https://executivedigest.sapo.pt/noticias/e-se-a-russia-escolher-atacar-portugal-os-riscos-as-ameacas-e-as-portas-de-entradas-dos-ataques/
Isso já eu digo aqui há bastante tempo. A malta está na fé que um conflito com a Rússia, ou pior, uma 3ª Guerra Mundial, se vai limitar à frente Leste. Já eu acho que a Rússia vai querer obrigar a que os países europeus combatam em 2 ou 3 frentes, e vai tentar eliminar a capacidade logística, de produção e meios estratégicos para lá da linha da frente.
Basta conseguirem bases aéreas e navais em África, para ter novos vectores de ataque. A isto somar-se-ão formas de guerra não-convencional, com ciberataques, terrorismo, etc.
Se os EUA estiverem empastelados no MO, e eventualmente na China, dificilmente conseguiriam apoiar os europeus, com ou sem Trump no poder.
Dependendo do nível de ameaça vinda de África, e de quantos países aliados teria a Rússia neste continente, poderá ser necessário não só ataques aéreos e com mísseis de longo alcance contra bases russas, mas também operações por terra para lidar com o problema.
Não dá apenas para ficar numa postura defensiva, até porque a capacidade de interceptar mísseis balísticos, de cruzeiro e hipersónicos é consideravelmente mais cara que os próprios mísseis. A melhor forma de reduzir o impacto destes mísseis, é eliminando-os e a suas plataformas de lançamento, antes de os lançarem.
Entretanto, uma coisa chamou a atenção no artigo:
“Todas as cidades da Europa estão protegidas por uma coisa que se chama ‘missile defense’. É um projeto da NATO que está em vigor desde 2021 e protege as cidades com mais de 120 mil habitantes, mas só para mísseis não hipersónicos”
Isto não é verdade. Só em Portugal, temos pelo menos 3 cidades destas, que não têm qualquer nível de protecção. Noutros paises há-de ser igual, já que não possuem baterias suficientes para fazer BMD em todas as grandes cidades.
Mesmo que houvesse uma bateria por cidade, seria insuficiente, pois seria fácil saturar esta bateria.
Também me parece absurdo os russos terem Monte Real ou o Alfeite ao alcance dos seus mísseis, e preferirem dispará-los contra um prédio aleatório em Lisboa. Militarmente não faz sentido, tal como não faz sentido na perspectiva civil, porque se há maneira de fazer uma população apoiar o esforço de guerra, é quando a própria está a ser alvo de ataques.
A prioridade dos países europeus será sempre proteger alvos estratégicos.