F-35A Lightning II na FAP

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Re: F-35A Lightning II na FAP
« Responder #2475 em: Março 25, 2025, 08:44:22 pm »
F*ck it! F-16V até entrar , ou o FCAS ou o Global Combat Air Programme. Gasta-se algum agora em manter os F-16 no ar com alguma capacidade, e de seguida salta-se logo para a 6ª geração.
FU Trumpas!
 

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dc

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Re: F-35A Lightning II na FAP
« Responder #2476 em: Março 25, 2025, 10:56:37 pm »
Eu penso que neste momento ponderar comprar um F-35 está quase ao mesmo nível (por questões politicas) do que ponderar comprar um caça Russo ou Chinês.

A questão é que não existe qualquer intenção/vontade, da parte política, de comprar caças novos. A FAP quer F-35, tal como o penúltimo CEMA queria 5 fragatas de 1000M para as quais a verba necessária foi prontamente negada, portanto a probabilidade de, num espaço de 5 anos, um Governo abrir os cordões à bolsa para gastar tanto ou mais dinheiro em caças, é nula.

Mesmo num contexto de hipotético aumento de despesa na Defesa nestes 5 anos, vai ser uma "luta" entre os ramos para receber o dinheiro para esse fim, logo teria sérias dúvidas de que ia uma fatia tão grande para um só programa.

Mesmo no prazo 2030-2035 é improvável, com os prazos mais plausíveis apontados para 2035 para cima.

A não ser que os franceses saibam alguma coisa que nós não saibamos, como por exemplo, que os próprios F-16 vão ser comprometidos.

Os franceses não sabem nada mais que os outros. Eles simplesmente querem vender o Rafale.

Aquilo que os franceses sabem, nomeadamente as chefias militares, é que se os países europeus forem de alguma maneira impedidos de usar os seus F-35 (algo não impossível, mas bastante improvável) contra os russos, torna-se mais difícil combater em ambiente contestado. Sem a capacidade SEAD americana, os F-35 europeus seriam o principal meio que permitiria colmatar esta lacuna com alguma eficácia.



Na minha opinião, tenho em consideração que o desenvolvimento do F-35 foi feito como sabemos pela Lockeed Martin.
Assim, mesmo os componentes para o sistema que permite ao F-35B a descolagem vertical, não serão um problema, porque não há absolutamente nada que impeça os americanos de desenvolverem localmente qualquer parte do sistema que por uma razão ou por outra deixasse de estar disponível.

Os americanos poderiam ficar com a sua frota parcialmente inoperacional durante um ou dois meses. Os Europeus ficavam sem aviões, ponto,

Essa ideia de que a dependência é reciproca, é engraçada, mas quando se analisa em profundidade, é óbvio que ela é reciproca a curto prazo. Mas a médio e longo prazo não á nenhuma interdependência.

Os americanos podem operar e construir a aeronave sem os europeus, os europeus não a podem utilizar sem os americanos.

Tendo em conta os problemas com o fornecimento de peças que se sentiu a certa altura, e que demorou algum tempo a resolver, não creio que começar a produzir em massa todo o tipo de componentes, seja assim tão fácil.

Mas para mim também não faz qualquer sentido os EUA preferirem perder dinheiro ao se recusar a fornecer sobressalentes dos F-35, em vez de venderem equipamento, munições e peças para os países europeus num cenário de conflito. Acredito mais que o Trump recusasse dar, mas não vender.
 

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JohnM

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Re: F-35A Lightning II na FAP
« Responder #2477 em: Março 25, 2025, 11:03:50 pm »


Na minha opinião, tenho em consideração que o desenvolvimento do F-35 foi feito como sabemos pela Lockeed Martin.
Assim, mesmo os componentes para o sistema que permite ao F-35B a descolagem vertical, não serão um problema, porque não há absolutamente nada que impeça os americanos de desenvolverem localmente qualquer parte do sistema que por uma razão ou por outra deixasse de estar disponível.

Os americanos poderiam ficar com a sua frota parcialmente inoperacional durante um ou dois meses. Os Europeus ficavam sem aviões, ponto,

Essa ideia de que a dependência é reciproca, é engraçada, mas quando se analisa em profundidade, é óbvio que ela é reciproca a curto prazo. Mas a médio e longo prazo não á nenhuma interdependência.

