Meu caro, em relação ao que escreve, dizer duas coisas.
É o próprio Trump a reconhecer que esta guerra nunca deveria ter começado. E que, com ele, isso não teria acontecido.
Como? Simples... fazer aquilo que agora se tenta e que durante muitos anos ninguém fez. Dialogar.
Reconhecendo as razões de cada uma das partes e procurando entendimentos.
Enquanto não conseguirem isso, não haverá paz.
Essa visão de que um lado está totalmente certo e o outro 100% errado não serve nem é correta.
E a cada dia que passa, além dos mortos e feridos de ambos os lados, enterramos a economia europeia e colocámos em risco a existência de um país, que vai perder a guerra, e ficar com cicatrizes para décadas. A Ucrânia.
Que me lembre, a economia alemã nunca viveu dos custos de produção baixos. Se assim fosse, teriam custos de mão-de-obra baratos, o que não corresponde à realidade.
Já quanto a isto, relembrar o seguinte.
Se os custos de mão-de-obra são elevados, como são, e se as matérias primas vem na sua maioria de fora, qual a variável que resta para serem competitivos?
Qualidade, cobram por isso.
Produtividade, os chineses dão 10 a zero e também aí não há milagres.
Resta precisamente os custos energéticos, que sempre foram baixos. Primeiro utilizando o carvão e a energia nuclear. E depois comprando barato aos russos.
Vai ver a quem compram agora. Noruega, EUA, China...
Os primeiros não vendem barato. E os outros, são apenas os principais concorrentes e mercados dos produtos alemães.
Não deve ser fácil gerir isto...
Relativamente à primeira parte.
Eu acho genuinamente muita piada o facto de aqui se referir muitas vezes que os países que entraram na UE perderam soberania (e é verdade que perderam alguma. Sobre o deve e haver dos aspectos positivos e negativos, julgo que o Brexit veio dar resposta a quase todas as dúvidas), mas em simultâneo virem afirmar que qualquer decisão de um país soberano tem de se sujeitar às influências estratégicas dos vencedores da IIª GM! Um completo contracenso!
Até porque é precisamente esse aspecto que leva a quase todos os países da américa central e do sul detestem os americanos por aquilo que acabou de nascer em tempos da Guerra Fria, as chamadas Repúblicas das Bananas (se um governo eleito não fosse do agrado dos americanos, havia um golpe de estado para colocar alguém mais permeável no poder).
A rússia está a fazer precisamente isso com quase todos os países vizinhos que queriam permanecer independentes, depois do colapso da URSS, mas o Czar não deixa! Viu-se o que se passou na Geórgia, Tchechénia, Ucrãnia, Bielorússia…….. se o governo prestar vassalagem à rússia está tudo bem. Mas se for eleito um governo pró-ocidente cai o Carmo e a Trindade e então a rússia tem direito a esmagar esse país!!!!! Mas que raio de lógica é esta? Então um dia são contra o globalismo (também sou. Sou apenas europeísta) e no outro acham bem que uma potência nuclear decida o futuro de outro país soberano sem este ser tido nem achado?
Há aqui uma enormíssima incongruência que para mim não faz sentido!
Então aqui a questão da soberania já não se coloca? Faz algum sentido a rússia ter uma palavra a dizer no futuro da Ucrãnia se esta até abdicou dos seu arsenal nuclear em favor da rússia em troca de protecção? É que não podemos criticar as invasões do Iraque (2ª invasão), do Afeganistão, da Líbia, porque são países soberanos, e depois defendermos o oposto se o assunto for a querida rússia!!!!
Sobre a 2ª parte e para acabar com o offtopic, até porque o tema é a possível vinda do F-35, que eu também defendo, apesar de durante 4 anos termos um ser cor de laranja na Casa Branca!
Se estou recordado, a Merkl foi uma grande defensora da aproximação à rússia (talvez por ter vivido na RDA!?). E durante o seu enorme período governativo, que vai de 2005 a 2021, conseguiu a proeza de destruír as suas fontes energéticas que permitiam ter energia muito barata (energia nuclear e centrais a carvão e a gás). Em 2011 a Alemanha tinha só 17 centrais nucleares em funcionamento! Com a decisão de encerrar as centrais nucleares (que acredito terá ocorrido por causa de Fukushima), mas as centrais a carvão (que a Alemanha tem em abundância), a Alemanha teve de voltar atrás e voltar a colocar em funcionamento centrais que já tinha encerrado, especialmente depois da invasão russa da Ucrãnia!
Esta decisão da Merkl fez disparar a dependência do fornecimento de energia proveniente da rússia e são também famosos os 2 gasodutos abertos que ligavam/ligam a rússia à Alemanha.
Também se estou recordado, foi no tempo de Angela Merkl que a Alemanha mais descurou a sua própria defesa e que teve o seu pico com a autrora Ministra da Defesa de Merkl e de seu nome Von Der Lyen! Recorda-se?
Que conclusões podemos tirar? Se um bloco, como a UE, quer fazer-se afirmar no mundo, tem de ser pela força, como sempre foi, não chega ser uma potência económica. É totalmente correcta a visão de rearmamento Europeu de todos os países sem excepção (e eu ainda não estou convencido que os principais partidos portugueses perceberam isso). Porque se bem que a UE seja uma potência económica enquanto bloco (e por esse motivo os EUA e em especial Trump detestam a UE, porque praticamente mais nenhum bloco económico pode provocar tantos danos na economia americana como a Europeia), militarmente não existe UE. O que existe é a maior união militar do mundo (NATO), mas são os EUA quem coordena tudo o que pode ou não fazer! Sendo que até podemos duvidar de que em caso de conflito, os EUA possam ajudar-nos……
Para quem anda mais distraído, a UE e os EUA já estão em guerra económica à muitos anos, basta recordar as multas milionárias aplicadas a empresa americanas pela UE (Amazon, Apple, Microsoft, Google-Alphabet……) e também pelos americanos contra empresas europeias como a VW, Deutsch Bank, …. E até a nossa Navigator foi apanhada na rede.
Resumindo: Existem no mundo 3 grandes blocos económicos: EUA, UE e China. Em termos militares podemos considerar 2 grandes blocos e + 1 coxo: EUA a China e a rússia!
E peço desculpa pelo offtopic!