van Nes" e "Van Galen".
 A entrada ao serviço destes navios coincidiu com o início da exploração operacional das fragatas da classe “Vasco da Gama” (1990/91), tendo ao longo dos últimos anos sido parceiros no treino operacional no Reino Unido ou na SNFL3, pelo que já estão “habituados” a operar em conjunto.

Como veremos, as fragatas da classe M possuem características semelhantes às das VG, embora incorporando tecnologia mais recente.
 

Ditado por alterações na política de defesa, a RNLN está a sofrer uma profunda alteração - o que tem levado à venda de alguns dos seus principais meios navais - mas também à construção de importantes navios, como é o caso de um segundo navio polivalente logístico, com elevadas capacidades de comando e controlo.

Assim, em Março de 2004, a Marinha Chilena assinou um contrato para a aquisição de duas fragatas desta classe, tendo mostrado interesse na aquisição de mais duas. Posteriormente, em Dezembro de 2005, o Governo Belga assinou um contrato para a aquisição de duas fragatas da mesma classe. Está previsto que a Holanda mantenha duas fragatas M no dispositivo até meados da década de 20. Deste modo, os navios desta classe passam a ser operados por quatro marinhas.
 

Os NAVIOS
 

Ao longo deste artigo será apresentada uma explicação simples, utilizando termos técnicos, mas, julgamos nós, acessíveis a um leitor menos familiarizado com a terminologia naval. Como termo de comparação serão por vezes mencionadas algumas das características das fragatas classe “Vasco da Gama”, permitindo assim uma melhor apreensão do potencial das “novas” fragatas. Assim, além da caracterização dos navios no texto que se segue, a leitura da tabela de comparação entre as fragatas M e VG permitirá uma comparação rápida e objectiva entre os navios pertencentes a estas duas classes.

O estado geral das duas unidades a transferir pode ser considerado muito bom e, no geral, satisfazem os mesmos requisitos das VG, sendo possível afirmar que os principais sistemas se baseiam numa tecnologia idêntica, embora mais avançada e com maior capacidade em todas as áreas da guerra naval.

As condições de habitabilidade são boas, bem adaptadas ao estilo de vida das marinhas europeias e cumprem o normativo em vigor na NATO: com camarotes individuais, duplos e triplos para oficiais, alojamentos também individuais, duplos e triplos para sargentos e cobertas com capacidade de 6 a 9 praças, tendo uma capacidade total para 190 elementos. Todos os tipos de alojamentos são adequados a militares femininos. Os espaços de lazer são amplos e bem distribuídos pelo navio. Os projectistas da classe referem que seguiram o princípio de que o conhecimento humano é o activo mais valioso dos sistemas de automação, pelo que atribuíram especial atenção ao seu bem estar a bordo. A identificação dos compartimentos obedece a regras próprias da RNLN, tais como o código de cores de identificação de fluidos e gases, reflectindo-se no processamento de imagens (monitorização) dos sistemas de comando e controlo da plataforma.  

O nível de redundância é elevado.

Com esta breve introdução aos navios, julgamos que estamos prontos para iniciar uma descrição um pouco mais técnica, mantendo no entanto a mesma forma simples e de comparação às VG. Para isso, o navio será desagregado em plataforma e sistemas de combate. Na plataforma, incluímos os principais sistemas de suporte ao navio como geradores do potencial de combate e da sua sobrevivência em avaria. O sistema de combate inclui as armas, sensores, comunicações e respectivos sistemas de comando e controlo (C2).
 

PLATAFORMA
 

O casco, de aço não magnético, optimizado para o comportamento no mar relativamente a pitch and roll4, está compartimentado em 12 secções estanques. A construção do fundo compreende estrutura celular aberta e de duplo fundo.

O sistema propulsor é do tipo CODOG5. Os grupos propulsores de BB e EB são idênticos, independentes e constituídos por um motor diesel Stork Werkspoor 12 SW 280 (3600 hp), uma turbina a gás Rolls Royce Spey SM1A (16100 hp), uma caixa redutora com embraiagens e chumaceira de impulso incorporadas e a respectiva linha de veios, com um hélice de passo controlável de 5 pás. O trabalho é transmitido aos dois hélices através da caixa redutora e das respectivas linhas de veios, sendo a variação de velocidade e o sentido do impulso do hélice obtidos através da variação do passo. As turbinas a gás e os motores diesel estão instalados em compartimentos separados, estando a caixa redutora montada na casa dos motores principais.

