Opção radical: Acabar com a Força Aérea

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papatango

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Opção radical: Acabar com a Força Aérea
« em: Junho 29, 2005, 07:41:07 pm »
No sentido de efectuar cortes, uma das opções (radicais, admito) seria mesmo acabar com a Força Aérea como ramo independente das Forças Armadas.

De facto, para manter 20 F-16 a voar, mais vale pura e simplesmente criar um Grupo de Aviação do Exército, com todos os helicópteros, aviões de transporte táctico (C-130 e Aviocar) e transferir os F-16 para o comando da Aviação Naval.

Claro que, num país como o nosso, este tipo de medidas é tão radical que sempre haveria gente a dizer "Isto não se pode fazer" ou então "Isto é impossível".

No entanto, num país com umas Forças Armadas pequenas, nada é impossível. Agora mesmo fala-se em unificar a instrução militar (o que faz imenso sentido porque o que se perde é muito menos que o que se ganha).

Há que mexer as coisas e abanar as consciências, porque há muita gente parada, sonolenta, e que não quer de maneira nenhuma deixar o tacho.

Mas é como referiu o Luso noutro tópico:
Também devemos discutir até que ponto a democracía resiste se os militares virem os seus interesses postos em causa.
No caso de haver uma reacção corporativa, então estaríamos a provar que mesmo o 25 de Abril, pode não ter sido mais nada que isso.

No entanto, eu quero acreditar que os militares se limitariam a cumprir ordens, ainda mais que, tais acções conduziriam a melhoras e racionalizações que estão a ser adiadas há decadas.

Cumprimentos
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
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fgomes

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« Responder #1 em: Junho 29, 2005, 07:52:55 pm »
E porque não acabar pura e simplesmente com as Forças Armadas? E já agora deixarmos de ser independentes?
Toda a questão dos cortes orçamentais parte de uma permissa errada, exceptuando durante o consolado de Paulo Portas, mesmo em tempo de vacas gordas as FA's foram sempre sub-financiadas, portanto fazendo mais cortes, estamos simplesmente a acabar com elas em termos praticos.
Resumindo, UMA VERGONHA!!!!!
 

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Miguel

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« Responder #2 em: Junho 29, 2005, 07:55:04 pm »
e porque não se vende os Estadios de Futebol???? hein ?????

foi essa porcaria ke meteu a nação na decadencia!!!!!!!!!!!!!!

10 estadios novos heinnnnn!!!

 :G-bigun:

abaixo a Republica das Bananas
 

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E-migas

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« Responder #3 em: Junho 29, 2005, 08:59:26 pm »
Uma opção Radical seria Unificar as forças armadas!
FAP, Exército e Marinha como componentes e não como forças autónomas!
Cumprimentos,
e-Migas
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Una Salus Victus
 

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papatango

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« Responder #4 em: Junho 30, 2005, 11:59:51 am »
Acabar com a Força Aérea, não quer dizer acabar com a capacidade de controlar o espaço aéreo.

O que acontece, é que temos uma estrutura com 7.000 a 8.000 homens, para operar 20 F-16, 6 C-130 e uma dúzia e meia de Aviocar, mais uns 20 helicópteros.

Para manter a Força Aérea como estrutura separada (um ramo das Forças Armadas) temos gastos que são inevitavelmente duplicados.

O problema, como sempre, são as corporações e a capacidade que estas têm de influenciar ou pressionar o poder político.

Lembro que por muito tempo, a marinha e o exército tiveram o seu corpo aéreo antes que se criasse a Força Aérea como ramo independente das Forças Armadas.

Quando se começa a considerar a possibilidade de ter meios aéreos nos vários ramos das F.A. então está-se a voltar atrás, numa decisão que teve como objectivo concentrar todos os meios aéreos num ramo das Forças Armadas, que foi criado para o efeito.

A unificação das Forças Armadas, com um comando único também é uma possibilidade interessante. Acabava com as divisões em ramos, raminhos, que ao longo dos anos se transformaram apenas em "arranjinhos".

