História incompleta da PAX AMERICANA

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emarques

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« Responder #15 em: Janeiro 19, 2006, 05:38:46 am »
Citação de: "Papatango"
Em 1814, a capital desse império americano, a cidade de Washington, foi pilhada e incendiada pelos britânicos.

Importa-se de me dizer em que capitulo deste seu relato das malfeitorias americanas se encaixa a ocupação e destruição da capital?

Obviamente, na guerra de 1812, em que os EUA decidiram libertar o Canadá da "opressão monárquica" do Reino Unido e por isso invadiram o Domínio britânico. Os estadounidenses foram sem sombra de dúvida os agressores nesse caso.

Citação de: "Luso"
Creio que até nós tinhamos mais, e a nossa marinha em pessoal, era do tamanho da americana (se não o era em 1909 era-o no início do século)
Procure dados sobre a "Great White Fleet". Um resumo:
Citar
The "Great White Fleet" sent around the world by President Theodore Roosevelt from 16 December 1907 to 22 February 1909 consisted of sixteen new battleships of the Atlantic Fleet. The battleships were painted white except for gilded scrollwork on their bows. The Atlantic Fleet battleships only later came to be known as the "Great White Fleet."

The fourteen-month long voyage was a grand pageant of American sea power. The squadrons were manned by 14,000 sailors. They covered some 43,000 miles and made twenty port calls on six continents.


Até acredito que conseguíssemos ter mais efectivos, que temos jeito para pôr gente a "encher chouriços", mas não comparemos o poder naval de Portugal com os EUA.

Quanto ao princípio de século... Acha que Portugal poderia ter derrotado com facilidade a esquadra espanhola em 1898? "Remember the Maine".

O que não quer dizer que eu ande por aí a assinar por baixo na teoria do "Grande Satã".
Ai que eco que há aqui!
Que eco é?
É o eco que há cá.
Há cá eco, é?!
Há cá eco, há.
 

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Luso

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« Responder #16 em: Janeiro 19, 2006, 04:28:57 pm »
emarques, é impossível contradizer esses factos. Todavia fiz a comparação com Portugal porque foi mesmo com Portugal que um historiador norte americano comparou! Estranhei o facto e depois vi que se referiria a efectivos. A ideia que retive é que a Marinha (sempre em efectivos!) seria mesmo a 4.ª maior do mundo.
Todavia já não me lembro da fonte, infelizmente, para que possa corraborar o que digo. E também por isso não é de todo inatacável.

No entanto, o que a História demonstra é que os vazios de poder são prontamente ocupados e esses vazios de poder resultam sobretudo de uma falta de capacidade militar e de vontade para a exercer.
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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superbuzzmetal

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« Responder #17 em: Janeiro 19, 2006, 06:00:33 pm »
Se fizessem um estudo na china sobre o que pensam de Mao Tse Tung aposto que a maior parte das pessoas irão considera lo um heroi da nação.
Contudo este homem foi o responsável pela morte de 70 milhões de chineses e pela tentativa de destruição da cultura chinesa, é incrivel o que uma boa maquina de propaganda e o passar do tempo fazem à opinião das pessoas.
Peace through superior firepower.
 

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« Responder #18 em: Janeiro 20, 2006, 03:01:07 am »
Papatango

A análise sobre o sentimento russo sobre Estaline é a sua opinião, eu não concordo com ela. Constrói um castelo de cartas de veracidade duvidosa, alicerçada num Nuno Rogeiro qualquer (leia-se gajo que lê umas coisas e emite opiniões como se conhecesse de facto).

Por exemplo, para mim, os romenos ainda detestam o Ceaucescu - ou não tivesse sido fuzilado mais a mulher - mesmo apesar deste ter sido considerado pela administração Reagan como um «comunista dos bons».
O que também tem semelhanças como a admiração de Roosevelt por Mussolini, «aquele encantador italiano» como disse.

A sua opinião sobre a chacina a Oeste, bom, é no mínimo muito superficial. Mas Avante.


Por falar em Avante, não me lembro de me ter identificado com o Partido Comunista, nem tão pouco como Anti-Americano Primário.

Se a falta de entendimento leva a rótulos, a discussão perde interesse.

Vamos aos argumentos.
« Última modificação: Janeiro 20, 2006, 03:46:34 am por Moi »
 

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« Responder #19 em: Janeiro 20, 2006, 03:05:47 am »
Citação de: "superbuzzmetal"
Se fizessem um estudo na china sobre o que pensam de Mao Tse Tung aposto que a maior parte das pessoas irão considera lo um heroi da nação.
Contudo este homem foi o responsável pela morte de 70 milhões de chineses e pela tentativa de destruição da cultura chinesa, é incrivel o que uma boa maquina de propaganda e o passar do tempo fazem à opinião das pessoas.


É exactamente esse o argumento que uso para combater a candidatura de Cavaco.

Isso serve para muita coisa, como para apagar a memória dos povos ocidentais, ou orientais, temos é que aprender a reconhecer que a propaganda há em ambos os lados, no dos bons e no dos maus.

Agora é que vamos aos argumentos...
 

