Preparar as FA para um conflito no curto prazo

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sivispacem

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Re: Preparar as FA para um conflito no curto prazo
« Responder #75 em: Dezembro 13, 2024, 01:40:54 pm »
O ministro já admite que o patamar dos 2% seja superado antes de 2029, como estava originalmente previsto:
https://www.jornaldenegocios.pt/economia/europa/uniao-europeia/detalhe/miranda-sarmento-afasta-risco-de-contagio-da-crise-francesa-a-zona-euro-e-muito-forte

Isto numa altura em que é a própria NATO a dizer que o mínimo terá de ser 3% ou mais e onde se fala - por causa dos mais recalcitrantes, como nós - em estabelecer objectivos em tanques, armamento, etc.

E dado o meu interesse por números, gostaria de saber quanto é que custou o recente  (muito merecido e necessário) aumento dos militares e qual a percentagem do aumento do orçamento da Defesa que em 2025 que irá absorver.... cá por coisas.....
PS: podem dar a evolução da percentagem de gastos com pessoal, se for mais simples

Como diz o povo, vão ter de começar a dar corda aos sapatos. Com Trump de um lado e o "falcão" Mark Rutte do outro, muito provavelmente 3% do PIB será em breve o novo mínimo.

Aliás, basta acompanhar a conta do Twitter do novo Secretário-Geral da NATO para percebermos que as coisas vão ter doravante de se processar de maneira diferente: https://x.com/SecGenNATO

Curioso para ver por cá que subterfúgios e malabarismos vão usar, ou poder continuar a usar, para mascarar as contas para a NATO.

Bem, uma coisa parece-me ser uma realidade: nunca me parece ter existido nos anos mais recentes um esforço maior por parte das nossas FA's em treino (Exército e FAP, essencialmente) e dispendio de verbas para manutenção. Posso estar enganado, afinal sou um mero leigo que apenas acompanha o melhor que pode estas coisas das forças armadas, mas parece-se ser um facto.

Quanto ao Mark Rutte ainda hoje subiu o tom das declarações ao dizer que a NATO deveria regressasr aos níveis de despesa da Guerra Fria. Isto cada vez está melhor.......  :-\ :-\
Cumprimentos,
 
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Re: Preparar as FA para um conflito no curto prazo
« Responder #76 em: Dezembro 13, 2024, 01:52:21 pm »
É um jogo do "gato e do rato", a NATO também deve ir apreendendo - espero.  :mrgreen:

Espero bem que aprenda e comece a ser mais exigente com a nossa displicência e 'criatividade'.... há limites para a paciència e boa-vontade.

A não ser que queiramos regressar aos tempo do "orgulhosamente sós" e da mais velha aliança do mundo... 
Cumprimentos,
 

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Lightning

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Re: Preparar as FA para um conflito no curto prazo
« Responder #77 em: Dezembro 13, 2024, 01:54:30 pm »
da mais velha aliança do mundo...

E o outro lado dessa aliança quer?  :mrgreen:
 

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Re: Preparar as FA para um conflito no curto prazo
« Responder #78 em: Dezembro 13, 2024, 02:06:28 pm »
da mais velha aliança do mundo...

E o outro lado dessa aliança quer?  :mrgreen:

 ;D ;D
Isso já são outros 500's. Ou até se, querendo, poderia fazer alguma coisa.....  :mrgreen: :mrgreen:

Mas pessoalmente desde os tempos do ultimato inglês e dos planos para a invasão dos Açores na II GG que desconfio um pouco dessa aliança. Como se diz entre nõs, "o seguro morreu de velho...."  :D
Cumprimentos,
 

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sivispacem

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Re: Preparar as FA para um conflito no curto prazo
« Responder #79 em: Dezembro 13, 2024, 02:09:33 pm »
Notícia que me parece que deveria merecer a maior atenção em termos de seguimento e desenvolvimento do conceito.