As Forças Armadas, também têm vivido como a Função Pública, numa país podre. Ou seja:
Toda a gente sabe que as coisas estão mal, toda a gente sabe que isto acaba por chegar ao fundo, toda a gente sabe que não vai haver dinheiro para sustentar o actual nível de despesas, mas ninguém move uma pedra, com medo de levar com ela em cima.

Ainda ontem vimos os lideres da corporação dos Praças da Armada a dizer (por outras palavras) "Estamos de acordo com a resolução dos problemas do país, só não queremos é ser nós a contribuir".

Triste!
As corporações estão a mostrar a sua verdadeira cara. Vide caso da corporação dos professores, com quase 1500 professores a receber salário durante 14 meses, apenas para terem melhor capacidade para organizar greves. (um caso entre muitos)

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De quem é a culpa?
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Miguel, reduzir os problemas aos estádios de futebol é um bocado simplista.

Os culpados da situação somos todos. A começar por mim, que em 1995 ajudei a eleger um senhor chamado António Guterres, que até pode ser muito boa pessoa, e honesto, mas que não teve a capacidade que se esperava para entender o país e agir em conformidade.

A partir de 1995, Guterres achou que o país tinha chegado a um patamar em que já era capaz de um crescimento sustentado da economia. Os anos Cavaco tinham privilegiado a economia, e agora, com Guterres era tempo para o "Social", e para o "Diálogo".

Infelizmente os portugueses acharam que diálogo era fraqueza, e começaram a pedir demasiado e o Guterres que até é bom tipo, foi um “mãos largas”.

Os problemas têm origem aí. Há que chamar os bois pelos nomes. No mesmo ano, foi eleito como presidente um senhor que dá pelo nome de Jorge Sampaio.

Também é uma pessoa bem intencionada, mas é apenas isso. Tem boas intenções, mas foi total e absolutamente incapaz de entender o país que lhe foi dado para que arbitrasse.

Como arbitro, ou juiz, Sampaio foi um fracasso. Mas os governantes quem os elegeu fomos nós.

Eu por mim digo:

MEA CULPA MEA MAXIMA CULPA.

Cumprimentos
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Jorge Pereira

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« Responder #5 em: Junho 30, 2005, 02:48:55 pm »
Calma meus senhores. Nada de ideias mirabolantes. Não estamos numa situação de desespero. Estamos no ponto em que o país tem que mudar de estratégia, como já o fizemos antes e como muitos países já o fizeram a pouco tempo (Irlanda, Eslováquia etc.)

Não é o fim do mundo como muitos nos tentam fazer crer com fins inconfessáveis. Calma.

Na Venezuela há um provérbio popular que diz o seguinte: “o bom disto é o mau que está a ficar”, isto é, situação crítica obriga a solução e viragem imediata. É o nosso caso. Vamos conseguir e vamo-nos sair bem, foi e será sempre assim.
Um dos primeiros erros do mundo moderno é presumir, profunda e tacitamente, que as coisas passadas se tornaram impossíveis.

Gilbert Chesterton, in 'O Que Há de Errado com o Mundo'






Cumprimentos
 

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C. E. Borges

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Reformas
« Responder #6 em: Junho 30, 2005, 02:57:24 pm »
Uma coisa é certa :
Portugal não terá nenhuma outra oportunidade, como agora, de realizar reformas profundas e sérias que permitam encarar o futuro com tranquilidade e optimismo. A pergunta que fica - e não sei se não é dramática - é se temos, já hoje, e aqui e agora, os homens certos nos lugares certos para levar ávante essas reformas que obviamente também passam pelas FA. O escrutínio e o recrutamento das elites, na minha opinião, tem sido uma autêntica desgraça no nosso país ...
 

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alfsapt

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Re: Reformas
« Responder #7 em: Junho 30, 2005, 03:12:19 pm »
Citação de: "C. E. Borges"
Uma coisa é certa :
Portugal não terá nenhuma outra oportunidade, como agora, de realizar reformas profundas e sérias que permitam encarar o futuro com tranquilidade e optimismo. A pergunta que fica - e não sei se não é dramática - é se temos, já hoje, e aqui e agora, os homens certos nos lugares certos para levar ávante essas reformas...


