U209PN

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Re: U209PN
« Responder #1680 em: Abril 06, 2010, 12:28:42 pm »
vcs dão muita importância a parasitas plagiadores de livros... :roll:
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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cromwell

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Re: U209PN
« Responder #1681 em: Abril 06, 2010, 02:12:39 pm »
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sexta-feira, 2 de Abril de 2010
O bullshit do Miguel Sousa Tavares
 


«Miguel Sousa Tavares explica porque os submarinos não nos fazem falta», lê-se hoje isto à laia de aperitivo na primeira página do Expresso. Saliva-se, vai-se ler a coisa à página indicada e no fim fica-se exactamente na mesma: realmente, porque é que os submarinos não nos fazem falta? Em contrapartida levamos com uma argumentação falaciosa e com um historial de série B (de que o próprio Miguel é personagem, no papel do bom da fita) que nos deixa atónitos e perplexos.

Não tenho qualquer parti pris sobre submarinos e esperava que o Miguel e o Expresso me elucidassem vários aspectos da questão. Até gostava que o Miguel tivesse razão, que não precisássemos dos submarinos para nada. Seria mais uma prova - pensava eu - da incompetência do fala-barato Paulo Portas, que comprou os submarinos "inúteis" que vamos todos ter de pagar. Mas até aí o Miguel desilude, ao tentar, de forma assaz inacreditável, ilibar Portas das responsabilidades da compra e do resto que se passou. Com efeito, o amigo Paulo confidenciou ao Miguel, entre outras coisas que ele não pode contar, que o processo vinha de trás, do governo Guterres, e já «só faltava a assinatura» do ministro da Defesa. O amigo Paulo confidenciou-lhe também que, chegado ao governo, «desconfiou», mandou estudar o dossier, reduziu de três para dois submarinos, negociou contrapartidas para a indústria portuguesa e, no fim, assinou a encomenda dos submarinos alemães. Ou seja, anulou o processo que vinha de trás, encetou um novo e decidiu em plena liberdade. Conhece-se o resultado: dois submarinos problemáticos, iguais aos que a Grécia tinha encomendado e depois rejeitou, contrapartidas absolutamente não cumpridas e, por fim, suspeitas de alta corrupção divulgadas há dias pela revista alemã Spiegel. Uma argolada trágica para um país endividado e a passar por uma aguda crise financeira!

Em quem põe as culpas o Miguel? Para começar, no governo de Guterres, que preparou o dossier (mas não pôs lá assinatura nenhuma). Seguidamente, na corporação da Marinha de Guerra, que faria grande birra se lhe tirassem a arma submarina, sugerindo ainda o Miguel que há lá gente tão depravada que gosta de fazer profissão de andar fechado numa lata no fundo do mar. Depois, no ancião Adriano Moreira, que num almoço de public relations no Alfeite não emitiu opinião conclusiva (!). Depois, em Durão Barroso, que não foi a favor, nem contra, antes pelo contrário. Depois, na «inevitável» corrupção que, na opinião do Miguel, «sempre, sempre» acontece quando há compras de armas. Enfim, nos «grandes escritórios de advogados de Lisboa», a quem foram pedidos pareceres, e que o Miguel sugere que foram cúmplices ou responsáveis pela corrupção alegada pela Spiegel.  

Não sei se já repararam que Paulo Portas, o maior responsável de todo o processo, não entra no rol dos acusados. «Fizesse ele o que fizesse», diz mesmo o amigo Miguel, «a bomba ao retardador mais tarde ou mais cedo lhe explodiria nas mãos». O que isto quer dizer, não se perscruta nem se imagina. Este perfeito bullshit vem estampado no Expresso de hoje!

