(desculpe mesmo a minha ignorancia total, mas é sempre uma oportunidade para aprender alguma coisa)
Portanto o calibres maiores são menos indicados para combate quase corpo a corpo em cenários urbanos, né?
Não se pode simplificar. Primeiro o que é um calibre maior?
O que é uma cavidade permanente ou temporária em tecido?
O que é cavitação?
Por exemplo, o 7.62x25mm (nominal) dispara um projéctil com maior diâmetro que o 5.56x45. O 9x19mm idem. Todavia, a maior velocidade traduz-se em maior energia cinética do menor diâmetro (E=1/2Massa x Velocidade ao quadrado).
Outro factor reside no facto que o menor ou maior diâmetro de um projéctil transfere menos ou mais rápidamente a energia do projéctil para o tecido. É por isso que há balas expansivas para caça, e é por isso que o .45ACP (estejam atentos ao .45 GAP!) terá maior poder de parada eficaz que o 9x19 quando ambos utilizam balas blindadas e tendo ambos a mesma energia cinética no ponto de impacto.
Outros factores a ter em consideração no "combate urbano":
Há civis? Qual aquele que menos problemas tem de ricochete e excesso de penetração?
Além disso o ambiente urbano presta-se a distâncias mais curtas. Estas distâncias mais curtas permitem uma maior eficiência do tiro automático; O tiro automático é eficiente em armas controláveis, ou seja, o 9x19 é utilizado para distâncias curtas dentro de edifícios mas não tem o alcance do 5.56x45 para situações no exterior, nem a trajectória tão tensa.
Depois também: maiores calibres, mais peso. Mais peso menos munições. Menos munições menos tempo.
Penetração: um fenómeno que se observa é o execesso de penetração de projecteis com velocidade inferior (9x19mm por exemplo) face a outros muito mais rápidos que tendem a fragmentar-se com o impacto (5.56x45 M193) ou a "tombar" após o impacto.
Outro aspecto ainda se prende com a construção do próprio prójectil: Uma munição 7.62x51 Padrão Nato pode comportar-se de maneira diferente consoante o fabricante. Creio que a munição alemã era fabricada de modo a fragmentar-se enquanto que outras - também especificação NATO em tudo - não se fragmenta e por isso muito menos letal.
Outro factor diz respeito à eficiência balística do próprio projéctil, motivo de sucessivas revoluções.
Por exemplo, o 7.92x59 alemão (e quase todo os outros do fim do séc XIX tinham um peso mais leve e velocidades mais altas). Consequencia: perda rápida de energia e menor alcance. O 7.92 no final da 1.ª Guerra mundial ficou mais lento e mais pesado mas com maior alcance para uso das metralhadoras.
Um exemplo mais recente é a superior eficiência balística de uma munição semi-experimental que pessoalmente acho interessante que é o 6.5x39. Mais lento inicialmente que o 7.62x62x51, dispara uma bala com o mesmo peso deste último mas muito mais eficaz aerodinâmicamente, ultrapassando-o em distâncias a partir dos 600m (creio eu). E isto num "chassis" próprio para o 5.56, mais pequeno e leve que o de uma G3, FN FAL ou M14.
Portanto é com cuidado que se deve encarar questões como o mais pequeno ou o maior é o melhor ou pior porque... DEPENDE!
E é a conjucação de vários factores que define o melhor calibre compromisso (e que ao se deve adicionar a capacidade de disparar projécteis de diversos tipos a distâncias desejadas, como as balas de plástico, de borracha, tracejantes, perfurantes de blindagem, explosivas, incênciárias, tracejantes e outras como as que combinam o perfurante, incendiário e tracejante, e capacidade de "montar um projectil com "boa massa" para munição subsónica para ser disparada com silênciadores - ou sem eles, e há outros).
Ufa!