Portugal comecerá a recuperar?

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« Responder #330 em: Dezembro 09, 2008, 02:42:09 pm »
09 Dezembro 2008 - 12h02

Economia recuou 0,1% no terceiro trimestre
Portugal à beira da recessão

A economia portuguesa recuou 0,1 por cento no terceiro trimestre face aos três meses anteriores, arriscando entrar em recessão técnica em 2008.


De acordo com contas do Instituto Nacional de Estatística (INE), a riqueza criada no terceiro trimestre traduz um agravamento da estimativa de 14 de Novembro, que apontava para a estagnação do Produto Interno Bruto (PIB).

Na variação homóloga, o PIB cresceu 0,6 por cento, menos uma décima do que a estimativa rápida.

Se a economia voltar a registar um crescimento negativo no quarto trimestre, Portugal entrará mesmo em recessão técnica ainda em 2008.

Segundo o INE, a baixa no crescimento foi determinada “sobretudo pela informação mais recente sobre o comércio internacional entretanto disponível, nomeadamente no que diz respeito às exportações nominais e bens deflactores”.

Para a quebra do PIB contribuíram as importações, que passaram de uma variação negativa de 2,6 por cento para um aumento de 1,1 por cento. Já as exportações caíram 1 por cento. o investimento também subiu mas apenas uma décima, face aos três meses anteriores, ao mesmo ritmo dos gastos do Estado.

correio da manhã
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PedroM

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« Responder #331 em: Dezembro 09, 2008, 04:40:51 pm »
Excelente artigo no Jornal de Negócios, que a meu ver descreve com equilibrio as opções que se colocam ao nosso país e os perigos que espreitam.

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Investimento público é o tratamento ajustado ao tipo de crise que vivemos. Seja qual for? Não e muito menos em Portugal. Só se a conjuntura se degradar muitíssimo mais, é que valerá a pena todo o tipo de despesa pública, para evitar a destruição da economia. Vivemos tempos excepcionais que requerem medidas de excepção. Como começamos a ver nos Estados Unidos, na Índia e até na China. A excepção ainda é a Alemanha.


Portugal tem de seguir a mesma terapia contra a crise económica. Mas tem de ser muito mais cauteloso. Abordagens simplistas, do tipo "sim" ou "não" ao investimento público são por isso completamente erradas. A actuação do Estado como empreendedor é neste momento fundamental porque todos os outros se recusam a investir e porque a alternativa seria o caos.

Como diz Paul Krugman, no seu artigo da semana passada, não estamos na conjuntura clássica em que temos de escolher entre sacrifícios presentes - redução do défice público - para benefícios futuros - maior crescimento da economia. Reduzir o défice público na actual conjuntura trará apenas "sacrifícios futuros", ou seja, uma crise ainda mais grave. E por isso Manuela Ferreira Leite não tem razão se defende o "não" ao investimento público.

Terá então José Sócrates toda a razão? Também não, caso esteja já nesta fase a defender todo e qualquer investimento público.

Portugal, é bom lembrar, é um pequeno país, que não manda nas regras do jogo dos mercados mundiais e que em nada contribui para a melhoria da conjuntura mundial, como acontece com os Estados Unidos. Os seus excessos não serão perdoados, bem pelo contrário. Os seus condicionalismos serão vistos à lupa e o mais pequeno sinal de excesso (de recurso ao crédito) será severamente castigado, não apenas com taxas de juro mais altas mas também, muitíssimo mais grave, com a recusa em conceder crédito.

A hipótese de os grandes investidores e bancos recusarem crédito aos Estados Unidos pertence ao universo das probabilidades próximas de zero, por muito endividados que estejam todos os americanos, incluindo o Estado. O novo presidente Barack Obama pode anunciar biliões em investimentos em estradas, escolas, poupança de energia e em banda larga para acesso à internet, como fez, que os mercados rejubilam, como aconteceu ontem.

Portugal, infelizmente para todos nós, não tem essa vantagem dos norte-americanos. O endividamento externo dos portugueses impõe limites significativos à terapia, exigida pela economia, de mais investimento público.

