F-35A Lightning II na FAP

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saabGripen

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Re: F-35A Lightning II na FAP
« Responder #2445 em: Março 24, 2025, 09:59:55 am »
Antes de os G6 entrarem ao serviço, vamos ver testes avançados de Loyal Wingmen, trabalhando com aparelhos G4.5.
Estou a falar de Gripen E, Rafale F4/5 e Typhoons com Wingmen Europeus - mas também de caças turcos com Wingmen turcos.

Estes testes vão dar a oportunidade de saber se é necessário comprar aparelhos G6 para entrar na era dos "Sistemas de Sistemas", ou se o factor de sucesso principal será o Wingman (stealth) e, por exemplo, acompanhamento em tempo real por satélites europeus ou, porque não, por "space planes" reutilizáveis europeus.

Isto traz uma pergunta interessante.
Quem é que produz Wingmen para os F-35 europeus? Os Europeus teriam que ter acesso ao software do F-35...
Ou os americanos vão obrigar os europeus a comprar wingmen americanos?

Até que este cenário se clarifique, a solução que vejo para a FAP é comprar mais Super Tucanos e aqueles aparelhos italianos de treino com versão de caça ligeiro...  os "Linguini" - ou lá como se chamam.

Se for assim, o grande desafio do CEMFA no seu segundo mandato será o projeto ST&L 5000.
Conseguindo levá-lo a bom porto, temos Homem para, depois de passar por CEMGFA, suceder ao G&M como PR.

 

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Charlie Jaguar

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Re: F-35A Lightning II na FAP
« Responder #2446 em: Março 24, 2025, 10:16:01 am »
Vou fazer algo que odeio, que é postar sem oferecer uma opinião ou propor uma solução, mas enfim… neste momento (e enfatizo o “neste momento”), não vejo uma solução ideal para a aviação de caça em Portugal, senão vejamos:

- O F-35, pelo menos nos próximos tempos é tóxico.

- Fazer o upgrade os F-16 é empurrar com a barriga e tem exatamente os mesmos problemas que o F-35, basta ver o que os américas fizeram aos Ucranianos.

- Ir para um eurocanard de 4.5a geração é deitar dinheiro fora (vários Bi) e assegurar quem de 2050 em diante a nossa aviação de caça estaria novamente obsoleta.

As opções  eurocanard e F-16V nao fazem sentido a não ser que nos juntássemos a um projeto de 6a geração, para  o qual não há dinheiro. As estimativas de investimento total APENAS EM R&D quer do FCAS, quer do Tempest, variam entre os 60 e os 100 Bi… onde é que vamos buscar nem que seja 10% disso para nos aceitarem como parceiro? E depois há os custos de aquisição, 200-300 M por aparelho, mais drones.

Sinceramente, não sei qual é a solução, a não ser que os americanos ganhem juízo

Nós (Portugal) encontramo-nos neste momento a braços com a tempestade perfeita, por nossa culpa exclusiva; é que se por um lado o F-35A é neste momento um ativo tóxico (diria até qualquer equipamento militar feito nos EUA), optar por um eurocanard seria uma fuga para a frente duvidosa e mal calculada.

Optar pela modernização F-16V é também uma incógnita face aos desenvolvimentos das últimas semanas. Tratando-se de uma FMS, e sabendo de antemão quão revanchista é Donald Trump e os membros da sua administração, diria que existe a forte possibilidade de, na eventualidade de tomarmos este passo tardio, tal nos ser negado ou fortemente condicionado devido às declarações do nosso MDN e o impacto que estas tiveram em Washington. Estamos hoje em dia a lidar com egos do outro lado do Atlântico, convém não esquecer.

A Lockheed Martin sofreu recentemente 2 grandes reveses (excluída do F/A-XX e derrotada no NGAD), e deve estar extremamente preocupada com o rumo atual das coisas, pelo que artigos "damage control" como aquele no Expresso da passada sexta-feira não sejam de estranhar. Quando o presidente dos EUA, referindo-se ao NGAD, afirma que o mesmo também estará disponível para venda aos aliados, mas numa versão degradada porque um dia esses mesmos aliados poderão já não o ser, é natural que se pense duas vezes a partir de agora ao escolher material de proveniência norte-americana, e isto em apenas 2 meses de mandato. E também agora é que vamos todos testemunhar se o peso e influência da LM ainda se mantém ou não em Washington, ou se o culto MAGA tudo infetou.