...mas os que estão nos lugares certos já lá tinham estado... mudaram algumas caras? e depois? onde está a diferença? nas medidas tomadas? na política de orientação? A única certeza é que no cumprimento das promessas não é!
"Se serviste a patria e ela te foi ingrata, tu fizestes o que devias, ela o que costuma."
Padre Antonio Vieira
 

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Benny

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« Responder #8 em: Junho 30, 2005, 08:17:18 pm »
Alguém acredita sériamente que existem políticos com capacidade (para não dizer outra coisa) para tomar decisões de fundo ou fazer reformas radicais?

As FA's vão continuar a definhar lentamente.

Os Generais e Almirantes continuarão a reunir-se com os ministros da defesa que se irão sucedendo, estarão sempre presentes em cerimónias de estado, envergarão belos uniformes de gala, ostentando medalhas, e existirão sempre uns militares para desfilar em parada.

Existirão sempre alguns meios operacionais (umas centenas de tropas de elite), uma guarda costeira e meia dúzia de aparelhos semi-operacionais.

Haverá sempre uns exercicios "para a fotografia do ministro vestido de camuflado", uma estrutura burocrática, quarteis, um monte de planos de reestruturação e reequipamento para mostrar à OTAN.

Mas isto não são Forças Armadas. Mas é isto que teremos. É isto que já temos.

Benny
 

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E-migas

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Renovar...
« Responder #9 em: Junho 30, 2005, 11:13:53 pm »
As Forças armadas podem ser um força de paz e de guerra, mas também económica e de desenvolvimento!

Só precisam de vender bem o que realmente podem trazer ao país em tecnologia e poder negocial etc...

A Guerra é uma extensão da Politica de uma Estado como dizia Von Clausewitz!

É uma força motriz da sociedade...
Promove igualdade (basta ver o papel de emanciapação das mulheres no pós 2 GG)
Promove desenvolvimento tecnológico!
Promove diplomacia forte!

Mas precisamos de pessoas que consigam isto sem nos levar à ruína ou à Guerra!
Cumprimentos,
e-Migas
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Una Salus Victus
 

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jango

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« Responder #10 em: Julho 01, 2005, 06:40:14 pm »
Como de costume já estamos a cair no oito ou oitenta, no exagero. É um disparate vir advogar o fim da força aérea ou das forças armadas...até há quem clame pelo fim de Portugal !!!!
O Brasil ( país com 180 milhões de habitantes !!!!)fez agora um longo concurso para afinal comprar apenas uma dúzia de caças usados (Mirage 2000), e o que é que eles mais têm além disso ?? A répública checa alugou ( ! )  14 ( ! ) Grippens.... e afinal é um país da dimensão territorial e demográfica do nosso. Outros exemplos existem que demonstram que os nossos 40 caças F16 não estão assim tão desfasados, para mais tendo em consideração que felizmente não temos nenhuma ameça que exiga uma corrida ás armas. Isso não significa que estamos bem. A verdade é  que o corte no orçamento da defesa foi longe de mais mesmo sabendo que os cortes na defesa têm sido cumuns em todos os paises europeus nestes ultimos anos ( será que os colegas do forum se esqueçeram disso ? ) Penso contudo que não devemos ficar surpreendidos, afinal esta é uma tipica medida de um governo de esquerda que sempre se sentiu desconfortável com os temas como a segurança e defesa ( vide mais uma vez o exemplo do nosso Presidente que depois da varridela de carcavelos foi para a cova da moura apelar para a  tolerância) e que preferem eliminar uns quantos aviões e submarinos e manter em vez disso os 1500 professores a organizar greves , como muito bem disse o papatango e os trabalhadores da STCP e da CARRIS na sua actividade favorita que é a de prepararem o seu próximo fim de semana prolongado graças a mais uma grevezita de sexta Feira, e enfim a milhares e milhares de funcionários públicos com boas regalias e pouco trabalho que enxameiam por esse país fora...  mais uma vez concordo com o Papatango...MEA CULPA MEA GRANDE CULPA..!! também fui um dos que votei no Guterrez no seu primeiro governo, mas fiquei vacinado...jamais votarei num partido de esquerda...prefiro votar em branco!!!!
 