Os americanos podem operar e construir a aeronave sem os europeus, os europeus não a podem utilizar sem os americanos.
É certo que os europeus dependem mais da boa vontade americana no que diz respeito ao F-35 que o inverso, mas estás a subestimar as dificuldades de desenhar, construir, testar, certificar e produzir em escala qualquer nova peça. Estamos a falar de um a dois anos, NA MELHOR DAS HIPÓTESES. Isto não é o mesmo que substituir palhinhas de plástico, os critérios apertadíssimos asseguram isso mesmo… Se a isto juntarmos que os Estados Unidos nunca desenvolveram nada que se pareça com as turbinas para VTOL, a coisa ainda fica mais complicada. Até podem substituir os trens de aterragem em 6 meses a um ano, no mínimo, mas peças mais técnicas? Boa sorte em demorarem menos que dois anos…
 

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os_pero

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Re: F-35A Lightning II na FAP
« Responder #2478 em: Março 26, 2025, 10:18:13 am »
Para os que acham que com esta administração a coisa não vai piorar para a Europa:
https://x.com/Maks_NAFO_FELLA/status/1904816014950346984
Citar
🇺🇸❗️🇪🇺 Trump: A number of EU countries have been "ripping off" the United States for 45 years while they were soft and weak, because of the actions of some countries, the US has a $36 trillion national debt.

🙄 "And you know, these are friends and enemies. But often friends, so-called friends, have been worse than enemies. Look at the EU, what they did to our country."

E estou convencido que o próximo passo é quando os EUA obrigarem a UE a retirar as sanções da Rússia, senão cortam o abastecimento de gás.
« Última modificação: Março 26, 2025, 10:32:06 am por os_pero »
 
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Re: F-35A Lightning II na FAP
« Responder #2479 em: Março 26, 2025, 10:30:37 am »
Citação de: JohnM
É certo que os europeus dependem mais da boa vontade americana no que diz respeito ao F-35 que o inverso, mas estás a subestimar as dificuldades de desenhar, construir, testar, certificar e produzir em escala qualquer nova peça. Estamos a falar de um a dois anos, NA MELHOR DAS HIPÓTESES.

Eu estou em absoluta concordância com a sua afirmação, de que o desenvolvimento de sistemas é lento e complexo.

Mas aqui, eu volto sempre às comparações históricas.
Da mesma maneira que eu estou sempre a lembrar que não devemos achar que os russos estão à beira da derrota, porque eles são muito mais desenrascados que o que se pensa (mais desenrascados que os russos só os ucranianos) e mesma coisa se aplica a outros países.


Conta a História, que em 1941, numa recepção para o corpo diplomático em Berlim, com as tropas russas já em debandada após a invasão da URSS pelos alemães, o Reischmarshal Herman Goering, chefe da Luftwaffe, quando perguntado sobre a possibilidade de a America entrar na guerra, disse...

"... Os americanos fazem muito bons frigorificos, e não temos que nos preocupar, porque a America só estará pronta para a guerra lá para 1970..."
Em 1942 (no ano seguinte), noutra recepção diplomática, um diplomata de um país neutro terá dito a Goering:
"...Reichmarshall, as fábricas americanas de produzir frigorificos, estão já a fabricar as asas para os aviões americanos..."  [1]

A realidade mostra-nos que os americanos se quiserem podem ser extraordinariamente rápidos.
E neste momento, eles têm seguramente preparado um plano "B" e um plano "C" para caso os F-35 tivessem problemas com peças.

.




[1] - Nota de minha autoria... As fábricas americanas que produziam frigorificos não estavam na realidade a fabricar asas para os aviões, estavam, isso sim, a fabricar componentes para as asas dos aviões, como foi o caso da General Electric e da Westinghouse.
« Última modificação: Março 26, 2025, 10:38:49 am por papatango »
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
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Re: F-35A Lightning II na FAP
« Responder #2480 em: Março 26, 2025, 10:36:38 am »
Citação de: JohnM
É certo que os europeus dependem mais da boa vontade americana no que diz respeito ao F-35 que o inverso, mas estás a subestimar as dificuldades de desenhar, construir, testar, certificar e produzir em escala qualquer nova peça. Estamos a falar de um a dois anos, NA MELHOR DAS HIPÓTESES.