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« Responder #20 em: Janeiro 20, 2006, 03:07:11 am »
Doutrina Monroe sucintamente, a teoria:

Os princípios enumerados nela eram basicamente defensivos. Os Estados Unidos se colocavam como protetores das nações latino-americanas recém-emancipadas, repudiando qualquer intervenção armada programada pela Santa Aliança. A mensagem era uma advertência às potências européias no sentido de que não tentassem reativar o domínio colonial sobre o continente, nem interferissem nos princípios republicanos imanentes ao processo de emancipação: o Novo Mundo estava fechado a toda futura subordinação à Europa. Em síntese, a teoria contida na mensagem se baseia em três princípios gerais:
a)   o continente americano não pode ser objeto de recolonização;
b) é inadmissível a intervenção de qualquer país europeu nos negócios internos ou externos de países americanos, e, finalmente;
c) os Estados Unidos, em troca, se absterão de intervir nos negócios pertinentes aos países europeus.
 

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« Responder #21 em: Janeiro 20, 2006, 03:08:33 am »
Frase interessante, para «desanuviar»

O presidente mexicano Porfírio Díaz declarou para a História: “Pobre México! Tão longe de Deus e tão perto dos Estados Unidos”.
 

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« Responder #22 em: Janeiro 20, 2006, 03:10:28 am »
A prática:

Em 1869 invadiram as Ilhas Midway e em 1887 ocuparam Pearl Harbor. Em 1898 os EUA anexaram o Havaí, ocuparam militarmente Cuba, Porto Rico e Guam (estes dois últimos anexados) e invadiram as Filipinas (onde morreram 100 mil filipinos) após uma grande guerra imperialista contra a Espanha na qual os estadunidenses saíram vitoriosos e transformaram as Filipinas em colônia. Em 1899 ocuparam o arquipélago de Samoa. Em 1916 os EUA anexaram as Ilhas Virgens.
A doutrina Monroe (1823), ‘a América para os americanos’, serviria de justificativa para centenas de intervenções na América Latina. No final do mesmo século e no início do séc. XX, a América Central começaria a sofrer cada vez mais com o imperialismo estadunidense, que considerava esta região seu quintal e ali interviria cada vez mais freqüentemente.
Entre 1898 e 1901 os EUA ocupam a ilha cubana e a partir de 1901 impõem um protetorado sobre Cuba, que incluía a ocupação militar da ilha e a construção de uma base naval ao sul de Guantánamo. Até a nova constituição cubana autorizava a intervenção militar estadunidense no país, através da Emenda Platt de 1901. Na ilha cubana os EUA mantiveram seu domínio com governos fantoches entre 1901 e 1906, de 1909 a 1917, entre 1924 e 1933 e foi governada pelo ditador Fungêncio Batista de 1934 até 1944 e de 1952 até 1959, alternado por outros governos fantoches. Entre os períodos onde Cuba foi governada por representantes diretos dos interesses dos Estados Unidos, a ilha foi invadida e ocupada por tropas estadunidenses (1906-1909, 1912, 1917, 1921-1923, 1933).
O domínio estadunidense na ilha cubana só acabou com a Revolução de 1959 e o posterior alinhamento de Cuba com os soviéticos (1961), mas, mesmo assim, os EUA deram apoio a diversos grupos de oposição ao governo cubano, chegando a organizar o desembarque na Baia de Porcos, para onde enviou rebeldes cubanos e agentes da CIA para tentarem depor Fidel Castro. Entre 1959 e 1966 a CIA chegou a organizar 24 planos diferentes para assassinar Fidel Castro, desses 8 foram levados adiante mas fracassaram. Através do seu serviço secreto, os EUA introduziram em Cuba diversas doenças e pragas até então desconhecidas na ilha como peste suína africana, praga de arroz, doença de Newcastle em aves, carvão e ferrugem da cana-de-açúcar, mofo azul do tabaco, ferrugem do café, conjuntivite hemorrágica e dengue.
Os EUA fomentaram o separatismo na província do Panamá, até então território da Colômbia, onde queriam construir um canal ligando o Atlântico ao Pacífico. Em 1903 ocupam o recém-criado território panamenho para construir ali o Canal do Panamá, tomando parte do território deste país (a zona do canal). O presidente dos EUA, Theodore Roosevelt, o ‘fundador’ deste país declarou apenas: “Eu tomei o Panamá”. O Panamá seria ocupado até 1918, quando os EUA interviram novamente no país. As tropas estadunidenses só sairiam em 1999, tendo intervindo militarmente no país em outras situações como 1923, 1964 e 1989. Mais recentemente o Panamá foi governado por ditaduras militares pró-EUA de 1968 a 1981 e de 1983 a 1989.  
Em 1903, ocorre a primeira intervenção estadunidense na República Dominicana (na época São Domingos). A República Dominicana é ocupada pelos exércitos estadunidenses em 1905 e novamente entre 1916 e 1924, sendo que de 1905 até 1941 foi, na prática, uma colônia estadunidense, num período em que os EUA recolheram os impostos do país para si. Foi governada pelo ditador Rafael Trujillo de 1930 a 1960, representante dos interesses estadunidenses. Outras ditaduras financiadas pelos EUA governaram o país de 1960-61 e 1963-1965. A ilha foi invadida em 1965 por tropas da OEA (Organização dos Estados Americanos) lideradas por 22 mil soldados dos Estados unidos e uma nova ditadura pró-EUA foi implantada entre 1965 e 1978. Ainda em 1903 os EUA invadiram Honduras pela primeira vez em nome das companhias norte-americanas exportadoras de frutas como a United Brands e a United Fruit Co., que até hoje controlam o país, fato que lhe rendeu o apelido de "República das Bananas", depois estendido a outros países da região.
O Haiti foi ocupado por tropas norte-americanas em 1914 e esse domínio continuou até 1936, passando posteriormente por governos fantoches que incluíram ditaduras entre 1946 e 1950, de 1956 até 1986 e de 1987-1990. Em 1991 os EUA voltaram a intervir no país e em 1994 o Haiti foi novamente invadido por tropas estadunidenses, que colocaram um novo governo no poder.
Na Guatemala, os EUA apoiaram governos fantoches de 1906 até 1944. Derrubaram governos democráticos e implantaram ditaduras militares com intervenções militares em 1954, durando até a 1965, e novamente de 1970 a 1985. Durante essas ditaduras fortemente repressoras, o país passou por grandes conflitos internos entre o governo ditatorial pró-EUA e terroristas de direita, de um lado, e guerrilheiros de esquerda do outro, numa verdadeira guerra civil. Teve como trágico resultado cerca de 120 mil mortos, a maior parte civis ou membros da oposição.
Tropas norte-americanas invadiram a Nicarágua em 1909 e novamente em 1912. Entre 1912 e 1933 a Nicarágua foi uma colônia norte-americana, constantemente ocupada pelos marines. Um pequeno grupo de oposição formado por camponeses lutava contra a ocupação, liderados por Sandino. Após este período, os EUA entregaram o governo do país para a família Somoza, que governou o país com uma forte e opressora ditadura de 1936 a 1979, sempre representando os interesses estadunidenses no país. A pedido do embaixador norte-americano, Sandino foi assassinado durante o que deveria ser uma reunião para negociações de paz em Manágua. Graças ao apoio estadunidense e a corrupção generalizada, a família Somoza construiu uma fortuna de mais de um bilhão de dólares, sendo proprietária, direta ou indiretamente de quase todas as terras do país.
