Acabar com a Força Aérea, não quer dizer acabar com a capacidade de controlar o espaço aéreo.
O que acontece, é que temos uma estrutura com 7.000 a 8.000 homens, para operar 20 F-16, 6 C-130 e uma dúzia e meia de Aviocar, mais uns 20 helicópteros.
Para manter a Força Aérea como estrutura separada (um ramo das Forças Armadas) temos gastos que são inevitavelmente duplicados.
O problema, como sempre, são as corporações e a capacidade que estas têm de influenciar ou pressionar o poder político.
Lembro que por muito tempo, a marinha e o exército tiveram o seu corpo aéreo antes que se criasse a Força Aérea como ramo independente das Forças Armadas.
Quando se começa a considerar a possibilidade de ter meios aéreos nos vários ramos das F.A. então está-se a voltar atrás, numa decisão que teve como objectivo concentrar todos os meios aéreos num ramo das Forças Armadas, que foi criado para o efeito.
A unificação das Forças Armadas, com um comando único também é uma possibilidade interessante. Acabava com as divisões em ramos, raminhos, que ao longo dos anos se transformaram apenas em "arranjinhos".
As Forças Armadas, também têm vivido como a Função Pública, numa país podre. Ou seja:
Toda a gente sabe que as coisas estão mal, toda a gente sabe que isto acaba por chegar ao fundo, toda a gente sabe que não vai haver dinheiro para sustentar o actual nível de despesas, mas ninguém move uma pedra, com medo de levar com ela em cima.
Ainda ontem vimos os lideres da corporação dos Praças da Armada a dizer (por outras palavras) "Estamos de acordo com a resolução dos problemas do país, só não queremos é ser nós a contribuir".
Triste!
As corporações estão a mostrar a sua verdadeira cara. Vide caso da corporação dos professores, com quase 1500 professores a receber salário durante 14 meses, apenas para terem melhor capacidade para organizar greves. (um caso entre muitos)
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De quem é a culpa?
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Miguel, reduzir os problemas aos estádios de futebol é um bocado simplista.
Os culpados da situação somos todos. A começar por mim, que em 1995 ajudei a eleger um senhor chamado António Guterres, que até pode ser muito boa pessoa, e honesto, mas que não teve a capacidade que se esperava para entender o país e agir em conformidade.
A partir de 1995, Guterres achou que o país tinha chegado a um patamar em que já era capaz de um crescimento sustentado da economia. Os anos Cavaco tinham privilegiado a economia, e agora, com Guterres era tempo para o "Social", e para o "Diálogo".
Infelizmente os portugueses acharam que diálogo era fraqueza, e começaram a pedir demasiado e o Guterres que até é bom tipo, foi um “mãos largas”.
Os problemas têm origem aí. Há que chamar os bois pelos nomes. No mesmo ano, foi eleito como presidente um senhor que dá pelo nome de Jorge Sampaio.
Também é uma pessoa bem intencionada, mas é apenas isso. Tem boas intenções, mas foi total e absolutamente incapaz de entender o país que lhe foi dado para que arbitrasse.
Como arbitro, ou juiz, Sampaio foi um fracasso. Mas os governantes quem os elegeu fomos nós.
Eu por mim digo:
MEA CULPA MEA MAXIMA CULPA.
Cumprimentos