Eu estou em absoluta concordância com a sua afirmação, de que o desenvolvimento de sistemas é lento e complexo.

Mas aqui, eu volto sempre às comparações históricas.
Da mesma maneira que eu estou sempre a lembrar que não devemos achar que os russos estão à beira da derrota, porque eles são muito mais desenrascados que o que se pensa (mais desenrascados que os russos só os ucranianos) e mesma coisa se aplica a outros países.


Conta a História, que em 1941, numa recepção para o corpo diplomático em Berlim, com as tropas russas já em debandada após a invasão da URSS pelos alemães, o Reischmarshal Herman Goering, chefe da Luftwaffe, quando perguntado sobre a possibilidade de a America entrar na guerra, disse...

"... Os americanos fazem muito bons frigorificos, e não temos que nos preocupar, porque a America só estará pronta para a guerra lá para 1970..."
Em 1942 (no ano seguinte), noutra recepção diplomática, um diplomata de um país neutro terá dito a Goering:
"...Reichmarshall, as fábricas americanas de produzir frigorificos, estão já a fabricar as asas para os aviões americanos..."

A realidade mostra-nos que os americanos se quiserem podem ser extraordinariamente rápidos.
E neste momento, eles têm seguramente preparado um plano "B" e um plano "C" para caso os F-35 tivessem problemas com peças.

.

Mas só eu é que acho que os EUA tem os planos de produção/técnicos dessas peças (uma coisa são os motores que é tecnologia sensivel outra é componentes mecânicos de metal ou compósitos)?
 

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Re: F-35A Lightning II na FAP
« Responder #2481 em: Março 26, 2025, 11:06:00 am »
Citação de: JohnM
É certo que os europeus dependem mais da boa vontade americana no que diz respeito ao F-35 que o inverso, mas estás a subestimar as dificuldades de desenhar, construir, testar, certificar e produzir em escala qualquer nova peça. Estamos a falar de um a dois anos, NA MELHOR DAS HIPÓTESES.

Eu estou em absoluta concordância com a sua afirmação, de que o desenvolvimento de sistemas é lento e complexo.

Mas aqui, eu volto sempre às comparações históricas.
Da mesma maneira que eu estou sempre a lembrar que não devemos achar que os russos estão à beira da derrota, porque eles são muito mais desenrascados que o que se pensa (mais desenrascados que os russos só os ucranianos) e mesma coisa se aplica a outros países.


Conta a História, que em 1941, numa recepção para o corpo diplomático em Berlim, com as tropas russas já em debandada após a invasão da URSS pelos alemães, o Reischmarshal Herman Goering, chefe da Luftwaffe, quando perguntado sobre a possibilidade de a America entrar na guerra, disse...

"... Os americanos fazem muito bons frigorificos, e não temos que nos preocupar, porque a America só estará pronta para a guerra lá para 1970..."
Em 1942 (no ano seguinte), noutra recepção diplomática, um diplomata de um país neutro terá dito a Goering:
"...Reichmarshall, as fábricas americanas de produzir frigorificos, estão já a fabricar as asas para os aviões americanos..."

A realidade mostra-nos que os americanos se quiserem podem ser extraordinariamente rápidos.
E neste momento, eles têm seguramente preparado um plano "B" e um plano "C" para caso os F-35 tivessem problemas com peças.

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Mas só eu é que acho que os EUA tem os planos de produção/técnicos dessas peças (uma coisa são os motores que é tecnologia sensivel outra é componentes mecânicos de metal ou compósitos)?
Permitam-me discordar… há muitos anos que trabalhos com empresas do sector aeroespacial americanos, principalmente civis, mas mais recentemente militares, e garanto-vos que a coisa não é assim tão simples, e galo por experiência própria. Um “simples” chão de um avião comercial tem que obedecer a critérios técnicos absurdamente complicados, porque além de critérios estéticos e de ter que ser resistente à abrasão (milhares de pessoas e malas e dezenas de carrinhos de bebidas por dia fazem com que isso seja um problema extremamente sério…), tem que ser resistente aos dois principais inimigos de um avião em voo, chama e fumo. O chão dos aviões da United, por exemplo, no qual trabalhei, demorou mais de dois anos entre o requisito e a produção pré-série e mais outros dois para ser aprovado e licenciado pela FAA, além de que os custos totais de R&D, certificação e edificação da linha de produção ascenderam a bastantes milhões.