O domínio estadunidense no país se estende até 1979, quando o novo governo, formado por sandinistas, tentou implantar um regime de tendências socialistas. Mas os EUA financiaram guerrilheiros anti-sandinistas (os chamados ‘contras’), que juntamente com o embargo norte-americano, arrasaram a economia do país e permitiram a subida ao poder de um governo pró-EUA em 1990, após a morte de mais de 30 mil nicaragüenses. A Nicarágua chegou a apelar para o Tribunal Penal Internacional contra a atitude norte-americana, onde venceu, mas os EUA não aceitaram acabar com o crime contra esse país, nem pagar as indenizações que o tribunal lhe impusera. Posteriormente a Nicarágua pediu à ONU que votasse uma determinação para que todos os países respeitassem o direito internacional e o princípio de autodeterminação dos povos, mas os EUA vetaram.    
El Salvador passou por ditaduras de direita apoiadas pelos EUA entre 1931 e 1944, de 1960 a 1967, de 1969 até 1979. Durante essas ditaduras o país passou por intensos conflitos sociais e uma verdadeira guerra civil entre guerrilheiros de esquerda e de direita. Estes últimos, conhecidos pelo apelido de “O Batalhão”, apoiados pelo governo e pelos EUA, foram responsáveis por alguns dos mais violentos massacres da América Latina, não poupando velhos nem crianças. Muitas vezes os membros da oposição eram presos pelo “batalhão”, torturados e depois arrastados pelas ruas da cidade até que toda a carne se desprendesse dos ossos. Os EUA chegaram a invadir o país em 1979 para ‘regularizar a situação’ e colocar no poder uma nova ditadura, extremamente repressora, nos anos seguintes (1980-82) mas permitindo que o mesmo grupo permanecesse no poder até 1994. Estes longos conflitos , mais intensos no final dos anos 70 e início dos 80, resultaram em mais de 60 mil mortos, a maior parte da oposição.
Em 1980, os EUA apoiaram a ascensão de uma ditadura no Suriname. Em 1983 os Estados Unidos invadiram a ilha de Granada para depor um governo de esquerda que contrariava os seus interesses, implantando um governo pró-EUA.
No México, os EUA realizaram outra intervenção militar em 1914, dando suporte para a ascensão de governos autoritários, que formariam nos anos 20 o Partido Revolucionário Institucional (PRI), passando a governar o México com um governo de partido único, mas de fachada democrática, sempre apoiado pelos EUA. Este grupo político permaneceu no poder até o ano 2000. Como resultado, hoje os EUA comandam praticamente toda a economia mexicana, em especial os recursos naturais, como minerais metálicos e o petróleo, sendo que 95% das exportações de petróleo mexicano, hoje, vão para os EUA.
Na Venezuela, um grande produtor de petróleo já no início do séc. XX, os EUA financiaram ditaduras como a de Juan V. Gomez, que escancarou as portas da economia venezuelana para as empresas petrolíferas norte-americanas de 1908 até sua morte em 1935. Os EUA mantiveram outras ditaduras no país de 1936 a 1945 e de 1949 até 1958.
Durante toda a Guerra Fria os EUA financiaram diversas ditaduras no mundo, mas principalmente no seu quintal: a América Latina. Além das já citadas na América Central, temos na América do Sul governos fantoches ‘democráticos’ que reprimiram violentamente toda forma de oposição, mas principalmente movimentos de esquerda na Colômbia e na Venezuela (principalmente após os anos 60). Temos também ditaduras implantadas com apoio dos EUA no Equador, (1963-1968 e 1972-1979), no Peru (1968-1980 e 1992-2001) e no Uruguai (1972-1984). Na Bolívia  foram vários golpes e governos ditatoriais nos períodos de 1952-1964, 1965-1966, 1969-1970 e 1971-1982. No Paraguai, além da ditadura de direita apoiada pelos Estados Unidos de 1940 a 1947, o General Stroessner ficou no poder de 1954 até 1989, uma das mais longas ditaduras militares da história.  
No Chile, após um curto governo de tendências socialistas, formado pelos social-democratas e socialistas chilenos, que nacionalizou as minas de cobre, o presidente Allende foi morto no sangrento golpe de 11 de Setembro de 1973, organizado pela própria CIA e com participação de marines norte-americanos, onde até o palácio presidencial La Moneda e a residência do presidente Allende foram bombardeados. Este golpe marca o início de uma violenta ditadura liderada por Pinochet que durou até 1990, sustentado pelos escusos interesses estadunidenses.
Na Argentina (1966-1973 e 1976-1984), da mesma forma, os militares que dirigiram o país foram responsáveis por milhares de desaparecimentos políticos, casos de torturas, estupros, assassinatos e espancamentos, contabilizando um total de mais de 35 mil mortos, em nome da “defesa da democracia”.
No Brasil, após um curto governo nacionalista, que tentou fazer uma tímida reforma agrária e algumas nacionalizações, foi organizado um golpe militar em 1964, também com participação e supervisão da CIA, do Departamento de Informação do Pentágono (Cel. Vermon Walters), da embaixada dos EUA ( embaixador Lincoln Gordon) e de apoio militar estratégico dos EUA (na operação Brother Sam), que chegaram a enviar um porta-aviões (o Forrestal), um porta-helicópteros, 6 destróieres, esquadrilhas de caças, petroleiros e 100 toneladas de armas leves para apoiar o golpe. Caso a população resistisse ao golpe, as tropas estadunidenses desembarcariam no país. A ditadura militar no Brasil durou até 1984, mas somente em 1989 voltaram a ocorrer eleições diretas.
 

