http://www.areamilitar.net/noticias/noticias.aspx?NrNot=644
Esta artigo está no areamilitar e fala sobre um upgrade ao LEO2A4.
Mas a duvida com que fiquei é se será superior ou equivalente ao A6?
Papatango?
Na verdade não podemos estabelecer comparações lineares, tendo unicamente como base o armamento principal.
A arma principal (canhão) L/55 que equipa o Leopard-2A6 é presentemente e segundo os dados disponíveis, o mais poderosos canhão de tanque existente.
A principal razão dessa alegação, tem a ver com o comprimento do cano e com a velocidade que é possível imprimir ao projectil, velocidade essa que em principio poderá derrotar mesmo qualquer tipo de blindagem reactiva e perfurar qualquer tipo de blindagem composta presentemente em utilização.
Mas não podemos considerar que o tanque é mais ou menos sofisticado por isto ou por aquilo.
Na verdade, os tanques Leopard-2 A5 da Suécia, são por muitos considerados os mais sofisticados do mundo.
Os Leopard-2 A6 espanhóis por exemplo são inferiores aos suecos em termos de sistema de combate, mas superiores em termos de proteção vertical.
Exemplo: Uma unidade de tanques Leopard-2A6 espanhola, é muito resistente a armamento anti-tanque disparado por mísseis tácticos de curto alcance, equipados com submunição anti-tanque (aquele tipo de arma que explode por cima de uma formação blindada e lança dezenas de projecteis que depois de lançados se disparam em direcção ao solo para destruir os veículos por cima).
Já os suecos, considera-se que têm os melhores sistemas electrónicos e electro-ópticos que permitem aumentar muito a probabilidade de acerto ao primeiro disparo, embora a arma principal do Leopard-2A5 não tenha o mesmo alcance eficaz da arma L-55 que arma o Leo-2A6.
A imagem mostrada no areamilitar (a segunda imagem, porque a primeira mostra um Leopard-2A4 normal) é de um dos estudos destinados a desenvolver a blindagem do Leopard-2A4 e é um estudo derivado do estudo destinado a modernizar a blindagem do Leopard-1A5.
Os Leopard-2A6 portugueses serão, quando operacionais, dos melhores tanques em serviço em qualquer exército do mundo, mas neste momento não sabemos como eles vão ser utilizados e como se vai ser a integração com outros meios operacionais do exército.
Em teoria, um Leopard-2A4 com uma modernização da blindagem e sistemas electronicos e electroópticos modernos, pode ser mais util no campo de batalha que um Leopard-2A6 que não tenha tais sistemas.
Uma arma superior não é suficiente para resover todos os problemas.
Um exemplo que costumo dar, é o da II guerra, em que os russos lançaram os tanques IS-2 armados com um canhão de 122mm para conter os tanques pesados alemães Tiger-II armados som um canhão longo de 88mm.
O que acabou acontecendo foi:
Os russos não chegavam a ter 30 munições disponíveis, contra quase o triplo dos alemães.
Os russos podiam perfurar a blindagem do tanque alemão, mas a superioridade dos sistemas ópticos do Tiger-II era tal, que os alemães acabavam por ganhar recontros a longa distância, porque a arma de 88 tinha uma velocidade superior e uma percentagem de acertos muito maior.
Os russos acabaram por ficar numa situação idêntica à que tinham antes. Para garantir o acerto do tiro tinham que se aproximar muito, o que acabou sendo trágico, pois para o final da guerra os alemães aplicava tácticas defensivas, que incluíam a utilização de caça tanques em posições defensivas, que destruíam os tanques russos.
Conclusão: Um canhão superior no Leopard-2A6, não garante de «per se» a superioridade de um sistema de armas.
Portanto, até um M-60/Sabra-III pode ser um opositor terrível a um Leopard-2A6.
Tudo depende da informação táctica e da capacidade de uma força utilizar os seus meios de forma combinada e coordenada.
As actuais tentativas do exército neste campo, são por isso boas notícias.
Meios como os Leopard-2A6, os Pandur e outros, são apenas tão eficientes quanto o sistema que os coordena for eficiente.