Quanto à inutilidade dos submarinos, os argumentos do Miguel ou são petições de princípio, ou tiradas retóricas, ou bocas sem fundamento. Os submarinos são inúteis porque são dispensáveis pela geoestratégia (falácia). Porque estão na mesma linha lógica do TGV: apenas satisfazem o orgulho nacional (falácia). Porque há poucos oficiais da arma e o custo dos submarinos por oficial está-se mesmo a ver que é absurdo (falácia). Porque já não existe o papão da União Soviética (e depois?). Porque não temos guerras nem inimigos (então para quê as forças armadas?). Porque as guerras se ganham ou perdem politicamente (boa malha). Porque Portugal ter dois submarinos é o mesmo que a Bélgica ter um porta-aviões (ignorante). Porque quem não tem dinheiro não tem vícios (submarino é coisa de toxicodependentes). Porque as corvetas, as lanchas rápidas e os aviões de reconhecimento chegariam para vigiar as 200 milhas e a ZEE (que sabe ele sobre isso?).

E é tudo. Não cita uma opinião abalizada ou um estudo, não diz uma palavra sobre as boas ou más características dos submarinos, não explica (nem sabe) para que serve um submarino. Opiniões de técnicos, militares, advogados e políticos não lhe interessam peva. O fundo do mar não lhe merece a menor referência, a não ser sarcástica. Miguel não «explica» coisa nenhuma, a não ser que são de desconfiar os almoços grátis e os grandes escritórios de advogados - estes o seu verdadeiro ódio de estimação. Mas a magna conclusão que pretende que tiremos é narcísica: ele, Miguel Sousa Tavares, bem os avisou, mas não quiseram saber. Nunca querem! Pobre Miguel! Que desperdício de génios nesta terra ingrata...

Porque é que o Miguel não se junta ao Medina Carreira e ao Campos e Cunha? Trio imparável!

http://nikadas.blogspot.com/2010/04/o-b ... vares.html
"A Patria não caiu, a Pátria não cairá!"- Cromwell, membro do ForumDefesa
 

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Re: U209PN
« Responder #1682 em: Abril 06, 2010, 02:27:03 pm »
Acho um insulto ao Medina Carreira e ao Campos e Cunha serem comparados a essa alimária.

O primeiro é a única pessoa que até hoje teve a coragem de dizer a verdade aos Portugueses, e o segundo pelos vistos percebe de economia, tanto que ao fim de 6 meses no governo trocas-te viu bem onde estava metido e saltou fora do barco. Quem ler os artigos de opinião dele no Público vê que é uma pessoa que, há semelhança de M. Carreira, vê muito bem o abismo para onde o PS leva o País.
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Re: U209PN
« Responder #1683 em: Abril 06, 2010, 07:45:38 pm »
Efectivamente é insultuoso colocar Medina Carreira e Campos e Cunha na mesma classe de uma videira bem falante e tio MST.
Quem descreve bem o tipo de pessoas da estirpe do MST (ou a Marcela-quermorecela Rebelo de Sousa)  é o Thomas Sowell em Intellectuals and Society (cuja entrevista podem e DEVEM ver no youtube).
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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Falcão

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Re: U209PN
« Responder #1684 em: Abril 08, 2010, 09:45:49 am »
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Defesa

Submarinos: alemães vêm a Lisboa negociar contrapartidas

por MANUEL CARLOS FREIRE

Hoje

Governo disse à Ferrostaal que é "imperativo" rever contrato de contrapartidas até à entrega dos submarinos

Um membro da comissão executiva da empresa alemã Ferrostaal, envolvida na venda dos submarinos a Portugal, chega amanhã a Lisboa para discutir o contrato de contrapartidas, soube ontem o DN.

A viagem do representante da Ferrostaal foi decidida na sequência de uma carta que o presidente da Comissão Permanente de Contrapartidas (CPC), embaixador Pedro Catarino, enviou ao responsável máximo da empresa no passado dia 31 de Março, após as reve- lações da revista alemã Der Spiegel sobre a investigação do Ministério Público de Munique à actuação de dirigentes da Ferrostaal e às acusações de corrupção que lhes são feitas (processo que já levou à detenção de Klaus Lesker, que estava a negociar a revisão das contrapartidas com a CPC).