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emarques

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« Responder #11 em: Julho 01, 2005, 11:11:50 pm »
Citação de: "jango"
Como de costume já estamos a cair no oito ou oitenta, no exagero. É um disparate vir advogar o fim da força aérea ou das forças armadas...até há quem clame pelo fim de Portugal !!!!

Não achei a ideia tão descabelada. Temos umas forças armadas pequenas, e não há nada que vá mudar isso. E ter toda a estrutura de um ramo das forças armadas para uma força que poderia ser distribuída pelos outros ramos sem perda de eficiência poderia reduzir as despesas correntes. Seria um pouco voltar à estrutura de antes da Segunda Guerra Mundial, em que parte da aviação pertencia ao Exército, dividida em "regimentos" de caça e "regimentos" de bombardeio, e parte à Marinha. O que é que se ganha em ter um ramo para a aviação, se ainda por cima se vão atribuír (ou já se atribuíram) meios aéreos aos outros ramos?

E uma proposta mais radical seria converter as forças armadas numa força mais coesa, em que se juntassem os três ramos num só. Estilo Força de Defesa Israelita, ou talvez o Corpo de Fuzileiros dos EUA. Simplesmente uma racionalização de meios, não uma forma de reduzir ou eliminar capacidade operacional.
Ai que eco que há aqui!
Que eco é?
É o eco que há cá.
Há cá eco, é?!
Há cá eco, há.
 

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C. E. Borges

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« Responder #12 em: Julho 02, 2005, 09:50:07 pm »
Jango, em 1 de Julho 2005,
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« (...) tendo em consideração que felizmente não temos nenhuma ameça que exija uma corrida às armas (...) ».
.
Depois do esforço de guerra no Ultramar, o nosso ideal colectivo tem sido só, e apenas, «emburguesarmo-nos». Um Ministro da Defesa de condição Militar, para animar as hostes, acho que seria uma excelente ideia.
Mas há mais - e pior - infelizmente. No «Expresso da Meia-Noite» de ontem, pôde ouvir-se o Presidente da PT telecomunicações explicar-nos a perda irreversível de conhecimentos em áreas tão importantes como a medicina tropical (éramos dos melhores entre os melhores), na grande área do Mar (construção naval, marinha mercante, pescas, etc, etc) ... tudo isto num tempo em que o Governo que aí está discursa acerca da sociedade do conhecimento ... são muitos anos de uma elite escrutinada à balda, incompetente e inimputável. É o que é. Não vislumbro nenhum renascimento de Portugal com esta República.
Cumprimentos a todos.
 

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TOMKAT

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« Responder #13 em: Julho 04, 2005, 02:16:28 pm »
8) Sem querer fugir ao tópico, mas sem tempo para colaborar na discussão ( sem tempo e sem espaço...está-me aqui um puto curioso a espreitar por cima do ombro), e não querendo abrir um novo tópico,
fica uma pergunta para quem souber responder.

Qual a causa para o acidente que aconteceu à vários anos(?) com vários caças da força aérea, suponho com F86, relatado à dias na comunicação social devido à efeméride do acontecimento, em que morreram 7 ou 8 pilotos ?
Quantos aparelhos envolvidos no acidente e quais as causas prováveis ?

Desculpem-me a pergunta, se pesquisasse um pouco provavelmente encontraria a resposta, mas férias e cibercafés não são muito compativeis com pesquisas demoradas na net. :?  8)
IMPROVISAR, LUSITANA PAIXÃO.....
ALEA JACTA EST.....
«O meu ideal político é a democracia, para que cada homem seja respeitado como indivíduo e nenhum venerado»... Albert Einstein
 

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komet

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« Responder #14 em: Julho 04, 2005, 05:06:59 pm »
Eram oito  F-84, dois anos depois da formação da Força Aérea,  segundo sei despenharam-se devido a um erro de navegação no  meio de nevoeiro. Não houve sobreviventes
"History is always written by who wins the war..."