Portugal faz parte de alianças / blocos (NATO / UE) e - em caso de guerra ou de um conflito localizado - haverá sempre necessidade de o Exercito participar... e, para isso, necessita de mais recursos humanos (mesmo que desloque apenas unidade com "voluntários"). Não podemos assumir apenas participar na defesa do espaço Atlântico.
A necessidade de mobilização, vai depender inteiramente do tipo de conflito que estamos a falar. Vale zero mobilizar uma percentagem significa da população, se a linha da frente for lá longe e exigir outro tipo de participação. Também não adianta de nada se for um conflito aeronaval para o nosso lado.
Antes de mobilização, a prioridade deverão ser "reservistas", e pessoal recém saído das FA, pelo facto de que já possuem algum treino. Não havendo risco de invasão do território nacional, e sabendo que vamos operar lado a lado com múltiplos aliados, uma mobilização será sempre secundária. Em guerra, é mais "rentável" ter a população civil a contribuir para a economia, nomeadamente economia de guerra, e investir nos meios, do que ficar dependente de mobilizar a população, o que vai destruir a economia por completo.
Dentro da NATO, todos os indicadores apontam para a limitações no equipamento complexo, e a incapacidade que a aliança terá para substituir material destruído, danificado, ou que atingiu o limite de horas, etc. Não é com carne para canhão que se resolve a falta de submarinos, escoltas de superfície, caças, AWACS, etc.
Daí que para mim não adianta falar em mobilização ou SMO, pois isso é algo que acontece normalmente após o conflito começar e é uma consequência de uma guerra. Não pode ser visto como o plano A.
Fiquei na dúvida se seria possível, mas se é, seria exatamente o tipo de poder de dissuasão que um pequeno país necessita.
O Tomahawk, tal com o MdCN francês, pode ser lançado de tubos de torpedo de 533mm. A única dúvida aqui, é se os tubos de 533mm dos nossos Tridente teriam essa possibilidade (os 4 que são capazes de lançar Harpoon) com ou sem modificações. Caso a resposta fosse positiva, seria sem dúvida uma opção a ter em conta, se quisermos levar a sério a possibilidade de conflito de larga escala.
Caso não seja possível, a alternativa parece-me ser esperar pela versão lançada de submarino do LRASM ou NSM/JSM.
O que é certo, é que a capacidade "land-attack" da Marinha estar limitada aos Harpoon dos Tridente, é insuficiente, desde logo pelo seu alcance bastante reduzido. E ficar 10/15 anos à espera que lá resolvam adquirir fragatas novas, que
talvez tenham essa capacidade, é demasiado tempo.