Notícias da Marinha

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Jorge Pereira

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Re: Notícias da Marinha
« Responder #1455 em: Outubro 14, 2010, 11:06:14 pm »
Entrevista ao Almirante Melo Gomes, Chefe do Estado Maior da Armada

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Entrevista
“Temos um ‘back office’ monstruoso na Marinha”

Miguel Costa Nunes  
14/10/10 00:05



O almirante Melo Gomes, de 64 anos, deixa o cargo de Chefe do Estado Maior da Armada no dia 28 de Novembro, por limite legal, e diz que Portugal tem que rever a estratégia, reduzindo o ‘back office’ ou aumentando o número de navios.

Nesta entrevista ao Diário Económico reconhece que os submarinos são caros - "uma soma importante" - e que há pessoal a mais na rectaguarda da Marinha.

A polémica em torno das contrapartidas não afectou demasiado a imagem da Marinha e do país? Cerca de mil milhões de euros a pagar (o primeiro submarino levou inclusive ao agravamento do défice para 9,5%) são fáceis de explicar às pessoas numa situação de crise tão profunda?

Em relação à questão dos submarinos, considero-a um caso encerrado, porque após seis legislaturas, sete governos, 11 ministros das Defesa, três presidentes da República, inúmeros conselhos superiores de defesa nacional que ratificaram essa decisão e tomaram a capacidade submarina como uma necessidade para o nosso país, eu não tenho mais nada a dizer sobre esse aspecto.

Não afectou, portanto, a imagem do Estado e da Marinha?

Acho que não é isso que conta, mas sim as opções estratégicas que enformam decisões muito importantes para o nosso mar.

Mas a conjuntura mudou com o agravamento da crise. Isso não altera os pressupostos?

Concordo inteiramente, mas a questão é que a estratégia não muda com as conjunturas: é permanente. E portanto, essas opções foram tomadas, maduramente pensadas, e para mim neste momento a única questão que tenho é a de comprovar que os submarinos correspondem ao que está no contrato: efectuar testes no sentido de que garantam a capacidade e performance que nós queremos.

E isso está assegurado?

Pelo menos será esse todo o meu esforço e de toda a Marinha.

Estes navios são os mais adequados para as necessidades e para o controlo do mar após eventual extensão da plataforma continental?

Temos que conhecer o que se passa no nosso mar. O que se passa na superfície e o que se passa na profundidade. E só com submarinos é que isso é possível. Temos que defender os nossos interesses. Além disso, os submarinos têm uma capacidade de dissuasão inigualável de todos os sistemas de armas que existem no nosso sistema de forças, e são absolutamente essenciais para projectarmos força onde quer que seja. Mas já agora gostava de lhe dizer, porque ficou no ar essa questão das contrapartidas, que nós Marinha não tivemos absolutamente nada a ver com o contrato de contrapartidas. A não ser nas contrapartidas directas, ou seja, aquelas que dizem respeito a equipamentos que vêm em paralelo com os submarinos, e de que a Marinha será beneficiária: com essas tivemos a ver e essas foram cumpridas.

Acho que temos que colocar as coisas com a dimensão própria: eu, de facto, considero que os mil milhões de euros são uma soma muito importante e que os submarinos são, de facto, uma despesa muito significativa, mas, como sabe, há outras despesas do Estado que têm muito maior relevância do que estas. Se quiser comparar com o que vale o mar, no estudo do professor Ernâni Lopes [através da Saer], recentemente efectuado, e que será de 20 mil milhões de euros anuais: os submarinos não são mais do que 5% disso.

A ameaça de a Autoeuropa, empresa alemã como a Ferrostaal que vendeu os submarinos, poder sair de Portugal fazendo perder millares de empregos condicionou a decisão final de compra dos submarinos, como referiram alguns especialistas? O Estado português e a Marinha foram empurrados para a conclusão do negócio por questões económicas e não militares?

O senhor jornalista conhece essa realidade muito melhor do que eu e não me atrevo a fazer essa ligação entre a realidade da Autoeuropa e a realidade dos submarinos. Sou um militar, sou o chefe do Estado Maior da Armada e não me compete a mim falar de assuntos que desconheço.

A pergunta é na perspectiva da Marinha, no sentido de perceber se a decisão final de compra dos submarinos acabou por ter mais a ver com questões económicas do que militares?

Acho que a primeira resposta que lhe dei responde a essa pregunta: é uma decisão absolutamente política. É nesse patamar que encontrará certamente desposta para a pregunta que me está a fazer. Não é certamente no patamar militar.

Concorda com as recentes críticas do Presidente da República Cavaco Silva que apontam para uma certa ausência de verdadeira estratégia para o mar?