Acreditem que enquanto será possível à LM substituir peças menos técnicas ou em que já exista know-how prévio, como componentes de trens de aterragem, do zero em meses ou mesmo em um ano, peças mais técnicas e sujeitas a especificações super exigentes, como componentes de motor, demoram bem mais que um ano. Por exemplo, voltando as turbinas VTOL, a indústria americana nunca as produziu e não há um único fornecedor americano que seja capaz de as produzir e certificar a partir do zero  neste momento. Pura e simplesmente não há know-how. Com todo o respeito que o Papatango e o os_pêro merecem, achar que começar a produzir componentes técnicos do zero em 2025 custa o mesmo, intelectual e financeiramente, que em 1942, ou que há planos secretos na gaveta prontos a serem produzidos por empresas americanas, não faz ideia de como o setor funciona e dos obstáculos científicos, de engenharia e financeiros que isso comporta.
 
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Re: F-35A Lightning II na FAP
« Responder #2482 em: Março 26, 2025, 11:28:53 am »
Citação de: JohnM
Permitam-me discordar… há muitos anos que trabalhos com empresas do sector aeroespacial americanos, principalmente civis, mas mais recentemente militares, e garanto-vos que a coisa não é assim tão simples, e galo por experiência própria. Um “simples” chão de um avião comercial tem que obedecer a critérios técnicos absurdamente complicados,

Naturalmente, eu não coloco em causa que esses padrões de segurança existem e que são extraordinariamente rigorosos. Entidades como a Federal Aviation Administration são exigentes e isso é mais que evidente. Mas a questão do meu ponto de vista não é essa ...

Não se trata de os americanos conseguirem produzir peças alternativas para os caças F-35 já em 2025.
Se os americanos tiverem que pensar nisso, vão começar a desenvolver soluções logo que os serviços de informações os informem de que essa possibilidade existe. E se isso acontecer, nem quero pensar em que situações estaríamos nas relações entre a Europa e os EUA.

O que refiro é que a História nos diz que os americanos, podem desenvolver soluções alternativas rapidamente.
E se as regras da FAA levarem a atrasos, esta administração americana não terá qualquer prurido ou problema em colocar os administradores da agencia federal na rua em 24 horas.

Que isso é um problema para a segurança, disso não tenho qualquer dúvida ...

Mas falamos de um governo que acaba com o Secretaria da Educação, fecha a Voz da América, demite sem apelo nem agravo funcionários vitais, para depois os ter que voltar a contratar.

Do meu ponto de vista, esta gente não vai ter problemas em ordenar que todos os regulamentos de segurança sejam suspensos se isso for necessário.
E no dia seguinte, a NewsMax e a Fox News, vão dizer que esses regulamentos eram inúteis e a América se viu livre das algemas da ultra-regulamentação aeronáutica.

Creio que o JohnM analisa a realidade com base no que tem acontecido na América até ao final de 2024. Se essas regras se mantivessem, eu não teria duvidas e afirmar que realmente demoraria anos até os americanos desenvolverem o sistema "A" ou a peça "B"

Mas a realidade é que a atual administração opta por fazer tudo à bruta. Tal como o Roosevelt fez em 1941/1942. Nem todos os fabricantes de frigoríficos queriam produzir peças para aviões...

Se é técnicamente proveitoso, não sei, mas que é mais rápido, disso creio que ninguém tem dúvidas.
« Última modificação: Março 26, 2025, 11:34:31 am por papatango »
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
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Re: F-35A Lightning II na FAP
« Responder #2483 em: Março 26, 2025, 11:35:21 am »
Mas se os chineses conseguem fazer engenharia reversa a tudo e mais um par de botas, os EUA não vão conseguir?
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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saabGripen

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Re: F-35A Lightning II na FAP
« Responder #2484 em: Março 26, 2025, 11:39:02 am »

É interessante ver como esta conversa está a evoluir.