Ao tentar reanimar a actividade económica com mais investimento público sem uma escolha criteriosa do projectos o Governo pode gerar um violento efeito secundário, determinado pela recusa da banca internacional em financiar a banca portuguesa. E em vez de recuperação teríamos um agravamento da crise, alimentada de novo pelos canais financeiros.

A restrição financeira que enfrentamos para aplicar o tratamento certo à economia é bem visível na taxa de juro que a Caixa Geral de Depósitos teve de pagar para se financiar, mesmo com garantia do Estado. Os investidores exigiram à CGD um prémio mais elevado que, por exemplo, aos bancos irlandeses, apesar da sua economia estar em pior situação.

O investimento público é sem dúvida a terapia certa para a actual doença da economia. Mas no caso português é preciso estar atento. Para que a cura não agrave o estado do doente por causa do seu já excessivo endividamento.


http://www.jornaldenegocios.pt/index.ph ... &id=344354
 

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comanche

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« Responder #332 em: Dezembro 09, 2008, 11:40:53 pm »
Portugal bate concorrência europeia

A indústria portuguesa de calçado continua a reforçar a sua posição relativa nos mercados internacionais.

Terça-feira, 25 de Nov de 2008


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Nos primeiros oito meses do ano as exportações portuguesas no calçado cresceram 2%, para 952 milhões de euros, e o sector voltou a destacar-se como uma das indústrias com contributo mais positivo (600 milhões de euros) para a balança comercial nacional.

Por mercados, as exportações para Angola cresceram 14%, mas na Europa as vendas também continuam a acelerar. Em Espanha, as vendas de sapatos portugueses aumentaram 5,1% e na Alemanha 4,7%.

Confirmando a tendência de internacionalização do sector, as empresas de calçado exportaram 90% da sua produção.

A nível europeu, a indústria portuguesa de calçado também continua a ganhar quota face Itália e Espanha, uma vez que os dois principais concorrentes nacionais viram as suas exportações cairem 9 e 12% respectivamente, entre Janeiro e Agosto.

Com um crescimento de 8,1% nas exportações nos dois últimos anos, a indústria de calçado nacional representa a nível europeu, actualmente, 5% da produção, 7% das exportações e 17% do emprego do sector.

Para este desempenho, contribui a ofensiva que as empresas portuguesas têm feito no mercado externo. Em 2008, foram 140 as empresas que participaram nas acções promocionais em 15 mercados distintos, num investimento total de 8 milhões de euros.

No âmbito do programa Footure - Programa de Acção para a Fileira do Calçado, o sector deverá investir mais 300 milhões de euros até 2015 para assumir o estatuto de principal referência europeia na indústria do calçado.


A indústria portuguesa de calçado em números:  

                                                    1974     1984         2007    
Emprego                                     15.299    30.850     33,971%
Empresas                                     673         971       1,151
Produção (milhões de pares)           15          48          76,2
Exportação (...)                               5           31,1       69,6
Exportação/produção                    33,3%      64,8%   91,4%

 

http://aeiou.expresso.pt/gen.pl?p=stori ... ies/462455
 

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Jose M.

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« Responder #333 em: Janeiro 02, 2009, 04:29:25 am »
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6,2 por cento homólogos
Produção industrial caiu em Novembro pelo quarto mês consecutivo
31.12.2008 - 13h14
Por Lusa
Daniel Rocha (arquivo)

Foi sobretudo a indústria transformadora que contribuiu para a queda da produção
A produção industrial em Portugal caiu em Novembro pelo quarto mês consecutivo, anunciou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).

Segundo os dados do INE, o índice de produção industrial recuou em Novembro 6,2 por cento, face a igual período de 2007, depois de ter descido 3,3 por cento no mês anterior (dados corrigidos dos dias úteis e da sazonalidade). Esta queda foi a maior desde Maio e completou quatro meses consecutivos de descidas deste índice.

A justificar esta aceleração da queda da produção industrial estiveram os agrupamentos dos bens de consumo e dos bens intermédios, já que a produção de energia subiu (3,9 por cento) e a dos bens de investimento caiu 6,1 por cento (menos 2,3 pontos percentuais do que no mês anterior).