Os sistemas da plataforma são controlados através de um sistema de automação e controlo6 de geração posterior ao do sistema NAUTOS das VG, que no conjunto, recebe sinal de cerca de 6000 sensores ou pontos de medida, o que confere um elevado grau de monitorização nesta área. Este sistema, da empresa holandesa Imtech, permite também controlar o sistema da propulsão em diversos modos de operação, tendo sido projectado para operar com os espaços de máquinas desguarnecidos, pelo que também integra um circuito interno de TV para visualização à distância dos compartimentos vitais.

Sendo uma instalação CODOG, os motores diesel devem ser utilizados a baixas potências e as turbinas reservadas às grandes velocidades. As potencialidades da instalação são as seguintes: a propulsão diesel permite atingir cerca de 20 nós e a propulsão com turbinas permite variar a velocidade em toda a gama, ou seja de máximo a ré a máximo a vante, correspondendo a uma velocidade superior a 29 nós. Em nenhuma situação podem, motores e turbinas, transmitir potência ao veio, simultaneamente. Nesta classe de navios, ao contrário da classe VG, não é usual a propulsão cruzada, ou seja, um motor num veio e uma turbina no outro, de resto, as instalações são idênticas, ainda que tenham capacidades diferentes. No caso das fragatas M, existe um modo de propulsão em emergência, independente de energia eléctrica.

O sistema de produção e de distribuição de energia é um sistema convencional, adaptado a um navio combatente, logo, com elevada redundância e fiabilidade. É constituído por quatro grupos electrogéneos de 650 kW cada e um de emergência de 120 kW e, por dois quadros eléctricos principais independentes. Os 400 hz necessários para as armas e sensores são assegurados por dois conversores rotativos de 74 kW cada.

Os sistemas tradicionalmente chamados de auxiliares são os comuns aos navios do tipo fragata, conferindo um elevado nível de conforto à guarnição e respeitando as normas internacionais e a legislação mais actual, nomeadamente nos padrões de higiene e segurança, mas também nas relativas a normas ambientais, como nos fluidos frigorigéneos utilizados e no controlo das descargas para o exterior (líquidos e gases) e compactação de lixos sólidos, pelo que nenhum tipo de resíduo é lançado ao mar. Nos sistemas auxiliares, destacamos o de governo, pois introduz na Marinha o sistema ARSA – o sistema integrado de governo e estabilização activo, onde os dois lemes, que fazem um ângulo de 20º com o plano vertical, actuam também como estabilizadores.

Em termos de Limitação de Avarias (LA), o navio possui cidadela e está dividido em seis zonas verticais independentes e duas zonas de acção para LA, correspondendo aos destacamentos LA AV e AR (as VG, têm 9 zonas verticais independentes e duas zonas para acção LA, complementados pelo destacamento da máquina). A acção LA é controlada na casa de comando dos sistemas da plataforma, existindo dois destacamentos bem equipados e dotados de sistemas de comunicações. O sistema de carregamento de reservatórios de ar respirável é assegurado pelo circuito de ar de alta pressão do navio. O agente extintor dos sistemas fixos de extinção de incêndios é Halon 1301. O navio possui uma estação de descontaminação NBQ7.

O hangar tem capacidade para um helicóptero Lynx, sendo o convés de voo amplo e equipado com grelha de aterragem para arpão, mas sem sistema de movimentação do helicóptero para o hangar. Apesar de não estar previsto adaptar o navio para a operação de helicópteros NH-90, esta adaptação é possível, envolvendo algumas alterações no hangar e no convés de voo.
Para concluir esta breve caracterização da plataforma, vamos incluir uma referência à Vulnerabilidade, característica que tem assumido um papel cada vez mais relevante face às actuais ameaças. Assim, no projecto inicial foram incorporadas medidas visando a redução da probabilidade de intercepção, particularmente através da redução e atenuação do ruído próprio, estrutural (assinatura acústica), da redução das emissões na banda infra-vermelha, da redução da Radar Cross Section e da redução da assinatura magnética, bem como medidas visando o aumento da capacidade de sobrevivência em avaria, como por exemplo, a resistência ao choque, a existência de cidadela e de zonamento estanque, e o isolamento contra interferências electromagnéticas de equipamentos e cablagem.
 