Começou com:
- Os americanos podem desligar os nossos F-35
- Mas, se pudessem, eles fariam isso?
- Todos os dias aparecem novos exemplos que nos dizem que não podemos confiar neles
- Vamos estudar alternativas

Agora está a ser manipulada para isto:

- Os americanos não são de confiança
- Nós também não somos

A conclusão vai ser:

Se somos todos maus, não há motivo para não comprarmos F-35 aos Americanos.

Abram os olhos.
 

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os_pero

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Re: F-35A Lightning II na FAP
« Responder #2485 em: Março 26, 2025, 11:40:06 am »
Citação de: JohnM
É certo que os europeus dependem mais da boa vontade americana no que diz respeito ao F-35 que o inverso, mas estás a subestimar as dificuldades de desenhar, construir, testar, certificar e produzir em escala qualquer nova peça. Estamos a falar de um a dois anos, NA MELHOR DAS HIPÓTESES.

Eu estou em absoluta concordância com a sua afirmação, de que o desenvolvimento de sistemas é lento e complexo.

Mas aqui, eu volto sempre às comparações históricas.
Da mesma maneira que eu estou sempre a lembrar que não devemos achar que os russos estão à beira da derrota, porque eles são muito mais desenrascados que o que se pensa (mais desenrascados que os russos só os ucranianos) e mesma coisa se aplica a outros países.


Conta a História, que em 1941, numa recepção para o corpo diplomático em Berlim, com as tropas russas já em debandada após a invasão da URSS pelos alemães, o Reischmarshal Herman Goering, chefe da Luftwaffe, quando perguntado sobre a possibilidade de a America entrar na guerra, disse...

"... Os americanos fazem muito bons frigorificos, e não temos que nos preocupar, porque a America só estará pronta para a guerra lá para 1970..."
Em 1942 (no ano seguinte), noutra recepção diplomática, um diplomata de um país neutro terá dito a Goering:
"...Reichmarshall, as fábricas americanas de produzir frigorificos, estão já a fabricar as asas para os aviões americanos..."

A realidade mostra-nos que os americanos se quiserem podem ser extraordinariamente rápidos.
E neste momento, eles têm seguramente preparado um plano "B" e um plano "C" para caso os F-35 tivessem problemas com peças.

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Mas só eu é que acho que os EUA tem os planos de produção/técnicos dessas peças (uma coisa são os motores que é tecnologia sensivel outra é componentes mecânicos de metal ou compósitos)?
Permitam-me discordar… há muitos anos que trabalhos com empresas do sector aeroespacial americanos, principalmente civis, mas mais recentemente militares, e garanto-vos que a coisa não é assim tão simples, e galo por experiência própria. Um “simples” chão de um avião comercial tem que obedecer a critérios técnicos absurdamente complicados, porque além de critérios estéticos e de ter que ser resistente à abrasão (milhares de pessoas e malas e dezenas de carrinhos de bebidas por dia fazem com que isso seja um problema extremamente sério…), tem que ser resistente aos dois principais inimigos de um avião em voo, chama e fumo. O chão dos aviões da United, por exemplo, no qual trabalhei, demorou mais de dois anos entre o requisito e a produção pré-série e mais outros dois para ser aprovado e licenciado pela FAA, além de que os custos totais de R&D, certificação e edificação da linha de produção ascenderam a bastantes milhões.

Acreditem que enquanto será possível à LM substituir peças menos técnicas ou em que já exista know-how prévio, como componentes de trens de aterragem, do zero em meses ou mesmo em um ano, peças mais técnicas e sujeitas a especificações super exigentes, como componentes de motor, demoram bem mais que um ano. Por exemplo, voltando as turbinas VTOL, a indústria americana nunca as produziu e não há um único fornecedor americano que seja capaz de as produzir e certificar a partir do zero  neste momento. Pura e simplesmente não há know-how. Com todo o respeito que o Papatango e o os_pêro merecem, achar que começar a produzir componentes técnicos do zero em 2025 custa o mesmo, intelectual e financeiramente, que em 1942, ou que há planos secretos na gaveta prontos a serem produzidos por empresas americanas, não faz ideia de como o setor funciona e dos obstáculos científicos, de engenharia e financeiros que isso comporta.