Na carta, segundo soube o DN, Pedro Catarino lembrou a presença de Lesker em Lisboa no passado dia 10 de Março, onde foi reafirmado à Ferrostaal que "o Governo considera imperativo que a situação[do contrato de contrapartidas] tem de estar absolutamente clarificada quando os submarinos forem entregues".

De acordo com uma das fontes, com base na carta enviada por Pedro Catarino, Klaus Lesker reafirmou nessa reunião de 10 de Março - em nome da Ferrostaal - que a empresa alemã "iria cumprir todas as suas obrigações contratuais relacionadas" com o contrato de contrapartidas, durante o tempo que falta para a sua conclusão (Outubro de 2012). Por outro lado, Lesker também assumiu que "todas as acções requeridas seriam adoptadas para alcançar uma solução no mais breve espaço de tempo possível".

O presidente da CPC lembrou ainda a interpretação do Executivo sobre os contratos de aquisição dos submarinos e das contrapartidas daí decorrentes para a economia portuguesa. Segundo as mesmas fontes, Pedro Catarino escreveu que os dois documentos "estão interligados" e é inaceitável "que um deles seja cumprido sem que esteja clarificada a situação de cumprimento do outro".

À partida, o responsável da Ferrostaal que chega amanhã a Lisboa vai ser o substituto de Klaus Lesker nas negociações com a CPC.

Os contratos de compra dos dois submarinos ao consórcio alemão GSC (com opção de compra por um terceiro) e das contrapartidas foram assinados a 21 de Abril de 2004, pelo então ministro da Defesa Paulo Portas (Governo de coligação PSD-CDS/PP).

Segundo admitiram diferentes fontes ao DN, a chegada a Portugal do primeiro dos dois submarinos - o Tridente, que está na fase final de testes no Atlântico Norte - está prevista para os primeiros dias de Junho.


http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/inter ... id=1538511
Cumprimentos
 

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teXou

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Re: U209PN
« Responder #1685 em: Abril 08, 2010, 03:17:23 pm »
No blog da Ana Gomes:  :evil:  
http://causa-nossa.blogspot.com/

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domingo, 4 de Abril de 2010
Ex-CEMAs à superfície...

A polémica em torno dos submarinos fez vir a superfície dois ex-CEMAs.
A imprensa reproduz declarações do Almirante Vieira Matias que era CEMA (1997-2002) quando foi aprovado o Programa Relativo à Aquisição de Submarinos (1998), sugerindo que a denúncia do contrato por Portugal seria uma “afronta à Alemanha”, podendo provocar o encerramento de grandes empresas de capital alemão, como a Auto-Europa. E acrescentou "qualquer intenção, velada ou não, de prejudicar a capacidade submarina da Marinha, ou seja, de Portugal, é um crime de lesa-pátria".
O seu sucessor, Almirante Vidal de Abreu, que era CEMA em 2004, quando o negócio dos submarinos foi fechado, disse que "é preciso não perceber absolutamente nada de Defesa e ter dos interesses nacionais uma visão extremamente estreita para a certa altura se considerar que um processo destes pode voltar à estaca zero".
Ambos os ex-CEMA apelaram ao "sentido de Estado" do Governo para resistir e manter o negócio.
Para os dois ex-CEMA parece ser, assim, irrelevante que os contratos envolvidos na aquisição dos submarinos estejam viciados por corrupção, falsificações e burlas várias, em que o lesado é o Estado português, como indiciam os processos judiciais em Portugal e na Alemanha - neste caso já com arguidos presos.
Para os dois ex-CEMA é detalhe de somenos que as empresas alemãs em causa recorram por sistema a métodos corruptos e corruptores para lograrem contratos em todas as latitudes, seja com Portugal, a Indonésia ou a Argentina, como acusam a justiça e a imprensa alemãs. Detalhe que é relevante para fazer compreender às autoridades e outras entidades empresariais alemãs o imperativo de o contrato ser denunciado ou renegociado. Até porque estão em causa regras europeias - pormenor ainda certamente mais dispiciendo para os nossos dois ex-CEMAS.
Que os ex-CEMAs não compreendam, não admira: são vistas largas, demasiado largas e superficiais, nos contratos de aquisições de equipamentos de defesa que explicam o afundamento das capacidades submarinas e outras capacidades militares em Portugal. Porque os recursos financeiros do Estado dedicados ao orçamento da Defesa, que são escassos, em vez de serem bem gastos, são desperdiçados em equipamento supérfluo e/ou mal comprado; e são geralmente desviados, em parte, para pagar comissões e luvas em esquemas de corrupção.
Quem lesa a Pátria, afinal? Quem fecha os olhos à corrupção ou quem a denuncia e combate?
E quem, afinal, tem sentido de Estado e defende a Pátria? Quem mergulha diante de corruptos lusos ou germânicos, ou quem os defronta e procura afundar?
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quinta-feira, 1 de Abril de 2010
Submarinos - a CE pode investigar
 
