A questão da opção entre especialização e polivalência , é uma espécie de dilema dilema.
Durante a I e II guerras, as marinhas construiram navios destinados a combater navios especificos das marinhas inimigas, mas no fim dos conflitos, verificou-se que normalmente os recontros navais não se verificavam entre os navios que era suposto se enfrentarem.
Isto foi provado em batalhas como a do Rio da Prata, em que três cruzadores britânicos, um pesado (canhões de 208mm) e dois ligeiros (canhões de 152mm) deram caça a um couraçado-de-bolso com canhões de 280mm que era suposto vence-los.
Com o advento dos mísseis, a artilharia naval passou para um segundo plano. As Perry são um exemplo disso, com o seu Mk.75 onde foi possível coloca-lo e as fragatas britânicas foram também exemplo disso, removendo pura e simplesmente os canhões. As Holandesas V.Heemskerk também não foram equipadas com canhões maiores.
Logo, se nessa altura os canhões eram vistos como arma secundária, ganhou naturalmente a tese de que o canhão, onde fosse instalado, deveria ser polivalente. Os franceses com o Creusot-Loire e os britânicos com o Vickers Mk.8 de 114.5mm (4.5 polegadas) são exemplos.
Outras marinhas, concluiram que embora não devesse haver peças de calibre superior a 100mm, deveriam ter uma peça de alta cadência de tiro, e daí o sucesso do Mk.75 de 76mm italiano (que foi como sabemos fabricado pelos americanos sob licença).
Quando a marinha portuguesa mandou uma fragata para patrulhar os mares da antiga Jugoslávia, no inicio dos anos 90, um comando da NATO, sem grande possibilidade para elogiar um navio como a João Belo disse que a principal vantagem dos navios era a sua artilharia.
Isto, porque é sempre importante ter uma capacidade para atacar qualquer coisa, desde que possível por um preço reduzido.
Presentemente, vejo as peças de artilharia dos navios de guerra, como formas de apoiar as forças expedicionarias, como agora no caso do Líbano, e por isso há estudos para produzir não só munições inteligentes de longo alcance, como também canhões de maiores calibres.
Os alemães, estudam a possibilidade de utilizar o seu Pzh2000 como artilharia naval, tendo apenas que adaptar os navios (se possível) para absorver o impacto do disparo.

Modernizações nas VDG e KD
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Não vejo como muito provavel que se alterem estes navios no que respeita às suas capacidades de tiro e nem vejo vantagens nisso.
As Karel Doorman, viram com o programa de reduções nos investimentos militares, terminado (pelo menos assim o entendo) o processo de futura modernização dos radares, para permitir o lançamento de mísseis mais modernos, como os ESSM, aproveitando todas as capacidades destes.
Creio que se houvesse possibilidade, a modernização de alguns dos sensores destes navios seria interessante.
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Já agora, e relativamente a outro dos canhões das Karel Doorman, parece que a razão pela qual as fragatas classe "M" do Chile não têm o sistema Goalkeeper, é porque os chilenos consideraram que o sistema é demasiado caro.
Os custos de operação do Goalkeeper, são pelo menos o dobro do Phalanx americano, embora técnicamente o Goalkeeper tenha melhores prestações (por exemplo: pode monitorizar 18 alvos simultaneamente, contra apenas dois do Phalanx).
Não nos podemos esquecer de que não comprámos as fragatas americanas (que eram na prática doadas) e fomos comprar duas fragatas que ainda são relativamente modernas, e por isso custam 120 milhões cada uma.
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O Mk.75 italiano, com munição com espoleta de proximidade, é tanto quanto se sabe extremamente eficiente.
O calibre de 40mm foi considerado medianamente eficiente para a dunção anti-aérea, especialmente por causa do seu alcance efectivo mais reduzido, o que lhe permite começar a disparar apenas quando o alvo está demasiado perto.
Os maiores calibres não são melhores apenas por causa da quantidade de explosivo, mas também por causa do alcance.
Normalmente, e em condições idênticas, quanto maior for o calibre, maior será o alcance efectivo da munição.
Logo, o Mk.75 é eficiente, e se o é o Mk.75 mais será o Mk.100 que equipa as fragatas Karel Doorman.
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Os canhões das nossas fragatas deverão ter como função e em caso de necessidade, principalmente o apoio às forças em terra e não o fogo anti-aéreo. A capacidade de defesa anti-aérea não poderá depender de canhões, que são a última linha de defesa, mas sim de mísseis.
Cumprimentos