Por secções, as estatísticas do INE mostram que foi sobretudo a indústria transformadora que contribuiu para a queda da produção, com um recuo de 7,1 por cento, já que a secção de “electricidade, gás e água” recuou apenas 0,5 por cento e a da “indústria extractiva” subiu 2,1 por cento.

Face a Outubro, o índice de produção industrial baixou 5,9 por cento em Novembro, após um crescimento de 0,9 por cento em Outubro.


http://economia.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1354631
 

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Jose M.

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« Responder #334 em: Janeiro 02, 2009, 04:37:58 am »
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Inscrições nos centros de emprego sobem 20% num ano


CATARINA ALMEIDA PEREIRA
Segurança Social. Cerca de 60 mil pessoas por mês estão a inscrever-se nos centros de emprego como desempregados. A corrida aos centros de emprego tem acelarado, sobretudo nos últimos três meses. O mercado já não consegue dar resposta
A corrida aos centros de emprego está a acompanhar o agravamento da situação económica. De Setembro a Novembro, o Instituto de Emprego e Formação Profissional registou uma média mensal de 63 700 novos desempregados inscritos ao longo do mês. Um valor que representa um aumento de 19,7% em relação ao período homólogo, o maior desde Abril de 2003.

Estes dados referem-se ao número de pessoas que, em algum momento do mês, se inscreveram como desempregadas. Só em Novembro, foram mais de 59 mil, o que representa um crescimento de 24,8% em relação a Novembro do ano anterior. Em termos absolutos, Outubro foi o pior mês de sempre, com mais de 66 mil novas inscrições.

A média móvel dos últimos três meses, que denuncia um aumento de 19,7%, mostra, contudo, que este não é um fenómeno pontual e que tem foi aumentando de forma constante desde Março (ver gráfico). As conclusões são semelhantes se forem considerados os últimos 12 meses: nesse caso, e depois de 17 meses em queda, a variação homóloga começou a ser positiva nos 12 meses terminados em Setembro (2%), um valor que sobe no período findo em Outubro (4%) e Novembro (7%).

O aumento do fluxo - que é geralmente interpretado como um sinal do risco de agravamento futuro do desemprego - seria menos problemático se o sistema fosse capaz de absorver estas pessoas. Mas os dados sugerem que as contratações não estão a ser suficientes. O número acumulado de desempregados incritos no final do mês tem já estado a subir e há dois meses que regista variações homólogas positivas. No final de Novembro, 408 598 pessoas continuavam registadas como desempregados, mais 2,9% do que há um ano.

Mais inscrições por despedimento

O despedimento unilateral foi, em Novembro, a causa da inscrição de mais de 10 500 pessoas em Portugal continental, o que representa um aumento homólogo de 54%. Também os despedimentos por mútuo acordo aumentaram, nesse mês, 60% para mais 1384. Ao mesmo tempo, desceu a proporção de pessoas que se encontram numa nova situação de desemprego porque antes estavam a estudar (-2,3%) ou numa actividade de formação (-17,3%).

O fim de trabalho não permanente - de que é exemplo a não renovação de contratos a prazo - continua a ser o principal motivo de desemprego registado ao longo do mês, tendo motivado, em Novembro, 43% das inscrições nos centros de emprego.

O aumento do fluxo de novos desempregados verificou-se em todas as regiões do País, com o Norte (+28%) e Lisboa e Vale do Tejo (+27,4%) a registarem em Novembro as maiores variações homólogas. O Norte é a região que mais contribui para o número de inscritos.


http://dn.sapo.pt/2009/01/02/dnbolsa/in ... m_20_.html
 

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cromwell

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« Responder #335 em: Janeiro 02, 2009, 11:11:39 am »
Citação de: "Jose M."
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Inscrições nos centros de emprego sobem 20% num ano


CATARINA ALMEIDA PEREIRA
Segurança Social. Cerca de 60 mil pessoas por mês estão a inscrever-se nos centros de emprego como desempregados. A corrida aos centros de emprego tem acelarado, sobretudo nos últimos três meses. O mercado já não consegue dar resposta
A corrida aos centros de emprego está a acompanhar o agravamento da situação económica. De Setembro a Novembro, o Instituto de Emprego e Formação Profissional registou uma média mensal de 63 700 novos desempregados inscritos ao longo do mês. Um valor que representa um aumento de 19,7% em relação ao período homólogo, o maior desde Abril de 2003.