Quanto a Portugal, não podíamos estar em pior situação no que concerne ao futuro da aviação de caça. Sucessivos governos sempre a empurrar com a barriga, sempre deixando a modernização para as calendas gregas e agora as consequências estão à vista, provavelmente fadados a ter de adquirir um eurocanard face ao conjunto atual de circunstâncias. Uma opção duvidosa e que trará problemas mais cedo que mais tarde, isto se quisermos continuar num certo de pé de igualdade com os nossos parceiros e aliados, claro está.
« Última modificação: Março 24, 2025, 04:13:17 pm por Charlie Jaguar »
Saudações Aeronáuticas,
Charlie Jaguar

"(...) Que, havendo por verdade o que dizia,
DE NADA A FORTE GENTE SE TEMIA
"

Luís Vaz de Camões (Os Lusíadas, Canto I - Estrofe 97)
 

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saabGripen

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Re: F-35A Lightning II na FAP
« Responder #2447 em: Março 24, 2025, 10:29:47 am »

Cumprido o Prime Directive;

- Máxima Contrapartida Económica Para Portugal -


QUALQUER UM SERVE.
 

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Ghidra

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Re: F-35A Lightning II na FAP
« Responder #2448 em: Março 24, 2025, 12:54:18 pm »
Vou fazer algo que odeio, que é postar sem oferecer uma opinião ou propor uma solução, mas enfim… neste momento (e enfatizo o “neste momento”), não vejo uma solução ideal para a aviação de caça em Portugal, senão vejamos:

- O F-35, pelo menos nos próximos tempos é tóxico.

- Fazer o upgrade os F-16 é empurrar com a barriga e tem exatamente os mesmos problemas que o F-35, basta ver o que os américas fizeram aos Ucranianos.

- Ir para um eurocanard de 4.5a geração é deitar dinheiro fora (vários Bi) e assegurar quem de 2050 em diante a nossa aviação de caça estaria novamente obsoleta.

As opções  eurocanard e F-16V nao fazem sentido a não ser que nos juntássemos a um projeto de 6a geração, para  o qual não há dinheiro. As estimativas de investimento total APENAS EM R&D quer do FCAS, quer do Tempest, variam entre os 60 e os 100 Bi… onde é que vamos buscar nem que seja 10% disso para nos aceitarem como parceiro? E depois há os custos de aquisição, 200-300 M por aparelho, mais drones.

Sinceramente, não sei qual é a solução, a não ser que os americanos ganhem juízo

É aí que entram os restantes critérios para a tomada de decisão. No caso deste programa, a modernização dos F-16 apresenta a vantagem do "custo/benefício" face às outras opções 4.5G, e apresenta a vantagem de se atingir a FOC muito mais cedo do que a introdução de um novo caça, por já usarmos a aeronave na versão AM/BM.

Como solução stop-gap, é de longe a mais racional.

Com jeitinho, e sabendo a forma como as decisões de Trump têm queimado a LM, seria hipoteticamente possível obter um negócio mais favorável, na perspectiva da LM manter um cliente Europeu, e manter as portas abertas para que Portugal pudesse a ser um futuro cliente do F-35 caso a política externa americana mude. Uma redução do custo desta modernização, caía que nem ginjas.

A saab quer fazer um caça 5 geração. podíamos entrar nesse programa, o salto do gripen para um ka21  não é assim tão grande

Depende do critério em avaliação/comparação, e da variante do KF-21.

Agora, o futuro caça da Saab pode existir, pode não existir, nem eles sabem ao certo se avançam com isso ou se juntam a outro programa existente (FCAS faria sentido, mas isto sou eu que sou maluco). Portugal juntar-se programa sueco, ia requerer um investimento igual ou superior ao necessário para entrarmos no FCAS (por haver menos países a participar), e os custos unitários da aeronave seriam proibitivos, novamente por serem apenas 2 países a adquirir, um deles uma quantidade bastante baixa.

Agora, a mim parece-me que a decisão sensata, é avançar depressa para a modernização dos F-16. Depois ao entrar na década de 30, começamos a ver de forma mais séria o que há no mercado.