O "Der Spiegel" e a imprensa portuguesa ligam o Dr. Durão Barroso ao contrato dos submarinos, suspeito de fraude e corrupção.
O Dr. Durão Barroso, hoje Presidente da Comissão Europeia, sentiu necessidade de mandar dizer que nada tinha tido a ver com a negociação do contrato, directa ou pessoalmente - ou seja, quando era Primeiro Ministro, nesta matéria tudo confiou no seu Ministro da Defesa.
Como é óbvio, da responsabilidade política pela má escolha estratégica que a aquisição daquele equipamento militar implicou (até a NATO logo o classificou de "desperdício") não pode livrar-se o então Chefe do Governo português. As especulações poderão, quando muito, recair sobre o grau de conhecimento que teria do "modus faciendi" do negócio confiado ao seu Ministro da Defesa.
Este é um processo que pode implicar violação de normativo comunitário - incluindo das regras da concorrência, desde logo aplicáveis aos sectores industriais supostos beneficiar das contrapartidas dos submarinos. E pode questionar a integridade e transparência das contas que Portugal é suposto prestar a Bruxelas, desde logo em cumprimento das regras do EUROSTAT. Em causa pode estar, também, o cumprimento por Portugal das Directivas reguladoras das aquisições de equipamento de defesa, promovidas pela Comissão e aprovadas pelo PE em 2009, que deverão ser transpostas para a legislação nacional até 2011 e que supõem a comunicação integral a Bruxelas de todos os dados relacionados com aquisições de equipamento de defesa. Ora o contrato para o fornecimento dos submarinos foi assinado em 2004, mas a entrega do primeiro só deverá processar-se este ano e o pagamento - se o contrato não for entretanto denunciado - passará a fazer-se a partir deste ano, prolongando-se por mais 12 anos após 2011.
Todos estes elementos confluem para uma boa maneira de o Dr. Durão Barroso, Presidente da Comissão Europeia, mostrar que não é inquietável pelas investigações judiciais em curso em Portugal e na Alemanha, as quais visam apurar responsabilidades criminais: ordenando, sem demora, o desencadeamento de uma investigação ao processo de aquisição de submarinos em que é comprador o Estado português e em que é vendedora uma empresa alemã. Uma investigação pela Comissão Europeia, obviamente.
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quinta-feira, 25 de Março de 2010
PEC - poupar afundando os submarinos