Sim há componentes que eu penso que eles tem os projetos e numa questão de meses/semanas tem a produção dos mesmos, há outros componentes tipo motores que as coisas aí são bem mais complicadas.
 

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Re: F-35A Lightning II na FAP
« Responder #2486 em: Março 26, 2025, 11:41:23 am »
Citação de: JohnM
Permitam-me discordar… há muitos anos que trabalhos com empresas do sector aeroespacial americanos, principalmente civis, mas mais recentemente militares, e garanto-vos que a coisa não é assim tão simples, e galo por experiência própria. Um “simples” chão de um avião comercial tem que obedecer a critérios técnicos absurdamente complicados,

Naturalmente, eu não coloco em causa que esses padrões de segurança existem e que são extraordinariamente rigorosos. Entidades como a Federal Aviation Administration são exigentes e isso é mais que evidente. Mas a questão do meu ponto de vista não é essa ...

Não se trata de os americanos conseguirem produzir peças alternativas para os caças F-35 já em 2025.
Se os americanos tiverem que pensar nisso, vão começar a desenvolver soluções logo que os serviços de informações os informem de que essa possibilidade existe. E se isso acontecer, nem quero pensar em que situações estaríamos nas relações entre a Europa e os EUA.

O que refiro é que a História nos diz que os americanos, podem desenvolver soluções alternativas rapidamente.
E se as regras da FAA levarem a atrasos, esta administração americana não terá qualquer prurido ou problema em colocar os administradores da agencia federal na rua em 24 horas.

Que isso é um problema para a segurança, disso não tenho qualquer dúvida ...

Mas falamos de um governo que acaba com o Secretaria da Educação, fecha a Voz da América, demite sem apelo nem agravo funcionários vitais, para depois os ter que voltar a contratar.

Do meu ponto de vista, esta gente não vai ter problemas em ordenar que todos os regulamentos de segurança sejam suspensos se isso for necessário.
E no dia seguinte, a NewsMax e a Fox News, vão dizer que esses regulamentos eram inúteis e a América se viu livre das algemas da ultra-regulamentação aeronáutica.

A atual administração opta por fazer tudo à bruta. Tal como o Roosevelt fez em 1941/1942. Nem todos os fabricantes de frigoríficos queriam produzir peças para aviões...

Mas que é mais rápido, disso creio que ninguém tem dúvidas.
Não há como negar que o modus operandi desta Administração é exatamente esse e que os Estados Unidos estariam sempre em melhor posição de se tornarem autónomos na produção de F-35 que qualquer outro país. nisso estamos completamente de acordo. O que estou a dizer é que mesmo neste caso, e mesmo sem hipotéticas regulações, há certas coisas que não se conseguem fazer em pouco tempo, porque pura e simplesmente não é possível tecnicamente. Como consequência, as taxas de disponibilidade da frota americana cairiam dos “famosos” 50-60% atuais para menos de 10% durante um ano ou dois (as Europeias bem podiam ser deitadas fora, porque nunca mais voavam),  portanto a “dor” infligida aos americanos, embora proporcionalmente menor, seria ainda muito significativa e seria o suficiente para que a China,’ por exemplo, pudesse aproveitar essa janela de oportunidade para retomar Taiwan, sem que a USAF conseguisse responder com aviação tática stealth, a não ser com um número risível de F-22… claro que há sempre a hipótese de o Trump se estar nas tintas para isso (até porque os mauzões dos Taiwaneses roubaram a manufactura de microchips aos Estados Unidos, lol) e entregar Taiwan aos Chineses, mas isso é outra discussão…

P.S.- Vi que editaste o teu post entretanto, mas o meu ponto mantém-se. Eu não vivo em 2024… Todos temos direito às nossas opiniões, por muito burras e enganosas que sejam(refiro-me ao MAGAverse, não a ti, que fique claro, lol), mas no final a Física ganha sempre… o Trump e a sua Administração podem fazer o que quiserem, que é impossível produzir uma turbina VTOL do zero em 6 meses, ponto final, parágrafo., independentemente do que esses idiotas querem.
« Última modificação: Março 26, 2025, 11:48:24 am por JohnM »
 