Não sei se o custo é assim tão elevado, o gripen versão 4,5 tb foi desenvolvido só pela suecia e com um cliente que comprou poucos aviões brasil (36). Só agora a tailândia  comprou tb. O proprio kf21 tb não tem ainda tantos clientes e a propria indonesia reduziu a participação
https://indonesiabusinesspost.com/917/geopolitics-and-diplomacy/korea-agrees-to-reduce-indonesias-financial-contribution-to-kf-21-fighter-jet-project por falta de verba e o avião está ai, foi oferecido a países com poucos recursos como o peru
« Última modificação: Março 24, 2025, 12:57:59 pm por Ghidra »
 

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sivispacem

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Re: F-35A Lightning II na FAP
« Responder #2449 em: Março 24, 2025, 01:21:56 pm »
Vou fazer algo que odeio, que é postar sem oferecer uma opinião ou propor uma solução, mas enfim… neste momento (e enfatizo o “neste momento”), não vejo uma solução ideal para a aviação de caça em Portugal, senão vejamos:

- O F-35, pelo menos nos próximos tempos é tóxico.

- Fazer o upgrade os F-16 é empurrar com a barriga e tem exatamente os mesmos problemas que o F-35, basta ver o que os américas fizeram aos Ucranianos.

- Ir para um eurocanard de 4.5a geração é deitar dinheiro fora (vários Bi) e assegurar quem de 2050 em diante a nossa aviação de caça estaria novamente obsoleta.

As opções  eurocanard e F-16V nao fazem sentido a não ser que nos juntássemos a um projeto de 6a geração, para  o qual não há dinheiro. As estimativas de investimento total APENAS EM R&D quer do FCAS, quer do Tempest, variam entre os 60 e os 100 Bi… onde é que vamos buscar nem que seja 10% disso para nos aceitarem como parceiro? E depois há os custos de aquisição, 200-300 M por aparelho, mais drones.

Sinceramente, não sei qual é a solução, a não ser que os americanos ganhem juízo

É aí que entram os restantes critérios para a tomada de decisão. No caso deste programa, a modernização dos F-16 apresenta a vantagem do "custo/benefício" face às outras opções 4.5G, e apresenta a vantagem de se atingir a FOC muito mais cedo do que a introdução de um novo caça, por já usarmos a aeronave na versão AM/BM.

Como solução stop-gap, é de longe a mais racional.

Com jeitinho, e sabendo a forma como as decisões de Trump têm queimado a LM, seria hipoteticamente possível obter um negócio mais favorável, na perspectiva da LM manter um cliente Europeu, e manter as portas abertas para que Portugal pudesse a ser um futuro cliente do F-35 caso a política externa americana mude. Uma redução do custo desta modernização, caía que nem ginjas.

A saab quer fazer um caça 5 geração. podíamos entrar nesse programa, o salto do gripen para um ka21  não é assim tão grande

Depende do critério em avaliação/comparação, e da variante do KF-21.

Agora, o futuro caça da Saab pode existir, pode não existir, nem eles sabem ao certo se avançam com isso ou se juntam a outro programa existente (FCAS faria sentido, mas isto sou eu que sou maluco). Portugal juntar-se programa sueco, ia requerer um investimento igual ou superior ao necessário para entrarmos no FCAS (por haver menos países a participar), e os custos unitários da aeronave seriam proibitivos, novamente por serem apenas 2 países a adquirir, um deles uma quantidade bastante baixa.

Agora, a mim parece-me que a decisão sensata, é avançar depressa para a modernização dos F-16. Depois ao entrar na década de 30, começamos a ver de forma mais séria o que há no mercado.

Não sei se o custo é assim tão elevado, o gripen versão 4,5 tb foi desenvolvido só pela suecia e com um cliente que comprou poucos aviões brasil (36). Só agora a tailândia  comprou tb. O proprio kf21 tb não tem ainda tantos clientes e a propria indonesia reduziu a participação
https://indonesiabusinesspost.com/917/geopolitics-and-diplomacy/korea-agrees-to-reduce-indonesias-financial-contribution-to-kf-21-fighter-jet-project por falta de verba e o avião está ai, foi oferecido a países com poucos recursos como o peru