Estes dados referem-se ao número de pessoas que, em algum momento do mês, se inscreveram como desempregadas. Só em Novembro, foram mais de 59 mil, o que representa um crescimento de 24,8% em relação a Novembro do ano anterior. Em termos absolutos, Outubro foi o pior mês de sempre, com mais de 66 mil novas inscrições.

A média móvel dos últimos três meses, que denuncia um aumento de 19,7%, mostra, contudo, que este não é um fenómeno pontual e que tem foi aumentando de forma constante desde Março (ver gráfico). As conclusões são semelhantes se forem considerados os últimos 12 meses: nesse caso, e depois de 17 meses em queda, a variação homóloga começou a ser positiva nos 12 meses terminados em Setembro (2%), um valor que sobe no período findo em Outubro (4%) e Novembro (7%).

O aumento do fluxo - que é geralmente interpretado como um sinal do risco de agravamento futuro do desemprego - seria menos problemático se o sistema fosse capaz de absorver estas pessoas. Mas os dados sugerem que as contratações não estão a ser suficientes. O número acumulado de desempregados incritos no final do mês tem já estado a subir e há dois meses que regista variações homólogas positivas. No final de Novembro, 408 598 pessoas continuavam registadas como desempregados, mais 2,9% do que há um ano.

Mais inscrições por despedimento

O despedimento unilateral foi, em Novembro, a causa da inscrição de mais de 10 500 pessoas em Portugal continental, o que representa um aumento homólogo de 54%. Também os despedimentos por mútuo acordo aumentaram, nesse mês, 60% para mais 1384. Ao mesmo tempo, desceu a proporção de pessoas que se encontram numa nova situação de desemprego porque antes estavam a estudar (-2,3%) ou numa actividade de formação (-17,3%).

O fim de trabalho não permanente - de que é exemplo a não renovação de contratos a prazo - continua a ser o principal motivo de desemprego registado ao longo do mês, tendo motivado, em Novembro, 43% das inscrições nos centros de emprego.

O aumento do fluxo de novos desempregados verificou-se em todas as regiões do País, com o Norte (+28%) e Lisboa e Vale do Tejo (+27,4%) a registarem em Novembro as maiores variações homólogas. O Norte é a região que mais contribui para o número de inscritos.

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Deixe lá, José, que lá na sua querida "Espanha", o desemprego está muito pior. :lol:
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Cabeça de Martelo

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« Responder #336 em: Janeiro 02, 2009, 12:58:29 pm »
Cromwell o Jose M. limitou-se a colocar uma noticia que diz respeito ao tópico. De nada adianta estarmos a mandar bocas e a contra-atacar. Portugal infelizmente saiu de uma crise (nacional) para entrar noutra (desta vez internacional).
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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« Responder #337 em: Janeiro 02, 2009, 01:10:27 pm »
Citação de: "Cabeça de Martelo"
Cromwell o Jose M. limitou-se a colocar uma noticia que diz respeito ao tópico. De nada adianta estarmos a mandar bocas e a contra-atacar. Portugal infelizmente saiu de uma crise (nacional) para entrar noutra (desta vez internacional).


LOL essa teve piada
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« Responder #338 em: Janeiro 03, 2009, 06:11:03 am »
Citação de: "Cabeça de Martelo"
Cromwell o Jose M. limitou-se a colocar uma noticia que diz respeito ao tópico. De nada adianta estarmos a mandar bocas e a contra-atacar. Portugal infelizmente saiu de uma crise (nacional) para entrar noutra (desta vez internacional).


En lo que se refiere a este lado de la Raya, Zapatero ha tenido la "suerte" de que casi le coincidan las dos crisis. De hecho negó la evidente crisis nacional hasta el último momento.