 

SISTEMA DE COMBATE
 

O SEWACO VII é o sistema de combate que confere a estes navios a sua característica multipurpose.  O nível de integração de sistemas é elevado e o centro de operações apresenta uma disposição funcional, com consolas MOC8 de representação gráfica digital a cores, o que constitui uma ferramenta essencial para a realização de um vasto leque de operações, designadamente, AAW, ASW, ASuW, EW9 e AASYW10, assim como outras de natureza não-combatente.
 

SISTEMA DE C4I 11
 

O sistema de gestão de combate compreende três processadores principais – dados, voz e imagem – e um sub-sistema integrado de comunicações externas e internas.

A tecnologia de processamento baseia-se em computadores SMR-4 e SMR- da Thales, também utilizados nas VG, embora nas fragatas M exista total redundância em caso de avaria destes processadores. Existem ainda computadores VAX que estão a ser substituídos por servidores comerciais actuais, os quais irão equipar os navios a transferir para a Marinha.

A interligação entre os vários componentes do SEWACO VII é efectuada por três bus:

- Bus de dados do Data Handling Computer, constituído por uma Ethernet tripla;

- Bus de dados de comunicações e voz, em fibra óptica;

- Bus de vídeo, que integra os componentes do CCTV12.

Para a compilação da Recognized Maritime Picture, os navios utilizam o Link 11 igual ao das VG, estando preparados para receber o sistema MCCIS13.

Encontra-se já em fase de projecto, pela Marinha, os Sistemas de Informação (SI) e respectiva infra-estrutura tecnológica de suporte (LANs, PCs, etc) que se prevê instalar durante a fase de manutenção na Holanda, por forma a que os navios possam adoptar as metodologias de gestão de informação em utilização nos nossos navios. Um dos maiores desafios deste projecto será a implementação do SINGRAR14, fundamental para a gestão da batalha interna e uma oportunidade para publicitar este excelente produto da Marinha.
 

SENSORES
 

O navio possui os seguintes sensores que, em geral, são sub-sistemas autónomos com processadores próprios que permitem efectuar a iniciação e o seguimento automático de alvos15.

Radares:

- LW08: aviso combinado de longo alcance, 2 D, banda D, incluindo IFF;

- SMART-S: aviso combinado de médio alcance, 3D, banda F;

- Goalkeeper: aviso aéreo de curto alcance 2D, banda I e integrado no sistema de gestão de combate;

- Kelvin Hughes: radar de navegação que substituirá o actual radar Decca;

- Scout FWCW: radar de navegação LPI16.

VESTA: transponder de VHF utilizado para facilitar a localização do helicóptero.

Sonares:

- PHS-36: sonar passivo e activo de casco, de média frequência;

- TACTAS17 DSBV 61 (Anaconda): sonar passivo rebocado de longo alcance.

ESM18: Sub-sistema de detecção de emissões electromagnéticas que faz parte do sistema APECS II e que se encontra integrado no SEWACO VII.
 

ARMAS
 

Os sistemas de armas são também na sua maioria autónomos, com capacidade para efectuar engagements a vários alvos simultâneos. Os sistemas mais importantes são:

- Multipurpose Weapon Control System (MWCS), que consiste na direcção de tiro que comanda o sistema de lançamento vertical de mísseis Seasparrow (MK48 de 16 células) e a peça de 76mm Oto Melara; a designação de alvos para os radares de seguimento STIR e a respectiva atribuição de armas são efectuadas automaticamente pelo MWCS.