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Moi

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« Responder #23 em: Janeiro 20, 2006, 03:12:18 am »
Mais uma boa explicação, chamo a atenção da seguinte frase. Alias muitas semelhantes foram proferidas pelos diferentes presidentes americanos.


"A expansão dos Estados Unidos sobre o continente americano, desde o Ártico até a América do Sul, é o destino de nossa raça (...) e nada pode detê-la". Discurso de posse do presidente norte-americano James Buchanan, em 1857.



O projeto norte-americano de anexação da América Latina é bastante antigo e conheceu várias etapas e formas nestes quase duzentos anos. O processo não foi linear, ele foi condicionado por inúmeros fatores entre eles a capacidade de resistência dos povos latino-americanos e a correlação de forças entre as grandes potências. Mas, no geral, podemos dizer que os EUA foram persistentes nos seus propósitos anexionistas, utilizando os mais diferentes métodos - articulando o grande porrete e a fala mansa. Este artigo busca apresentar, sumariamente, a história da expansão norte-americana no hemisfério até o início da década de 90 quando do início de uma nova ofensiva através da implantação da Alca.
A Doutrina Monroe e o Destino Manifesto
No dia 4 de julho de 1776 foi proclamada a independência norte-americana. A guerra pela independência durou cerca de 6 anos. A jovem república era composta de treze colônias federadas concentradas no lado do Atlântico. Nascia com a necessidade de proteger-se das gananciosas potências européias, especialmente a Inglaterra, e também com pretensões de se expandir para o oeste e sul do continente, conquistando novas terras para a sua população, que crescia rapidamente, e novos mercados para suas mercadorias.
Pouco a pouco foi se constituindo uma ideologia justificadora do expansionismo norte-americano. Esta seria denominada ideologia do "Destino Manifesto". Propagou-se a idéia da superioridade dos norte-americanos sobre os outros povos do continente - descendentes de espanhóis, portugueses e indígenas. Aos norte-americanos caberia conduzir os demais povos pelo caminho da civilização e da modernidade capitalista.
Em 1823, o presidente James Monroe apresentou o seu discurso anual ao congresso norte-americanos. Ele poderia ser traduzido em uma de suas frases mais conhecidas: "A América para os americanos". O corpo de idéias relativo à política externa seria denominado Doutrina Monroe. A princípio foi entendida como uma resposta norte-americana às potências européias que estavam de olho no continente, inclusive nos territórios do norte. Os norte-americanos ainda disputavam o Oregon com os ingleses e os russos estavam de olho na Califórnia. No sul, as independências do Brasil e da América espanhola ainda não estavam consolidadas. Naquele momento a Europa era dominada pela Santa Aliança - uma coligação monarquista e arqui-reacionária.
No entanto, mais do que protegerem as Américas das pretensões européias, queriam proteger seus interesses políticos e comercias no conjunto do continente, ainda que acobertando-os com um verniz democrático e anticolonial. Prova disso é que os EUA se colocaram contra o projeto do México e da Colômbia de ocupar as Antilhas e libertá-las do jugo espanhol. Os EUA também se opuseram e buscaram sabotar o projeto de união americana defendido por Simon Bolívar. Ficava cada vez mais claro que quando Monroe disse a América "para os americanos" queria, na verdade, dizer "para os norte-americanos".
Restabelecidos da guerra contra a Inglaterra, os EUA partiram para a realização do seu "Destino Manifesto", através da utilização da sua força militar. O primeiro passo foi a conquista do Texas. Desde o final da década de 1820 colonos do sul dos Estados Unidos se deslocaram para a região do Texas, pertencente à República do México. Aproveitando-se da confusão política e da corrupção reinantes montaram suas fazendas e introduziram ali o trabalho escravo - a Constituição mexicana proibia a escravidão. No entanto, em 1835, o México aprovou uma constituição centralista. Este foi o pretexto para que os colonos americanos se rebelassem e proclamassem a independência do Texas (1836) - fundando a república "escravista" da estrela solitária - e imediatamente pedissem a sua integração aos EUA. Estes reconheceram o novo país, passando a protegê-lo e, em 1845, o anexaram, sob o protesto do México.
Os EUA não estavam contentes e queriam ainda mais. No ano seguinte, aproveitando-se de um conflito militar corriqueiro na fronteira, declararam guerra ao México. A guerra terminou com a derrota mexicana e a perda dos territórios da Califórnia, Novo México, Nevada, Arizona e Utah. O México perdeu cerca de metade do seu território e os EUA ganharam, finalmente, o seu acesso ao oceano Pacífico e aos territórios riquíssimos nos quais, em alguns anos, seriam descobertos ouro e petróleo. Alguém um dia falou "Pobre México tão longe de Deus e tão perto dos Estados Unidos".
A guerra parecia ser o melhor caminho para a expansão territorial dos norte-americanos, além de ser um negócio bastante lucrativo. Agora eles voltavam os seus olhos para o mar do Caribe, considerado um "mar interno" dos Estados Unidos, e para a América Central.
Em 1855 tentaram repetir os métodos utilizados contra o México na pequena Nicarágua. Neste ano o mercenário William Walker desembarcou com 120 homens fortemente armados e tomou o país. Apoiado pelos sulistas norte-americanos declarou-se presidente e restabeleceu a escravidão. Desta vez a tentativa de colocar uma nova estrela na bandeira norte-americana fracassou. Walker foi derrotado e acabou sendo fuzilado pelo governo de Honduras.
Dois anos depois, em 1857, no seu discurso de posse o presidente americano James Buchanan afirmou: "a expansão dos Estados Unidos sobre o continente americano, desde o Ártico até a América do Sul, é o destino de nossa raça (...) e nada pode detê-la". Falando em nome dos "altos e amplos objetivos nacionais", o jornalista e político norte-americano John O'Sullivan se posicionou contra aqueles que buscavam "prejudicar nosso poder, limitando nossa grandeza e impedindo a realização do nosso Destino Manifesto, que é estendermo-nos sobre o continente que a Providência fixou para o livre desenvolvimento de nossos milhões de habitantes, que anos após anos se multiplicam". Tese muito semelhante à do "espaço vital para a raça ariana" apregoada por Hitler menos de cem anos depois.
As grandes corporações norte-americanas, com apoio da imprensa, desenvolveram uma grande propaganda a favor do expansionismo e da guerra como meio de realizá-lo. Mantendo-se firme no seu propósito de anexar a região caribenha, em 1898, os EUA declararam guerra à Espanha e ocuparam seus territórios no Caribe e no Pacífico. O pretexto foi o apoio ao povo cubano escravizado pelos espanhóis e a explosão do navio americano "Maine" em porto cubano - possivelmente fruto de um acidente.
O povo cubano há décadas travava uma luta heróica pela sua independência. A primeira guerra da independência havia durado dez anos (1868-1878) e a segunda havia se iniciado em 1895. Somente quando a libertação, dirigida por José Marti, estava quase se concretizando os EUA resolveram intervir militarmente.
O objetivo real dos americanos não era libertar Cuba, mas defender os seus interesses na ilha, que era a maior produtora de açúcar do mundo e um ponto estratégico na defesa naval e ponte comercial para o sul do continente. Não foi à toa que ilha permaneceu ocupada militarmente até 1902. Os marines só se retiraram quando os constituintes cubanos aprovaram a emenda Platt - uma lei americana - que dava o direito aos norte-americanos de intervirem na ilha quando seus interesses estivessem ameaçados. Cuba tornou-se assim um protetorado americano no Caribe. Somente em 1933, em plena política de Boa Vizinhança, foi revogada a emenda Platt.
Entre 1889 e 1890 ocorreu a primeira Conferência Pan-americana em Washington, da qual participaram dezoito países. Neste encontro os EUA propuseram uma união aduaneira de todo o continente, um conselho de arbitragem dos conflitos econômicos e militares e uma moeda comum, o dólar. O projeto fracassou pela resistência imposta pela Argentina e pelo Brasil. Foi formada então a efêmera União Pan-Americana.
Na busca da sua hegemonia nas Américas e na disputa por mercados em outras partes do mundo, os EUA iniciaram o fortalecimento de sua marinha de guerra. Em 1890, quando da 1ª Conferência Pan-americana, a marinha americana era a sexta do mundo e em 1907 já era a segunda.
Theodore Roosevelt e o Big Stick
Em 1901 assumiu o presidente Theodore Roosevelt, antigo chefe de polícia de Nova York. Seu ditado favorito era "Fale suave, mas tenha nas mãos um grande porrete que será bastante útil". Por isto sua política externa ficaria conhecida como Big Stick (grande porrete).
O Big Stick norte-americano foi bastante utilizado, mais do que a fala mansa. Cuba foi ocupada novamente entre 1906-1909, em 1912 e 1917-1922. Os marines ocuparam também o Haiti (1915-1934), a República Republicana (1916-1924) e a Nicarágua (1909-1910, 1912-1933).
A extensão dos EUA, de uma costa a outra, criou novos problemas para a expansão do comércio e a sua defesa militar. Era preciso construir um canal entre os dois oceanos que permitisse um deslocamento rápido de sua marinha mercante e de guerra. O lugar ideal para construi-lo era a região do Panamá, pertencente à Colômbia. No entanto o governo colombiano se opôs aos planos norte-americanos de constituir um enclave militar e comercial em seu território.
Os norte-americanos passaram a insuflar grupos rebeldes separatistas que acabaram assumindo o poder na região, separando-a da Colômbia. Os EUA foram primeiros a reconhecer a independência do Panamá (1903) e a enviar soldados para protegê-la. O novo governo, agradecido, entregou a área na qual seria construído o canal e deu aos americanos o direito de explorá-la por toda a eternidade. Somente na metade da década de 1970 foi renegociado o acordo e se definiu que o canal passaria para o Panamá em 1999.
Em 1927 os norte-americanos intervieram militarmente na guerra civil da Nicarágua e ali permaneceram até 1934. Os mecanismos para intervenção eram os mesmo, primeiro fomentavam as disputas políticas entre grupos oligárquicos locais e depois intervinham militarmente ao chamado de um deles - o mais favorável aos interesses norte-americanos.
« Última modificação: Janeiro 20, 2006, 03:22:50 am por Moi »
 

