Uma achega sobre o F-35 na Alemanha...
A frota de aeronaves alemãs, com capacidade para transportar armas nucleares americanas, é constituida por aviões Tornado, que estão a ficar obsoletos.
Ainda antes da guerra na Ucrânia foram feitas ofertas para a substituição dos Tornado. Por um lado havia a possibilidade de uma versão do Typhoon-2 e por outro uma versão do F-18 adequada para o transporte destas armas.
A decisão foi sendo empurrada com a barriga e o chanceler alemão, após a guerra na Ucrânia ter recomeçado em 2022 optou por comprar 35 caças F-35 para substituir os Tornado.
Ou seja, o F-35 alemão foi comprado, porque era preciso agradar aos americanos porque afinal é um meio de transportar e "entregar" armas nucleares à Russia em caso de conflito.
O problema da forma como muitos o estão a ver nem tem nada a ver com kill switches ou atualizações de software, mas sim com o facto de não haver a mais pequena garantia que alguma vez o Trump autorizaria a utilização de armas nucleares táticas contra a Russia.
Deste ponto de vista o F-35 tornou-se numa coisa cara e de pouca utilidade... Para já os alemães vão manter o projeto, porque não querem afrontar o Trump.
E é assim que meia Europa está.
O que quer que seja que venha a ser feito, não será divulgado, porque o senhor cor-de-laranja pode ter um ataque de raiva, e fazer um qualquer disparate, porque sim e porque pode...
O principal problema aqui nem são as características stealth do avião, mas sim a capacidade que todo o sistema dá, para reconfigurar tudo a meio de uma missão, ter acesso a dados sobre o inimigo, que se baseiam na informação coligida por toda a rede de satélites, tanto em órbita como geoestacionários que permitem alimentar os sistemas dos F-35 praticamente em tempo real.
Isto é algo que acontece não só com os F-35, pode acontecer também com as versões mais modernas dos F-16 por exemplo.
Por um lado há quem afirme que dificilmente os americanos colocarão em causa a capacidade de um F-35 de um país da NATO, caso este seja atacado por um vizinho.
Mas também há quem ache que mesmo aí os americanos vão ver quem é que dá mais e quem é que deve tirar vantagem do F-35, considerando o que é mais vantajoso para o governo dos Estados Unidos (quem é que entrega o maior cheque a algum familiar do Trump).
Portugal vai sempre ter que considerar que o fornecedor de uma aeronave vai sempre ter uma palavra a dizer sobre a utilização de um avião que compremos. O problema é que a palavra que um governo europeu tem a dizer, será provavelmente muito mais próxima dos nossos interesses que a palavra dos americanos ou do governo em Washington, seja do Trump seja de um seu herdeiro.
De aqui me permito concluir: Gastar dinheiro no F-16 modernizado ( a acreditar em 35 milhões por unidade) permite mostrar aos americanos que estamos a comprar e que por isso devemos poder utilizar os aviões, nomeadamente em áreas próximas da Russia.
Se os americanos proibirem, é um risco que temos que correr, mas pelo menos gastámos apenas um sexto ou no máximo um quinto do que gastaríamos com o F-35.