É algo de verdadeiramente disruptivo e global e seria muito bom para Portugal que a Tekever desenvolvesse o conceito e o produto.
https://www.tekever.com/news/tekever-joins-ukrainian-governments-hackathon-to-counter-airborne-threats/


Mas espero estar enganado quando penso que, a continuar assim, a Tekever não será portuguesa muito mais tempo....
« Última modificação: Dezembro 13, 2024, 02:10:26 pm por sivispacem »
Cumprimentos,
 
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Re: Preparar as FA para um conflito no curto prazo
« Responder #80 em: Dezembro 13, 2024, 02:13:47 pm »
da mais velha aliança do mundo...

E o outro lado dessa aliança quer?  :mrgreen:
Considerando a quantidade de vinho que exportamos anualmente para o UK... Sim, diria que sim.
 ;D

 

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papatango

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Re: Preparar as FA para um conflito no curto prazo
« Responder #81 em: Dezembro 13, 2024, 06:43:06 pm »


No aspecto específico das despesas militares e da inevitabilidade do seu aumento, já tivemos nos últimos dias uma indicação do que aí vem, com o nosso glorioso e patriótico camarada Raimundo, a perguntar ao primeiro ministro se Portugal iria entrar numa fase de elevados gastos militares, destinados a encher os bolsos dos grandes capitalistas e dos traficantes de morte que são as empresas de armamento.

A única forma de calar a peça era comprar armas aos russos, que não são traficantes de morte e são muito boas e honradas pessoas...

Mas não creio que os russos tenham grande coisa para fornecer...
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
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Re: Preparar as FA para um conflito no curto prazo
« Responder #82 em: Dezembro 13, 2024, 09:17:48 pm »
A única forma de calar a peça era comprar armas aos russos, que não são traficantes de morte e são muito boas e honradas pessoas...

Sugiro cortar nos intermediários e comprar directamente armas aos norte-coreanos. 
 

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Lightning

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Re: Preparar as FA para um conflito no curto prazo
« Responder #83 em: Dezembro 14, 2024, 12:20:46 am »
Comprar carros chineses conta?  :mrgreen:
 

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dc

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Re: Preparar as FA para um conflito no curto prazo
« Responder #84 em: Dezembro 14, 2024, 01:10:35 am »
O ministro já admite que o patamar dos 2% seja superado antes de 2029, como estava originalmente previsto:
https://www.jornaldenegocios.pt/economia/europa/uniao-europeia/detalhe/miranda-sarmento-afasta-risco-de-contagio-da-crise-francesa-a-zona-euro-e-muito-forte

Isto numa altura em que é a própria NATO a dizer que o mínimo terá de ser 3% ou mais e onde se fala - por causa dos mais recalcitrantes, como nós - em estabelecer objectivos em tanques, armamento, etc.

E dado o meu interesse por números, gostaria de saber quanto é que custou o recente  (muito merecido e necessário) aumento dos militares e qual a percentagem do aumento do orçamento da Defesa que em 2025 que irá absorver.... cá por coisas.....
PS: podem dar a evolução da percentagem de gastos com pessoal, se for mais simples

Como diz o povo, vão ter de começar a dar corda aos sapatos. Com Trump de um lado e o "falcão" Mark Rutte do outro, muito provavelmente 3% do PIB será em breve o novo mínimo.

Aliás, basta acompanhar a conta do Twitter do novo Secretário-Geral da NATO para percebermos que as coisas vão ter doravante de se processar de maneira diferente: https://x.com/SecGenNATO

Curioso para ver por cá que subterfúgios e malabarismos vão usar, ou poder continuar a usar, para mascarar as contas para a NATO.

Bem, uma coisa parece-me ser uma realidade: nunca me parece ter existido nos anos mais recentes um esforço maior por parte das nossas FA's em treino (Exército e FAP, essencialmente) e dispendio de verbas para manutenção. Posso estar enganado, afinal sou um mero leigo que apenas acompanha o melhor que pode estas coisas das forças armadas, mas parece-se ser um facto.