Os portugueses sentem o impacto cruel (sobretudo se medido em desemprego) desta crise sem precedentes na Europa e no mundo que, em boa parte, explica o desequilibrio das nossas contas publicas a que o Programa de Estabilidade e Crescimento visa responder, com duras medidas a aplicar por vários anos.
Os portugueses aceitarão fazer sacrificios se perceberem que o PEC implica estabilização orçamental, mas também lança caminho para a economia crescer. E que os impostos que lhes serão exigidos são socialmente justos e fiscalmente rigorosos. E que os cortes na despesas incidem, antes de mais, sobre tudo o que é supérfluo ou desperdício.
É por isso que, a par de outras vozes, venho defendendo (fi-lo na TVI-24 no passado dia 15 e na RDP dia 16) que o Governo cancele a aquisição dos dois submarinos encomendados ao “German Submarine Consortium”, pelos quais vamos pagar mais de mil milhões de euros, a sobrecarregar-nos pesadamente o défice das contas públicas por muitos e muitos anos.
Bem sei que a Marinha não os considera brinquedos supérfluos, apesar de não serem equipamento prioritário para cumprirmos as nossas obrigações no quadro da NATO ou da Politica Europeia de Segurança e Defesa. E até aceito que façam sentido para um país que tem os interesses marinhos e maritimos (incluindo os submersos, de incalculado valor económico) que Portugal tem e há décadas vem perdulariamente negligenciando.
Mas também sei que a aquisição dos submarinos foi feita através de um negócio corrompido, com um preço grotescamente inflaccionado (mais de 35%, já aqui o escrevi)(e aqui, e aqui) à custa do erário público – ou seja, à custa dos contribuintes que pagam impostos e a quem agora vão ser pedidos mais; e dos portugueses mais pobres, agora em risco de perder apoios sociais.
Mas também sei que a aquisição dos submarinos foi preparada pelo governo PSD/CDS encabeçado pelo Dr. Barroso e decidida pelo curto governo PDS/CDS do Dr. Santana Lopes, passando pelo crivo da Ministra das Finanças Dra. Manuela Ferreira Leite, depois de uma negociação conduzida sob a responsabilidade do Ministro da Defesa Paulo Portas, que entregou o “encargo negocial” que devia ser assegurado pelo Estado (para isso pagamos a quadros públicos no MDN) a uma empresa - a ESCOM, do Grupo BES – que só pela sua intervenção se cobrou (nos cobrou) uns astronómicos 30 milhões de euros. Uma negociação que passou pela AR – a compra foi aprovada em Lei de Programação Militar – logo, terá de ter passado pelos partidos com assento parlamentar, incluindo o PS certamente (como, é questão pertinente, sobre a qual nada sei mas não desisti de saber).
E também sei que este negócio fraudulento, tornado suspeito pelos súbitos depósitos nas contas do CDS feitas por devotos acompanhantes de um tal Jacinto Leite Capelo Rego, desencadeou uma investigação judicial que se arrasta há anos na obscuridade.
Ah, e também sei que os chamados “offsets” – os contratos de contrapartidas, supostos trazer tecnologia inovativa para dinamizar diversas indústrias nacionais – negociados com os fabricantes dos submarinos pela “especializada” ESCOM, deram entretanto com os burrinhos na água: segundo a estatal CPC - Comissão de Contrapartidas, em Dezembro de 2009 nem 25% estavam ainda em execução, tornando o contrato dos submarinos "inexequível" . Incumprimento que também se verifica a nivel preocupante nas contrapartidas dos helicopteros EH101, que o Ministro Paulo Portas também teve a responsabilidade de negociar: como me observou um chefe militar (e qualquer soldado raso percebe) - “mas já viu alguma empresa séria e sustentável vender-lhe material, e ainda lhe entregar máquinas e tecnologia de valor superior ao que você acordou pagar?”.
Ora sucede que o PEC vai implicar um corte de 40% nas despesas em equipamentos militares que deviam constar da Lei de Programação Militar e ser adquiridos até 2013 – isto é, podemos achar-nos com os submarinos reluzentes mas estacionados no Alfeite, sem dinheiro para o combustível para os pôr a navegar... E quem diz os submarinos que ainda não chegaram, diz os helicopteros que regularmente canibalizamos para os por a voar, os C-130 a modernizar, as Pandur ainda por entregar (outro negócio suspeito a renegociar), etc....
"O Estado português deve assumir os seus compromissos contratuais, é uma pessoa de bem, que goza de crédito nos mercados e nada faria pior à credibilidade do Estado português incumprir compromissos que assumiu" diz a LUSA que o Ministro da Defesa Nacional disse esta semana, para justificar a manutenção da encomenda dos submarinos.
Eu vejo a coisa ao contrário: o Estado português não pode ser pessoa de bem se não puser rapidamente fim a este negócio corrupto, que sabe envolver grossa fraude, já estar a implicar elevadissimos custos para o Estado, comprometer a aquisição de meios essenciais para as nossas Forças Armadas poderem justificar a sua existência, e por se traduzir numa autêntica e descarada roubalheira, se for por diante. Uma roubalheira ainda menos imperdoável em tempos de crise, em que o Estado vai exigir mais sacrificios a cada português que sustenta... o Estado.
É, de facto, a credibilidade do Estado português que está em causa, incluindo diante dos mercados, a quem não falta perspicácia para topar quem é corrompível ou tanso. O crédito a dar pelos mercados também tem em conta a capacidade de cada um (de cada Estado) defender os seus interesses.
Ao Estado português não faltam argumentos substantivos para denunciar imediatamente o contrato dos submarinos, em defesa dos interesses portugueses, num momento em que se encontra (nos encontramos colectivamente) em estado de necessidade. E o governo português não tem que temer reacções alemãs, à conta do Consórcio fornecedor que, parece, se extinguiu entretanto... É que será fácil explicar à Senhora Merkel que não há corruptos, sem corruptores! Tanto mais que a Comissão Europeia promoveu e conseguiu fazer aprovar em 2009 duas directivas destinadas a dar transparência, moralizar e racionalizar as compras de equipamentos de defesa na UE. O governo português pode, assim, contar com aliados de peso: por um lado, o Parlamento Europeu. E, por outro, com o Presidente da Comissão Europeia, pois claro.[/i]
"Obviamente, demito-o".

