Voltando ao tema. Em muitos casos eu dou mais do que uma opção na escolha do armamento, pois sabemos que os prazos de entrega podem não ser favoráveis a uns. Perante a possibilidade de conflito, é preferível receber um míssil que seria a segunda opção, mas a tempo e horas, do que ficar 3 ou 4 anos à espera que a primeira opção seja entregue, já demasiado tarde.
Na Força Aérea:
F-16:
É difícil realizar um upgrade para V em tão pouco tempo para uma quant. significativa de F-16, logo não vou tocar nessa possibilidade directamente. Vou focar-me no F-16 como plataforma para armamento. Também acharia prudente aumentar o nº de F-16, de 28 para uns 36, mas isso é outra conversa.
-integração dos Harpoon. Idealmente saltávamos esta etapa e optávamos por JSM, mas os prazos não coincidem;
-reforçar o stock de AMRAAM. Novos ou de stocks existentes, mas tem que ser feito;
-procurar uma solução para a falta de mísseis WVR, até porque uma encomenda adicional de AIM-9X vai demorar anos a ser entregue;
-integração de um míssil de cruzeiro. Tendo em conta as encomendas, será difícil obter o JASSM-ER a tempo e horas, logo podemos ter que procurar uma solução "stop-gap", como SLAM-ER, JASSM original, Taurus KEPD, Delilah ou SOM;
-míssil Rampage. Oferece um alcance similar ao SLAM-ER, mas por um preço relativamente "baixo". Cada F-16 transporta 4;
-Air LORA ou ROCKS. É difícil para alguns engolir um míssil balístico na FAP, mas já vimos a sua eficácia e o poder dissuasor que têm até contra países com boas defesas aéreas. Com o bónus de poderem ser integrados no F-16, o que torna as coisas simples;
(Estes últimos dois pontos têm ainda a vantagem de, para já, não terem grandes encomendas, logo os prazos de entrega devem ser bem mais apetecíveis para quem quer rearmar mais depressa)
-integrava SDB, StormBreaker, JDAM-ER. É absurdo não fazer este salto de imediato, para a utilização de bombas guiadas com maior alcance. E claro, expandia o stock de JDAM e Paveway;
-incorporava o pod Legion
-incorporava novos pods EW e Terma PIDS+. O PIDS+ seria prioritário.
C-295 VIMAR:
Seria importante realizar uma modernização a toda a frota. Aproveitando esta modernização, daria prioridade de entregas à variante VIMAR, e capacitava-a de forma a poder complementar os P-3 em missões de vigilância, luta anti-submarina e quiçá anti-superfície.
Incluía:
-capacidade ASW, através da capacidade de lançamento de sonoboias e torpedos (tal e qual a variante MPA oferecida a outros países);
-estudava a possibilidade de integrar os Harpoon. Se não desse, outro míssil anti-navio mais leve;
-estudava a incorporação de um míssil ar-superfície mais ligeiro, na classe do Hellfire, para lidar com USVs, FAC e outros alvos de pequena dimensão. LMM seria opção;
-acrescentava a sonda de abastecimento em todos os VIMAR, podendo assim ser reabastecidos pelo KC, aumentando o tempo on-station destas aeronaves em missões ASW.
P-3:
A ideia é tornar o P-3 o nosso bomb/missile truck, tirando partido dos seus hardpoints e raio de acção. Com a possibilidade de aumentar a frota, não digo para 11, mas para umas 6 ou 7 aeronaves, fazia sentido aproveitar a plataforma para algo mais do que ASW/ASuW no mar, até porque um potencial conflito, poderá não se limitar ao mar. O P-3 seria uma boa plataforma para largar uma grande quantidade de "ordenance" em apoio a forças em terra, ou para atacar posições inimigas (grupos terroristas) em África em territórios onde os F-16 não chegassem, em TOs permissivos.
Proponho:
-mais Harpoons;
-um míssil de cruzeiro: qualquer um que pudesse ser integrado, com a nota de que o alcance do SLAM-ER pode não ser suficiente para manter o P-3 (avião com grande RCS) longe o suficiente de sistemas AA na tipo S-300, e portanto idealmente o míssil escolhido teria que ter mais alcance (SCALP, JASSM ou Taurus KEPD);
-integrava um míssil ligeiro, na classe do Hellfire, para complementar/substituir os Maverick. Ideal para destruir USV, outras embarcações pequenas, e claro veículos em operações em terra;
-bombas guiadas, nomeadamente de longo-alcance, tipo JDAM-ER, SDB e/ou StormBreaker, mas também da família Paveway e JDAM/LJDAM normais, para TOs permissivos. Paveway, LJDAM e StormBreaker também podem complementar, ou mesmo eliminar a necessidade de um míssil ligeiro, por poderem destruir alvos móveis;
-estudava a integração de AIM-9L, para autodefesa. Em patrulha marítima, ASW ou noutras missões, não será impossível um encontro com um UAV/UCAV;
-e integrava os mesmos Rampage e Air LORA/ROCKS que mencionei para os F-16. Reforço da capacidade de ataque stand-off, e de ataques de saturação.
Outros:
-adquiria um lote de Tekever AR5, com o lançador de sonoboias, assim que passasse a fase de testes;
-procurava adquirir UCAVs, tentando perceber se seria possível que as entregas fossem feitas dentro deste prazo. Considerava a possibilidade de uma solução stop-gap com MQ-9B usados, ou um UCAV mais pequeno;
-em conjunto com o Exército, iniciava o processo de aquisição de sistemas AA de médio alcance, e talvez a primeira bateria ainda chegasse dentro do prazo.
Parece-me óbvio que dou prioridade à capacidade stand-off, de dissuasão e de retaliação, e também ASW e ASuW. Considero uma melhoria muito mais relevante, usar um prazo de 2 anos, para capacitar os F-16 e P-3 da FAP a lançarem armamento realmente relevante para um conflito, do que sonhar com reformas drásticas no Exército, ou só planear coisas a longo prazo, e no curto prazo, onde a probabilidade de conflito está no alto, não se fazer nada, e depois na linha da frente vemos militares portugueses de M-113, M114, Pandur sem protecção para o atirador, etc.