Quanto ao Mark Rutte ainda hoje subiu o tom das declarações ao dizer que a NATO deveria regressasr aos níveis de despesa da Guerra Fria. Isto cada vez está melhor.......  :-\ :-\

Bom, a manutenção da tralha obsoleta que temos, é financeiramente insignificante. A parte difícil é adquirir material moderno e útil para um eventual conflito de alta intensidade, esse sim é caro e exige aumentos de despesa significativos.

Gastar uns milhões a colocar as 3 VdG em estado operacional, é inconsequente do ponto de vista da capacidade de combate da Marinha, dada a sua obsolescência. O mesmo para os M-113, e outro material de segunda.

Eu acho que se dá demasiado ênfase à percentagem do PIB, e devia dar-se muito mais atenção ao que realmente precisamos de ter, que capacidades precisamos de edificar, etc. Ao atirarem uma percentagem, é possível contornar e manipular a coisa. Ao imporem padrões de qualidade/capacidades para cada ramo, já não dá para inventar tanto, e torna-se possível modernizar as FA de forma objectiva, e não com "cenas à toa".

Parece-me óbvio que, para a nossa realidade estratégica e geográfica, é muito mais útil termos uma mentalidade de "multiplicador de força", do que tentar edificar grandes números de pessoal e meios, e pouca qualidade/capacidade. Existem capacidades que podemos ter, que nos permitiam compensar certas lacunas mais difíceis de resolver.

O que é certo, é que na NATO já se aperceberam de que pode estar a vir um conflito de larga escala, quiçá em múltiplas frentes, e que é preciso que todos os aliados contribuam. Já foi alertado várias vezes, que se os EUA estiverem numa guerra contra a China, e quiçá MO à mistura + Coreia do Norte, nós, países europeus, temos que conseguir compensar a ausência americana aqui (na Europa) e noutras possíveis frentes.

Para nós, continuo a achar que o nosso trunfo poderá ser a capacidade aeronaval, tirando partido, numa primeira linha, dos F-16, Tridente e P-3 (todos eles bem equipados/armados), e numa segunda-linha as fragatas e outros meios com menor expressão estratégica. Principalmente quando desconfio que no nosso caso, poderemos vir a ter que nos empenhar numa frente no Norte/Centro de África, contra alguns países/grupos alinhados com o "Eixo".
 
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Re: Preparar as FA para um conflito no curto prazo
« Responder #85 em: Dezembro 14, 2024, 03:19:57 am »
O ministro já admite que o patamar dos 2% seja superado antes de 2029, como estava originalmente previsto:
https://www.jornaldenegocios.pt/economia/europa/uniao-europeia/detalhe/miranda-sarmento-afasta-risco-de-contagio-da-crise-francesa-a-zona-euro-e-muito-forte

Isto numa altura em que é a própria NATO a dizer que o mínimo terá de ser 3% ou mais e onde se fala - por causa dos mais recalcitrantes, como nós - em estabelecer objectivos em tanques, armamento, etc.

E dado o meu interesse por números, gostaria de saber quanto é que custou o recente  (muito merecido e necessário) aumento dos militares e qual a percentagem do aumento do orçamento da Defesa que em 2025 que irá absorver.... cá por coisas.....
PS: podem dar a evolução da percentagem de gastos com pessoal, se for mais simples

Como diz o povo, vão ter de começar a dar corda aos sapatos. Com Trump de um lado e o "falcão" Mark Rutte do outro, muito provavelmente 3% do PIB será em breve o novo mínimo.

Aliás, basta acompanhar a conta do Twitter do novo Secretário-Geral da NATO para percebermos que as coisas vão ter doravante de se processar de maneira diferente: https://x.com/SecGenNATO

Curioso para ver por cá que subterfúgios e malabarismos vão usar, ou poder continuar a usar, para mascarar as contas para a NATO.

Bem, uma coisa parece-me ser uma realidade: nunca me parece ter existido nos anos mais recentes um esforço maior por parte das nossas FA's em treino (Exército e FAP, essencialmente) e dispendio de verbas para manutenção. Posso estar enganado, afinal sou um mero leigo que apenas acompanha o melhor que pode estas coisas das forças armadas, mas parece-se ser um facto.