H. Delgado 10/05/1958
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Lince

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Re: U209PN
« Responder #1686 em: Abril 08, 2010, 04:44:13 pm »
Os cães ladram e a caravana passa…
Cumprimentos

 

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Crypter

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Re: U209PN
« Responder #1687 em: Abril 08, 2010, 04:53:02 pm »
Pena o blog dessa srª não permitir o direito á resposta.. Porque se desse  :2gunsfiring:
 

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Lince

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Re: U209PN
« Responder #1688 em: Abril 08, 2010, 04:56:10 pm »
É normal desses “iluminados”. O confronto com a crítica e o direito de resposta não encaixa bem nos seus perfis.
Cumprimentos

 

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Ricardo

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Re: U209PN
« Responder #1689 em: Abril 08, 2010, 05:30:35 pm »
Citação de: "Crypter"
Pena o blog dessa srª não permitir o direito á resposta.. Porque se desse  :)
 

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Re: U209PN
« Responder #1690 em: Abril 08, 2010, 06:01:33 pm »
estou surpreendido, nunca pensei que essa peixeira soubesse escrever...
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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Re: U209PN
« Responder #1691 em: Abril 08, 2010, 11:20:36 pm »
ola sou novo no forum  e tenho um interesse  em submarinos, tenho uma simples questao aos mais entendidos  quais os requisitos para ser um submarinista nesta nossa armada ? obrigado  :G-beer2:
 

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Cabecinhas

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Re: U209PN
« Responder #1692 em: Abril 08, 2010, 11:50:14 pm »
Ter submarinos...
Um galego é um português que se rendeu ou será que um português é um galego que não se rendeu?
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Filipe de Chantal

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Re: U209PN
« Responder #1693 em: Abril 09, 2010, 05:30:17 am »
Caro P44:
Claro que ela sabe escrever (aprendeu no MRPP)! Até mesmo sobre temas de que não percebe "pêvea"...
Mas vamos lá a tentar colocar a questão nos seus termos correctos: o contrato de compra dos submarinos e correspondentes contrapartidas tem de ser devidamente clarificado. Até por uma questão de dignidade nacional, o Estado português não se pode deixar intrujar por qualquer empresa estrangeira, por mais alemã que seja...
A situação financeira do País não permite que haja faltas de rigor orçamentais de tal monta.
Por outro lado, Portugal precisa sim de arma submarina! Os "bichos" estão construídos, em ensaios oceânicos, e, caramba, a nossa Marinha de Guerra está ansiosa por que eles venham...
Mesmo sendo uma pessoa de esquerda, atrevo-me a dizer: "os cães ladram, mas a caravana passa".
Só gostaria de acrescentar que espero que estes constrangimentos das nossas finanças não coloquem em risco a continuação da construção dos patrulhas oceânicos e costeiros, que tão necessários são à eficaz fiscalização da ZEE, para põr em sentido a frota pesqueira espanhola, por exemplo. Precisamos deles como de "pão para a boca"...
Quanto à modernização das nossas fragatas, vai ter que esperar certamente. Mas nem estamos assim tão mal...
 