Não me atrevo a comentar as opiniões do senhor Presidente da República. Mas o senhor Presidente da República tem dedicado ao mar uma atenção especial, aliás dentro do que tem acontecido dentro da sociedade civil e na sequência também da intervenção que outros presidentes da República, como Mário Soares, tiveram em relação ao mar. Porque, de facto, o mar confere uma identidade irrecusável a Portugal, e portanto é o que enforma a nossa geografia. O António Sérgio, ou o Jaime Cortesão, diziam que a nossa história passa por uma série de tentativas para explorar as possibilidades atlânticas do nosso território. E eu concordo com o que ele diz. Isso, julgo que é irrecusável. Em relação à estratégia, julgo que as estratégias estão suficientemente definidas: o mar tem passado, a comunicação social também tem ajudado a que isso se faça, tem estado na opinião pública e tem estado no debate. Portanto, julgo que já houve suficiente debate das questões do mar. Há suficiente estratégia: há uma estratégia nacional e europeia para o mar. Mas agora falta uma questão essencial, para mim, que é a de operacionalizar essa estratégia. Temos que concretizar os elementos dessa estratégia, e isso é que na minha opinião tem faltado. E isso é dizer e sublinhar aquilo que diz o senhor Presidente da República tem dito. Tenho ideias sobre o assunto...

Qual é a prioridade na exploração do mar?

Há uma comissão interministerial, que está bem, que precisa de ter depois um segmento executivo que, na minha opinião, ainda não está suficientemente concretizado. Por outro lado, ao nível da sociedade civil, estes debates, os seminários, são todos muito importantes e trazem-nos acréscimos de conhecimento. Mas é preciso concretizar as ideias. E para concretizar as ideias é preciso acompanharmos o que tem acontecido no mundo marítimo nos últimos anos. Perdemos a janela de oportunidade, talvez, dos cruzeiros. É um negócio que está aí, e vemos Lisboa ganhar o ‘World Leading Cruise Port' em 2010, que é muito importante porque é um porto de excelência para navios de cruzeiro. É um segmento em que poderiamos ter apostado talvez mais. Mas não podemos ignorar que há estudos que dizem que o comércio de contentores nos últimos anos crescerá 30%. Há uma declaração de um dos maiores transportadores do mundo de contentores, a Meiers, que diz que 2010 será o maior ano desde 2004. E estou a citar-lhes estes números, mas posso ir a outros exemplos. Em Singapura, como sabe um grande porto, a Neptun Orient Line que é o sexto maior transportador do mundo de contentores, em 2010 cresceu 35%. Há uma janela de oportunidade para um grande armador marítimo nacional. Temos que criar condições para que isso se possa, de facto, concretizar. Não podemos estar permanentemente a delinear estratégias sem as concretizar: temos que ter um grande armador ou armador médio em termos mundiais. E isso foi uma coisa que nós já fizemos: no século XV tivemos um grande comerciante aqui em Lisboa, que se chamava Fernão Gomes, a quem o Rei criou condições para que descobrisse a costa ocidental de África. Todos os anos tinha que descobrir cem léguas de costa occidental de África, tendo como contrapartida o exclusivo do comércio com os entrepostos que lá íamos criando. E devemos fazer isso. Talvez a realidade seja outra, mas é uma realidade irrecusável, a de criar essa estrutura. E temos que perceber que o centro demográfico, financeiro e económico do mundo se deslocou da zona euro atlântica para o Oriente: essa é uma realidade irrecusável e quem viaja pelo mundo sabe isso. Portanto, quando se invoca a excentricidade de Portugal em relação aos centros económicos, nós hoje somos tão excêntricos como em relação à China, Siungapura ou aos tigres asiáticos como é a Alemanha. Por isso, essa desculpa para mim já não chega. Nós temos, de facto, que ter empresários com visão. A sociedade civil tem que se libertar e criar condições para que o mar seja realmente o activo que julgo que é, e uma prioridade económica. Há estudos feitos como o do professor Ernâni Lopes, da Saer, agora há que concretizar.

Na economia do mar há mais alguns negócios promissores, do seu ponto de vista?

Acho que há e este estudo do mar que foi feito, tem a grande vantagem de ter uma aproximação holística ao problema, porque os diversos sectores não são estanques. Quando falo em tranportes, tenho que pensar na regulamentação dos transportes, no pessoal para guardencer os navios, tenho que pensar nos navios, na construção naval que é um imperativo. Temos que manter em Portugal uma capacidade de construção naval, militar designadamente, para termos alguna autonomia nesse aspecto. E acho que temos condições para isso. Hoje dizem-me, e os estudos confirmam, que apenas um 1,5% da frota mundial está em ‘lay-off' [parada por avarias e outras necessidades]. Portanto, há oportunidades de negócio grandes, de construção naval, inclusive. Mas já esteve perto de 30%: ista para nós percebermos o incremento do negócio do mar. É uma janela de oportunidade que temos de aproveitar. Mas voltando à construção naval: os estaleiros de hoje na Europa têm que ter duas componentes essencias: de gestão e engenharia. Porque não se pode competir com os países que têm a mão-de-obra muito barata. E portanto, o que temos que fazer é apostar na qualificação técnica e em coisas especiais que os outros não conseguem fazer. E temos que perceber que o mundo mudou. Esta é a questão esencial para nós portugueses e europeus. E esta questão vai ter implicações no futuro que já estão evidentes no presente, na minha maneira de ver.