O Gripen é o F-5 dos anos 2000 e picos....  :mrgreen:
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Re: F-35A Lightning II na FAP
« Responder #2450 em: Março 24, 2025, 02:34:17 pm »
"Até que este cenário se clarifique, a solução que vejo para a FAP é comprar mais Super Tucanos "

pqp

Que vassalagem há neste País. Isso ou criaturas "criadas" só para promover interesses
 
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saabGripen

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Re: F-35A Lightning II na FAP
« Responder #2451 em: Março 24, 2025, 03:09:06 pm »
"Até que este cenário se clarifique, a solução que vejo para a FAP é comprar mais Super Tucanos "

pqp

Que vassalagem há neste País. Isso ou criaturas "criadas" só para promover interesses

Cada motor de um ST tem dois filtros de ar redondos, colocados de forma simétrica com o eixo do motor.

Os mecânicos chamam-lhes "os tomates".

O valor das duas Marlins em falta dá para comprar os tomates de 12 STs e sobra algum.


 

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Re: F-35A Lightning II na FAP
« Responder #2452 em: Março 24, 2025, 03:19:23 pm »
Dassault Ready to Offer Rafale Fighters to Canada and Portugal as F-35 Alternatives

Citar
Trappier mentioned that although Portugal has not yet approached France regarding a possible purchase of Rafale fighters, the company anticipates that such a request may be made in the coming weeks or months.

https://mil.in.ua/en/news/dassault-ready-to-offer-rafale-fighters-to-canada-and-portugal-as-f-35-alternatives/
 

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Re: F-35A Lightning II na FAP
« Responder #2453 em: Março 24, 2025, 03:53:49 pm »
"Até que este cenário se clarifique, a solução que vejo para a FAP é comprar mais Super Tucanos "

pqp

Que vassalagem há neste País. Isso ou criaturas "criadas" só para promover interesses

Arranja outra máxima que esta já enjoa pah!
 

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LM

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Re: F-35A Lightning II na FAP
« Responder #2454 em: Março 24, 2025, 03:54:31 pm »
Vou fazer algo que odeio, que é postar sem oferecer uma opinião ou propor uma solução, mas enfim… neste momento (e enfatizo o “neste momento”), não vejo uma solução ideal para a aviação de caça em Portugal, senão vejamos:

- O F-35, pelo menos nos próximos tempos é tóxico.

- Fazer o upgrade os F-16 é empurrar com a barriga e tem exatamente os mesmos problemas que o F-35, basta ver o que os américas fizeram aos Ucranianos.

- Ir para um eurocanard de 4.5a geração é deitar dinheiro fora (vários Bi) e assegurar quem de 2050 em diante a nossa aviação de caça estaria novamente obsoleta.

As opções  eurocanard e F-16V nao fazem sentido a não ser que nos juntássemos a um projeto de 6a geração, para  o qual não há dinheiro. As estimativas de investimento total APENAS EM R&D quer do FCAS, quer do Tempest, variam entre os 60 e os 100 Bi… onde é que vamos buscar nem que seja 10% disso para nos aceitarem como parceiro? E depois há os custos de aquisição, 200-300 M por aparelho, mais drones.

Sinceramente, não sei qual é a solução, a não ser que os americanos ganhem juízo

Prefiro considerar que tem "desafios, com algumas similaridades..." não me parece - em caso de "Trump & trupe" resolverem embirrar a sério - estarmos na mesma situação (até porque com o F-35 "a situação" ainda não foi bem percebida - umas linhas de código em uma das muitas possíveis ligações "online"?); e há pods de diversos fabricantes (e não acredito que na Europa não exista o conhecimento para os atualizar entre missões - ie, mais capacidades que a Ucrânia tem) e no próprio software há conhecimento mais generalista (digo eu).   
« Última modificação: Março 24, 2025, 04:42:12 pm por LM »
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os_pero

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Re: F-35A Lightning II na FAP
« Responder #2455 em: Março 24, 2025, 04:25:46 pm »
Vou fazer algo que odeio, que é postar sem oferecer uma opinião ou propor uma solução, mas enfim… neste momento (e enfatizo o “neste momento”), não vejo uma solução ideal para a aviação de caça em Portugal, senão vejamos:

- O F-35, pelo menos nos próximos tempos é tóxico.

- Fazer o upgrade os F-16 é empurrar com a barriga e tem exatamente os mesmos problemas que o F-35, basta ver o que os américas fizeram aos Ucranianos.

