Em concreto isto:a ida de familiares para a cidade alemã de Kiel
devido ao desvio das atenções, do plano profissional para o familiar, por parte dos membros da MCSUB.
Vamos lá por partes:
- quando um militar vai, por exemplo para o afeganistão ou para a Bósnia, leva algum familiar?
O pessoal da MCSUB foi para a Alemanha em 2004 e só tem regresso previsto depois de 2011. Não me parece que o pessoal vá tanto tempo para a Bósnia e para o Afeganistão. Por esse motivo levaram as famílias. Além disso as famílias foram porque lhes foram proporcionadas condições financeiras para isso (algumas mulheres desempregaram-se em Portugal para poderem acompanhar os maridos). É muito aborrecido orientar a vida familiar num pressuposto e a meio mudarem as regras do jogo.
No tempo em que lá estão o que é que estes familiares estão a fazer? ( no tempo da guerra em áfrica alguns militares, maioritáriamente oficiais milicianos, levavam as esposas recem-casadas e que grande parte delas ocupavam o tempo a dar aulas aos militares e aos naturais ). Na Alemanha o que se faz?
Pois, as esposas do milicianos que iam para Àfrica iam para um território em que se falava português. Cada familiar dos militares da MCSUB é um caso, mas julgo que nem todos sabem falar alemão para conseguirem emprego na Alemanha.
Mas a motivação e o empenho não está inerente aquilo que fazemos na vida? Eu não vou dizer ao meu patrão: olhe, este mês, para contar com a minha motivação e para eu me empenhar a sério têm que me dar mais algum...
Pois, mas ter que pagar para trabalhar e ficar junto da família é capaz de ser desmotivador. No seu emprego se estiver desmotivado com o nível salarial se calhar vai à procura de outra empresa onde paguem melhor. Se calhar é isso que o pessoal da MCSUB vai fazer (neste caso pode-se compreender como outra empresa regressar a Portugal para outras funções).
Pessoalmente já me tenho deslocado ao estrangeiro por motivos profissionais, nomeadamente em acções de formação, e não é por isso que o meu recibo de vencimento dispara por aí a cima para pagar a estadia dos familiares. Dá para vir duas vezes por mês passar o fim-de-semana a Portugal.
Há que perceber os enquadramentos. Durante quanto tempo foram essas estadias? Não se mediram concerteza em anos (o pessoal da MCSUB já está na Alemanha há 4 anos e ainda faltam pelo menos mais 3). Além disso, se o que recebe já lhe dá para vir duas vezes por mês a Portugal já é bastante mais que as ajudas de custo que o Estado português dá aos seus militares no estrangeiro.
que já conseguiram poupar "alguns milhões de euros" aos cofres do Estado
Mas não é isto a que estamos profissionalmente obrigados para com a nossa entidade patronal? se eu vir " afanarem " a minha empresa ou com o meu silência permitir que " afanem " a minha empresa, calo-me a não ser que receba mais algum? Nas Forças Armadas e muito em concreto neste caso não é assim?
Não percebo.
A questão aqui em causa é que, apesar de estarem a fazer o melhor possível, e de até estarem a ter resultados positivos (se calhar mais até que o inicialmente expectável), estão a regredir nas condições de remuneração. Ninguém se está a queixar por estar a fazer o que deve, estão a queixar-se por lhes alterarem as condições de vida (nomeadamente as remunerações).
Espero ter contribuído para o esclarecimento.
Já agora, não faço parte da MCSUB, pelo que estou à vontade para falar. No lugar deles pode ter a certeza que iria ficar desmotivado, e que isso iria ter reflexos no meu desempenho.
Cumprimentos.