Devo confessar que já tive discussões mais produtivas com a minha parede da sala. Cansa-me a vista é ela ser branca.
Consigo é mais ou menos o mesmo.
Voltou a confirmar-me que não entende de operação aérea com helicópteros e muito menos de tiro através de helicóptero (ou outro meio aéreo de facto).
Vamos, mais uma vez, por portos:
1º ponto - A "cargo door" do EH-101 a que me refiro é a porta lateral do helicóptero. Lá está: não sabia, mas falou. Assumiu que era a rampa. E para que saiba não são "portas" laterais. É uma porta lateral. Uma apenas, do lado direito da fuselagem. Mais uma vez. Não sabia, mas falou.
2º ponto - A segurança de voo é um factor preponderante seja em tempo de paz ou guerra. Quando uma aeronave cai todos os que lá estão dentro estão em perigo iminente de vida. Logo tenta-se, ao máximo, maximizar as condições de seguranças existentes. O Alouette 3 é uma aeronave com 50 anos sem qualquer tipo de apoio automático ao voo. Não tem estabilizador de comandos (tirando as versões "IFR"), não possui piloto automático nem esforços artificiais. Troco-lhe isto por miúdos: é uma aeronave "hands-on". Ou seja, tem de estar constantemente a ser voada. Se tira as mãos a aeronave cai. Puro e duro. Se voar a 50 pés, em perfil de voo táctico, com a aeronave à carga máxima já é exigente, vamos imaginar fazê-lo com algo escaldante nas costas. A reacção imediata, e instintiva, é retirar o invólucro.
A juntar a isto - e visto que comigo pouco aprende - deduzo que saiba que os comandos de voo do Alouette 3 funcionam através de um conjunto de bielas e cabos que são actuados mecânicamente. O estrado do Alouette 3, fruto de ser uma aeronave simples e antiga, tem diversas reentrâncias onde os invólucros de bala encaixam perfeitamente. A prisão de comandos (e nomeadamente as prisões de pedais) são um risco permanente. Daí que, por segurança de voo, nunca se voe com objectos soltos ou bolsos abertos dentro do cockpit. Mas isso, lá está, deduzo que já sabia. Pesando os riscos, portanto, é preferível o uso de mecanismo de guarda para os invólucros (que rapidamente sai) do que uma potencial emergência em voo. Isso, claro, não invalida que se faça tiro sem essa cobertura. É tudo uma questão de ponderação e necessidade.
3º ponto - Reafirmo a minha sugestão: escreva para a FAP. Aliás, escreva directamente para a UPF. De certeza que terão todo o gosto em receber os seus "inputs". O escreva uma carta aberta - para consulta pública - com todos os pontos que tem vindo a defender ao longo dos últimos tempos que eu terei todo o gosto em indicar a sua presença a quem de direito.
4º ponto - As suas horas de voo e de tiro aéreo terão de ficar para outro dia? Não ACADO. Por favor, que seja hoje. Porque já que afirma que eu aprendo muito mais consigo do que você comigo (e eu certamente não tenho a intenção de o ensinar) gostaria de saber quais as suas credenciais ou experiência neste assunto. Dará de certo mais credibilidade à sua posição.
Agora, se me permite, vou ali ter uma conversa com a minha parede.
Cumprimentos,