Caro JLRC
Muito obrigado pelos seus comentários.
Como já tive oportunidade de referir em situações anteriores, já votei em vários partidos, e mesmo no partido do Sr. Louçã, especialmente pela figura do professor Fernando Rosas, que me merece o maior respeito e que se candidatou (e candidata) por Setúbal.. O voto, é uma decisão pessoal e tomada em boa consciência num determinado instante, em que colocamos uma cruz num boletim. Portanto, não entendo as suas alusões a “eleitor” de um partido fascista, quando eu já votei no próprio Bloco de Esquerda, e não tenho problema nenhum em o afirmar.
Será que eu também era fascista quando votei no BE?
O sentido do meu voto, que não está ligado por nenhuma coleira a ninguém, (porque eu prezo-me de ser um cidadão livre e independente) é o que é.
Eu tenho tanto direito como qualquer cidadão de votar, e de divulgar o meu sentido de voto, se assim o considerar. Eu nunca critiquei ninguém, nem neste nem noutro qualquer lugar por ter votado num ou noutro partido politico. O que posso fazer é criticar as razões pelas quais alguém vota num determinado partido.
Acho engraçadas as menções a “fascista” no que se refere à minha pessoa.
Creio que as minhas posições políticas são conhecidas. Já aqui algumas vezes referi, que o único partido que como cidadão reconheço como legitimamente de esquerda é o Partido Comunista Português.
JLRC, já aqui expliquei, que tive membros da minha família e pessoas próximas perseguidas pela PIDE, daqueles que tinham o nome no BI escrito a letras vermelhas, e eu respeito quer essas pessoas, quer a sua memória e acima de tudo o que elas representam.
É acima de tudo porque respeito a memória dessas pessoas que não tenho o mais pequeno respeito por pessoas como esse Sr. Louçã, e outros, que são para mim, a esquerda-bife-do-lombo. Uma esquerda sem moral, porque nunca teve principios.
Essa gente que é de esquerda porque é fino, porque é bonito, porque é engraçado ou porque está na moda, mas que nunca na vida soube o que é passar fome Que nunca soube como é, quando os filhos perguntam o que é que há para o jantar, sabendo que não tem nada para lhes dar de comer.
Essa mesma esquerda, que durante a guerra fugiu para Paris, porque era contra a guerra, mas que no meu vocabulário, fugiu porque o papá tinha dinheiro para pagar a estadia na França, e fugiu por medo. Os filhos das pessoas humildes, não o podiam fazer. Esses, amargaram que nem cães, e muitos deles morreram. Tenho todo o respeito por eles, nenhum respeito pelos outros.
Lamento se sou muito terra-a-terra, mas eu sou assim mesmo.
Eu também não compreendo a sua irritação por eu ter chamado ao Sr. Louçã de “Filhinho de Almirante”. Tanto podia chamar-lhe isso como “Filhinho do Papá” ou “Menino da Mamã”, porque é essa a imagem que eu tenho desse senhor, que tem uma auto-estima que toca os píncaros do Céu, achando-se dono de uma moral acima de tudo e acima de todos.
Mas compreendo, que a ligação entre Louçã, e o homem que esteve a minutos de ter morto Salgueiro Maia no Terreiro do Paço, e assim acabado com a revolução de 25 de Abril de 1974, esteja marcada como ferro em brasa na mente dos apoiantes do Sr. Louçã.
Esse episódio é um daqueles que a mente humana gosta de exorcizar, esquecer, recalcar. E é sempre irritante, quando um pensamento recalcado, é chamado desde o mais recôndito do subconsciente, para a memória viva da actualidade.
Para terminar, eu defendo, e defendi sempre o direito de toda a gente a falar e a expressar a sua opinião.
Toda a gente tem o direito de falar, e de se expressar.
No entanto, enquanto eu, andar por este fórum, seja ou não moderador, garanto-lhe JLRC, que não me calo.
Quem quer, pode e deve falar.
Só não deve é ficar indignado, quando o que os outros dizem, lhe é desagradável.
O facto de eu ser moderador, não impede ninguém de me contestar, e de me criticar ou contradizer.
Mas o facto de eu ser moderador, também não me pode tirar o direito de expressão, porque eu não abdico dele.
Cumprimentos