Quanto ao Mark Rutte ainda hoje subiu o tom das declarações ao dizer que a NATO deveria regressasr aos níveis de despesa da Guerra Fria. Isto cada vez está melhor.......  :-\ :-\

Bom, a manutenção da tralha obsoleta que temos, é financeiramente insignificante. A parte difícil é adquirir material moderno e útil para um eventual conflito de alta intensidade, esse sim é caro e exige aumentos de despesa significativos.

Gastar uns milhões a colocar as 3 VdG em estado operacional, é inconsequente do ponto de vista da capacidade de combate da Marinha, dada a sua obsolescência. O mesmo para os M-113, e outro material de segunda.

Eu acho que se dá demasiado ênfase à percentagem do PIB, e devia dar-se muito mais atenção ao que realmente precisamos de ter, que capacidades precisamos de edificar, etc. Ao atirarem uma percentagem, é possível contornar e manipular a coisa. Ao imporem padrões de qualidade/capacidades para cada ramo, já não dá para inventar tanto, e torna-se possível modernizar as FA de forma objectiva, e não com "cenas à toa".

Parece-me óbvio que, para a nossa realidade estratégica e geográfica, é muito mais útil termos uma mentalidade de "multiplicador de força", do que tentar edificar grandes números de pessoal e meios, e pouca qualidade/capacidade. Existem capacidades que podemos ter, que nos permitiam compensar certas lacunas mais difíceis de resolver.

O que é certo, é que na NATO já se aperceberam de que pode estar a vir um conflito de larga escala, quiçá em múltiplas frentes, e que é preciso que todos os aliados contribuam. Já foi alertado várias vezes, que se os EUA estiverem numa guerra contra a China, e quiçá MO à mistura + Coreia do Norte, nós, países europeus, temos que conseguir compensar a ausência americana aqui (na Europa) e noutras possíveis frentes.

Para nós, continuo a achar que o nosso trunfo poderá ser a capacidade aeronaval, tirando partido, numa primeira linha, dos F-16, Tridente e P-3 (todos eles bem equipados/armados), e numa segunda-linha as fragatas e outros meios com menor expressão estratégica. Principalmente quando desconfio que no nosso caso, poderemos vir a ter que nos empenhar numa frente no Norte/Centro de África, contra alguns países/grupos alinhados com o "Eixo".
O Flanco sul da nato é o nosso local mais natural! E devíamos pensar as nossas forças para seremos um player nessa zona quando 90% dos outros países estão concentrados na frente leste. Para mim existem 3 grandes ameaças de lá o jihadismo que pode ser financiado secretamente pela Rússia/China, os países alinhados com a russia e o África corpus que quando a invasão da Ucrânia for congelada vai aumentar muito a sua importância e tamanho... Sem esquecer que a guerra na líbia continua com as forças pro russas controlar metade do país...  Por isso é a renovação da marinha era tão importante e fica para ultimo. Mesmo se adquirir fragatas  novas pode não chegarem a tempo, se fossem inteligentes adquiram as m já estão atualizadas e entravamos no programa deles de fragatas  ASW em contrapartida que ainda levava muitos anos até entregarem a primeira a Portugal...
 

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Re: Preparar as FA para um conflito no curto prazo
« Responder #86 em: Dezembro 14, 2024, 09:52:10 am »
Os superávits são conseguidos artificialmente através de cativações intermináveis.

Eu se ficar um mês sem comer também poupo imenso dinheiro.