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P44

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Re: U209PN
« Responder #1694 em: Abril 09, 2010, 08:55:35 am »
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Todos sabiam há sete anos que contrapartidas eram fracas
00h31m
CARLOS VARELA E NELSON MORAIS

Governo admite "formar dúvidas sobre se os interesses do Estado foram acautelados" nos submarinos
 

A polémica dificuldade dos alemães em concretizarem as contrapartidas dos submarinos já era, afinal, conhecida em 2003. Foi o próprio Governo então a reconhecê-lo em "Diário da República", atribuindo a classificação de "fraco" às "Perspectivas de concretização/credibilidade".

Com efeito, segundo fonte militar tinha adiantado ao JN, os problemas que actualmente marcam a actualidade, com os alemães a não serem capazes de executar as contrapartidas, "já eram conhecidas em 2003", antes do contrato ter sido assinado, em Abril de 2004. As dúvidas, com sete anos, são levantadas na própria Resolução do Conselho de Ministros nº 183 de 2003, publicada no "Diário da República" de 25 de Novembro de 2003, assinada pelo então primeiro-ministro Durão Barroso, que determina a homologação da construção dos dois submarinos aos alemães. Junto surge o programa de aquisição, e os factores em avaliação, dos quais as contrapartidas, assinado pelo então ministro da Defesa, Paulo Portas.

E na "Síntese da avaliação das contrapartidas", a conclusão é de que, no item "Perspectivas de concretização/credibilidade", é de que a proposta alemão da GSC (German Submarin Consortium) é "fraco", enquanto, no mesmo item, a avaliação aos franceses tem como resultado "médio".

De, facto, ainda recentemente, o Governo veio salientar a dificuldade dos alemães em executar os compromissos das contrapartidas, inferior a 40%, segundo o Governo. "Consideramos inaceitavelmente baixos os níveis de cumprimento das contrapartidas neste contrato dos submarinos", apontou José Sócrates, uma questão que poderá começar hoje a ser reavaliada, com a vinda a Portugal de um responsável da Ferrostal, a empresa alemã envolvida na construção dos submarinos.

Mas os franceses da DCN-I (Direccion de Constrution Naval - International) vencem em toda a linha os alemães no capítulo das contrapartidas, segundo o "Diário da República", um documento público. E a própria "qualidade" das contrapartidas alemãs deixa a desejar face aos franceses.

Nas conclusões, o documento ressalva que a proposta dos franceses "continua a ser superior" à dos alemães, "embora haja agora (em 2003) maior proximidade de propostas em montante total de contrapartidas e perspectiva de efeito estruturante na economia portuguesa", uma realidade que já era conhecida em Julho desse ano, quando o então presidente da Comissão Permanente de Contrapartidas, Pedro Brandão Ferreira, deu, em parecer, a classificação de "médio" à proposta francesa e "fraco" à proposta alemã, ao mesmo tempo que já chamava a atenção para o problema da credibilidade da execução.

Ontem, o ministro da Defesa, Santos Silva, em entrevista à RTPN, admitiu "formar dúvidas sobre se os interesses do Estado foram acautelados", no que diz respeito ao negócio e lembrou que o Executivo pediu um parecer à Procuradoria-Geral da República com carácter "urgente" para "esclarecer dúvidas jurídicas", "que podem pôr em causa o contrato de contrapartidas".

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