- Ir para um eurocanard de 4.5a geração é deitar dinheiro fora (vários Bi) e assegurar quem de 2050 em diante a nossa aviação de caça estaria novamente obsoleta.

As opções  eurocanard e F-16V nao fazem sentido a não ser que nos juntássemos a um projeto de 6a geração, para  o qual não há dinheiro. As estimativas de investimento total APENAS EM R&D quer do FCAS, quer do Tempest, variam entre os 60 e os 100 Bi… onde é que vamos buscar nem que seja 10% disso para nos aceitarem como parceiro? E depois há os custos de aquisição, 200-300 M por aparelho, mais drones.

Sinceramente, não sei qual é a solução, a não ser que os americanos ganhem juízo

Prefiro considerar que tem "desafios, com algumas similaridades... não me parece - em caso de "Trump & trupe" resolverem embirrar a sério - estarmos na mesma situação (até porque com o F-35 "a situação" ainda não foi bem percebida - umas linhas de código em uma das muitas possíveis ligações "online"?); e há pods de diversos fabricantes (e não acredito que na Europa não exista o conhecimento para os atualizar entre missões - ie, mais capacidades que a Ucrânia tem) e no próprio software há conhecimento mais generalista (digo eu).

Eu acho que a opção F-16V é das opções disponíveis (e considero todas elas não óptimas) a mais económica e a que liberta recursos para outras necessidades.

Em caso de necessidade de real utilização dos F-16/F-35 contra os interesses Americanos (Exemplo: utilização contra a Rússia/Bielorrússia num conflito frio/quente no leste) qualquer um dos meios será inutilizado direta ou indiretamente pelos EUA (curto e médio prazo) e a superioridade dos F-35 não será útil.

Em caso de necessidade de utilização dos meios e que não exista restrição dos mesmos por parte dos EUA, a superioridade (stealth, pois a fusão de dados pode ser assegurada no padrão V dos F-16, ou poderá ser aumentada/atualizada numa atualização posterior) dos F-35 poderia ser bastante útil, contudo penso que essa superioridade não seja tão radical assim e será possível diminuir essas diferenças (uso de Wingman/drones com capacidades Stealth)

Pessoalmente acho que as coisas (relações) ainda vão piorar pois a história do Canada e da Gronelândia (chegaram lá hj uma delegação que inclui a mulher de JD Vance, para fazerem uma proposta de compra da Gronelândia e de "royalties" a dar aos habitantes pela exploração dos recursos, algo semelhante ao que acontece no Alasca com o petróleo penso eu) ainda vai no inicio, a historia das tarifas na UE também ainda está para realmente começar, e há ainda a história da Rússia com a Ucrânia, há quem diga que Trump vai pressionar a Europa a desistir das sanções à Rússia (quando normalizarem as relações) e que pode jogar o jogo de deixar de fornecer gás a Europa caso esta não obedeça as suas vontades.

PS: Não sei se terá importância para isso para alguma vez vir a acontecer, mas imaginem agora que Trump se lembra que quer "comprar" os Açores.
 
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dc

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Re: F-35A Lightning II na FAP
« Responder #2456 em: Março 24, 2025, 04:56:28 pm »
Nós (Portugal) encontramo-nos neste momento a braços com a tempestade perfeita, por nossa culpa exclusiva; é que se por um lado o F-35A é neste momento um ativo tóxico (diria até qualquer equipamento militar feito nos EUA), optar por um eurocanard seria uma fuga para a frente duvidosa e mal calculada.

Optar pela modernização F-16V é também uma incógnita face aos desenvolvimentos das últimas semanas. Tratando-se de uma FMS, e sabendo de antemão quão revanchista é Donald Trump e os membros da sua administração, diria que existe a forte possibilidade de, na eventualidade de tomarmos este passo tardio, tal nos ser negado ou fortemente condicionado devido às declarações do nosso MDN e o impacto que tiveram em Washington. Estamos a lidar com egos, convém não esquecer.

A Lockheed Martin sofreu recentemente 2 grandes reveses (excluída do F/A-XX e derrotada no NGAD), e deve estar extremamente preocupada com o rumo atual das coisas, pelo que artigos "damage control" como aquele no Expresso da passada sexta-feira não sejam de estranhar. Quando o presidente dos EUA, referindo-se ao NGAD, afirma que o mesmo também estará disponível para venda aos aliados, mas numa versão degradada porque um dia esses mesmos aliados poderão já não o ser, é natural que se pense duas vezes a partir de agora ao escolher material de proveniência norte-americana, e isto em apenas 2 meses de mandato. E também agora é que vamos todos testemunhar se o peso e influência da LM ainda se mantém ou não em Washington, ou se o culto MAGA tudo infetou.