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« Responder #24 em: Janeiro 20, 2006, 03:14:40 am »
A Política da Boa Vizinhança

A política do Big Stick entrou em crise juntamente com o capitalismo norte-americano em 1929. Com o aumento da crise econômica cresceu também a animosidade dos governos e dos povos latino-americanos com a política externa agressiva dos norte-americanos. Em 1930 eclodiu uma revolução no Brasil que colocou Vargas no poder e em 1934 Lázaro Cárdenas se elegeu presidente no México. Ambos adotaram políticas econômicas de cunho nacionalista e industrialista.
Outros fatores de ordem internacional também impulsionaram a mudança de forma da política americana para América Latina. No mesmo ano que Roosevelt assumiu a presidência, Hitler tomou o poder na Alemanha e o Japão consolidou sua posição na Manchúria. Existia o perigo de uma guerra iminente e uma ameaça concreta aos seus interesses políticos e econômicos na Ásia e na América Latina. Os alemães rondavam perigosamente os governos da região.
Na 7ª Conferência Pan-americana (1933) foi aprovado um documento que afirmava que "nenhum estado tem o direito de intervir nos assuntos internos ou externos de outro estado". O documento, portanto, estava na contra-mão de tudo o que os norte-americanos vinham fazendo na América Latina até então. Entre 1933 e 1934 os americanos se retiraram do Haiti e da Nicarágua. Era o início da Política de Boa Vizinhança, visando a diminuir a desconfiança dos latino-americanos em relação ao "grande irmão do norte". O grande porrete foi substituído pela "fala mansa".
 