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Re: F-35A Lightning II na FAP
« Responder #2487 em: Março 26, 2025, 11:51:51 am »
Mas se os chineses conseguem fazer engenharia reversa a tudo e mais um par de botas, os EUA não vão conseguir?
Essa é outra falácia… vamos ver quando as coisas aquecerem a sério, qual vai ser o desempenho real dos sistemas Chineses clonados… fazer aviões de 5a geração é só um bocadinho mais complicado que fazer extensões elétricas ou carregadores de iPhone com menos cobre para ficarem mais baratas… mas isso já é off-topic…
« Última modificação: Março 26, 2025, 11:55:29 am por JohnM »
 

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Lampuka

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Re: F-35A Lightning II na FAP
« Responder #2488 em: Março 26, 2025, 12:12:00 pm »
Para os que acham que com esta administração a coisa não vai piorar para a Europa:
https://x.com/Maks_NAFO_FELLA/status/1904816014950346984
Citar
🇺🇸❗️🇪🇺 Trump: A number of EU countries have been "ripping off" the United States for 45 years while they were soft and weak, because of the actions of some countries, the US has a $36 trillion national debt.

🙄 "And you know, these are friends and enemies. But often friends, so-called friends, have been worse than enemies. Look at the EU, what they did to our country."

E estou convencido que o próximo passo é quando os EUA obrigarem a UE a retirar as sanções da Rússia, senão cortam o abastecimento de gás.
Pusemo-nos a jeito, entalados até ao pescoço. Os únicos dependentes da história...
Perante o cenário,  nem sei como ainda se equaciona o que quer que seja daquele lado.
Mas enfim...
Passo número 2. Mexam-se rapidamente em África sob pena de também aí ficarmos fora de jogo. É a alternativa energética que necessitamos.
Só espero que quem vier no novo governo não comece outra vez a brincar com coisas sérias.
O NM parecia estar a acelerar algumas decisões.  Que não se perca o embalo.
E, sobretudo,  que se descarte em definitivo o F35.
Seria também um sinal importante para ambos os lados.
Para os States para perceberem que não são DDT.
E para a Europa porque contribuiria para um fortalecimento da imagem de União.
João Pereira
 
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papatango

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Re: F-35A Lightning II na FAP
« Responder #2489 em: Março 26, 2025, 12:21:49 pm »
Relativamente à alteração no texto, eu refiro-me com conhecimento de causa, ao que ouço de pessoas da minha própria familia, alguns americanos naturalizados, outros já nascidos na América. Há uma parte da população que não aceita sequer que a situação é muito complicada e que em muitos aspectos faz lembrar a ascensão das ditaduras na Europa na década de 1920 / 1930.

As mudanças são de tal forma brutais, que muita gente não interioriza a mudança

Citação de: JohnM
há certas coisas que não se conseguem fazer em pouco tempo, porque pura e simplesmente não é possível tecnicamente. Como consequência, as taxas de disponibilidade da frota americana cairiam dos “famosos” 50-60% atuais para menos de 10% durante um ano ou dois (as Europeias bem podiam ser deitadas fora, porque nunca mais voavam),  portanto a “dor” infligida aos americanos, embora proporcionalmente menor, seria ainda muito significativa e seria o suficiente para que a China,’ por exemplo, pudesse aproveitar essa janela de oportunidade para retomar Taiwan, sem que a USAF conseguisse responder com aviação tática stealth,

É mais ou menos o que eu também acho, só que eu não acho que a coisa chegasse aos 10% porque a primeira coisa que os americanos iriam fazer seria canibalizar a parte da frota que está em reparações. A simples canibalização iria alterar radicalmente o numero de aeronaves disponiveis. Em vez de 10% provavelmente chegaríamos a 20% ou 30%, o que aliado ao fato de os americanos pura e simplesmente sairem da Europa, não deixaria os americanos assim tão descalços.

Depois, o principal problema dos americanos seria o F-35B e os britânicos pelo que sei não produzem motores, mas sim os sistemas que permitem a descolagem vertical da aeronave.
E considerando que o Pentagono tem sempre um plano B e um plano C, provavelmente já estarão a meter as barbas de molho ...

É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
Contra a Estupidez, não temos defesa
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