Ahora, con la crisis mundial, se escuda en decir que la culpa es de los demás.

Lo cierto es que ahora puedes ir a comer a cualquier restaurante sin necesidad de hacer reserva, y si vas a un banco y dices que quieres una hipoteca te echan a patadas. :(
 

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« Responder #339 em: Janeiro 03, 2009, 10:37:53 am »
como disse ontem o Medina Carreira "quando a crise internacional passar , continuaremos com a NOSSA crise"....

mas há quem ainda acredite no Pai Natal :roll:
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« Responder #340 em: Janeiro 03, 2009, 10:26:59 pm »
Citação de: "P44"
como disse ontem o Medina Carreira "quando a crise internacional passar , continuaremos com a NOSSA crise"....

mas há quem ainda acredite no Pai Natal :roll:



Uma verdade,mas também com Santana Lopes e Francisco Louças,também é que não vamos lá.
 

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« Responder #341 em: Janeiro 06, 2009, 05:15:09 pm »
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Helena  Garrido
Sócrates, Cavaco e a recessão


O primeiro-ministro acabou ontem por admitir que Portugal vai viver "provavelmente em recessão" este ano. Uma radical mudança de discurso sobre a situação económica, muito mais ajustada à realidade. Finalmente José Sócrates usou a palavra iniciada por R, que recusou durante meses ao ponto de gerar mais desconfiança que confiança.


Na entrevista que deu ontem à SIC, José Sócrates pouco mais mudou. Manteve a combatividade e até a irritabilidade que lhe é conhecida. Defendeu a política que está a seguir com a mesma convicção de sempre, sem revelar a mínima dúvida.

Crise, qual crise? Foi com uma atitude muito menos polida do que esta que o Governo falou sobre a crise internacional. Em 2007 e no início do ano passado viveu na ilusão de que Portugal ficaria relativamente imune à violenta tempestade que se vivia nos Estados Unidos. Não foi o único. O Banco Central Europeu acabou por cair no mesmo erro, como se vê hoje quando se olha para a sua decisão de aumentar as taxas de juro em meados do ano passado.

Mas assim como recusou durante meses verbalizar os problemas que se adivinhavam, o primeiro-ministro rejeita agora reconhecer que o endividamento externo é especialmente perigoso nesta crise e limita a margem de manobra do Estado nos estímulos que hoje todos recomendam que são necessários. Contornou as questões do endividamento externo falando do efeito da subida do preço do petróleo no défice externo. O problema é muito mais grave e José Sócrates sabe bem isso e conhece bem a grave ameaça que isso representa num quadro de crise financeira. A desdramatização da dependência financeira do exterior foi a única nota de diferença em relação à imagem que o Presidente da República tem traçado do país.

Como disse o primeiro-ministro, tudo seria muito pior se esta crise tivesse apanhado Portugal há três anos. Mas se hoje o défice público é mais baixo, o endividamento externo é mais elevado. O que recomenda políticas contra a recessão mais focadas no investimento altamente reprodutivo e menos no incentivo ao consumo. Por muitos custos que possa ter eleitoralmente, o endividamento externo recomenda que não se aumente o poder de compra dos consumidores através de reduções de impostos. Um dos remédios que não deve ser administrado a Portugal é o "cheque fiscal", como fez os Estados Unidos e a Espanha. Para já, o Governo não parece ter intenção de fazer isso.

Com a entrevista de ontem, o primeiro-ministro aproximou-se das preocupações manifestadas pelo Presidente da República na mensagem de Ano Novo. E em matéria de avisos sobre a gravidade da crise pode neste momento estar até com um discurso bastante mais dramático. Várias vezes disse que seria um ano muito difícil, que seria "o ano das tormentas", que "é a crise mais séria dos últimos 30 anos." Uma crise que lhe poderá garantir a maioria absoluta que ontem também disse que iria pedir nas legislativas deste ano.

O tema em que o primeiro-ministro deveria ter revelado maior preocupação diz respeito ao Estatuto Administrativo dos Açores que opôs o Presidente da República à Assembleia da República. Não é uma mera divergência na interpretação da Constituição. Na visão do Presidente é uma séria ameaça ao regime. Só isso deveria preocupar José Sócrates.