Sou capaz é de não estar lá de muito boa saúde, tal como os serviços públicos a começar pelo SNS, que para além disso tem como prioridade o tratamento e o atendimento de "portugueses" que acabaram de cair de páraquedas e muitas que vieram cá parir de propósito para os filhos terem de imediato nacionalidade portuguesa.

https://cnnportugal.iol.pt/sns/estrangeiros-sns/cada-vez-mais-estrangeiros-vem-para-portugal-para-serem-tratados-a-borla-no-sns-nao-e-turismo-de-saude-sao-redes-organizadas/20241212/675b0209d34ea1acf271c03e
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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Charlie Jaguar

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Re: Preparar as FA para um conflito no curto prazo
« Responder #87 em: Dezembro 14, 2024, 11:04:04 am »
Eu gosto sobretudo de quem aqui vem discorrer sobre partidos que neste momento têm 2, no máximo 3% de votação (e que não interessam absolutamente para nada), mas se abstém de comentar sobre a cativação de 13% que o Governo tem prevista para o orçamento da Defesa Nacional de 2025...
Saudações Aeronáuticas,
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DE NADA A FORTE GENTE SE TEMIA
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Re: Preparar as FA para um conflito no curto prazo
« Responder #88 em: Dezembro 14, 2024, 11:07:32 am »
Citação de: P44
Os superávits são conseguidos artificialmente através de cativações intermináveis.

Eu se ficar um mês sem comer também poupo imenso dinheiro.

Tanto quanto sei, não é bem assim que as coisas funcionam.
Se as despesas são inscritas no orçamento, elas estão inscritas, e não vão sair de lá de uma forma ou de outra.
O problema está claramente à vista, porque as nossas despess militares estão muito abaixo do que seria nossa obrigação não apenas em termos de compromissos NATO, mas acima de tudo em termos de responsabilidade do Estado, em garantir a nossa soberania, objectivo que aparentemente foi abandonado pelos últimos governos.

As cativações, não alteram o deficit, apenas tornam ainda pior o que já era muito mau.

Agora, o governo decidiu dar tudo a todos, mãos largas para a tropa, para a policia, para os professores, para os médicos...
O problema é que está mais que provado que não adianta dar tudo a todo porque as corporações  que conseguem fazer chantagem sobre os portugueses, vão sempre pedir mais.

As corporações são vampiros, que vão sugar o sangue de todos os portugueses e quando sugarem todo o sangue, os médicos, os professores, os enfermeiros  e quetais, dizem que não têm condições e vão-se embora.

No meio destes vampiros estão os partidos de um sistema politico onde o maior partido tem 30% dos votos. O método de Hondt [1], feito para facilitar a criação de maiorias (por isso é tão utilizado em todos os países livres) deixa de funcionar e a instabilidade politica torna-se a norma.
Um partido como o PCP, que é apenas residual, continua a ter capacidade para agitar a opinião pública, tentando não só ganhar votos, como desestabilizar a sociedade de todas as maneiras possíveis. A capacidade do PCP para controlar os professores, mostra como um partido residual, pode ajudar a matar o futuro de centenas de milhares de crianças...


Ainda assim, há coisas que se podem fazer a nível nacional.
É inaceitável que haja problemas com fardamento, que não haja reservas de fardas em quantidade, porque a primeira coisa que é necessários se for preciso chamar mais pessoas para o serviço militar, são as fardas, ainda antes das armas.
E nós não podemos dizer que não temos tecnologia para pelo menos produzir fardas de qualidade.

Não tenho ideia sobre se já foi feito um levantamento do que ainda resta em termos de equipamentos com capacidade para serem utilizados num esforço nacional para produzir algum tipo de armamento. Ou do que poderá vir a ser necessário, mesmo para voltar a produzir armas e munições simples, como munições para armas ligeiras ou granadas.

São igualmente necessários transportes publicos e é necessário agarrar nos autocarros velhos para os por a funcionar.
Caso haja um conflito generalizado, o petroleo não vai chegar cá e vai ser preciso racionar, e não vai haver combustivel na bomba de gasolina.
A única forma de manter as pessoas a andar de um lado para o outro, é utilizando os transportes públicos.

À medida que nos afastamos da Russia, o problema é menos e menos aparente. Na Alemanha é menos sentido que na Polónia, na França menos sentido que na Alemanha, na Itália menos sentido que na França, na Espanha menos sentido que na Itália, e em Portugal, é melhor nem falar nisso...