Se o mar vale os 20 mil milhões de euros que referem os estudos recentes, valerá uma percentagem muito significativa do PIB? É esse o principal argumento?

O mar vale qualquer coisa como 10% a 12% do PIB. O que significa que tem de ser uma prioridade nacional e temos que apostar tudo nisto, porque esta é a nossa tecnologia. O mar é aquilo que nos diferencia do resto da Europa: sempre o foi na História, e por tanto temos que ter o mar como prioridade. Mas há uma questão absolutamente esencial, é que o mar não paga imediatamente: precisa de um planeamento a longo prazo e de um investimento.

Diz isso porque considera os portugueses impacientes?

Os portugueses são impacientes, porque querem retornos imediatos e no mar não há retornos imediatos. Mas há janelas de oportunidade.

Durante quanto tempo será preciso investir no mar, e em que valores, para obter retorno?

Na parte que conheço, na indústria naval, os investimentos são a dez anos, no mínimo. Nos portos, depende dos volumes investidos: mas tem que haver uma visão estratégica para os portos que não são só mar. São o mar, o interface mar-terra, e depois o transporte por dentro para o ‘interland'. E portanto tudo isso tem que ser visto de forma agregada, de uma forma em conjunto, de maneira a juntar as possibilidades que temos. Portugal, se juntarmos os portos portugueses e os puserem em comparação com os portos da Península Ibérica, dos nossos amigos espanhóis, verificamos que eles têm 90% do ‘share' dos contentores, e nós apenas 10%. Mas nós temos crescido ao ritmo de 10% ao ano, enquanto eles estão a crescer ao ritmo de 7%, isto até 2008.

A aposta no mar que se tem concretizado, de certa maneira em elementos que não são perceptíveis para a opinião pública nos últimos anos, vai começar a dar frutos. Até 2007 éramos a costa negra da Europa. Não tinhamos um sistema de controlo de tráfego marítimo ao logo da nossa costa, não tinhamos um sistema de comunicações adecuado de busca e salvamento. Tudo isso afasta. Agora há radares e comunicações, que foi um investimento importante feito pelo MInistério dos Transportes, com a nossa ajuda e a nossa opinião, mas que vai dar frutos. Não só isso, como o sistema de socorro e segurança marítima. Portanto, esses investimentos fazem com que a navegação se sinta segura nas nossas águas e esse é um papel importante que cabe à Marinha, que no meu entender tem desenvolvido exemplarmente: o de dar condições de segurança no sentido ‘security' e no sentido ‘safety', relativo à segurança das pessoas, para que as actividades económicas se possam desenvolver. Esse é um grande projecto e um grande desiderato, portanto as condições estão aí. Agora é preciso que a sociedade civil se liberte, que os empresários apareçam e aproveitem estas novas oportunidades.

Alguma vez Portugal explorou o mar melhor do que faz actualmente?

Certamente que explorou e quando o fez em condições fomos grandes na História, no século XV. Muito recentemente, e talvez não seja politicamente correcto o que vou dizer, mas vou tentar fazê-lo de maneira mais hábil: o nosso ‘back office', em relação à actividade produtiva do mar, cresceu desmesuradamente. Temos uma rectaguarda monstruosa para meia dúzia, ou uma linha da frente de navios pequena, que são a parte produtiva dos portos, etc. Portanto, esse ‘back office', não só cresceu mas interferiu mutuamente, e isso também é uma característica das democracias: dos debates, das ideias, etc. Mas nem sempre houve uma sintonia na visão estratégica que esse ‘back office' tem e deve ter em relação ao mar. E essa é uma questão absolutamente crucial, porque temos que construir.

É preciso um ‘back office' mais pequeno?

Temos que ter um ‘back office' muito menor, em relação à parte produtiva da Marinha que são os navios.

Houve uma substituição de emprego? Retirou-se pessoas da linha da frente para o ‘back office'?

Passou-se isso nos últimos 30 anos aquí em Portugal, na minha perspectiva. E das duas uma: ou diminuímos o ‘back office' e o adequamos à situação que temos na parte produtiva ou então mexemos à frente, fazendo crescer a parte produtiva de maneira que o ‘back office' se pague a si próprio. Não podemos ter duplicações e nesta situação sobretudo, de constrangimentos orçamentais, e com as actuais dificuldades financeiras. Não faz sentido de outra maneira. Não me parece.

Fonte

Um dos primeiros erros do mundo moderno é presumir, profunda e tacitamente, que as coisas passadas se tornaram impossíveis.