Quanto a Portugal, não podíamos estar em pior situação no que concerne ao futuro da aviação de caça. Sucessivos governos sempre a empurrar com a barriga, sempre deixando a modernização para as calendas gregas e agora as consequências estão à vista, provavelmente fadados a ter de adquirir um eurocanard face ao conjunto atual de circunstâncias. Uma opção duvidosa e que trará problemas mais cedo que mais tarde, isto se quisermos continuar num certo de pé de igualdade com os nossos parceiros e aliados, claro está.

Apesar dos riscos, a opção Viper parece ser a mais razoável. Eu tenho sérias dúvidas que o Trump "homem de negócios", vá bloquear a venda de produtos militares, neste caso a modernização de F-16 para o padrão V. Simplesmente não é rentável ou benéfico para a economia americana, recusar um negócio destes. Ainda por cima com a previsão de que as encomendas de material americano, nomeadamente caças, diminuam enquanto o gajo lá estiver, e provavelmente durante uns bons anos depois dele sair. Nesse aspecto não estou preocupado.

Quanto a uma versão exportável do NGAD, será algo inédito se se confirmar, sabendo que este avião ia ser o "F-22 do futuro". Mas também, uma versão "downgraded" do NGAD, mesmo assim terá custos unitários bem superiores ao F-35, e aí fica a dúvida se compensaria sequer para outros países comprarem o NGAD de exportação, ao invés do F-35. Poderá ser um cenário idêntico ao que aconteceu com F-16 e F-15, em que o primeiro ficou com um mercado internacional muito mais amplo (à semelhança do que acontecerá com o F-35).

Não sei se o custo é assim tão elevado, o gripen versão 4,5 tb foi desenvolvido só pela suecia e com um cliente que comprou poucos aviões brasil (36). Só agora a tailândia  comprou tb. O proprio kf21 tb não tem ainda tantos clientes e a propria indonesia reduziu a participação
https://indonesiabusinesspost.com/917/geopolitics-and-diplomacy/korea-agrees-to-reduce-indonesias-financial-contribution-to-kf-21-fighter-jet-project por falta de verba e o avião está ai, foi oferecido a países com poucos recursos como o peru

Mas não dá para comparar um caça como o Gripen, com um futuro 5G da Saab. O Gripen manteve custos mais ou menos contidos (mesmo assim não foi barato), graças à maior parte dos seus componentes serem "off-the-shelf". O que é que a Saab pode ir buscar à prateleira, para espetar no seu futuro caça, sem que a sua qualidade enquanto avião 5G sofra, e que ao mesmo tempo permita manter os custos em baixo?

Depois é ingrato comparar os custos do KF-21. O KF-21, neste momento, nem sequer é um caça 5G, quanto muito é "4.75". Os sul-coreanos optaram por desenvolver gradualmente, até chegar à versão 5G.
Os sul-coreanos tiveram ajuda externa (creio que da LM). A Coreia do Sul tem um PIB 3x maior que o da Suécia. Na Coreia do Sul os custos de desenvolvimento vão ser sempre muito mais baixos do que na Suécia, porque a mão de obra é muito mais barata. E o KF-21 mesmo assim precisou de equipamento "off-the-shelf", como os 2 motores F414.

O desafio da Suécia, é conseguir desenvolver um caça minimamente competitivo tecnologicamente e com custos inferiores ao F-35 (sem o benefício da economia de escala). Isto é um desafio enorme, e não vão lá com equipamento baratucho "off-the-shelf".

Dassault Ready to Offer Rafale Fighters to Canada and Portugal as F-35 Alternatives

Citar
Trappier mentioned that although Portugal has not yet approached France regarding a possible purchase of Rafale fighters, the company anticipates that such a request may be made in the coming weeks or months.

https://mil.in.ua/en/news/dassault-ready-to-offer-rafale-fighters-to-canada-and-portugal-as-f-35-alternatives/

Acho engraçado este mito que se criou a nível internacional, de que Portugal quer comprar caças num curto espaço de tempo. Semanas ou meses? Contem mais 5 anos a uma década.