O primeiro ministro disse que o aumento nas despesas militares, não vai implicar redução de despesas noutros setores.
Ora as necessidades são tais, que isso é pura e simplesmente impossível.
Ainda ontem o gov. do Banco de Portugal alertou para o fato de o deficit inevitavelmente voltar no próximo ano, e isto sem despesas militares adicionais.

O governo está aparentemente à espera de um programa europeu como no caso das vacinas.
O problema, é que a vacina do Covid-19 era para resolver o mesmo problema em todo o lado.
As necessidades militares, são mil vezes mais complexas...








[1] - A utilização do método de Hondt, estudado desde a revolução americana, está ligada ao facto de os americanos e posteriormente os europeus, terem concluido que o que levou à queda da Republica Romana e à sua substituição pelo império, foi a enorme instabilidade politica ao nivel do senado romano, que não se conseguia entender sobre nada.

Os americanos acabaram por optar, tal como os britânicos, por sistemas de maioria simples, onde o parlamento/senado etc. tinha uma maioria absoluta, mesmo que o partido vencedor tivesse apenas uma maioria simples.
Daí o concento de "race" ou corrida, em que não ganha quem tem mais de metade dos votos, mas apenas quem fica em primeiro lugar.
« Última modificação: Dezembro 14, 2024, 11:11:49 am por papatango »
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Re: Preparar as FA para um conflito no curto prazo
« Responder #89 em: Dezembro 14, 2024, 11:29:12 am »
Citação de: dc
Bom, a manutenção da tralha obsoleta que temos, é financeiramente insignificante. A parte difícil é adquirir material moderno e útil para um eventual conflito de alta intensidade, esse sim é caro e exige aumentos de despesa significativos.

Gastar uns milhões a colocar as 3 VdG em estado operacional, é inconsequente do ponto de vista da capacidade de combate da Marinha, dada a sua obsolescência. O mesmo para os M-113, e outro material de segunda.

O problema, é que numa emergência e numa altura em que será muito dificil obter material novo, o que nos resta é apenas a tralha obsoleta que temos.

Coisas como tentar recuperar ou modernizar os M113, que numa situação normal seria absurdo, nos dias de hoje talvez não seja assim tão absurdo.
Os ucranianos também não gostam do M113, mas ainda assim, seguramente que gostariam de ter mais unidades.

O problema nesta caso, é que nós não produzimos motores nem produzimos grande parte dos componentes que seriam necessários para nacionalizar uma qualquer modernização mesmo que parcial das viaturas.
A mesma coisa acontece com as viaturas Pandur, que considerando a especificação da blindagem conhecida, precisavam de pelo menos proteção para defletir ataques  de drones.

Caso a guerra na Ucrânia seja congelada,  os russos já avisaram que vão continuar a aumentar o seu exército até 1.5 milhões, o que implica mais tanques, viaturas blindadas e acima de tudo drones anti-pessoal e anti-viaturas.
Teremos 18 a 24 meses para efetuar as modificações  e modernizações.

Na região da África sub-sahariana, neste momento a situação é complicada para os russos. Se não consegurem garantir a base na Síria, fica dificil reabastecer as forças russas nestes países. Os russos podem utilizar os IL-76 com muito menos carga e podem utilizar os An-124 muito maiores, mas também muito mais complicados e caros de manter.

Os russos controlam direta ou indiretamente o Sudão, o Chad, o Niger e o Mali.
É evidente que o próximo alvo se chama Mauritânia. E a Mauritânia fica a poucos quilometros de Cabo Verde e das Canárias.
Os russos durante o periodo de acalmia antes de voltarem à carga, vão querer tomar a Mauritânia e utilizar as poucas instalações navais do país, para dessa forma facilitarem abastecimentos.

Para fazer isto tudo, os russos vão ter inevitavelmente que manter uma economia de guerra. Não há volta atrás para Putin, como não havia volta atrás para Hitler.


Nós aparentemente nem somos capazes de meter as barbas de molho.


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