Gilbert Chesterton, in 'O Que Há de Errado com o Mundo'






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armando30

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Re: Notícias da Marinha
« Responder #1456 em: Outubro 15, 2010, 01:41:39 am »
fiquei impressionado com o facto da plataforma continental poder render 20 mil milhões por ano.

acho que li que o défice em Portugal é neste momento de 12 mil milhões.

isso leva-me a pensar que a expansão da plataforma continental é neste momento crucial ao país, principalmente para o seu futuro, e que deve ter prioridade máxima e não obras como TGV ou o novo aeroporto.

se isto se demorar deveríamos fazer como o Brasil e expandir a nossa zona económica unilateralmente pois está em causa o interesse nacional e o futuro do nosso país.
 

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Re: Notícias da Marinha
« Responder #1457 em: Outubro 15, 2010, 10:47:15 am »
Citação de: "armando30"
fiquei impressionado com o facto da plataforma continental poder render 20 mil milhões por ano.

acho que li que o défice em Portugal é neste momento de 12 mil milhões.

isso leva-me a pensar que a expansão da plataforma continental é neste momento crucial ao país, principalmente para o seu futuro, e que deve ter prioridade máxima e não obras como TGV ou o novo aeroporto.

se isto se demorar deveríamos fazer como o Brasil e expandir a nossa zona económica unilateralmente pois está em causa o interesse nacional e o futuro do nosso país.


Para já que eu saiba o Brasil não fez nada disso. E vc propõe-se "expandir unilateralmente" a ZEE como ?????
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
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PereiraMarques

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Re: Notícias da Marinha
« Responder #1458 em: Outubro 15, 2010, 05:04:18 pm »
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Marinha: ramo tem seis vice almirantes e todos podem suceder a Fernando Melo Gomes

A Marinha Portuguesa tem atualmente seis vice almirantes, estando todos em condições de poderem substituir o atual chefe do Estado Maior da Armada (CEMA), almirante Melo Gomes, que a 28 de novembro termina o seu mandato.

Os vice almirantes Saldanha Lopes, Silva Carreira, Bonifácio Lopes, Oliveira Viegas, Macieira Fragoso e Carvalho Abreu são os possíveis sucessores de Fernando Melo Gomes.

José Saldanha Lopes desempenha desde 2008 o lugar de comandante naval, tendo sido anteriormente sub chefe do Estado Maior da Armada.

José Silva Carreira é atualmente diretor geral da Autoridade Marítima e comandante geral da Polícia Marítima, tendo sido nomeado para este cargo em 2007.

António Bonifácio Lopes é o Superintendente dos Serviços do Pessoal e José Oliveira Viegas chefia a Divisão de Planeamento Estratégico Militar do Estado Maior General das Forças Armadas (DIPLAEM/EMGFA).

João Carvalho Abreu é comandante operacional dos Açores desde 2008 e Luís Macieira Fragoso ocupa o lugar de diretor do Instituto de Estudos Superiores Militares (IESM), tendo sido anteriormente comandante da Escola Naval.

Na próxima semana o atual vice CEMA, vice almirante Conde Baguinho, passa à reserva, devendo contudo permanecer no seu lugar até ao fim do mandato de Melo Gomes, de forma a que o próximo CEMA possa escolher o seu ‘número dois’.

http://www.ionline.pt/conteudo/83417-ma ... melo-gomes
 

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Jorge Pereira

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Re: Notícias da Marinha
« Responder #1459 em: Outubro 15, 2010, 05:22:02 pm »
Citação de: "armando30"
fiquei impressionado com o facto da plataforma continental poder render 20 mil milhões por ano.

acho que li que o défice em Portugal é neste momento de 12 mil milhões.

isso leva-me a pensar que a expansão da plataforma continental é neste momento crucial ao país, principalmente para o seu futuro, e que deve ter prioridade máxima e não obras como TGV ou o novo aeroporto.

se isto se demorar deveríamos fazer como o Brasil e expandir a nossa zona económica unilateralmente pois está em causa o interesse nacional e o futuro do nosso país.

E atenção que isto implica muito tempo e trabalho, para já não falar de se ter que lutar contra “coisas estranhas” como esta:

Citar
Partex: Portugal «está cego» quanto à exploração gás no Algarve

O presidente da petrolífera Partex Oil and Gas considerou hoje que Portugal «está cego» em relação aos recursos de gás natural na Bacia do Algarve, que poderiam representar uma poupança anual na fatura energética de mil milhões de euros ano.

«Há uma correlação muito forte da Bacia do Algarve com a Bacia de Cádis, em Espanha. Em Cádis, a Repsol produziu o campo Poseidon. E nós no Algarve podemos ter reservas 20 vezes maiores que esse campo, suficientes para 12 ou 15 anos do consumo do país. É significativo, mas infelizmente a Repsol ganhou o contrato há oito anos e o contrato não foi assinado pelo Governo português», disse hoje António Costa Silva.