- Sistema Harpoon, com capacidade de lançamento de 8 mísseis superfície-superfície;

- SRBOC19, com 4 lançadores MK36 de engodos anti-míssil IR e CHAFF;

- Close-In Weapon System Goalkeeper, sistema de defesa próxima anti-aérea, integrado no SEWACO VII que pode receber designações de alvos do sistema de combate do navio ou actuar de forma totalmente independente, disparando munições de 30mm com uma cadência de 4200 tiros por minuto;

- Tubos lança torpedos MK32 Mod 9: 2 tubos duplos para lançamento de torpedos MK-46 A(SW);

- ECM20: subsistema do APECS II responsável pelas contramedidas electrónicas;

- 2 peças de . para defesa contra amea-ças assimétricas.

O SEWACO VII pode assim ser considerado como a geração seguinte ao sistema de combate das VG, conferindo às fragatas M um maior grau de integração de sistemas, um interface homem-máquina de mais fácil utilização e uma maior capacidade de combate.

Em complemento do actual sistema SEWACO VII, estão a ser preparadas ligeiras melhorias ao nível dos SI e da navegação electrónica, incluindo, entre outros, a instalação dos MCCIS, SINGRAR, SICALN21 e ECDIS/AIS22.
 

O PROCESSO DE TRANSFERÊNCIA
 

No processo de transferência desenvolvem-se todas as acções de integração destes navios na Marinha. Por isso, podemos dizer que começou no momento em que esta opção foi considerada e se irá prolongar-se para lá da entrada do segundo navio nas águas do Tejo.

Antes da transferência para pavilhão português, existirá uma acção de manutenção planeada, a decorrer na Holanda, na qual os navios serão preparados para um período operacional de quatro anos. Em simultâneo, e de acordo com um plano de formação e treino, primeiro em Portugal, depois na Holanda, a guarnição será preparada para operar e manter o navio de acordo com os padrões em vigor na esquadra. Para isso serão também garantidas as necessárias condições no âmbito do apoio logístico, ou seja, nas áreas do abastecimento e da manutenção, sem esquecer a formação em níveis ainda a definir.

Um navio só estará pronto a enfrentar o Mar quando a sua guarnição formar uma equipa. Por isso, este será o elo mais forte de todo o processo de integração destes navios na Marinha, pelo que a proposta de lotação, ainda que provisória e a indigitação da guarnição, são marcos fundamentais neste processo. Entrar com o pé direito pode ser um bom sinal. Um pouco de sorte também será por certo bem-vinda. Por isso, em antecipação, desejamos boa sorte aos 164 homens e mulheres23 das respectivas futuras primeiras guarnições.
 

E NA MARINHA SERÃO A FUTURA CLASSE "?"
 

Todos os navios têm nome.

A marinha holandesa honrou o Almirante Karel Doorman, dando o seu nome à classe. Karel Doorman era o comandante de uma força naval aliada que, em Fevereiro de 1942, no mar de Java, a bordo do HNLMS “De Ruiter”, perdeu a vida quando o seu navio foi afundado por um torpedo de um submarino japonês. Van Nes e Van Galen, ilustres navegadores holandeses do século XVII, que com toda a certeza se cruzaram com navios e marinheiros portugueses, então com interesses diferentes e em lados opostos, disputando o controlo dos mares, são os actuais patronos dos nossos futuros navios.

Na Marinha, por tradição, os navios do tipo fragata têm recebido nomes de ilustres navegadores ou de figuras ligadas à Marinha e ao Mar. Assim, ficamos na expectativa a aguardar quais as letras que será necessário mandar fundir para as placas do nome dos navios, os futuros N.R.P.’s “_______ e _______”.
 

(Colaboração da Direcção de Navios, GP-MFF)


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Notas

1 ASW-Anti-submarine warfare; ASuW-Anti-surface warfare; AAW-Anti-air warfare.

2 HNLMS – Her Netherlands Majesty Ship

3 SNFL – STANAVFORLANT, actual SNMG1 - Standing Naval Maritime Group 1”.

4 Cabeceio e balanço.

5 CODOG – COmbined Diesel Or Gas

6 IMCS – Integrated Monitoring Control System

7 Nuclear, Biológica e Química.

8 Multi-Operation Console.

9 Electronic warfare

10 Anti-asymmetric warfare– Novo ambiente, causado por uma ameaça não convencional que usa meios convencionais de valor inferior, explorando fraquezas de forma inesperada e provocando efeitos devastadores e de grande impacto.

