Os problemas que podemos ter com os F-16 não tem tanto a haver com horas consumidas mas sim como a forma são tratados na manutenção até ao fim do potencial previsto nas publicações técnicas.
Sei que os caças belgas e Holandeses tiveram um golden standard onde até os fechos rápidos, gromets, gaskets anilhas são trocados com regularidade, e como em todos os ramos em Portugal tudo se disfarça com um mil-folhas de tinta em cima e voam "até partir".
Por isso até acredito que os nossos caças estejam em piores condições embora eu não tenha provas quer dum operador ou doutro para comparar e comprovar, mas eu não me admirava nada (sobretudo corrosão).
Quanto aos motores, isso não fucniona assim. Vão sofrendo manutenções conforme avarias ou peças com limite de vida a terminar. Quando o ultimo caso acontece é frequente substituir grandes quantidades de peças aproveitando a abertura do motor, e após alguns anos e varias revisões depois o motor pode ter mudado o seu recheio completamente mantendo apenas o serial number. Comprar motor novo devido a desgaste e avarias tecnicamente não faz sentido nem é economicamente viável a menos que o fabricante descontinue o modelo a ponto dos custos das peças e prazos de entrega subam ao longo de muito tempo (nessa altura a canibalização dentro frota acontecerá).
Eu não vou meter as mãos no fogo acerca do estado da frota F-16. Podem estar piores do que se pensa, ou podem estar melhores do que alguns querem fazer parecer.
A questão dos motores, é comprar novo, caso não haja outra alternativa. Se existe alternativa, então o problema é somente falta de vontade de gastar dinheiro nos trabalhos necessários das motorizações.
Entretanto, se assumirmos que realmente a frota F-16 está em tão mau estado, devido a desleixo e corta-matos, então se calhar antes de comprar um caça novo, seja ele qual for, era preciso pensar muito no assunto e mudar mentalidades.
A isto acresce que, se têm tanta dificuldade em cumprir com os trabalhos de manutenção de uma frota de 28 caças monomotor relativamente baratos, ainda menos sentido faz haver vozes na FAP a sonhar com um binómio F-35/Typhoon, onde a situação seria ainda mais grave.
De resto, era fazer um estudo extensivo ao estado da frota F-16, e perceber realmente qual a viabilidade de uma modernização e a quantas aeronaves.
Porque vai ser muito complidado, com tanta lacuna nas FA, arranjarem verba para 24 ou mais F-35.