O presidente da Partex, que falava numa conferência sobre exploração de petróleo nas duas margens do Atlântico, hoje em Lisboa, considerou que se trata de «uma situação incompreensível» a todos os níveis.
Diário Digital / Lusa

Se está lá, porque é que não se avança? :bang:  :bang:
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Re: Notícias da Marinha
« Responder #1460 em: Outubro 15, 2010, 06:08:51 pm »
mas não há nenhum boy do PS que precise de um tacho? Já estão todos empregados?????

edit: parece que são os donos dos hoteis no Algarve que não querem esse projecto...
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Jorge Pereira

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Re: Notícias da Marinha
« Responder #1461 em: Outubro 15, 2010, 06:29:27 pm »
A outra parte da entrevista:

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Entrevista
“Já não há muita gordura para cortar dentro da Marinha”

Miguel Costa Nunes  
14/10/10 00:05



“Não devemos ter duplicações em relação a outras entidades que têm responsabilidades no mar, o que é evidente para mim. E aí talvez se pudesse poupar recursos significativos”, diz o almirante Melo Gomes em entrevista ao Diário Económico.

Até que ponto os actuais cortes orçamentais afectam a Marinha, e que sectores vão sofrer mais com esses cortes na despesa?


Na Marinha temos feito, nos últimos anos, um esforço muito significativo de racionalização. Reduzimos os nossos efectivos, nos últimos dez anos, em cerca de um terço. E continuamos a fazer as missões e talvez as façamos melhor, porque investimos na tecnologia, modernizámos os nossos processos, racionalizámos a nossa estrutura. Existe certamente uma margem e temos que comprender que a Marinha não é um corpo espúrio em relação à sociedade. Se todos vão ter que fazer sacrifícios, nós também não enjeitamos em termos a nossa quota nessa necessidade do país. Agora, as margens já não são muito grandes, e portanto, no foro próprio que é no meu diálogo com o senhor ministro [da Defesa, Augusto Santos Silva] tenho exposto os meus pontos de vista.

Ainda há por onde cortar?

Já não há muita gordura para cortar dentro da Marinha.

Pode dar uma garantia absoluta de eficácia da Marinha, apesar desses cortes?

Os orçamentos nunca são suficientes para as ambições que nós temos. Agora, nós temos que nos situar nas realidades que existem. E de facto, talvez em termos globais, se possa pensar noutras economias. Não devemos ter duplicações em relação a outras entidades que têm responsabilidades no mar, o que é evidente para mim. E aí talvez se pudesse poupar recursos significativos.

Está quantificado quanto poderia poupar a Marinha, evitando essas duplicações?

Não quero neste momento, em termos públicos, criar crispações. Seguindo aliás o que disse o senhor Presidente da República. Mas estou a falar numa possibilidade real que, de facto, acho que existe. Agora, nos cinco anos que levo como Chefe do Estado Maior da Armada tive os recursos suficientes para desempenhar as missões e julgo que bem: o país é que reconhece isso. Fala-se nos media e acho que isso foi, de facto, conseguido. Também não posso ignorar o grande esforço financeiro feito nos últimos anos no reequipamento da armada: são os submarinos, as fragatas, os patrullas. Tudo isto tenho que reconhecer. Gostaria que tivesse sido feito há mais anos, mas foi agora. E portanto essa é, de facto, uma realidade. Como lhe disse, em relação aos recursos que tenho tido, eles têm sido minimamente suficientes para cumprir as minhas missões. E espero que no futuro também o sejam, porque acho que a Marinha tem um papel insubstituível no possibilitar o uso do mar aos portugueses na medida dos seus interesses.

No centenário da República, observa a actualidade democrática com preocupação? As polémicas do Orçamento do Estado, revisão Constitucional, crise, instabilidade política?

Acho que é muito importante que os chefes militares não exprimam opiniões sobre essas questões iminentemente políticas. E acho que como chefe militar não me devo pronunciar. E que as forças armadas são subordinadas ao poder político, mas isso não se deve confundir com submissão ao poder político. Não são submetidas ao poder político e têm o direito a exprimir as suas opiniões. Os chefes militares, enquanto tal, não se devem pronunciar sobre questões que não são do seu foro. Agora eu, dentro de uns meses, sou um cidadão como sempre fui, e não enjeitarei as minhas responsabilidades dentro da ética republicana, do meu direito e dever de intervir na vida pública na medida em que ache que isso serve os interesses do meu país. E é isso que tenho feito ao longo dos 45 anos em que aqui presto serviço. Mas cada coisa a seu tempo.

Esteve na Casa Militar da Presidência com Ramalho Eanes, onde viu de perto a política. E também participou noutros momentos históricos como o do 25 de Abril, no MFA ou noutros movimentos. Como é a sua relação hoje com a política?

Participei em tudo isso, com muito gosto. Estou afastado mas sou um observador interessado do que se passa no meu país, porque acho que a política é a nobre arte de servir o povo. E portanto não me posso eximir a um acompanhamento atento do que se passa, mas nunca exprimirei, enquanto chefe militar, as minhas opiniões.

Os militares só se metem em política em casos extremos?

É como a guerra: são os casos bélicos.

