O futuro das contra-medidas para drones será... tambem drones
Comprar ST para caçar drones não fará muito sentido do ponto de vista custo-beneficio
A última frase, sim, não faz sentido comprar aeronaves a hélice para interceptar drones. Com custos médios a rondar os 18M por avião, sem contar com custos de hora de voo, mais custos de formar os pilotos, mais custos das munições, fica caríssimo.* E isto não inclui a necessidade de investir nos radares de deteção, porque o ST é meio cego.
O Exército comprou 3 sistemas VSHORAD + 1 radar enorme, por 39 milhões. Um pacote com 2 lançadores e 1 radar mais compacto, fica por uns 20-25 milhões, se tanto.
Seria interessante saber o custo de futuras armas de energia dirigida, como o Leonidas. Tal como sistemas de jamming, que consigam interferir com drones mais simples, ideais para proteger infraestruturas críticas, como aeroportos.
A primeira frase, depende. Muitos dos drones anti-drone que vemos, têm grandes limitações, nomeadamente a altitude e velocidade máxima. Com loitering munitions mais rápidas e/ou que voam mais alto, estes drones interceptores tornam-se meio inúteis.
Já sabemos que foguetes guiados, mísseis e canhões funcionam. O desafio é tornar estes sistemas mais baratos, em particular os mísseis.
Depois, é importante também ter capacidade de anular a capacidade de lançamento do adversário. Investir só na parte defensiva, acaba sempre por sair mais cara. Já é assim com a questão mísseis balisticos vs BMD.
*Além disso, o que o adversário quer é exactamente isso. Que invistas em meios dedicados para defender uma ameaça específica, e depois não te sobra dinheiro para outras vertentes.
Isto com aeronaves de combate é ainda mais grave, porque além dos custos, temos que pensar também nos pilotos. Se dedicares 10 pilotos para uma frota de aeronaves a hélice para C-UAS, são menos 10 pilotos disponíveis para aeronaves de combate mais relevante, nomeadamente caças.