11 Command and Control, Communications, Computers  and Intelligence.

12 Close-Circuit TeleVision.

13 Maritime Command and Control Information System.

14 Sistema Integrado para a Gestão de prioridades de Reparação e Afectação de Recursos.

15 Característica que lhe confere boa capacidade de vigilância e controlo do espaço aéreo (frequentemente desempenha a função de AAW Commander em operações com a SNMG1);

16 Low Probability of Interception.

17 Tactical Towed Array Sonar.

18 Electronic Support Measures.

19 Super Rapid Bloom Off board Chaff.

20 Electronic Counter Measures.

21 Sistema de Informação de Configuração e Apoio Logístico dos Navios.

22 Electronic Chart Display Information System / Automatic Identification System.

23 Como termo de comparação, refere-se que a guarnição destes navios na RNLN é de 160 homens e mulheres. As FFGH classe Vasco da Gama têm uma guarnição de 166 militares.


In: Revista da Armada de Dezembro de 2006.
http://www.marinha.pt/revista/index.asp ... fault.html
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saudações:
Luis Filipe Silva
 

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Spectral

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« Responder #274 em: Dezembro 05, 2006, 09:10:05 pm »
pescando dos meus ficheiros, quem começam a ficar um pouco desactualizados :

-NH90 Belgium : NFH 30mn€ ; 15mn TTH ??? ;
-NH-90 NFH: 30mn(based on what various countries paid for)
-NH-90 TTH: 40.19mn(based on what Greece paid for)
-NH-90 MRH-90 : 58mn (based on what australia paid for)


Como sempre as habituais condições e reservas aplicam-se quando se falam destes valores etc etc.

E para ser provocador, pode-se considerar que em muitas misssões actuais um heli de assalto táctico (navalizado) a bordo de uma fragata  é mais útil que um ASW... Claro que neste caso a fragata perde o seu principail meio ASW, portanto ...
I hope that you accept Nature as It is - absurd.

R.P. Feynman
 

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Lancero

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« Responder #275 em: Dezembro 05, 2006, 09:19:47 pm »
A complementar o artigo bem colocado pelo luis filipe silva,

"Portugal civilizou a Ásia, a África e a América. Falta civilizar a Europa"

Respeito
 

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ricardonunes

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« Responder #276 em: Dezembro 05, 2006, 11:30:05 pm »
Não percebo nada do assunto, mas ou é má interpretação minha do quadro comparativo entre as fragatas M e as Vasco da Gama, ou estas, as M, não trazem mais valia nenhuma para a nossa armada.
Alguém entendido que tire as dúvidas?
Potius mori quam foedari
 

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NVF

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« Responder #277 em: Dezembro 06, 2006, 01:25:36 am »
A grande vantagem na aquisição destes bichos e' a quase duplicação dos meios disponíveis (de 3 para 5 navios). Tecnologicamente, as M são praticamente iguais 'as VdG -- se quiséssemos dar um salto nesta vertente, teríamos que gastar entre três a quatro vezes o que vamos gastar pela aquisição destes dois navios.

Nota curiosa, em relação 'a noticia: essa "miserável" marinha que e' a Marinha Holandesa, e' comandada por um vice-almirante. São mesmo miseráveis aqueles holandeses; ao menos nos temos um almirante a comandar a nossa poderosa esquadra.  :twisted:
Talent de ne rien faire
 

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luis filipe silva

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« Responder #278 em: Dezembro 06, 2006, 01:45:41 am »
RicardoNunes escreveu:
Citar
Não percebo nada do assunto, mas ou é má interpretação minha do quadro comparativo entre as fragatas M e as Vasco da Gama, ou estas, as M, não trazem mais valia nenhuma para a nossa armada.

