Os superávits são conseguidos artificialmente através de cativações intermináveis.
Eu se ficar um mês sem comer também poupo imenso dinheiro.
Tanto quanto sei, não é bem assim que as coisas funcionam.
Se as despesas são inscritas no orçamento, elas estão inscritas, e não vão sair de lá de uma forma ou de outra.
O problema está claramente à vista, porque as nossas despess militares estão muito abaixo do que seria nossa obrigação não apenas em termos de compromissos NATO, mas acima de tudo em termos de responsabilidade do Estado, em garantir a nossa soberania, objectivo que aparentemente foi abandonado pelos últimos governos.
As cativações, não alteram o deficit, apenas tornam ainda pior o que já era muito mau.
Agora, o governo decidiu dar tudo a todos, mãos largas para a tropa, para a policia, para os professores, para os médicos...
O problema é que está mais que provado que não adianta dar tudo a todo porque as corporações que conseguem fazer chantagem sobre os portugueses, vão sempre pedir mais.
As corporações são vampiros, que vão sugar o sangue de todos os portugueses e quando sugarem todo o sangue, os médicos, os professores, os enfermeiros e quetais, dizem que não têm condições e vão-se embora.
No meio destes vampiros estão os partidos de um sistema politico onde o maior partido tem 30% dos votos. O método de Hondt [1], feito para facilitar a criação de maiorias (por isso é tão utilizado em todos os países livres) deixa de funcionar e a instabilidade politica torna-se a norma.
Um partido como o PCP, que é apenas residual, continua a ter capacidade para agitar a opinião pública, tentando não só ganhar votos, como desestabilizar a sociedade de todas as maneiras possíveis. A capacidade do PCP para controlar os professores, mostra como um partido residual, pode ajudar a matar o futuro de centenas de milhares de crianças...
Ainda assim, há coisas que se podem fazer a nível nacional.É inaceitável que haja problemas com fardamento, que não haja reservas de fardas em quantidade, porque a primeira coisa que é necessários se for preciso chamar mais pessoas para o serviço militar, são as fardas, ainda antes das armas.
E nós não podemos dizer que não temos tecnologia para pelo menos produzir fardas de qualidade.
Não tenho ideia sobre se já foi feito um levantamento do que ainda resta em termos de equipamentos com capacidade para serem utilizados num esforço nacional para produzir algum tipo de armamento. Ou do que poderá vir a ser necessário, mesmo para voltar a produzir armas e munições simples, como munições para armas ligeiras ou granadas.
São igualmente necessários transportes publicos e é necessário agarrar nos autocarros velhos para os por a funcionar.
Caso haja um conflito generalizado, o petroleo não vai chegar cá e vai ser preciso racionar, e não vai haver combustivel na bomba de gasolina.
A única forma de manter as pessoas a andar de um lado para o outro, é utilizando os transportes públicos.
À medida que nos afastamos da Russia, o problema é menos e menos aparente. Na Alemanha é menos sentido que na Polónia, na França menos sentido que na Alemanha, na Itália menos sentido que na França, na Espanha menos sentido que na Itália, e em Portugal, é melhor nem falar nisso...
O primeiro ministro disse que o aumento nas despesas militares, não vai implicar redução de despesas noutros setores.
Ora as necessidades são tais, que isso é pura e simplesmente impossível.
Ainda ontem o gov. do Banco de Portugal alertou para o fato de o deficit inevitavelmente voltar no próximo ano, e isto sem despesas militares adicionais.
O governo está aparentemente à espera de um programa europeu como no caso das vacinas.
O problema, é que a vacina do Covid-19 era para resolver o mesmo problema em todo o lado.
As necessidades militares, são mil vezes mais complexas...
[1] -
A utilização do método de Hondt, estudado desde a revolução americana, está ligada ao facto de os americanos e posteriormente os europeus, terem concluido que o que levou à queda da Republica Romana e à sua substituição pelo império, foi a enorme instabilidade politica ao nivel do senado romano, que não se conseguia entender sobre nada.
Os americanos acabaram por optar, tal como os britânicos, por sistemas de maioria simples, onde o parlamento/senado etc. tinha uma maioria absoluta, mesmo que o partido vencedor tivesse apenas uma maioria simples.
Daí o concento de "race" ou corrida, em que não ganha quem tem mais de metade dos votos, mas apenas quem fica em primeiro lugar.