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Moi

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« Responder #25 em: Janeiro 20, 2006, 03:16:26 am »
Da 1ª Conferência Panamericana à 2ª Guerra
Nesse contexto de disputa de influências, no ano de 1881 o secretário de Estado James G. Blaine convidou as nações latino-americanas para uma conferência sobre questões relativas ao comércio internacional e à arbitragem nas disputas interamericanas.
Avatares de política interna atrasaram a convocação. A Primeira Conferência Panamericana se reuniu, finalmente, em 1889-90 na cidade de Washington, com o objetivo de transformar a América Latina num mercado natural e privilegiado para as manufaturas norte-americanas que, na época, não eram competitivas em relação à indústria européia.
A oposição da Grã-Bretanha a esse projeto encontrou um porta-voz eficaz no próprio continente: a representação argentina que, em função de seu vínculo privilegiado com a grande potência européia, estava disposta a enfrentar a proposta de Blaine. A pauta da Conferência, elaborada unilateralmente pelo governo norte-americano, previa a adoção de medidas destinadas à formação de uma união alfandegária americana – um "zollverein continental" – à moda da união alemã.
As instruções recebidas pelos delegados argentinos Roque Sáenz Peña e Manuel Quintana foram precisas: "A formação de uma liga alfandegária americana envolve, à primeira vista, o propósito de excluir a Europa das vantagens acordadas no seu comércio. Tal pensamento não pode ser simpático ao governo argentino, que não gostaria de ver enfraquecidas suas relações comerciais com aquela parte do mundo para onde enviamos nossos produtos e de onde recebemos capitais e mão-de-obra". Sáenz Peña cumpriu bem a missão, concluindo seu discurso de oposição à união alfandegária confrontando o lema de Monroe: “Seja a América para a Humanidade!".
Enquanto isso, no Brasil era declarada a República, provocando uma mudança na delegação. Salvador de Mendonça representou o novo governo e manteve o alinhamento com as posições latino-americanas, apesar da aproximação com os Estados Unidos promovida pela nova República.
Em seu livro de memórias, publicado em 1913, Mendonça relata o papel mediador que lhe coube nas negociações com o secretário de Estado Blaine: "Disse-lhe com firmeza que quinze votos latino-americanos estavam dispostos a fazer questão de que saísse da Conferência nesse dia a eliminação da conquista, e que essa maioria me encarregara de lhe comunicar esse propósito. Desejávamos apenas tornar mais completo o arbitramento obrigatório e garantir de modo solene a integridade, a soberania e a independência de todas as nações de nosso continente. Abolida a conquista, cessariam as suspeitas de vizinhos contra vizinhos e principalmente contra a sua grande e poderosa nação."
O fracasso da 1ª Conferência Panamericana foi originado, principalmente, pelas posturas das delegações da Argentina e do Brasil, que lideraram o voto contrário à união alfandegária, desmontando o projeto dos Estados Unidos de construir o “sistema panamericano” sob hegemonia norte-americana.
As Conferências Panamericanas do México (1901-02); Rio de Janeiro (1906) e Buenos Aires (1910) obtiveram resultados pouco expressivos, gerando a impressão de que o Panamericanismo, depois de Blaine, tinha perdido significação central na agenda do Departamento de Estado. A ação unilateral prevaleceu e restou aos fóruns multilaterais o tratamento de questões consensuais, determinando um paulatino esvaziamento político da agenda panamericana.
Após a Guerra Hispano-americana de 1898, o foco da política externa norte-americana se tinha voltado para os países da América Central e do Caribe, inaugurando uma etapa marcada pela agressividade. A “americanização do mundo" era vista com alarma na Europa e, também, na América Latina. No Brasil, a assinatura do Tratado de Comércio com os Estados Unidos já tinha sido objeto de duras críticas de setores com interesses econômicos industrialistas. No Congresso nacional, durante a sessão de 9 de fevereiro de 1891, o deputado Vinhaes manifestava: "Há muito tempo que os Estados Unidos da América do Norte desejam fazer um tratado de comércio com o Brasil, tomando, já se vê, a parte do leão para si. Um dos principais paraninfos do Tratado nos Estados Unidos foi Blaine, secretário-geral do governo de Washington. Aquele estadista é conhecido no mundo como um dos mais aferrados protecionistas quando se trata de assuntos internos, tornando-se o mais exaltado livre-cambista logo que venha à baila assunto de caráter externo."
No plano geopolítico, a imposição da emenda Platt a Cuba, a separação do Panamá da Colômbia e a construção e posse do canal interoceânico consagraram a supremacia da potência emergente, que ganhava o reconhecimento das potências européias. O bloqueio da Venezuela por parte da Inglaterra, Alemanha e Itália, com o objetivo de exigir o pagamento da dívida que o governo venezuelano havia suspenso, originou a tomada de posição do presidente Roosevelt, que desenharia as relações dos Estados Unidos com a América Latina e a Europa no século XX. O Estado norte-americano abandonava para sempre os sonhos dos Founding Fathers, se transformava em “polícia do continente” e aprofundava o intervencionismo, seja pela pressão diplomática, seja por meios militares.
O Corolário Roosevelt à Doutrina Monroe, formulado em discurso presidencial de 1904, era explícito: "A perversidade crônica, ou uma impotência que resulte na perda geral da unidade da sociedade civilizada, poderia necessitar, em última instância, da intervenção de uma nação civilizada. No Hemisfério Ocidental, a adesão dos Estados Unidos à Doutrina Monroe pode forçar esse país, em casos flagrantes de perversidade ou impotência, ao exercício de um poder de polícia internacional".
O intervencionismo nos países da América Central e do Caribe e, em especial, no México revolucionário, marcou as três primeiras décadas do século. O “idealismo wilsoniano”, inspirador da Sociedade das Nações, não se aplicava às relações hemisféricas.
A chegada do segundo Roosevelt ao poder provocou uma profunda reestruturação do governo dos Estados Unidos e de sua política externa.
Implementou-se um reajuste nas relações com a América Latina, que ficaria explícito na Política de Boa Vizinhança apresentada na Conferência Panamericana de 1933. A democracia liberal como paradigma político foi o combustível que reanimou o espírito missionário do “destino manifesto" na preparação da luta contra o nazifascismo. Roosevelt pressentira, desde o início de seu governo, que essa luta levaria os Estados Unidos a entrar na guerra. Seria, portanto, imprescindível contar com o todo o hemisfério unido, vinculado por um conjunto de acordos permanentes, fundamentados em visões político-estratégicas compartilhadas.
 