Estes dois navios trazem as mais-valias decorrentes dos navios que vão substituir, as FF da classe Comandante João Belo, navios cuja concepção remonta ao fim dos anos 50. Portanto é sempre uma mais valia em termos miiltares, dado que os novos navios são relativamente modernos, e a bom preço.
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saudações:
Luis Filipe Silva
 

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migbar2

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« Responder #279 em: Dezembro 06, 2006, 01:49:56 am »
Citação de: "NVF"
A grande vantagem na aquisição destes bichos e' a quase duplicação dos meios disponíveis (de 3 para 5 navios). Tecnologicamente, as M são praticamente iguais 'as VdG -- se quiséssemos dar um salto nesta vertente, teríamos que gastar entre três a quatro vezes o que vamos gastar pela aquisição destes dois navios.

Nota curiosa, em relação 'a noticia: essa "miserável" marinha que e' a Marinha Holandesa, e' comandada por um vice-almirante. São mesmo miseráveis aqueles holandeses; ao menos nos temos um almirante a comandar a nossa poderosa esquadra.  :Palmas:  :Palmas:  :Palmas:  :Palmas:  :Palmas:  :Palmas:  :rir:  :rir:  :rir:  :rir:  :rir:  :rir:
 
  Essa observação foi de Grande...Grande mesmo. Viva o País das loucas vaidades  :Esmagar:
 

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JLRC

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« Responder #280 em: Dezembro 06, 2006, 01:57:48 am »
Citação de: "NVF"

Nota curiosa, em relação 'a noticia: essa "miserável" marinha que e' a Marinha Holandesa, e' comandada por um vice-almirante. São mesmo miseráveis aqueles holandeses; ao menos nos temos um almirante a comandar a nossa poderosa esquadra.  :twisted:


Julgo que isso acontece porque o posto de almirante é reservado ao Rei ou no caso actual, à Rainha
 

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P44

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« Responder #281 em: Dezembro 06, 2006, 08:23:13 am »
Citação de: "JLRC"
Citação de: "NVF"

Nota curiosa, em relação 'a noticia: essa "miserável" marinha que e' a Marinha Holandesa, e' comandada por um vice-almirante. São mesmo miseráveis aqueles holandeses; ao menos nos temos um almirante a comandar a nossa poderosa esquadra.  :twisted:  :wink:
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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ricardonunes

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« Responder #282 em: Dezembro 06, 2006, 09:39:36 am »
Obrigado a todos, pelos esclarecimentos :wink:
Potius mori quam foedari
 

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Get_It

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« Responder #283 em: Dezembro 06, 2006, 02:12:10 pm »
Citação de: "luis filipe silva"
RicardoNunes escreveu:
Citação de: "RicardoNunes"
Não percebo nada do assunto, mas ou é má interpretação minha do quadro comparativo entre as fragatas M e as Vasco da Gama, ou estas, as M, não trazem mais valia nenhuma para a nossa armada.
Estes dois navios trazem as mais-valias decorrentes dos navios que vão substituir, as FF da classe Comandante João Belo, navios cuja concepção remonta ao fim dos anos 50. Portanto é sempre uma mais valia em termos miiltares, dado que os novos navios são relativamente modernos, e a bom preço.

Citação de: "P44"
Citação de: "RicardoNunes"
Não percebo nada do assunto, mas ou é má interpretação minha do quadro comparativo entre as fragatas M e as Vasco da Gama, ou estas, as M, não trazem mais valia nenhuma para a nossa armada.
Alguém entendido que tire as dúvidas?

como o Luis já escreveu, ñao esquecer que estas fragatas destinam-se a substituir as João Belo, navios dos anos 60 com mais de 40 anos de idade, pelo que a mais valia é ENORME do meu ponto de vista.

Para além disso permitem excelentes cinergias com as VdG...coisa que seria impossivel se tivessem vindo asOHP :wink:

Já agora se permitirem, deixem-me adicionar que se também fôssemos procurar por navios mais modernos para comprar demoraria ainda mais tempo a serem entregues, e visto que a curto prazo não existe nada no mercado, demoraria uns quatro ou seis(?) anos a construir novas fragatas se Portugal encomenda-se alguma coisa.

Cumprimentos,
:snip: :snip: :Tanque:
 

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papatango

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« Responder #284 em: Dezembro 06, 2006, 05:18:20 pm »
Sem esquecer que o país teria que desistir dos submarinos para comprar fragatas modernas.

Embora eu só acredite nos submarinos quando os vir...
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...