Um Estado Maior conjunto tem ganhos económicos? E essa opção decorre exclusivamente de uma lógica política ou também militar?

O Estado Maior conjunto e o Comando Operacional conjunto terão ganhos e julgo que é uma opção adequada desde que tenham uma dimensão adequada às realidades.

É uma opção que nasce apenas da política?

Não. Julgo que vem das duas vertentes. E tem ganhos se for bem feita. Se formos aos últimos 30 anos, desde 1974, a única operação verdadeiramente operação conjunta que Portugal fez foi na Guiné, e em que tive a honra de comandar a componente naval. Portanto, não podemos criar um corpo, o tal ‘back-office' gigantesco ou desproporcionado, em relação ao ‘front desk' que é aquele que produz. Terá ganhos mas ainda há dias ouvi um grande guru da nossa administração dizer que as fusões, de ‘per se', nunca traduzem ganhos de eficiência: podem traduzir ganhos de eficácia. São coisas diferentes e isso é um bocado a maneira como penso na teoria da administração.

Gostaria de manter-se no cargo de Chefe do Estado Maior da Armada se a lei o permitisse? Quando abandonará?

Primeiro, abandono sempre que o lado político quiser. E agora, dentro da normalidade, no dia 28 de Novembro deste ano. A lei diz que o Chefe do Estado Maior da Armada tem um mandato de três anos, renovável por mais dois anos: e eu já cumpri os cinco anos. Mesmo que gostasse de continuar já não poderia. E, aliás, acho muito bem que a renovação dentro das forças armadas se faça. É um imperativo, porque as pessoas quando estão muito tempo nos mesmos sítios têm sempre a tendência a dizer que têm razão porque já viram tudo e isso é uma coisa completamente errada em relação à necessidade de renovar os corpos e de os reformar, etc.. Portanto, acho que este tempo de cinco anos até é mais do que suficiente e até deveria ser um único de quatro anos.

Qual gostaria que fosse a prioridade do seu sucessor no Estado Maior da Armada?

Olhe, a prioridade do meu sucessor, não me atrevo a dizer, porque acho isso uma coisa quase dinástica, e não me atrevo. Acho que o Chefe do Estado Maior da Armada tem que ter opiniões próprias, ideias próprias, mas tem havido uma constância nos últimos anos nos diversos comandos da Marinha. E acho que as pessoas quando são nomeadas para um cargo têm que ter as suas ideias e o seu caminho próprio.

O mar seria uma boa prioridade?

A prioridade do mar é muito mais do que a prioridade da Marinha, é a prioridade do Estado. A Marinha existe para servir essa prioridade e para criar condições para que essa prioridade se possa, de facto, concretizar.

Fonte


Um dos primeiros erros do mundo moderno é presumir, profunda e tacitamente, que as coisas passadas se tornaram impossíveis.

Gilbert Chesterton, in 'O Que Há de Errado com o Mundo'






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GI Jorge

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Re: Notícias da Marinha
« Responder #1462 em: Outubro 15, 2010, 09:05:25 pm »
Citação de: "armando30"
fiquei impressionado com o facto da plataforma continental poder render 20 mil milhões por ano.

acho que li que o défice em Portugal é neste momento de 12 mil milhões.

isso leva-me a pensar que a expansão da plataforma continental é neste momento crucial ao país, principalmente para o seu futuro, e que deve ter prioridade máxima e não obras como TGV ou o novo aeroporto.

se isto se demorar deveríamos fazer como o Brasil e expandir a nossa zona económica unilateralmente pois está em causa o interesse nacional e o futuro do nosso país.

Estás a ver o Sr. Doutor (com um curso tirado num belo domingo solarengo) a desistir do TGV? Essa obra que vai conseguir tirar Portugal da crise? Com a sua enorme capacidade de carga? Nos dias com menos passageiros, até dá para levar 5 sacos de batatas. E a alta velocidade. Sem se aperceberem, todos os países da Europa vão estar dependentes dos 5 sacos de batata portugueses por dia. E depois, quando menos esperarem, o Sr. Sócrates vai cortar o fornecimento de batatas e esfomear a Europa. É então que as Forças armadas, com o seu arsenal super secreto vão entrar por lá adentro, em género de Blitzkrieg. Esperem até verem os primeiros sacos de batatas a  serem carregados. Aí saberão que será o fim da Europa, e o inicio do 5º Império.

Muahahahahahaha  :twisted:
Confunde-se em Portugal tantas vezes a justiça com a violência que é vulgar não haver reacções contra o crime e haver reacções contra a pena.

Oliveira Salazar
 

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Re: Notícias da Marinha
« Responder #1463 em: Outubro 15, 2010, 11:53:00 pm »
Citação de: "GI Jorge"
Citação de: "armando30"
fiquei impressionado com o facto da plataforma continental poder render 20 mil milhões por ano.

acho que li que o défice em Portugal é neste momento de 12 mil milhões.

isso leva-me a pensar que a expansão da plataforma continental é neste momento crucial ao país, principalmente para o seu futuro, e que deve ter prioridade máxima e não obras como TGV ou o novo aeroporto.

se isto se demorar deveríamos fazer como o Brasil e expandir a nossa zona económica unilateralmente pois está em causa o interesse nacional e o futuro do nosso país.