Com a entrevista a recessão passou a ser oficial.


http://www.jornaldenegocios.pt/index.ph ... &id=347696
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« Responder #342 em: Janeiro 06, 2009, 09:01:17 pm »
Citação de: "P44"
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Helena  Garrido
Sócrates, Cavaco e a recessão


O primeiro-ministro acabou ontem por admitir que Portugal vai viver "provavelmente em recessão" este ano. Uma radical mudança de discurso sobre a situação económica, muito mais ajustada à realidade. Finalmente José Sócrates usou a palavra iniciada por R, que recusou durante meses ao ponto de gerar mais desconfiança que confiança.


Na entrevista que deu ontem à SIC, José Sócrates pouco mais mudou. Manteve a combatividade e até a irritabilidade que lhe é conhecida. Defendeu a política que está a seguir com a mesma convicção de sempre, sem revelar a mínima dúvida.

Crise, qual crise? Foi com uma atitude muito menos polida do que esta que o Governo falou sobre a crise internacional. Em 2007 e no início do ano passado viveu na ilusão de que Portugal ficaria relativamente imune à violenta tempestade que se vivia nos Estados Unidos. Não foi o único. O Banco Central Europeu acabou por cair no mesmo erro, como se vê hoje quando se olha para a sua decisão de aumentar as taxas de juro em meados do ano passado.

Mas assim como recusou durante meses verbalizar os problemas que se adivinhavam, o primeiro-ministro rejeita agora reconhecer que o endividamento externo é especialmente perigoso nesta crise e limita a margem de manobra do Estado nos estímulos que hoje todos recomendam que são necessários. Contornou as questões do endividamento externo falando do efeito da subida do preço do petróleo no défice externo. O problema é muito mais grave e José Sócrates sabe bem isso e conhece bem a grave ameaça que isso representa num quadro de crise financeira. A desdramatização da dependência financeira do exterior foi a única nota de diferença em relação à imagem que o Presidente da República tem traçado do país.

Como disse o primeiro-ministro, tudo seria muito pior se esta crise tivesse apanhado Portugal há três anos. Mas se hoje o défice público é mais baixo, o endividamento externo é mais elevado. O que recomenda políticas contra a recessão mais focadas no investimento altamente reprodutivo e menos no incentivo ao consumo. Por muitos custos que possa ter eleitoralmente, o endividamento externo recomenda que não se aumente o poder de compra dos consumidores através de reduções de impostos. Um dos remédios que não deve ser administrado a Portugal é o "cheque fiscal", como fez os Estados Unidos e a Espanha. Para já, o Governo não parece ter intenção de fazer isso.

Com a entrevista de ontem, o primeiro-ministro aproximou-se das preocupações manifestadas pelo Presidente da República na mensagem de Ano Novo. E em matéria de avisos sobre a gravidade da crise pode neste momento estar até com um discurso bastante mais dramático. Várias vezes disse que seria um ano muito difícil, que seria "o ano das tormentas", que "é a crise mais séria dos últimos 30 anos." Uma crise que lhe poderá garantir a maioria absoluta que ontem também disse que iria pedir nas legislativas deste ano.

O tema em que o primeiro-ministro deveria ter revelado maior preocupação diz respeito ao Estatuto Administrativo dos Açores que opôs o Presidente da República à Assembleia da República. Não é uma mera divergência na interpretação da Constituição. Na visão do Presidente é uma séria ameaça ao regime. Só isso deveria preocupar José Sócrates.

Com a entrevista a recessão passou a ser oficial.

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Sonha, sonha, que faz bem :lol:  :lol:
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« Responder #343 em: Janeiro 07, 2009, 10:41:35 am »
Tens a certeza? Olha que nada está decidido.
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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« Responder #344 em: Janeiro 07, 2009, 12:30:40 pm »
por isso é que ele anda a rezar por eleições antecipadas e a picar o cavaco para ver se dissolve a assembleia. Como as eleições são só em Outubro, até a desgraça deve ser tanta que mais vale prevenir e antecipá-las....
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