Enquanto se perde tempo a inventar, as necessidades das FA, e da FAP neste caso, a curto prazo mantém-se, e ninguém está a ver resolução à vista. Continuamos a ter 28 F-16 com armamento insuficiente, e com falta de determinados tipos de arma/equipamento que permitem potenciar a plataforma em uso.

Enquanto se tenta desconversar e inventar neste assunto, caso comece um conflito que nos envolva (NATO/UE) a curto prazo, eu só estou a ver os nossos F-16 a serem empregues apenas com AIM-9L, uma dúzia de AMRAAM e bombas de queda livre. Mas com isto ninguém se importa. Como se Rafales desarmados mudassem alguma coisa.

Prefiro considerar que tem "desafios, com algumas similaridades... não me parece - em caso de "Trump & trupe" resolverem embirrar a sério - estarmos na mesma situação (até porque com o F-35 "a situação" ainda não foi bem percebida - umas linhas de código em uma das muitas possíveis ligações "online"?); e há pods de diversos fabricantes (e não acredito que na Europa não exista o conhecimento para os atualizar entre missões - ie, mais capacidades que a Ucrânia tem) e no próprio software há conhecimento mais generalista (digo eu).   

Coloco isto aqui:
https://www.airandspaceforces.com/ukraine-f-16-electronic-warfare-us-air-force/

Eu tenho sérias dúvidas que a questão de EW seja tão "simples" como se tem falado.
Em primeiro lugar, os sistemas EW terão sido reprogramados para lidar com a ameaça específica dos russos. A mim parece-me mais que, os EUA ao deixarem de realizar ELINT em apoio à Ucrânia, não existirão grandes updates a fazer aos pods EW de qualquer maneira.
Os pods continuariam programados até ao último update feito pelos americanos, e qualquer evolução que decorresse no campo de batalha no espectro electromagnético, não seria "captada" pelos sistemas ELINT americanos, que depois permitiriam actualizar os ditos sistemas EW.

A questão aqui, parece-me ter muito menos a ver com o modelo de caça, mas sim na capacidade europeia de realizar ELINT (e já agora SIGINT e COMINT), e a capacidade de realizar estes reprogramação/updates aos sistemas EW dos diversos meios.

Se calhar aqui o debate devia centrar-se no desenvolvimento de uma aeronave europeia que cumpra a função dos RC-135. Por exemplo, um modelo baseado no A321 Neo MPA.
 

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Charlie Jaguar

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Re: F-35A Lightning II na FAP
« Responder #2457 em: Março 24, 2025, 04:59:37 pm »
Dassault Ready to Offer Rafale Fighters to Canada and Portugal as F-35 Alternatives

Citar
Trappier mentioned that although Portugal has not yet approached France regarding a possible purchase of Rafale fighters, the company anticipates that such a request may be made in the coming weeks or months.

https://mil.in.ua/en/news/dassault-ready-to-offer-rafale-fighters-to-canada-and-portugal-as-f-35-alternatives/

Artigo mais extenso sobre o mesmo assunto:

https://bulgarianmilitary.com/amp/2025/03/24/dassault-rafale-will-be-offered-to-portugal-but-cautiously/
Saudações Aeronáuticas,
Charlie Jaguar

"(...) Que, havendo por verdade o que dizia,
DE NADA A FORTE GENTE SE TEMIA
"

Luís Vaz de Camões (Os Lusíadas, Canto I - Estrofe 97)
 
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MATRA

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Re: F-35A Lightning II na FAP
« Responder #2458 em: Março 24, 2025, 05:29:23 pm »
A LM está em "full damage control"


“Hard times create strong men. Strong men create good times. Good times create weak men. And, weak men create hard times.”
G. Michael Hopf, Those Who Remain
 

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saabGripen

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Re: F-35A Lightning II na FAP
« Responder #2459 em: Março 24, 2025, 05:41:31 pm »

Depois do secretismo do Plano 5.5Biliões,
não sei se a FAP consegue lidar com um ambiente em que se sabe o que está a acontecer.
Vai haver muitos a meterem baixa.

E, finalmente, vão ter que fazer o concurso de que falo desde que ando aqui.

É bem feito.