Estás a ver o Sr. Doutor (com um curso tirado num belo domingo solarengo) a desistir do TGV? Essa obra que vai conseguir tirar Portugal da crise? Com a sua enorme capacidade de carga? Nos dias com menos passageiros, até dá para levar 5 sacos de batatas. E a alta velocidade. Sem se aperceberem, todos os países da Europa vão estar dependentes dos 5 sacos de batata portugueses por dia. E depois, quando menos esperarem, o Sr. Sócrates vai cortar o fornecimento de batatas e esfomear a Europa. É então que as Forças armadas, com o seu arsenal super secreto vão entrar por lá adentro, em género de Blitzkrieg. Esperem até verem os primeiros sacos de batatas a  serem carregados. Aí saberão que será o fim da Europa, e o inicio do 5º Império.

Muahahahahahaha  :twisted:

com cinismos à parte, já foi dito em outras alturas que os portos portugueses perdem negócios porque as linhas férreas portuguesas não estão preparadas para cargas pesadas.
se em Portugal se investisse na linha para comboios de mercadorias, em vez do TGV, poderíamos aproveitar que o nosso país é o ponto mais ocidental da Europa continental para atrair opurtunidades de negócio para os portos portugueses como origem da distribuição de mercadorias para toda a Europa pois a Espanha tem ficado com o o negócio quase todo (acho que no artigo acima referido fala de 90% de tráfego nos portos espanhois e 10% em Portugal, em termos do volume de negócios na peninsúla)
 

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Edu

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Re: Notícias da Marinha
« Responder #1464 em: Outubro 16, 2010, 12:20:40 am »
O problema é que a espanha não tem assim tanto interesse em que Portugal construa uma linha ferroviaria de carga pesada que ligue directamente os principais portos portugueses ao resto da Europa. Assim os portos espanhois perdiam dinheiro.

A espanha interessa mais ligar as cidades portuguesas a madrid para assim conseguir uma maior centralidade da peninsula iberica em torno de madrid.

Infelizmente para Portugal por muita boa vontade e bons politicos que cá podesse haver nós estamos sempre dependentes da vontade de espanha, e é a vontade espanhola que sempre irá ditar os nossos modos de ligação ferroviários à Europa.

Pessoalmente preferia investir numa ferrovia que liga-se devidamente todo o país com rapidez e boa capacidade de carga. De forma a que o interior do país tivesse uma facilidade de ligação maritima semelhante ao litoral, desta forma as impresas do interior tornavam-se mais competitivas e o país atenuava o grande mal do exodo que se observa no interior, distribuindo desta forma melhor a população por todo o país.
 

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AC

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Re: Notícias da Marinha
« Responder #1465 em: Outubro 16, 2010, 12:45:33 am »
A contrução do TGV Lisboa/Madrid inclui exactamente essa linha de carga.
É que nacionalismo é muito bonito mas do ponto de vista das empresas espanholas de Badajoz a Madrid, Sines tem potencial para ser mais económico que os portos espanhóis.
 

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GI Jorge

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Re: Notícias da Marinha
« Responder #1466 em: Outubro 16, 2010, 02:10:41 am »
Citação de: "armando30"
com cinismos à parte, já foi dito em outras alturas que os portos portugueses perdem negócios porque as linhas férreas portuguesas não estão preparadas para cargas pesadas.
se em Portugal se investisse na linha para comboios de mercadorias, em vez do TGV, poderíamos aproveitar que o nosso país é o ponto mais ocidental da Europa continental para atrair opurtunidades de negócio para os portos portugueses como origem da distribuição de mercadorias para toda a Europa pois a Espanha tem ficado com o o negócio quase todo (acho que no artigo acima referido fala de 90% de tráfego nos portos espanhois e 10% em Portugal, em termos do volume de negócios na peninsúla)

Vários problemas com esse raciocinio, caro armando30. Eis porquê:

Citação de: "armando30"
com cinismos à parte, já foi dito em outras alturas que os portos portugueses perdem negócios porque as linhas férreas portuguesas não estão preparadas para cargas pesadas.
se em Portugal se investisse na linha para comboios de mercadorias, em vez do TGV, poderíamos aproveitar que o nosso país é o ponto mais ocidental da Europa continental para atrair oportunidades de negócio para os portos portugueses como origem da distribuição de mercadorias para toda a Europa pois a Espanha tem ficado com o o negócio quase todo (acho que no artigo acima referido fala de 90% de tráfego nos portos espanhois e 10% em Portugal, em termos do volume de negócios na peninsúla)

E pronto, aí tens os problemas no teu raciocínio.
Confunde-se em Portugal tantas vezes a justiça com a violência que é vulgar não haver reacções contra o crime e haver reacções contra a pena.