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Moi

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« Responder #26 em: Janeiro 20, 2006, 03:35:54 am »
Citação de: "PereiraMarques"
Citação de: "Luso"
Por falar em republicanos jacobinos, fale-nos da sua Revolução Francesa.
Fale-nos de Russeau e das consequências da sua filosofia.
Preste-nos esse serviço.

Mas estamos a falar do período do "terror" que se seguiu à Revolução Francesa, do qual Rousseau não teve nada a ver com isso, ou estamos a falar das obras filosóficas de Rousseau que contribuiram para criar a Democracia, tal como a conhecemos hoje em regimes monárquicos e republicanos?

Cumprimentos republicanos (mas não jacobinos :wink: )
B. Pereira Marques


Os ditames do «Deus, Pátria e Família» não deixam espaço a quem tenha ideais diferentes, sobretudo se esses forem ideais que ponham em causa a hierarquia social estabelecida, e por conseguinte a tradição. Quem é contra a tradição é um assassíno, por pensar, e quase sempre encontram-se explicações como «era um excluído por isso é que era contra».

Cumprimentos Republicanos Jacobinos
 

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Luso

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« Responder #27 em: Janeiro 20, 2006, 04:51:22 am »
Citação de: "Moi"
Quem é contra a tradição é um assassíno, por pensar, e quase sempre encontram-se explicações como «era um excluído por isso é que era contra».


Pensar. Racionalizar. Usar a razão. Se o fizer vai ver o que na realidade que as "mentes revolucionárias" combatem.
As mentes revolucionárias tendem a surgir de berço de ouro, onde o ócio e sobretudo o ego são cultivados. Um ego sobrevalorizado e contrariado é muito perigoso, sobretudo qundo tal ego desconhece a realidade dos factos da vida.
Mas não se acredite em mim. Vá às escolas, vá aos bairros de habitação social. Vá às periferias suburbanas e semi rurais.
A disciplina e os valores são muito úteis para quem delas mais precisa, sabe?
Porque permite a quem não tem recursos poupar e dar valor ao pouco que tem. E esforçar-se para conseguir mais, para se erger.
O individualismo e as filosofias libertárias, ao não estabelecer "padrões de qualidade e de civilização" apenas servem para legitimar e colocar no mesmo patamar o malandro, o bandalho, o cobarde, o que gosta de rabinho de menino, o estudioso, o trabalhador dedicado, o patriota, o pai de família honrado.
Eu luto por estes últimos e por fazer com que aqueles que têm mais dificuldades se possam libertar por eles próprios e honestamente da miséria em que nasceram.
Aos outros abatia-os se pudesse.
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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Moi

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« Responder #28 em: Janeiro 21, 2006, 02:49:03 am »
Citação de: "Luso"
Citação de: "Moi"
Quem é contra a tradição é um assassíno, por pensar, e quase sempre encontram-se explicações como «era um excluído por isso é que era contra».

Pensar. Racionalizar. Usar a razão. Se o fizer vai ver o que na realidade que as "mentes revolucionárias" combatem.
As mentes revolucionárias tendem a surgir de berço de ouro, onde o ócio e sobretudo o ego são cultivados. Um ego sobrevalorizado e contrariado é muito perigoso, sobretudo qundo tal ego desconhece a realidade dos factos da vida.
Mas não se acredite em mim. Vá às escolas, vá aos bairros de habitação social. Vá às periferias suburbanas e semi rurais.
A disciplina e os valores são muito úteis para quem delas mais precisa, sabe?
Porque permite a quem não tem recursos poupar e dar valor ao pouco que tem. E esforçar-se para conseguir mais, para se erger.
O individualismo e as filosofias libertárias, ao não estabelecer "padrões de qualidade e de civilização" apenas servem para legitimar e colocar no mesmo patamar o malandro, o bandalho, o cobarde, o que gosta de rabinho de menino, o estudioso, o trabalhador dedicado, o patriota, o pai de família honrado.
Eu luto por estes últimos e por fazer com que aqueles que têm mais dificuldades se possam libertar por eles próprios e honestamente da miséria em que nasceram.
Aos outros abatia-os se pudesse.




AHAHAHAHAHAHHAHAHAHAHAHAHHAHAHAHAHAHHAHAHAHAHHAHAHAHAHAHAHAHHAHHAHAHAHAHAHAHHAHAHAHAHAHAHAHHAHAHAHAHHAHAHA


O «iluminado»....

Começa a ler livros de outros quadrantes para não seres tão quadrado. É tão simples quanto isso.

AHAHAHAHAHAHHAHAHAHAHHAHAHAHHAHAHAHAHAHHAHAHAHAHAHHAHAHAHAHHAHAHAHAHAHHAHAHAHAHAHHAHAHAHAHHAHAHAHAHHAHAHAH

PS - Não me conheces de lado algum para fazeres insinuações do género vá aqui, vá ali, conheça isto, conheça aquilo. Aliás, nem sabes que idade tenho e o que faço.
 

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Lince

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« Responder #29 em: Janeiro 21, 2006, 03:32:19 am »
Pode-me dizer onde é que o Luso o ofendeu para ter uma resposta dessas? Ou será que lhe tocaram na ferida?
Cumprimentos