Oliveira Salazar
 

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armando30

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Re: Notícias da Marinha
« Responder #1467 em: Outubro 16, 2010, 02:29:54 am »
Citação de: "Edu"
O problema é que a espanha não tem assim tanto interesse em que Portugal construa uma linha ferroviaria de carga pesada que ligue directamente os principais portos portugueses ao resto da Europa. Assim os portos espanhois perdiam dinheiro.

A espanha interessa mais ligar as cidades portuguesas a madrid para assim conseguir uma maior centralidade da peninsula iberica em torno de madrid.

Infelizmente para Portugal por muita boa vontade e bons politicos que cá podesse haver nós estamos sempre dependentes da vontade de espanha, e é a vontade espanhola que sempre irá ditar os nossos modos de ligação ferroviários à Europa.

Pessoalmente preferia investir numa ferrovia que liga-se devidamente todo o país com rapidez e boa capacidade de carga. De forma a que o interior do país tivesse uma facilidade de ligação maritima semelhante ao litoral, desta forma as impresas do interior tornavam-se mais competitivas e o país atenuava o grande mal do exodo que se observa no interior, distribuindo desta forma melhor a população por todo o país.

há uma coisa chamada "Interesse Nacional", que os últimos governos (principalmente os do Sócrates) não se lembram o que é pois têm cedido aos interesses estrangeiros (espanhois e alemães sobretudo) e uma prova disso é o avanço leno na modernizaçaõ das FA, entre outras coisas, e a lentidão do processo da expansão da plataforma continental.
esse argumento, "Interesse Nacional", esteve na origem da expansão da zona económica do Brasil que não esperou pelo aval da ONU para a concretizar e acho que quando se trata do futuro do nosso amado país, não nos podemos vergar a interesses exteriores. se a espanha não está interessada que Portugal tenha uma linha ferroviária de transporte de mercadorias que corresponda às necessidades das transportadoras internacionais, deve haver algum mecnismo na UE que "obrigue" a espanha a fazer isso.

pelo que me lembro tem-se dito que o TGV em espanha só recebe subsídios europeus se o projecto do TGV em Portugal começar a avançar (por exemplo realizar os concursos públicos), então Portugal poderia negociar avançar o TGV com a espanha caso eles adaptassem a linha deles à nossa linha comercial.
 

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armando30

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Re: Notícias da Marinha
« Responder #1468 em: Outubro 16, 2010, 02:32:39 am »
Citação de: "GI Jorge"
Citação de: "armando30"
com cinismos à parte, já foi dito em outras alturas que os portos portugueses perdem negócios porque as linhas férreas portuguesas não estão preparadas para cargas pesadas.
se em Portugal se investisse na linha para comboios de mercadorias, em vez do TGV, poderíamos aproveitar que o nosso país é o ponto mais ocidental da Europa continental para atrair opurtunidades de negócio para os portos portugueses como origem da distribuição de mercadorias para toda a Europa pois a Espanha tem ficado com o o negócio quase todo (acho que no artigo acima referido fala de 90% de tráfego nos portos espanhois e 10% em Portugal, em termos do volume de negócios na peninsúla)

Vários problemas com esse raciocinio, caro armando30. Eis porquê:

Citação de: "armando30"
com cinismos à parte, já foi dito em outras alturas que os portos portugueses perdem negócios porque as linhas férreas portuguesas não estão preparadas para cargas pesadas.
se em Portugal se investisse na linha para comboios de mercadorias, em vez do TGV, poderíamos aproveitar que o nosso país é o ponto mais ocidental da Europa continental para atrair oportunidades de negócio para os portos portugueses como origem da distribuição de mercadorias para toda a Europa pois a Espanha tem ficado com o o negócio quase todo (acho que no artigo acima referido fala de 90% de tráfego nos portos espanhois e 10% em Portugal, em termos do volume de negócios na peninsúla)

E pronto, aí tens os problemas no teu raciocínio.

sim compreendo o que queres dizer, mas tal como já disse esses problemas não são resolvidos porque há muito que os sucessivos governos não compreendem o que significa "Interesse Nacional"
 

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nelson38899

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Re: Notícias da Marinha
« Responder #1469 em: Novembro 11, 2010, 09:49:06 pm »
Citar
A prestigiada revista Internacional de Defesa “Naval Forces” dedica uma edição especial à Marinha Portuguesa onde ao longo de 55 páginas é feito o retrato geral à actualidade da Marinha, sem nunca esquecer a sua importante história bem como as perspectivas de futuro.

http://www.my-catalog.biz/R101942/

fonte: http://defesanacionalpt.blogspot.com/ e http://www.marinha.pt/PT/noticiaseagenda/noticias/Pages/NavalForces.aspx
"Que todo o mundo seja «Portugal», isto é, que no mundo toda a gente se comporte como têm comportado os portugueses na história"
Agostinho da Silva